13.10.24

CIANOTIPIA

 CIANOTIPIA




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24.5.24

CATÁSTROFE E CRIME

GEOLOGIA E HISTÓRIA ATUAL

Vídeo didático que conta a história geológica do estado do Rio Grande do Sul.














11.5.24

ENCHENTE: CATÁSTROFE ANUNCIADA

INUNDAÇÕES: 
SUAS CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS 


José Antonio Lutzenberger na entrega do Prêmio Nobel Alternativo. Right Livelihood Award Foundation Archive (WP).m

José Antonio Lutzenberger (Porto Alegre, 17 de dezembro de 1926 - Porto Alegre, 14 de maio de 2002) foi um agrônomo, escritor, filósofo, paisagista e ambientalista brasileiro que participou ativamente na luta pela preservação ambiental.

Por José Lutzenberger (1974)

Antes das interferências irracionais do homem, cada local tinha a cobertura vegetal que convinha às condições do lugar, pois essa cobertura era resultado de seleção natural implacável através das longas eras da história da evolução. A flora e a fauna, o solo com sua microfauna e microflora estavam de tal maneira estruturados que tinham condições de enfrentar, sem estragos importantes, todas as vicissitudes da região. Se assim não fosse, não teriam sobrevivido até a chegada do homem “’civilizado”. Nessas condições, a erosão física era praticamente inexistente. Os rios eram quase sempre cristalinos. Predominava a erosão química, a lenta dissolução dos minerais pelo processo chamado meteorização. Mas esse processo age em escala de tempo geológico, uma escala em que a unidade de tempo é o milhão de anos, a mesma da formação das montanhas. Não havia destruição, apenas evolução da paisagem.

Durante as catastróficas inundações de março de 1974, quem observasse o mar desde a barra do Rio Mampituba ou do alto dos morros de Torres podia ver água vermelha como tijolo novo, mais vermelha do que a do Guaíba no inverno. Observada de perto, a transparência da água era zero, como a do café com leite. A praia, até onde se podia avistar, ao Norte e ao Sul, estava coberta de detritos: aguapés, ramos, troncos e cadáveres de reses, porcos e galinhas. Em toda parte, populares com suas carroças juntavam lenha, cortando e rachando troncos com o machado. Alguns, com a maior naturalidade, carneavam animais mortos, levando a carne e deixando as entranhas.

(Fonte: oeco)

Se as atitudes dessa pobre gente atestam a miséria de sua existência, a repetição das calamidades provocadas pelas enchentes confirma o que há tempo já se podia prever. Se hoje os estragos são imensos e os mortos se contam às centenas, não tardará o dia em que os flagelados e os mortos totalizarão milhões. Somos incapazes de aprender com nossos erros. As advertências dramáticas da natureza de nada valem. Insistimos no consumo de nosso futuro.

Um bosque intacto é um perfeito regulador do movimento das águas. A folhagem das árvores e do sub-bosque, das ervas e samambaias, o próprio musgo e os detritos que cobrem o chão freiam a violência do impacto das gotas da chuva. No bosque são não há solo nu. A capa de restos vegetais em decomposição é um cosmos de vida variada e complexa, com vermes, moluscos, escaravelhos e outros insetos, centopeias e miriápodes, aranhas e ácaros, pequenos batráquios e répteis e até mamíferos. A complementar o contínuo trabalho de desmonte, há os fungos e as bactérias, que mineralizam o material, devolvendo ao solo os elementos nutritivos que as plantas dele retiraram.

Fecha-se assim um dos importantes ciclos vitais do sistema de suporte da vida do planeta.
Não há limite definido entre a capa de detritos e a superfície do solo. Os dois complexos se entremeiam, formando uma esponja, com poros e galerias. Essa esponja tem enorme capacidade de absorção e armazenamento de água. Mesmo nas mais violentas enxurradas e nas encostas mais íngremes, a água não escorre pela superfície. Ela é absorvida e segue subterraneamente até a vertente mais próxima, ou vai juntar-se ao lençol freático, para reaparecer quilômetros adiante. 

Quando desce pelo córrego, sua velocidade é freada no leito irregular de pedras, troncos e raízes, com degraus e quedas, curvas e poros.

