28.3.24

O SOLO E SUA FORMAÇÃO

O SOLO


O solo é o material existente na superfície da crosta terrestre proveniente da decomposição e/ou desagregação “in situ” da rocha pela ação do intemperismo (químico, físico e biológico), constituído de três fases, sólida, líquida e gasosa, de origem orgânica (M.O) e inorgânica (minerais). (modificado de DNIT, Glossário de Termos Técnicos). O solo é objeto de estudo pelas Ciências naturais da Pedologia e Edafologia.

Pedologia palavra do latim, pedon = solo: estudo da origem, morfologia, distribuição, mapeamento e classificação dos solos. 
Edafologia do grego, edaphos = solo: estudo do solo do ponto de vista da sua utilização pelas plantas (Raij, 2011). 

Segundo Vieira (1975) solo é “a superfície inconsolidada que recobre as rochas e mantém a vida animal e vegetal da Terra. É constituído de camadas que se diferem pela natureza física, química, mineralógica e biológica que se desenvolvem com o tempo sob a influência do clima e da própria atividade biológica.” 

De acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS, EMBRAPA, 2006), pode-se dizer que: “Solo que classificamos é uma coleção de corpos naturais, constituídos por partes sólidas, líquidas e gasosas, tridimensionais, dinâmicos, formados por materiais minerais e orgânicos, que ocupam a maior parte do manto superficial das extensões continentais do nosso planeta, contém matéria viva e podem ser vegetados na natureza onde ocorrem e, eventualmente, terem sido modificados por ação antrópica”

SOLO: é a camada superficial intemperizada da crosta terrestre, contendo matéria orgânica e organismos vivos (Biota do solo); é o meio em que se desenvolvem os vegetais, que dele obtêm água e nutrientes através das raízes. É um recurso fundamental para produção agropecuária, graças a um conjunto de propriedades que lhe permitem sustentar as plantas, fornecendo-lhes as condições necessárias para seu desenvolvimento. Trata-se de um material poroso, que permite a penetração de raízes e o suprimento de água e nutrientes para as plantas (Raij, 2011).

A porção externa e superficial da crosta terrestre é formada por vários tipos de corpos rochosos que constituem o manto rochoso. Estas rochas estão sujeitas a condições que alteram a sua forma física e sua composição química. 

Estes fatores que produzem alterações são chamados de agentes de intemperismo. Pode-se então conceituar o intemperismo como o conjunto de processos físicos e químicos que modificam as rochas quando expostas ao tempo. 

O processo do intemperismo se dá em duas fases: 
1)  intemperismo físico – que é a desintegração da rocha; 
2) intemperismo químico – que é a decomposição da rocha. 

A desintegração (intemperismo físico) é a ruptura das rochas inicialmente em fendas, progredindo para partículas de tamanhos menores, sem, no entanto, haver mudança na sua composição. Nesta desintegração, através de agentes como água, temperatura, pressão, vegetação e vento, formam-se os pedregulhos e as areias (solos de partículas grossas) e até mesmo os siltes (partícula intermediária entre areia e argila). Somente em condições especiais são formadas as argilas (partículas finas), resultantes da decomposição do feldspato das rochas ígneas. 

A decomposição (intemperismo químico) é o processo onde há modificação mineralógica das rochas de origem. O principal agente é a água, e os mais importantes mecanismos modificadores são a oxidação, hidratação, carbonatação e os efeitos químicos resultantes do apodrecimento de vegetais e animais. (IFM)

O solo se forma por intemperismo atuando sobre a rocha matriz.
Variações de temperatura provocam trincas, nas quais penetra a água, atacando quimicamente os minerais. O congelamento da água nas trincas, entre outros fatores, exerce elevadas tensões, do que decorre maior fragmentação dos blocos. A presença da fauna e flora promove o ataque químico, através de hidratação, hidrólise, oxidação, lixiviação, troca de cátions, carbonatação, etc. O conjunto desses processos, que são muito mais atuantes em climas quentes do que em climas frios, leva à formação dos solos que, em consequência, são misturas de partículas pequenas que se diferenciam pelo tamanho e pela composição química. (PINTO, Carlos de Souza. Curso Básico de Mecânica dos Solos).

O solo, então, é um recurso natural renovável formado pela desagregação das rochas e dos minerais, através do processo de intemperismo, atuando sobre as rochas existentes. 
O solo oferece o substrato necessário e essencial para o desenvolvimento da biota tanto da microbiota quanto da macrobiota (animais e plantas), além disso é também é essencial para o dentro das atividades produtivas humanas (cultivos de vegetais e criação de animais). 

A formação dos solos envolve diversos agentes geográficos, como clima, relevo, hidrografia e vegetação, além da influência antrópica.

Dessa maneira, os solos tenderão a ter a mesma composição mineralógica da rocha mãe. Mais tarde veremos que os solos podem ser transportados e uma das consequências disso é a formação de solos menos homogêneos quando comparados com os solos oriundos somente da desintegração da rocha mãe.

Constituintes do solo

Os minerais constituem a parte fundamental da fase sólida dos solos e representam em torno de 50% do seu volume (45 a 50%).
Propriedades como resistência mecânica, deformabilidade, reatividade química, entre muitas outras, são diretamente influenciadas pelo conteúdo mineral do solo. A distribuição granulométrica das partículas define a textura dos solos, com diferentes proporções de areia, silte e argila e o seu arranjo e tipos de ligações definem a sua estrutura. A textura e a estrutura têm importante papel nos índices físicos dos solos, tais como sua porosidade, índice de vazios, densidade, entre outros, que condicionam o fluxo de ar e água, permitem a fixação de raízes e determinam diversos usos de engenharia, como suporte de fundações, instalação de equipamentos ou suporte para estradas. 
A composição mineralógica dos grãos componentes dos solos vai conferir diferentes propriedades químicas, de vital importância para a vegetação e o manejo agrícola, além de ter implicações ambientais. (Pejón e cols, s/d)

Como vimos os solos se originam a partir de modificações que ocorrem nas rochas como consequência dos processos da geodinâmica externa da Terra. Estes processos, conhecidos como intemperismo, atuam no sentido de promover a adaptação da mineralogia das rochas às condições superficiais da crosta terrestre

Portanto, a fase sólida que constituí os solos é formada, predominantemente, por minerais ou fragmentos de rocha que podem ser herdados das rochas originais (minerais primários) ou serem produtos de neoformação (minerais secundários). 
Entre os produtos minerais neoformados mais importantes estão os argilominerais, que são aluminosilicatos hidratados que fazem parte da maioria dos solos.

As rochas existentes na superfície da Terra estão sujeitas ao intemperismo, que é o conjunto das modificações de natureza física (desagregação) e química (decomposição) que elas sofrem e que dependem de vários fatores, como clima, relevo, fauna, flora, tipo de rocha e tempo de exposição.

Os produtos friáveis e móveis formados pelo intemperismo e que não são imediatamente removidos pela água, vento ou gelo evoluem, sofrendo uma reorganização estrutural, e dão origem ao que se chama de solo, num processo conhecido por pedogênese.

Essas variações de temperatura, associadas aos ciclos de expansão e contração, provocam fraturas nas rochas, fragmentando-as em pedaços cada vez menores, chegando a tamanhos menores que de um grão de areia. Esse processo natural é chamado intemperismo físico

As chuvas também têm um papel importante. Além de resfriarem as rochas abruptamente em dias quentes, a água da chuva, de natureza ácida, ao entrar em contato com as rochas, causa reações químicas que as degradam. Esse é o chamado intemperismo químico

Ao longo de milhões de anos sob ação dessas alterações, as rochas vão se transformando em um material terroso, inicialmente em camadas de pouca espessura

Não é fácil definir solo porque, além de ser um material complexo, a definição necessariamente precisa levar em conta sua utilização. 