Um rio em região de floresta intacta, além de levar águas transparentes, apresenta flutuações suaves em sua vazão, raras vezes transborda e nunca seca. O bosque absorve rapidamente a água da chuva, mas a entrega lenta e parceladamente. No outro extremo, no deserto, o leito do rio poderia servir de estrada para o automóvel durante a maior parte do tempo, mas, quando chove, transforma-se rapidamente em caudal de águas barrentas e arrasadoras. As piores inundações são as do deserto.

(Fonte: oeco)

À medida que progride a desnudação das montanhas, das cabeceiras e margens dos rios, à medida que desaparecem os últimos banhados, outros grandes moderadores do ciclo hídrico, a paisagem mais e mais se aproxima da situação do deserto, os rios se tornam mais barrentos e mais irregulares. Onde havia um fluxo regular, alternam-se então estiagens e inundações catastróficas. Só uma inversão no processo de demolição das paisagens pode inverter a corrida para calamidades sempre maiores.

Já são poucos os bosques que sobram, e os que sobrevivem estão muitas vezes degradados. Na encosta da Serra, nas enxurradas que causaram as inundações de 1974, apareceram gigantescos deslizes até em áreas cobertas de floresta primária. Acontece que, em época de seca, as queimadas se alastram mesmo por dentro dos bosques pluviais de aparência viçosa. Sem destruir as árvores adultas, o fogo destrói o sub-bosque e desnuda o solo, consumindo as folhas secas. O solo perde sua estrutura, e a erosão começa a trabalhar. As imensas manchas de encosta agora destruídas levarão milhares de anos para recuperar-se.


A função do bosque como regulador não se limita ao trabalho de freio mecânico e amenizador do grande ciclo da água, engrenagem mestra do sistema de suporte de vida. O bosque e todos os demais ecossistemas, savanas, pampas, cerrados, cerradões, banhados ou caatinga, desertos, lagos ou oceanos têm cada um sua função específica e orquestrada nos grandes equilíbrios climáticos. É fácil compreender que o bosque tem outra refletividade para os raios solares, outra taxa de evaporação da água, oferece outra forma de resistência ao vento, diferentemente do deserto, do lago, da savana. O equilíbrio global entre os efeitos parciais desses sistemas está em interação recíproca e interagindo com a atmosfera e a hidrosfera. Mas o homem está hoje alterando ou degradando cada um dos sistemas. É claro que alterará o equilíbrio global. Não sabemos onde está o limiar de tolerância para esses abusos, mas sabemos que há um limiar. As interferências humanas se aproximam das ordens de magnitude dos grandes equilíbrios planetários.


No dia em que uma parte significativa da hileia Amazônica deixar de existir, teremos uma mudança fundamental no clima da Terra. As irregularidades climáticas que há vários anos atingem quase todo o mundo podem representar irregularidades esporádicas, como as que sempre têm havido e que se repetem a cada três ou quatro décadas, mas é possível que já estejamos presenciando o começo da inevitável inversão climática global. O homem moderno estraga, uma a uma, as peças da engrenagem – e ainda joga areia no mecanismo, preparando o colapso.


Esse é o significado da poluição. A sociedade industrial, com sua sede insaciável de energia, queima combustíveis fósseis em quantidade crescente tal que, hoje, o consumo anual corresponde à produção natural de mais de 1 milhão de anos. Com isso não só estamos esbanjando um capital irrecuperável, mas estamos também afetando seriamente a própria natureza da atmosfera. O gás carbônico do ar é um dos fatores mais importantes do equilíbrio térmico. Seu “efeito de estufa” consiste em permitir a penetração dos raios solares, ao mesmo tempo em que dificulta a saída dos raios infravermelhos, que são os raios de calor. Sem os 0,03% de CO2, o clima da Terra seria mais frio e mais violento. Desde o começo da Revolução Industrial, já aumentamos em quase 30% a concentração do gás carbônico na atmosfera, e até o ano 2000 teremos acrescentado pelo menos outros 30%, não só pela combustão dos combustíveis fósseis – petróleo, carvão, lignina, turfa e gás natural – mas pelos próprios incêndios florestais. O que acontecerá? Se a consequência for um aumento de poucos graus na temperatura média planetária, desaparecerão as calotas polares e o nível dos oceanos poderá aumentar em dezenas de metros. Porto Alegre, Buenos Aires, Nova York, Hamburgo, Hong Kong e muitas outras grandes cidades desaparecerão. Desaparecerão regiões inteiras. A Holanda desaparecerá, e na Amazônia surgirá um grande golfo.


Está claro que a espécie humana não poderá continuar por muito tempo com sua cegueira ambiental e com sua falta de escrúpulos na exploração da natureza. Tudo tem seu preço. Quanto maior o abuso, maior será o preço. Devemos compreender que a ecosfera é uma unidade funcional, onde todas as peças são complementares. Não podemos causar danos apenas locais. Tudo está ligado com tudo.
Vejamos a verdadeira extensão dos estragos causados pela devastação florestal. O primeiro estrago está na perda da própria floresta nativa, um ecossistema insubstituível, complexo e equilibrado. A floresta natural é uma comunidade animal e vegetal que levou milhares de anos para estabelecer-se e que é o resultado de milhões de anos de evolução orquestrada dessas espécies. Segue-se a perda do solo. No terreno desnudado ou na floresta degradada pelo fogo, as enxurradas destroem em minutos ou horas o que a natureza levou milhares de anos para fazer. Uma polegada de solo fértil pode levar até 500 anos para formar-se. Em muitos lugares, as enxurradas levam solo e subsolo, deixando aflorar a rocha nua.


Até que ali esteja reconstituída nova capa de solo como a que se perdeu, nossa civilização já pertencerá a um passado remoto, tão remoto quanto são para nós os assírios e babilônios. Todo solo perdido – e a cada ano se perde no planeta uma superfície que corresponde a uma quinta parte do RS – significa uma diminuição na capacidade de a Terra produzir alimentos. À medida que explode a população, implode a capacidade de manutenção dessa população.


Quem vê a violência das águas de um rio relativamente curto, como o Mampituba, durante as cheias, sabe que não há peixe que não seja arrastado. Alguns poucos talvez consigam refugiar-se nos restos de banhados ribeirinhos, quase sempre destruídos. O rio levará anos para recuperar-se – e isto se não houver outra cheia. E o estrago vai além. Na cheia do Mampituba, o que terá acontecido com os milhões de toneladas de argila que coloriram o mar de vermelho? Quem, mais tarde, observar novamente o mar, com sua cor azul e transparência normal, não deveria deixar de preocupar-se com o destino do lodo. No mar, esse lodo é um corpo estranho. Ele não pode sedimentar-se na água pouco profunda da praia, porque ali a turbulência é grande. Assim, sedimenta-se nas partes profundas, causando então desastres em grande escala. Os organismos que vivem no fundo do mar estão adaptados à sedimentação normal, à chuva constante de detritos microscópicos dos quais em boa parte até se alimentam, mas não estão adaptados ao sepultamento por espessas capas de lodo. Os sedimentos de inundações como aquela talvez tenham destruído milhares de quilômetros quadrados de fauna bêntica. E essa fauna fixa do fundo faz parte de extensas cadeias alimentares, que podem estender-se por dezenas de milhares de quilômetros. Muita criatura não diretamente afetada pelo lodo morrerá semanas, meses ou anos depois.


Ninguém poderá calcular a extensão dos estragos causados pelas inundações, tanto momentâneos como defasados no tempo. Mas já não podemos nos espantar quando oceanólogos afirmam estar convictos de que o oceano talvez já não tenha mais salvação. É preciso ter em mente que não é só pela poluição e pela pesca predatória que matamos os mares. E, se destruirmos os oceanos, teremos destruído a nós mesmos.


O autor faleceu em 2002.

A versão do texto aqui publicada tem dois pequenos trechos suprimidos. 
O original, escrito em 1974, pode ser lido no livro: 

“Manual de Ecologia – Do Jardim ao Poder” (L&PM Editores) e no site da Fundação Gaia: fgaia.org.br. (com link direto ao texto integral). 
Fonte: Zero Hora, edição de 16/9/2023.
Republicado em AgirAzul.com com autorização expressa. 

Mais sobre José Lutzenberger pode ser consultado em AgirAzul.com e em AgirAzul.com.br e no Google.


Fonte 





26.4.24

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23.4.24

GASES DE EFEITO ESTUFA

GASES DE EFEITO ESTUFA 
ou
GASES ESTUFA (GEE)

Os gases de efeito de estufa ou gases do efeito estufa (GEE) são gases que absorvem e emitem energia radiante dentro da faixa do infravermelho térmico, causando o efeito de estufa (greenhouse effect). 