Solo
Para o geólogo, por exemplo, o solo é o produto de alteração das rochas; para um arqueólogo, é o meio em que ficam preservados registros de civilizações passadas; para o agrônomo ou agricultor, é o meio onde crescem as plantas; para um engenheiro, é o material em que serão fixadas as fundações de uma construção; para um hidrólogo, é um meio em que se armazena água subterrânea.

Para o estudioso das ciências da Terra, pode-se definir solo como o “produto do intemperismo, do remanejamento e da reorganização das camadas superiores da crosta terrestre, sob ação da atmosfera, da hidrosfera, da biosfera e das trocas de energia envolvidas” (Branco, 2014).

Dependendo dos fatores que afetam o intemperismo, citados acima, os solos terão características e propriedades físicas, químicas e físico-químicas diferenciadas. Poderão ser argilosos ou arenosos; vermelhos, amarelos ou cinza-esbranquiçados; ricos ou pobres em matéria orgânica; espessos ou rasos; homogêneos ou estruturados em horizontes bem definidos. 

Você sabia que, Para formar 1 mm de solo são necessários 30 anos de intemperismo em regiões temperadas e cerca de 1,5 ano em regiões tropicais?

O solo é o resultado de um paciente trabalho da natureza. Partículas, minerais e orgânicas, vão sendo depositadas em camadas, chamados de horizontes, devido à ação da chuva, do vento, do calor, do frio e de organismos (fungos, bactérias, minhocas, formigas e cupins, liquens, musgos e posteriormente plantas) que vão desgastando as rochas de forma lenta no relevo da terra. Esses elementos que decompõem a rocha são chamados coletivamente de intemperismo. 

Acerca dos minerais constituintes, vale destaque para os quartzos que são identificados macroscopicamente e são bastante resistentes ao intemperismo, levando a desintegração da rocha até solos arenosos. Referente aos minerais argílicos, há três grupos principais denominados caolinitas, montmorilonitas e ilitas. Caolinitas são mais estáveis na presença de água, porém os demais tornam-se muito expansivos, ou seja, são solos coesivos que na presença de água aumentam de volume. (cne)

O processo de formação do solo é tão lento e paciente, que são necessários cerca de 400 anos para se formar 1 cm (um centímetro) de solo maduro.(Melo, s/d).

O solo é uma mistura natural composto por minerais, substâncias orgânicas, líquidos e gases. 

Equilíbrio adequado entre as fases do solo 
(Vitti e Domeniconi, 2010) (USP).

Composição ideal do solo (Santos, s/d)
São cinco os elementos que constituem o solo: 
1) matéria mineral, 2) matéria orgânica, 3) água, 4) ar
5) organismos vivos (biota do solo). Como vc pode constatar pé,os Graficos apresentados essas proporções podem variar de 45% a 50% de sólidos.

A metade é sólida, constituída por matéria mineral (45%) e matéria orgânica (5%), e a restante é espaço livre, formado por poros que retêm o ar (25%) e a água (25%).


Composição ideal do solo 

O solo tem forma, composição e estrutura definidas, mas essa composição varia de lugar para lugar, dependendo da rocha que o deu origem. 

Assim como nossa flora e fauna, o solo também é incrivelmente diverso. Além disso, o solo não tem uma profundidade uniforme em todo o mundo. Nas áreas onde o leito rochoso está exposto, não existe solo, mas em outras áreas, o solo pode chegar a 10 metros abaixo da superfície.

No caso da rocha mãe ser por exemplo, um basalto em clima tropical (Brasil), de invernos secos e verões úmidos, a decomposição se faz, principalmente, pelo ataque químico das águas aciduladas aos plagioclásios e outros elementos melanocráticos, (rocha melanocrata é a designação usada para descrever uma rocha magmática, de cor escura, rica em minerais ferromagnesianos +60%) dando como resultado predominantemente argilas. 

Não apareceria neste solo a fração areia, pois o basalto não contém quartzo, mas aparecem, em pequenas porcentagens, grãos de óxidos de ferro, muitas vezes sob a forma de magnetita. É o caso da terra roxa, do interior Centro-Sul do Brasil, que é predominantemente uma argila vermelha.

Os arenitos, das formações sedimentares brasileiras dão origem a um solo essencialmente arenoso, pois não existem feldspatos ou micas em sua composição. O elemento que altera é o cimento que aglutina os grãos de quartzo. Quando esse cimento é silicoso, forma-se um solo residual extremamente arenoso. Quando o cimento é argiloso aparece no solo residual de arenito uma pequena porcentagem de argila (Marangon, 2018).

Composição volumétrica do solo (Brady, 1989).



Composição volumétrica do solo (esquerda). A direita estão seus constituintes. 

Composição volumétrica ideal do solo (esquerda). 

São cinco os elementos que constituem o solo: 
1) matéria mineral, 
2) matéria orgânica, 
3) água, 
4) ar e 
5) organismos vivos (biota do solo), embora estes últimos não sejam considerados constituintes do solo em termos geológicos. (florestas).

As partículas minerais e orgânicas são unidas através de processos físicos, químicos e biológicos, formando agregados e espaços livres, os poros, nos quais ocorre a circulação de água e ar. É nesta matriz (definida pela estrutura do solo) que se vão desenvolver as raízes das plantas e a restante atividade biológica.(florestas).

Estes elementos que constituem o solo estão presentes em cada secção, que é, assim, uma matriz mineral-orgânica, porosa e biologicamente ativa. 

Cerca de metade é sólida, constituída por matéria mineral (45%) e matéria orgânica (5%), e a restante é espaço livre, formado por poros que retêm o ar (20%-30%) e a água (20%-30%).

A matéria mineral sólida inclui fragmentos de rochas e minerais, de dimensões variáveis e cuja proporção vai definir a textura do solo.

A matéria orgânica é constituída por restos de plantas e organismos em diferentes estados de decomposição. É nesta fração do solo que se pode encontrar um grande número de microrganismos. Quando existe mais de 20% de matéria orgânica no solo (30% se os solos têm textura média ou fina), diz-se que os solos são orgânicos e os restantes são designados como solos minerais.

Os espaços que existem entre as partículas do solo, espaços intersticiais ou poros, podem ser ocupados por água com substâncias dissolvidas (solução do solo) ou por ar (atmosfera do solo).(florestas). 

A forma e as dimensões das partículas, conjugados com esses espaços intersticiais, são responsáveis por uma importante propriedade do solo, a sua estrutura.

textura do solo é definida pela proporção das partículas minerais elementares que o constituem (areia, limo e argila)

Estas partículas constituem aquilo a que se chama de terra fina: minerais de dimensão inferior a dois milímetros (mm) de diâmetro. Estão definidas diferentes classes de textura, nas quais estas partículas são separadas em lotes de acordo com a sua dimensão: areia, com diâmetro entre 2 mm e 0,02 mm; limo, de diâmetro entre 0,02 mm e 0,002 mm e argila, partículas de dimensão inferior a 0,002 mm.

Proporção entre as partículas do solo.
(Fonte: florestas).