Os principais gases de efeito de estufa na atmosfera da Terra são o vapor de água (H2O), dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O) e ozônio (O3). 

Sem gases de efeito de estufa, a temperatura média da superfície da Terra seria de cerca de -18°C, em vez da média atual de 15°C. 

As atmosferas de Vénus, Marte e Titã também contêm gases de efeito estufa.

(1)

Gases do Efeito Estufa e suas Fontes de Emissão

A Revolução Industrial iniciada na Inglaterra no século XVIII (1760-1840) está diretamente associada ao aumento do uso de combustíveis fósseis como: o carvão, o gás natural e os derivados de petróleo (gasolina, óleo diesel, óleos combustíveis, entre outros). 

A queima desses combustíveis significa a emissão de gases do efeito estufa (GEE) para a atmosfera. Da mesma forma, o desmatamento ocorrido com a expansão agrícola em todo o mundo também tem como consequência a transferência de carbono da forma sólida para a forma gasosa pela queima da biomassa representada pela vegetação.

No cenário atual com países que não existiam no século XVIII, e que estão entrando agora na primeira revolução industrial estão trilhando o caminho dos países "fundadores desse sistema de produção de bens".

Mais uma vez, a Organização Mundial de Meteorologia (OMM) registra recorde na concentração de gases do efeito estufa no planeta.

O Boletim de gases do efeito estufa foi lançado pela OMM no dia 25 de Outubro (2021). O conteúdo é mostra os dados coletados pelos países membros da organização ao longo de 2020, e ele nos dá uma visão aprofundada do cenário mundial em relação à emissão de gases do efeito estufa.

Os principais pontos do boletim são que:

1) Os níveis de gases estufa (Dióxido de carbono, metano e óxido nitroso) estão extremamente altos em relação ao período pré-industrial*.

2) As políticas de lockdown em resposta à pandemia do Covid19 contribuíram numa queda de somente 5,6% na emissão de CO2.

3) A capacidade dos ecossistemas em absorver o CO2 da atmosfera pode estar em cheque

4) Se quisermos evitar um aumento extremo na temperatura da terra, é necessário que os países se comprometam a transformar seus sistemas industriais, energéticos, de transporte e econômicos.

(*O período pré-industrial é utilizado como referência de início das emissões de CO2 significativas causadas por humanos, que começaram no ano 1750)
Os gases estufa

Os três gases que mais contribuem para o efeito estufa são: o 
dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O).

(2)

Dióxido de carbono (CO2)

É o gás de efeito estufa mais importante na atmosfera, sendo responsável por aproximadamente 66% do efeito de aquecimento do clima, principalmente por causa da queima de combustíveis fósseis e da produção de cimento.

As concentrações médias globais de CO2 atingiram um novo máximo de 413,2 ppm em 2020. O aumento de CO2 de 2019 a 2020 foi ligeiramente menor do que 2018 a 2019, mas maior do que a taxa média de crescimento anual na última década. Isso apesar da queda de aproximadamente 5,6% nas emissões de CO2 de combustíveis fósseis em 2020, devido às restrições do COVID-19.

Os dados das estações de monitoramento mostram claramente que os níveis de CO2 continuaram a aumentar em 2021.


Metano (CH4)

O metano é um poderoso gás de efeito estufa que permanece na atmosfera por cerca de uma década.

O metano é responsável por cerca de 16% do efeito de aquecimento dos gases de efeito estufa de longa duração, de acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA). Aproximadamente 40% do metano é emitido para a atmosfera por fontes naturais (por exemplo, pântanos e cupins), e cerca de 60% vem de fontes antropogênicas (por exemplo, ruminantes, agricultura de arroz, exploração de combustível fóssil, aterros e queima de biomassa).

O aumento de 2019 a 2020 foi maior do que 2018 a 2019 e também maior do que a taxa média de crescimento anual na última década.


Óxido nitroso (N2O)

O óxido nitroso é um poderoso gás de efeito estufa e um químico destruidor da camada de ozônio. É responsável por cerca de 7% do forçamento radiativo por gases de efeito estufa de longa duração.

Um "forçamento radiativo" em clima é qualquer mudança na radiação (calor) que entra ou sai de um sistema climático. Pode ocorrer mudanças na radiação solar incidente, ou a diferentes quantidades de gases ativos radiativos.