Granulometria, tamanho dos grãos das rochas e sedimentos
(1)


COMPOSIÇÃO DO AR ATMOSFÉRICO 

(Fonte: WP)

Composição da atmosfera terrestre (WP)

COMPOSIÇÃO DA ATMOSFERA DO SOLO 
(Ar do solo ou gás do solo)
Atmosfera do solo ou gases do solo é a designação dada nas ciências do solo aos gases encontrados nos espaços entre os componentes da matriz do solo. Os espaços entre as partículas sólidas do solo, se não contiverem água, são preenchidos com ar atmosférico modificado pela atividade biológica (respiração do solo e decomposição) e geoquímica no solo. Assim, os principais gases, registrados no solo refletem a composição da atmosfera terrestre, são eles: são nitrogenio (azoto), oxigênio e dióxido de carbono. O teor em oxigênio é crítico porque permite a respiração das raízes das plantas e dos organismos aeróbios do solo. Entre os outros gases presentes no solo contam-se o óxido nítrico (NO), o óxido nitroso (N2O), o metano (CH4) e a amônia (NH3).

Qual a principal fonte de emissão de metano (CH4), um gás de efeito estufa (GEE)?
A principal fonte de emissão de metano (CH4) é a atividade humana. Algumas das principais fontes de emissões humanas incluem:
Produção de gás natural: A exploração e produção de gás natural é uma das principais fontes de emissão de metano. O metano pode vazar durante a produção, transporte e armazenamento de gás.
Agricultura: A atividade agrícola, especialmente a criação de gado e a produção de grãos, é outra importante fonte de emissões de metano. O metano é liberado durante a digestão dos animais e a decomposição de resíduos orgânicos no solo.
Resíduos: A decomposição de resíduos em aterros sanitários e ações inadequadas de manejo de esgoto e lixo são fontes adicionais de emissões de metano.(querobolsa)


(Fonte: WP)


FORMAÇÃO DO SOLO 

A formação obedece à seguinte cronologia: a) decomposição lenta da rocha mãe pelos agentes do intemperismo (água, ventos, clima, plantas e outros); b) com o tempo, acumula-se uma maior presença de material orgânico sobre o solo recém-formado; c) o material orgânico decompõe-se e vai aos poucos enriquecendo o terreno, enquanto os horizontes do solo vão se formando; d) o solo, em estágio mais avançado, passa a contar com os diferentes horizontes, além de apresentar uma camada superficial orgânica propícia ao plantio e à existência de vegetações.
Os solos mais antigos apresentam essa estrutura mais consolidada, enquanto os solos mais jovens, muitas vezes, ainda se encontram em processo intermediário de formação, sem a existência de todos os seus horizontes e com baixo nível de material orgânico. 

Etapas da formação do solo 

Primeiro Estágio
Expansão e contração térmica(calor e frio), alternadas das rochas sãs. 
Fraturamento mecânico (fissuras e rachaduras).
Decomposição química, transformando os fragmentos em argilas/areia.
Percolação de água e crescimento de raízes de plantas nas fissuras das rochas.
Surgem grandes blocos a pequenos fragmentos.

Segundo Estágio
Alteração química das espécies minerais.
Ataque pela água acidulada, ácidos orgânicos, oxidação .... 
Decomposição química, transformando os fragmentos em argilas/areia.

Terceiro Estágio
Transporte por agente qualquer, para local diferente ao da transformação. (Pode ou não ocorrer). 
Formação dos “solos transportados” ou “sedimentares”.

Quarto Estágio
Evolução pedogênica (solo propriamente dito).
Processos físico-químico e biológicos.
Lixiviação do horizonte superficial com concentração de partículas coloidais (menores) no horizonte profundo. 
Impregnação com húmus (matéria orgânica) do horizonte superficial horizonte hístico ou orgânico) (IFJF).

Resumindo a formação do solo

1) Rocha matriz exposta aos elementos: sol, chuva, frio, geada, neve e vento.
2) Chuva, vento, gelo e sol desgastam a rocha formando fendas, rachaduras e buracos (intemperismo físico).
3) Intemperismo físico continua, organismos colonizadores se estabelecem sobre as rochas, e microrganismos como bactérias e algas se depositam nestes espaços, ajudando a decompor a rocha através das substâncias produzidas e eliminadas (ácidos orgânicos).
4) Ocorre acúmulo de água e restos dos organismos; ervas e arbustos se estabelecem sobre os restos da matéria orgânica decomposta.
5) Organismos maiores como árvoretas, fungos e musgos, começam a se desenvolver nesse ambiente.
6) O solo vai ficando mais espesso e outros vegetais vão surgindo, além de pequenos animais como minhoca, nematoides, protozoários, artrópodes etc.
7) Vegetais maiores árvores altas colonizam o ambiente, protegidos pela sombra de outros.
8) O processo continua até atingir o equilíbrio, determinando a paisagem de um local.


PERFIL DO SOLO

Se você cavar um buraco com uma poderá ver que o solo tem camadas com se diferenciam principalmente na cor e na textura. Ao observar um poço aberto recentemente, notará diferentes camadas de solo, com cores e texturas variadas. Essas camadas são conhecidas como horizontes do solo, e apresentam características químicas, físicas e biológicas distintas. Os horizontes do solo, segundo as classificações mais comuns, são:

Horizontes do solo (proenem)

Um horizonte do solo é uma camada paralela à superfície do solo, formado pela ação do intemperismo sobra a rocha matriz, cujas características físicas, químicas e biológicas diferem das camadas acima e abaixo. 

Dependendo dos fatores que afetam o intemperismo, os solos terão características e propriedades físicas, químicas e físico-químicas diferenciadas. Poderão ser argilosos ou arenosos; vermelhos, amarelos ou cinza-esbranquiçados; ricos ou pobres em matéria orgânica; espessos (profundos) ou rasos; homogêneos ou estruturados em horizontes bem definidos.

O clima é o fator que mais influencia o intemperismo, principalmente a precipitação pluviométrica (chuvas) e as variações de temperatura. São elas as principais responsáveis pela natureza e velocidade das reações químicas que ocorrem na formação do solo.

O relevo determina a velocidade de escoamento das águas superficiais, afetando assim a quantidade de água que se infiltra no solo e, como decorrência disso, a maior ou menor remoção de componentes solúveis.

A matéria orgânica (M.O.) existente no solo tem grande influência nas reações químicas, liberando CO2, por exemplo, e afetando o pH da água, o que tem reflexos na solubilidade do alumínio.

O tempo de exposição da rocha, às intempéries, naturalmente, é fundamental, pois quanto mais exposta ela fica, mais sofre desagregação e decomposição.

O tipo de rocha, por fim, é também importante. Dependendo da composição mineralógica, as rochas podem ser muito alteráveis (como os mármores), enquanto outras (como quartzitos) são muito resistentes ao intemperismo.

Os horizontes são definidos em muitos casos por características físicas óbvias, principalmente cor e textura e composição.

Essas divisões em camadas são chamadas de perfil do solo. Essas camadas podem ser identificadas em termos de diferenças de cor, textura, espessura e estrutura. 

Convencionou-se dar um nome as camadas ou horizontes. Assim, as camadas são classificadas por letras maiúsculas: O, A, E, B, C e R. Juntas, elas são chamadas de horizontes principais.

Horizonte O: a camada superior, constituída por matéria orgânica em diferentes estágios de decomposição, ou húmus, o que lhe confere uma cor escura,  com pouquíssima quantidade de minerais.

Horizonte A: a camada mineral onde ocorre a maior parte da atividade das raízes. É considerada a camada mais produtiva do solo.

Horizonte E: consiste em partículas de areia e silte. É de aparência esbranquiçada devido à lixiviação dos minerais pela água das chuvas. 

Horizonte B: conhecido como subsolo, é a área onde se acumulam os minerais lixiviados. Geralmente é denso, de cor clara e pobre em matéria orgânica.

Horizonte C: o substrato que consiste em material de origem desintegrado, com menos argila e outros sedimentos. Este horizonte apresente fragmentos de rocha de diferentes tamanhos em processo de intemperismo químico.

Horizonte R: é a camada de rocha que dá origem ao solo; é a última camada do solo. Por ser o leito rochoso e a camada mais profunda e dura não é considerado como solo.

Exemplos de modelos de horizontes do solo:
 


Horizontes do solo (Fontes: WP, agrofuturomil)






PEDOLOGIA

Pedologia, do grego antigo, πέδον, pedon, solo; e λόγος, logos, estudo é uma disciplina constituinte da ciência do solo que se concentra na compreensão e caracterização do solo, estudo de sua formação, evolução,  no contexto do ambiente natural, climático, geográfico e geológico.
 

O solo não é apenas um suporte para a vegetação, mas também uma pedosfera, i.e. o locus de inúmeras interações entre o clima (água, ar, temperatura), a vida do solo (microorganismos, plantas, fungos e animais) e seus resíduos e restos, o material mineral da rocha original e adicionada, e sua posição na paisagem. Durante a sua formação e génese, o perfil do solo aprofunda-se lentamente e desenvolve camadas características, denominadas 'horizontes', enquanto se aproxima um equilíbrio de estado estacionário.

A pedologia é frequentemente vista como um dos dois principais ramos da investigação do solo, sendo o outro a edafologia, que é tradicionalmente mais orientada para a agronomia e se concentra em como as propriedades do solo influenciam as comunidades de plantas (naturais ou cultivadas). Ao estudar a fenomenologia fundamental dos solos, por ex. formação do solo (também conhecida como pedogênese), os pedólogos prestam atenção especial à observação da morfologia do solo e das distribuições geográficas dos solos, além de investigar o solo em contextos temporais e espaciais maiores.

Na Pedologia, o solo é definido como uma “coleção de corpos naturais, constituídos por partes sólidas, líquidas e gasosas, tridimensionais, dinâmicos, formados por materiais minerais e orgânicos que ocupam a maior parte do manto superficial das extensões continentais do planeta, contêm matéria viva e podem ser vegetados na natureza onde ocorrem e, eventualmente, terem sido modificados por interferências antrópicas” (EMBRAPA, 2013, p. 27).

A formação do solo ocorre a partir da alteração (intemperismo) do material de origem (rocha ou sedimento) causada pelos organismos e pelo clima, em um determinado tempo e com o controle do relevo. Assim, os fatores de sua formação são: material de origem, clima, organismos, relevo e tempo que atuam de forma integrada e concomitante.

Quem diria que o solo poderia ter tantas camadas! Ajudar as plantas a crescer é uma responsabilidade crítica, por isso faz sentido que haja algumas nuances e complexidade na “sujeira” do mundo. Assim como o vinho, o solo leva tempo para se formar e atingir seu pico. Afinal, não é uma tarefa fácil literalmente ser responsável pela manutenção de toda a biosfera.


Principais horizontes e camadas dos solos

O solo se estrutura em várias camadas horizontais diferentes em cor, textura, composição etc. Cada uma dessas camadas é um horizonte do solo e seu conjunto constitui o que se chama de perfil do solo.

Horizonte Hístico, ou humoso: H ou O

É um horizonte de constituição orgânica, em que o teor de carbono orgânico deve ser ≥ 8%. O horizonte hístico pode ser formado em ambientes com excesso de água (encharcados), como várzeas, pântanos, mangues, etc. Nesse caso, ele é reconhecido como horizonte H
Em ambientes sem encharcamento (sem saturamento de água) esse horizonte recebe a denominação de horizonte O. Geralmente são horizontes formados por vegetação florestal, onde o aporte de matéria orgânica é muito grande.

É um horizonte de coloração preta, cinzenta muito escura ou castanho-amarronzado, em que predominam características relacionadas ao elevado teor de matéria orgânica
É resultante de acumulações de resíduos vegetais, em graus variáveis de decomposição, depositados superficialmente. Mesmo após revolvimento da parte superficial do solo (por aração), os teores de carbono orgânico (Valladares, 2003), após mescla com material mineral oriundo de horizontes ou camadas inferiores, mantêm-se elevados e superiores ou iguais a 80 g kg-1. (Embrapa)

O horizonte hístico é formado em dois ambientes distintos:

a. Horizonte O hístico
Formado a partir de materiais depositados em condição de drenagem livre (saturados com água por menos de 30 dias consecutivos no período das chuvas), sem estagnação de água, condicionados, sobretudo, pelo clima úmido, frio e de vegetação alto-montana. Pode estar assentado sobre contato lítico, contato lítico fragmentário ou qualquer tipo de horizonte (A, B ou C);

b. Horizonte H hístico
Formado a partir de materiais depositados sob condições de excesso de água, por longos períodos ou por todo o ano, ainda que, no presente, tenha sido artificialmente drenado. Geralmente estão assentados sobre horizonte C, em alguns casos, por influência de drenagem artificial, sobre horizontes A e B. Podem ocorrer à superfície ou estar soterrados por material mineral.

O horizonte hístico deve atender a um dos seguintes requisitos:

a. Espessura maior ou igual a 20 cm.

b. Espessura maior ou igual a 40 cm quando 75% ou mais do volume do horizonte for constituído de tecido vegetal na forma de restos de ramos finos, raízes finas e cascas de árvores, excluindo as partes vivas;

c. Espessura de 10 cm ou mais quando sobrejacente a um contato lítico ou lítico fragmentário ou a um horizonte e/ou camada constituído por 90% ou mais (em volume) de material mineral com diâmetro maior que 2 mm (cascalhos, calhaus e matacões). (Embrapa)

Horizonte A
É um horizonte de constituição mineral, cujas características (cor, estrutura e consistência) são associadas à presença de matéria orgânica decomposta, húmus.

Horizonte E
Horizonte de constituição mineral, cujas características (como cor e textura, principalmente) indicam perda de argila ou húmus por transporte de material. A letra E está associada ao processo de eluviação (perda) que, quando é muito acentuada, deixa o horizonte E completamente branco (presença marcante de areia), recebendo a adjetivação de horizonte E álbico.

Horizonte B
Horizonte de constituição mineral, cujas características (cor, textura, estrutura, etc.) refletem a atuação dos processos de formação do solo. Geralmente, o horizonte B já não apresenta características do material de origem, pois elas já foram alteradas pela pedogênese.

Horizonte C
É de constituição mineral, sendo considerado horizonte quando formado pela alteração do material de origem, ou seja, associado ao intemperismo da rocha (formação in situ) e, muitas vezes, ainda apresenta alguma característica da rocha matriz.

Horizonte R
É a camada de rocha não alterada, a própria rocha matriz que deu origem a todas as camadas superiores do solo.


MINERAIS DO SOLO

Minerais primários

Os minerais primários são herdados do material originário; mantém-se praticamente inalterado na sua composição. Como exemplos de minerais primários que se podem encontrar nos solos, são: 
Quartzo, 
feldspatos, 
Plagioclases, 
micas,
Piroxenas, 
anfíbolas, e 
Olivinas, entre outros.

Argila (grãos com diâmetro menor do que 2μm (diâmetro <0,002 mm)).
São silicatos de alumínio no estado cristalino pertencentes ao grupo dos filossilicatos (silicatos que formam lâminas) e constituem partículas de .