O N2O é emitido para a atmosfera por fontes naturais (aproximadamente 60%) e antropogênicas (aproximadamente 40%), incluindo oceanos, solos, queima de biomassa, uso de fertilizantes e vários processos industriais.

A média global da fração molar de N2O em 2020 atingiu 333,2 ppb, o que é um aumento de 1,2 ppb em relação a 2019. O aumento anual de 2019 a 2020 foi superior ao aumento de 2018 a 2019 e também superior à taxa de crescimento média nos últimos 10 anos (0,99 ppb por ano).

As emissões globais de N2O induzidas pelo homem, que são dominadas pela adição de nitrogênio às áreas de cultivo, aumentaram 30% nas últimas quatro décadas. A agricultura, devido ao uso de fertilizantes de nitrogênio e esterco, contribui com 70% de todas as emissões antropogênicas de N2O. Esse aumento foi o principal responsável pelo aumento da carga atmosférica de N2O.

O óxido nitroso possui a propriedade de retenção de calor cerca de 300 vezes maior do que o CO2, ou seja, uma molécula de óxido nitroso é equivalente a 300 moléculas de CO2 na atmosfera. O óxido nitroso também possui impacto na camada de ozônio, contribuindo para a sua degradação, sendo que ele permanece mais de 100 anos na atmosfera até ser degradado naturalmente. Estima-se que 5,3 teragramas (Tg) de óxido nitroso sejam emitidos pelo homem em um ano (1 Tg é equivalente a 1 bilhão de kg).

Sumidouros de gases do efeito estufa

Aproximadamente metade do CO2 emitido pelas atividades humanas hoje permanece na atmosfera.

A outra metade é absorvida por oceanos e ecossistemas terrestres. A parte do CO2 que permanece na atmosfera é um importante indicador do equilíbrio entre fontes e sumidouros. Ele muda de ano para ano devido à variabilidade natural.

Os sumidouros de CO2 terrestres e oceânicos aumentaram proporcionalmente com o aumento das emissões nos últimos 60 anos. Mas esses processos de absorção são sensíveis às mudanças climáticas e de uso da terra. Mudanças na eficácia dos sumidouros de carbono teriam fortes implicações para o alcance das metas do Acordo de Paris de 2015 e exigirão ajustes no tempo e/ou tamanho dos compromissos de redução de emissões.

Mudanças climáticas em curso e reações relacionadas, como secas mais frequentes e as maiores frequência e intensidade de incêndios florestais podem reduzir a absorção de CO2 pelos ecossistemas terrestres.

Essas mudanças já estão acontecendo, e o Boletim dá um exemplo de transição de parte da Amazônia como sumidouro de carbono para fonte de carbono.

A absorção do oceano também pode ser reduzida devido a temperaturas mais altas da superfície do mar, diminuição do pH devido à absorção de CO2 e desaceleração da circulação oceânica meridional devido ao crescente derretimento do gelo marinho.

Informações oportunas e precisas sobre as mudanças são críticas para detectar mudanças futuras no equilíbrio entre fonte e sumidouro de gases estufa, e são monitoradas pelas redes Global Atmosphere Watch.

“Estamos muito fora do caminho”, disse o Secretário-Geral da OMM, Prof Petteri Taalas.

O dióxido de carbono permanece na atmosfera por séculos e no oceano por mais tempo ainda. A última vez que a Terra experimentou uma concentração comparável de CO2 foi de 3-5 milhões de anos atrás, quando a temperatura estava 2-3°C mais quente e o nível do mar estava 10-20 metros mais alto do que agora. Mas não havia 7,8 bilhões de pessoas naquela época”, disse o Prof. Taalas.

Muitos países estão definindo metas de carbono neutro e espera-se que a COP26 tenha um aumento dramático nos compromissos. Precisamos transformar nosso compromisso em ações que tenham o impacto dos gases que impulsionam as mudanças climáticas. Precisamos revisitar nossos sistemas industriais, de energia e transporte e todo o modo de vida. As mudanças necessárias são economicamente acessíveis e tecnicamente possíveis. Não há tempo a perder”, disse o Prof. Taalas.

A desaceleração econômica do COVID-19 não teve nenhum impacto perceptível sobre os níveis atmosféricos de gases de efeito estufa e suas taxas de crescimento, embora tenha havido um declínio temporário de novas emissões.