Os grupos principais são: 
Caulinita; 
Talco-Pirofilitas; 
Esmectitas - inclui a montmorilonita; 
Vermiculitas;
Micas - inclui micas hidratadas (ilita); 
Cloritas.
Entretanto os três grupos mais representativos são: Caulinita; Montmorilonita e Ilita.

A expansão das unidades tetraédricas com um cátion central de Si rodeado por O2- ou OH e unidades octaédricas com cátion central de Al, Fe ou Mg, rodeado de OH ou O2-. Desta forma a argila se apresenta em camadas tetraédrica de sílica com os átomos de Si num plano intermédio; camada octaédrica de alumina, com átomos de Al, Mg ou Fe no plano intermédio.

Os minerais primários mais abundantes nos solos são o quartzo e os feldspatos que são os mais abundantes nas rochas da crosta terrestre e são os mais resistentes. o A presença de olivina, augita, horneblenda ou plagioclase cálcica, indicam um estádio inicial de meteorização das rochas e de evolução do solo. o Um solo derivado de rochas com quartzo, feldspatos e minerais ferromagnesianos e em que predominam o quartzo e o feldspato potássico como minerais primários será um solo muito mais evoluído.

Minerais secundários

Os minerais secundários mais frequentes no solo são:
 Minerais de argila (silicatos de alumínio no estado cristalino), 
silicatos não cristalinos; 
óxidos e hidróxidos de alumínio e ferro; 
carbonatos de cálcio e de magnésio.


PRINCIPAIS TIPOS DE SOLOS

I. SOLO ARENOSO
Também chamado de solo leve ou com textura leve, o solo arenoso é o nome dado para aqueles solos que se destacam pela grande proporção de areia em sua composição (70% ou mais) e menor parte em argila (15% ou menos).

Solo arenoso (todamateria)

Características do solo arenoso

1) Consistência granulosa (grãos grossos, médios e finos).
2) Alta porosidade e permeabilidade, devido ao arranjo das partículas.
3) Pouca umidade.
4) Cores claras.
5) Pobre em nutrientes e água.
6) apresenta grandes poros (macroporos) entre os grãos de areia. 
7) Baixo teor de matéria orgânica.
8) Deficiência em cálcio.
9) pH ácido.
10) Alta possibilidade de erosão.
11) Também chamado de solo leve, devido à baixa concentração de água em sua composição.
12) Típico de regiões áridas e semiáridas, esse tipo de solo é comum na região Nordeste do Brasil.
13) Dependendo dos materiais presentes em sua composição, sua coloração pode variar.
14) Tem como principais características a sua composição granulada, com alta permeabilidade. Além disso, não retém água e é pobre em nutrientes.
15) Grande dificuldade de cultivo nesse tipo de solo é alta, sendo possível plantar apenas algumas espécies.


II. SOLO ARGILOSO

Solo argiloso (agropos)
O solo argiloso possui coloração vermelho-escura, é uma terra úmida e macia, composto por mais de 30% de argila, alumínio e ferro. Todo solo argiloso tem grande microporosidade. O solo argiloso retém muito mais água em relação aos outros tipos de solo,

Características do solo  argiloso

1) Predominância de partículas de argila: (embora possua silte e areia).
2) Teor de argila de 35% a 60%.
3) Cor vermelho escuro.
4) Pouco permeável.
5) Encharcam-se facilmente após a chuva. 
6) Muitos minerais por isso retém nutrientes e água.
7) Solo com alto teor de nutrientes minerais.
8) Solo muito fértil.

Outras características
9) Excesso de carga eléctrica negativa que permite reter cátions.  
10) Grande superfície específica que permite uma grande capacidade de retenção de água. 
11) Expansibilidade com a absorção de água (solo plástico, pode ser moldado).  
12) Sujeitos a dispersão e floculação.
13) Importantes para a formação e manutenção dos agregados do solo.
14) Formam ligações estáveis com a matéria orgânica do solo.

O terreno argiloso caracteriza-se pelos grãos microscópicos, de cores vivas e de grande impermeabilidade. Como consequência do tamanho dos grãos, as argilas: 
* são fáceis de serem moldadas com água;
* Têm dificuldade de desagregação.
* Formam barro plástico e viscoso quando úmido.
* Permitem taludes com ângulos praticamente na vertical. É possível achar terrenos argilosos cortados assim onde as marcas das máquinas que fizeram o talude duraram dezenas de anos.
Os solos argilosos distinguem-se pela alta impermeabilidade. Esse tipo de solo são tão impermeáveis que tornaram-se o material preferido para a construção de barragens de terra (agropos).


III. SOLO HUMÍFERO OU HÚMICO 
O Solo Humífero, humoso ou húmico, é um tipo de solo, também conhecido como terra preta. Apresenta cerca de 70% de húmus, materia orgânica em decomposição, organismos vivos (biota do solo), água e ar.
É o solo ideal para o cultivo, pois é arejado, permeável sem encharcar-se, e fornece grande parte dos nutrientes necessários às plantas. 


Solo humífero (mundoecologia)


Solo humífero (geosensori)

1) Predominância de matéria orgânica, composto por 70% de matéria orgânica.
2) Cor preta ou marrom escuro. 
3) É um tipo específico de solo conhecido também como solo humoso ou Húmico, ou terra preta.
4) Na natureza, é encontrado em áreas úmidas, próximas às florestas e matas. 
5) Solo muito fértil.
6) É permeável (facilita a penetração da água) e retém muita umidade.
7) Não se encharcam.
8) Solo levemente ácido. 
9) É produzido naturalmente por bactérias e fungos da terra, atuando sobre a matéria orgânica.
10) tem aspecto úmido, arejado e fofo.


IV. SOLO MINERAL
O solo mineral é derivado de minerais ou da rocha-mãe, contém muitos minerais de uns poucos tipos, porém possui pouca ou nenhuma matéria orgânica. Apesar de apresentar minerais é um solo raso e pouco fértil, não retendo água para as plantas. 

Solo mineral (escolakids)

1) Contém um grande número de rochas em sua composição. 
2) Geralmente é impróprio para cultivo, pois as rochas não permitem que as raizes das plantas desenvolvam-se.
3) É um solo Pobre em nutrientes orgânicos.
4) Solo pobre em nutrientes minerais (normalmente possui apenas alguns poucos tipos de minerais).
5) Solo com pouca água.


MANEJO E PREPARO DO SOLO

O manejo do solo consiste em várias práticas de cultivo executaras no solo, que tem por objetivo evitar que ocorra degradação das características químicas, físicas e biológicas desse solo e, assim, permitir que a exploração seja duradoura e sustentável (modif. Melo, 2021).


ADUBAÇÃO

A adubação é a prática agrícola de repor os nutrientes do solo, e é fundamental para garantir a qualidade das plantas. Através dos fertilizantes ou adubos, as culturas são nutridas com os elementos (os nutrientes) essenciais para terem um crescimento e desenvolvimento adequados, o que impacta diretamente na sua produção (quantidade de folhas, flores, frutos, sementes, raizes) e consequentemente no lucro (modif. aegro).

Nutrientes
Assim como nós, as plantas são seres vivos e necessitam de alimentos para crescerem e se desenvolverem de forma saudável. 
Os alimentos das plantas são fornecidos pelo solo, que, além de sustentá-las, é o depósito das substâncias das quais os vegetais se alimentam.(embrapa)

Essas substâncias alimentícias são chamadas de nutrientes, e são todos os elementos, ou compostos químicos, que os seres ingerem para garantir o funcionamento do metabolismo e das ações celulares de seu corpo. Em resumo: os nutrientes são o combustível e a matéria-prima para a vida.

No caso das plantas, os nutrientes são classificados em dois grupos: macronutrientes e micronutrientes. 

Macronutrientes
Os macronutrientes são os elementos que a planta necessita em quantidades elevadas, i.e., em grandes quantidades. 
Os macronutrientes mais importantes para o desenvolvimento das plantas são o nitrogênio (N), o fósforo (P) e o potássio (K), mais conhecido por NPK. (Modif. Alcântara). Total dos macronutrientes: N, P, K, Ca, Mg e S. Além desses são essenciais para as plantas o cálcio (Ca), o magnésio (Mg) e o enxofre (S). 

Macronutrientes: N, P, K, Ca, Mg e S 
São elementos exigidos em maiores quantidades (em quilogramas/hectare) pelas culturas. 

Micronutrientes
Os micronutrientes, são aqueles nutrientes que as plantas precisam em quantidade muito pequena.

Os principais micronutriente, usados pelas plantas são: boro (B), cloro (Cl), molibdênio (Mo), cobre (Cu), ferro (Fe), zinco (Zn) e manganês (Mn).
Os micronutrirentes: B, Cl, Cu, Fe, Mn, Mo, Zn, (Si) e (Ni), são exigidos em menores quantidades (em gramas/hectare) pelas culturas.

Tanto os macronutrientes como os micronutrientes são necessários para o bom desenvolvimento das plantas e para a formação de flores e frutos saudáveis. Quando o solo não possuir esses nutrientes nas quantidades exigidas pelas plantas, é necessário que coloquemos neles os fertilizantes, também chamados de adubos. 

Por causa principalmente do clima, a maioria dos solos tropicais tem níveis de acidez de médio a alto (pH em água < 6,0) e baixos teores de elementos essenciais.
No entanto, a adição de adubos no solo tem que ser feita de forma sustentável, com a preservação do meio ambiente e a melhoria da qualidade das plantas.(embrapa).


ARAÇÃO

Aração ou arada é o processo de revolver o solo ou terreno agrícola com um arado. O arado é um equipamento mecânico tracionado por animais ou trator. Sua finalidade é descompactar a terra para melhorar o desenvolvimento das raízes. Expõe os horizontes A, E, B, C ou subsolo à ação do sol, ajudando a aumentar a temperatura e apressar o degelo em latitudes elevadas. Também enterra restos de culturas agrícolas anteriores ou plantas competidoras que porventura existam na área. Melhora a entrada de ar no solo e melhora ainda a infiltração de água nas camadas mais profundas do solo. A aração foi uma das grandes invenções da humanidade, por permitir a produção de crescentes quantidades de alimentos e o estabelecimento de populações estáveis.


Aração com tração animal

Aração com tração mecânica


CALAGEM

É uma etapa do manejo e preparo do solo para o cultivo agrícola em que materiais de caráter básico, como o calcário (calcário dolomítico e calcário calcítico) são adicionados ao solo. 
A calagem serve para diminuir (neutralizar) a acidez do solo, ou seja, aumentar seu pH, além de fornecer cálcio e magnésio para as plantas. 
Uma calagem adequada pode fazer grande diferença na produtividade final da lavoura, melhorando o retorno financeiro. (modif. aegro).

(Google images)

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Benefícios da calagem para nutrientes
Aumenta a disponibilidade da maioria dos nutrientes;
fornece nutrientes para as plantas: como os íons cálcio e magnésio;
aumenta a disponibilidade de fósforo;
diminui as perdas de bases (K. Ca e Mg) por lixiviação.

Benefícios para raízes
Diminui a disponibilidade de alumínio (tóxico para a planta);
o cálcio estimula o crescimento de raízes;
aumento do sistema radicular e maior exploração de água e nutrientes.

Benefícios para o solo e planta
Auxílio na tolerância à seca;
Aumentar a mineralização da matéria orgânica com consequente maior disponibilidade de nutrientes;
Favorecer a fixação biológica de nitrogênio;
Aumenta a agregação do solo, diminuindo a compactação;
Melhora as propriedades físicas e biológicas do solo;
Estímulo ao desenvolvimento da vida microbiana.(aegro).

1. Reduz a acidez do solo
A vantagem número um da nossa lista não poderia ser outra. Afinal, a popularidade do calcário se deve, em grande parte, por seu efeito neutralizador de acidez. No Brasil, isso é extremamente relevante, pois uma grande extensão de solos do país são ácidos. Portanto, por meio da técnica de calagem, o agricultor consegue corrigir o pH do solo para uma condição favorável para o plantio.(yarabrasil)

2. Fornece cálcio e magnésio
O segundo benefício do uso do calcário é o aumento no fornecimento de Cálcio (Ca) e Magnésio (Mg) para as plantações, macronutrientes essenciais e que agregam mais qualidade na nutrição das plantas.(yarabrasil)

3. Estimula o crescimento radicular
O calcário, por meio da alta quantidade de Cálcio (Ca), também atua como estimulante para o desenvolvimento e crescimento radicular.
Isso significa que, com o aumento do desenvolvimento radicular, o Ca contribui aumentar a eficiência da absorção de água e de outros nutrientes essenciais. Com isso, as plantas ficam mais resistentes, contribuindo para maior produtividade na lavoura.(yarabrasil)

4. Diminui a toxicidade do solo
O Alumínio (Al) e o Manganês (Mn) disponíveis no solo são elementos que se destacam quando o assunto é toxicidade dos solos, pois limitam o crescimento radicular e o desenvolvimento saudável das plantas. Isso faz com que a produtividade das plantações e colheitas sejam reduzidas e a lucratividade dos agricultores seja prejudicada.(yarabrasil)


5. Diminui a fixação de Fósforo (P)
O Fósforo (P) é um nutriente muito importante na agricultura. Porém, quando os solos têm uma fixação muito elevada desse elemento, ele se torna indisponível para as plantas. Essa deficiência de Fósforo (P) prejudica o desenvolvimento saudável das culturas e afeta diretamente na produtividade. Com a aplicação de calcário no solo, esse tipo de problema é reduzido, e o P torna-se mais disponível para a planta. Afinal, uma de suas competências é garantir que essa fixação seja diminuída.(yarabrasil)

6. Melhora as propriedades físicas do solo
Outra vantagem que a aplicação de calcário no solo promove é o aumento da fixação biológica de nitrogênio (N) em culturas leguminosas, pois beneficia as bactérias responsáveis por realizarem esse processo. Com isso, o as plantas recebem muito mais N e conseguem se desenvolver melhor (yarabrasil).


DRENAGEM

Quando os solos têm excesso de água, acumulando-a por qualquer motivo natural ou artificial, é recomendado proceder sua drenagem, para que o solo ganhe maior e melhor resistência, aeração e estruturação.

Algumas das principais vantagens da drenagem dos solos, principalmente do ponto de vista agrícola.

Saneamento das áreas inundadas;
Recuperação de solos alcalinos ou salinos;
Controle da salinidade;
Aumento da produtividade agrícola do terreno e;
Incorporação de novas áreas agricultáveis, ou seja, a transformação de brejos e pântanos e outras zonas úmidas em áreas de produção agrícola.

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IRRIGAÇÃO

Irrigação é uma técnica utilizada na agricultura desenvolvida durante o império persa aquemênida, que tem, por objetivo, o fornecimento controlado de água para as plantas em quantidade suficiente e no momento certo, assegurando a produtividade e a sobrevivência da plantação. Complementa a precipitação natural e, em certos casos, enriquece o solo com a deposição de elementos fertilizantes.