Enquanto as emissões continuarem, a temperatura global continuará aumentando. Dada a longa vida do CO2, o nível de temperatura já observado persistirá por várias décadas, mesmo que as emissões sejam rapidamente reduzidas a zero líquido. Juntamente com o aumento das temperaturas, isso significa mais extremos climáticos, incluindo calor e chuvas intensos, derretimento do gelo, aumento do nível do mar e acidificação dos oceanos, acompanhados por impactos socioeconômicos de longo alcance.


Principais gases

Os principais gases que contribuem para o aumento do efeito estufa e suas respectivas fontes antropogênicas, são os seguintes:

CO2
Responsável por cerca de 60% do efeito-estufa, cuja permanência na atmosfera é de pelo menos centena de anos, o dióxido de carbono é proveniente da queima de combustíveis fósseis (carvão mineral, petróleo, gás natural, turfa), queimadas e desmatamentos, que destroem reservatórios naturais e sumidouros, que tem a propriedade de absorver o CO2 do ar.

De acordo com o IPCC (1995), as emissões globais de CO2 hoje são da ordem de 7,6Gt por ano. E a natureza não tem capacidade de absorção de todo esse volume o que vem resultando em um aumento da concentração atmosférica mundial desses gases.

CH4
Responsável por 15 a 20% do efeito estufa, é componente primário do gás natural, também produzido por bactérias no aparelho digestivo do gado, aterros sanitários, plantações de arroz inundadas, mineração e queima de biomassa.

N2O
Participando com cerca de 6% do Efeito Estufa, o óxido nitroso é liberado por microrganismos no solo (por um processo denominado nitrificação, que libera igualmente nitrogênio – NO). A concentração deste gás teve um enorme aumento devido ao uso de fertilizantes químicos, à queima de biomassa, ao desmatamento e às emissões de combustíveis fósseis.(1)

CFCs
Responsáveis por até 20% do efeito estufa, os clorofluorcarbonos são utilizados em geladeiras, aparelhos de ar condicionado, isolamento térmico e espumas, como propelentes de aerossóis, além de outros usos comerciais e industriais. Como se sabe, esses gases reagem com o ozônio na estratosfera, decompondo-o e reduzindo, assim, a camada de ozônio que protege a vida na Terra dos nocivos raios ultravioletas. Estudos recentes sugerem que, as propriedades de reter calor, próprias do CFCs, podem estar sendo compensadas pelo resfriamento estratosférico resultante do seu papel na destruição do ozônio. Ao longo das últimas duas décadas, um ligeiro resfriamento, de 0,3 a 0,5ºC, foi medido na baixa estratosfera, onde a perda do ozônio é maior. (2)

O3
Contribuindo com 8% para o aquecimento global, o ozônio é um gás formado na baixa atmosfera, sob estímulo do sol, a partir de óxidos de nitrogênio (NOx) e hidrocarbonetos produzidos em usinas termoelétricas, pelos veículos, pelo uso de solventes e pelas queimadas.

H2O (Vapor)
O vapor d’água presente na atmosfera também absorve parte da radiação emanada pela Terra e é um dos maiores contribuintes para o aquecimento natural do globo. Apesar de não ser produzido em quantidade significativa por atividades antrópicas, considera-se que, com mais calor, haverá mais evaporação d’água e, por conseguinte, um aumento de sua participação no aumento do efeito estufa.3

O Protocolo de Quioto também menciona os gases: 
hidrofluorocarbonos (HFCs), 
perfluorocarbonos (PFCs) e 
hexafluorsulfúrico (SF6). 


GEE

A tabela a seguir apresenta resumo desses gases e sua duração no ambiente.

Gases de efeito estufa (cetesb)

GWP (potencial de aquecimento global)

É importante lembrar que os gases de efeito estufa mencionados acima têm diferentes potenciais de aquecimento global (GWP) como mostra a Tabela 2.

Exemplificando, sendo o GWP do dióxido de carbono 1, o do metano 21, o do óxido nitroso 310, o do SF6. 29.500, significa que o metano (CH4) absorve cerca de 21 vezes mais radiação infravermelha do que o CO2, que o óxido nitroso absorve cerca de 310 e que o SF6 absorve cerca de 23900, respectivamente, considerando o horizonte de tempo de 100 anos.