Tipos

Regadio
Gotejamento
Aspersão
Sulco
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ROTAÇÃO DE CULTURAS

A rotação de culturas consiste em alternar espécies vegetais no decorrer do tempo, numa mesma área agrícola, numa sequência planejada de cultivo de diferentes culturas, preferencialmente com sistemas de raízes diferentes entre si, como por exemplo, gramíneas e leguminosas, no inverno ou no verão, onde cada espécie desenvolve um efeito residual positivo para o solo e para o meio ambiente ou para a cultura sucessora (embrapa).

Então a rotação de culturas consiste em alternar, anualmente, espécies vegetais numa mesma área agrícola. As espécies escolhidas devem ter, ao mesmo tempo, propósitos comercial e de recuperação do solo. As vantagens da rotação de culturas são inúmeras. Além de proporcionar a produção diversificada de alimentos e outros produtos agrícolas, se adotada e conduzida de modo adequado e por um período suficientemente longo, essa prática melhora as características físicas, químicas e biológicas do solo, auxilia no controle de plantas daninhas, doenças e pragas, repõe a matéria orgânica e protege o solo da ação dos agentes climáticos e ajuda a viabilização do Sistema de Semeadura Direta e dos seus efeitos benéficos sobre a produção agropecuária e sobre o ambiente como um todo. Além disso, a rotação de culturas viabiliza uma utilização mais intensa de máquinas e equipamentos, reduzindo o custo do capital imobilizado do empreendimento agrícola. (embrapa).





Atividade

Leia essa pequena coleção de livros cheios de conhecimentos novos, e se você quiser pode colocar em prática na sua casa: 

Hortaliças 

Agricultura na cidade 

Um amigo chamado alho

Aula de alimento orgânico 

Escola um livro e resolva um caça palavras ou cruzadinha e poste no seu blog
Vale um bônus na nota



PROBLEMAS NA CONSERVAÇÃO DO SOLO


Erosão

Erosão é um processo natural de desgaste do solo, geralmente ocorrendo de áreas mais altas para mais baixas. Pode ser agravada pelas ações do ser humano, como o desmatamento.

É o desgaste da superfície terrestre pela ação mecânica e química da água corrente, das intempéries ou de outros agentes geológicos.


Erosão é um processo de desgaste que age transformando e modelando a crosta terrestre. Esse processo natural pode ser desencadeado pela ação das águas, dos ventos, das geleiras, provocando erosão pluvial, erosão marinha, fluvial, eólica e glacial.

Desmatamento da mata ciliar

O desmatamento em geral e da mata ciliar em particular é uma das principais causas da erosão do solo. O desmatamento é a perda ou retirada da cobertura vegetal de florestas, campos, cerrados, etc., deixando o solo nu, sem a proteção da cobertura vegetal. 

Em uma floresta, as árvores servem de anteparo para as gotas da chuva, que escorrem pelos troncos, infiltrando-se no solo, evitando o impacto direto da chuva com o solo. Além disso as raízes ajudam a reter o solo, evitando a sua desagregação. Uma gota de chuva chega ao solo com uma velocidade de 38Km/h, esse impacto desagrega o solo e mobiliza esse material que é carreado na corrente superficial da água. O solo descoberto é alvo fácil para a água da chuva e o vento exercerem sua ação erosiva e destruidora. (modif. de significados).

Cerca de 38 km/h, essa velocidade vale para uma gota de 4mm de diâmetro, que é o tamanho máximo que uma gota de chuva pode atingir, devido à resistência do ar.

Assoreamento

O assoreamento é o depósito de areia no leito do rio resultado da erosão provocada pela retirada da cobertura vegetal de suas margens, i.e., da mata ciliar, com isso, as águas da chuva arrastam uma grande quantidade de terra, formando bancos de areia ao longo do leito do rio, reduzindo sua capacidade, sua navegabilidade e muitas vezes modificando o seu percurso.

Resultados da erosão: sulco, ravina e voçoroca. 

Segundo Gomes (2021), sulcos, ravinas e voçorocas - isto é formação de grandes buracos de erosão causados pela chuva e intempéries, em solos onde a vegetação é escassa e não mais protege o solo, que fica cascalhento e suscetível de carregamento por enxurradas - estão presentes em praticamente todo o Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil e geralmente estão associados ao uso do solo, ao substrato geológico, ao tipo de solo, às características climáticas, hidrológicas e ao relevo. O desenvolvimento das ravinas e voçorocas descrito na literatura brasileira é geralmente atribuído a mudanças ambientais induzidas pelas atividades humanas.


Sem vegetação (cobertura vegetal) o solo se encharca mais facilmente e perde a capacidade de reter a água, e as encostas correm maior risco de desmoronarem, o que causa deslizamentos de terra com graves consequências.

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Florestas naturais
O solo com área coberta por vegetação é naturalmente mais poroso e consegue manter suas partículas juntas, impedindo que sejam facilmente levadas pela água. Desta forma, a água fica retida entre os grãos de solo e raízes das plantas por mais tempo e é liberada gradualmente

As raízes asseguram a terra firme e abastecem o lençol freático

As raízes das plantas fixas seguram a terra, absorvem a umidade e desempenham papel-chave levando água para abastecer o lençol freático. As raízes permitem também que a água da chuva chegue a maiores profundidades alcançando o lençol freático.

As copas das árvores reduzem o vendo e reduzem o impacto mecânico da queda das gotas da chuva

Como vimos as copas das árvores também têm um papel fundamental na redução da força do vento, diminuindo a velocidade das gotas da chuva e o impacto da água e do vento no solo.

O desmatamento, a mineração, o agronegócio e as construções irregulares nas encostas aceleram o processo de erosão. Esta transfere sedimentos das partes mais elevadas para as áreas mais baixas. Sem proteção das matas, as chuvas viram enxurradas, que levam tudo que vê pela frente, inclusive lixo e resíduos de agrotóxicos aplicados nas proximidades (modif. de arvoreagua).


Plantas cultivadas
Pouca folhagem, quando comparadas com as plantas em florestas; plantas afastadas uma das outras e não formam uma rede capaz de reter as partículas do solo, 

Criação de gado
Pisoteio: causa compactação do solo o que bloqueia a passagem do ar e da água para camadas mais profundas do solo, o que torna esse solo mais propenso a erosão. 

Solo nu
Quase toda água da chuva escoa sobre o solo levando toda a camada superficial de matéria orgânica e minerais (camadas O, A, E) tornando o solo infértil e improprio para a agricultura. 

Mata ciliar
A retirada da mata ciliar acelera a perda do solo por assoreamento. sem a rede de raízes que protegem o solo os sedimentos se desagregam e são carreados para os rios e se depositam no fundo tornando o rio mais raso o que leva a alagamentos e inundações já que a vazão do rio diminui. E tudo isso afeta as espécies que vivem no rio devido ao aumento da turbidez da água.

SOLUÇÕES

Terraceamento


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Curvas de nível


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O plantio em curva de nível é uma técnica agrícola que visa otimizar a utilização da terra de forma sustentável. Essa prática consiste em realizar o plantio seguindo as linhas do relevo, acompanhando a topografia do terreno. Ao adotar essa abordagem, os agricultores conseguem minimizar a erosão do solo e maximizar a retenção de água, promovendo benefícios significativos para o cultivo e para o meio ambiente (Soares, 2024).