Vale dizer que, apesar do GWP de todos os gases ser maior que o GWP do CO2, este se apresenta em maior quantidade que os demais, tendo, portanto, maior representatividade no efeito estufa.



HFCs
EMENDA DE KIGALI
Em outubro de 2016, os Estados Partes do Protocolo de Montreal decidiram, na 28ª Reunião das Partes ocorrida em Kigali, Ruanda, pela aprovação de uma emenda que inclui os hidrofluorcarbonos (HFCs) na lista de substâncias controladas pelo Protocolo. Os HFCs não causam danos à camada de ozônio, porém apresentam elevado impacto ao sistema climático global, e vêm sendo utilizados há décadas como alternativas em substituição aos CFCs e HCFCs.
A Emenda de Kigali, como ficou conhecida, define um cronograma de redução da produção e consumo dos HFCs até um patamar mínimo a ser atingido pelos Estados Partes, segundo tabela a seguir:

O Brasil, pertencente ao Grupo 1 dos países A5, deverá congelar o consumo dos HFCs em 2024, iniciando sua redução escalonada a partir de 2029, para em 2045 atingir o consumo máximo de 20% em relação à linha de base.






PESO DA ATMOSFERA


https://www.youtube.com/watch?v=28BwdEqL038




22.4.24

22 ABRIL DIA DA TERRA

DIA DA TERRA
22/ABRIL

Planeta vs Plásticos

Doodle em comemoração ao Dia da Terra (1)

O Dia da Terra é um evento anual realizado em 22 de abril para demonstrar apoio à proteção ambiental. Realizado pela primeira vez em 22 de abril de 1970, agora inclui uma ampla gama de eventos coordenados globalmente pela EARTHDAY.ORG (anteriormente Earth Day Network), incluindo 1 bilhão de pessoas em mais de 193 países. 

O tema oficial de 2024 é “Planeta vs. Plásticos”. 2025 será o 55º aniversário do Dia da Terra.

(Modificado de 1)

Hoje também é o dia da Mãe Terra
O Dia Internacional da Mãe Terra foi instituído em 2009, pela Assembleia Geral das Nações Unidas sob a Resolução A/RES/63/278. A resolução foi introduzida pela Bolívia e endossada por mais de 50 estados membros.

A resolução reconhece que “a Terra e os seus ecossistemas são a nossa casa” e que “é necessário promover a harmonia com a natureza e a Terra”.

O termo Mãe Terra é usado porque “reflete a interdependência que existe entre os seres humanos, outras espécies vivas e o planeta que todos habitamos”.
Foi decidido designar o dia 22 de abril como o Dia Internacional da Mãe Terra.

“As pessoas estão cada vez mais pesquisando maneiras de viver de forma mais sustentável. Hoje, mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo observarão o Dia da Terra, um lembrete para praticar hábitos sustentáveis durante o ano e continuar o trabalho necessário para conservar água, eletricidade e outros recursos”, disse o Google.

O lembrete vem após a Terra registrar, pelo 10º mês consecutivo, o mês mais quente da história. Seguno o observatório europeu Copernicus, março teve uma temperatura média superficial de 14,14ºC, número 0,1ºC superior ao recorde anterior, em 2016. O valor também está 1,68°C acima em comparação ao período pré-industrial (1850-1900).

O registro confirma o avanço da crise climática no mundo, causada, sobretudo, pela emissão de gases de efeito estufa, como combustíveis fósseis. A concentração desses gases na atmosfera impede cada vez mais que o calor irradiado pela superfície seja disperso no espaço, aumentando a temperatura média do planeta Terra.

Em janeiro, cientistas da Copernicus já haviam afirmado que a temperatura global iria ultrapassar, neste ano, o limite de 1,5ºC — em relação aos níveis pré-industriais —, estipulado pelo Acordo de Paris. O cenário é preocupante, já que o aquecimento acima da meta provocará consequências extremas para o meio ambiente e a humanidade. (Stucaluc, 2024)

Entre os principais impactos estão o aumento de incêndios florestais, dos períodos de seca e da transmissão de doenças por mosquitos, além da extinção de algumas espécies. Outra consequência é o derretimento em maior velocidade das geleiras, que podem deixar cidades costeiras, como o Rio de Janeiro (RJ), submersas nos próximos anos.