QUEIMADAS

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As queimadas em área de floresta atingiram o pico no ano de 2022 e destruíram 2,8 milhões de hectares, segundo dados divulgados pelo Monitor do Fogo do MapBiomas. O número é 93% maior em relação a 2021. Do total, 85% dessas queimadas ocorreram na Amazônia, bioma mais afetado pelo fogo.

Consequências das queimadas

Destruição do solo: destruição dos microrganismos do solo  (mata a biota do solo)
queima da matéria orgânica 
Desagrega as partículas do solo tornando-o mais propenso aos efeitos da erosão, o que leva ao seu empobrecimento.

AGROTÓXICOS
Brasil maior consumidor de venenos do planeta: mais de 400 tipos aprovados no pais, destes mais da metade são proibidos no mundo.

Não existe agrotóxico seguro, todos penetram na teia alimentar, concentrando-se nos predadores de topo.
Contaminação da água 
Contaminação do solo
Atua em todas as espécies, não é seletivo.
Matam indiscriminadamente insetos inclusive os benéficos como abelhas, borboletas, vespas... polinizadores






EXERCÍCIOS


1) O solo é a ________ da crosta terrestre, resultado da ação conjunta de diversos fatores. Esse recurso natural é formado, principalmente, pelo _______ da rocha-mãe e pela ______ de matéria orgânica.

As lacunas do texto são preenchidas corretamente na ordem que aparecem por:

A) camada inorgânica, surgimento e variação.
B) camada superficial, desgaste e decomposição..
C) camada orgânica, depósito e acumulação.
D) principal camada, complexo e variação.
E) camada superficial, surgimento, ausência.

2) Solo é a camada superior da superfície terrestre, onde se fixam as plantas, que dependem de seu suporte físico, água e nutrientes. Uma representação de um perfil de solo é mostrado na figura abaixo. Sobre o perfil apresentado, é correto afirmar que:

a) O horizonte (ou camada) O corresponde ao acúmulo de material orgânico que é gradualmente decomposto e incorporado aos horizontes inferiores, acumulando-se nos horizontes B e C.

b) O horizonte A apresenta muitos minerais não alterados da rocha que deram origem ao solo, sendo normalmente o horizonte menos fértil do perfil.

c) O horizonte C corresponde à transição entre solo e rocha-mãe, apresentando, normalmente, em seu interior, fragmentos de rocha não alterados..

d) O horizonte B apresenta baixo desenvolvimento do solo, sendo um dos primeiros horizontes a formar-se e o horizonte com a menor fertilidade em relação aos outros.

e) O horizonte B é mais importante que o horizonte O, pois suas rochas ainda não sofreram intemperismo, mantendo-se saudável. 


3) Marque V para verdadeiro e F para falso.

A) ( ) O solo é a camada superficial da Terra, sendo formado por minerais e matéria orgânica, que vêm da composição dos animais e dos vegetais.

B) ( ) O ser humano utiliza o solo como recurso para sua manutenção e sobrevivência.

C) ( ) O solo arenoso tem uma pequena quantidade de areia e é rico em nutrientes.

D) ( ) O solo argiloso apresenta uma grande quantidade de nutrientes e possibilita a criação de animais.

E) ( ) O solo humoso é também conhecido como terra preta e é muito rico em nutrientes, devido à grande quantidade de matéria orgânica.

F) ( ) O solo calcário é de fácil identificação, pois contém um grande número de pedras em sua composição e é um solo pouco profundo.




4) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo, referentes à constituição e à formação dos solos.

( ) O horizonte A de um perfil de solo é a camada mineral mais próxima à superfície e caracteriza-se pela concentração de matéria orgânica.

( ) Os solos das regiões áridas e semiáridas, quando comparados aos solos das regiões úmidas, comumente apresentam grandes quantidades de argila e de matéria orgânica.

( ) Nas áreas de declividade acentuada, os solos são mais rasos porque a alta velocidade de escoamento das águas diminui a infiltração e, consequentemente, o intemperismo.

( ) A acidificação dos solos é um processo que ocorre naturalmente na biosfera, porém os solos das regiões tropicais são submetidos o ano inteiro a altas temperaturas e à ação intensa das chuvas, favorecendo a formação de solos mais ácidos.(app).


4) As camadas horizontais de um solo são chamadas de horizontes. Essa classificação é baseada em critérios, como cor, textura e estrutura.


Observe o perfil de solo apresentado na imagem acima e relacione os horizontes com suas respectivas características.

I. Horizonte O
II. Horizonte A
III. Horizonte E
IV. Horizonte B
V. Horizonte C
VI. Horizonte R

a. Camada rica em fragmentos desprendidos da rocha-mãe.
b. Mistura de material orgânico e mineral, como argila e areia.
c. Horizonte rico em material infiltrado no solo, como sais minerais dissolvidos na água.
d. Camada superficial composta de grande quantidade de material orgânico, como restos de animais e vegetais.
e. Matriz mais arenosa do solo, onde ocorre remoção de argila e/ou matéria orgânica.
f. Rocha-mãe (material de origem).

A sequência correta é:

A) I.b. ; II.d. ; III.c. ; IV.f. ; V.a. ; VI.e.
B) I.a. ; II.f. ; III.e. ; IV.c. ; V.d. ; VI.b.
C) I.c. ; II.b. ; III.a. ; IV.d. ; V.a. ; VI.e.
D) I.d. ; II.b. ; III.e. ; IV.c. ; V.a. ; VI.f..





Baseando-se no esquema a seguir, que é uma simplificação do ciclo do carbono, pode-se afirmar que A, B e C representam, respectivamente:


A) Respiração, respiração e fotossíntese.
B) Respiração, fotossíntese e respiração.
C) Fotossíntese, respiração e respiração.
D) Respiração, fotossíntese e fotossíntese.
E) Respiração, fotossíntese e transpiração.




Com base no perfil do solo apresentado, o horizonte que sofreu menor ação dos agentes externos do intemperismo é caracterizado pelo(a)

A) acumulação de argila.
B) contato com a atmosfera.
C) proximidade com a rocha matriz.
D) predominância de cores escuras.
E) decomposição de matérias orgânicas.










CLASSES DE SOLO NO BRASIL

Segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (2006), no Brasil são reconhecidas 13 classes de solos, considerando apenas o primeiro nível categórico. A seguir será feita uma breve descrição dessas classes:

Solos brasileiros (Branco, 2014)

No Brasil existe um sistema oficial de classificação estabelecido pela Embrapa, o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS). Abaixo listamos as principais classes de solos e apresentamos a principal característica que os diferencia dos demais.(brasilescola)

A seguir, estão os principais tipos de solos brasileiros segundo pesquisas do igeológico, 2018.

Neossolos 
São solos jovens, sem horizonte B, formados em ambiente sem excesso de água. Como são solos muito heterogêneos, estes podem ser divididos considerando o segundo nível categórico.

Neossolos Regolíticos
Sequência possível de horizontes: A/C/R, com espessura do A+C > 50 cm. São solos normalmente associados aos locais de relevo mais movimentado, onde a taxa de pedogênese é baixa, ou onde a erosão é acentuada (processo de rejuvenescimento do solo). São solos altamente susceptíveis à erosão pela presença superficial do horizonte C. Ocorre pontualmente em todo o território brasileiro.

Neossolo Regolítico eutrófico. Fonte: Acervo da Embrapa Solos. Foto: Maria de Lourdes Mendonça Santos.

Neossolos Quartzarênicos 
Sequência possível de horizontes: A/C/R, sendo que as texturas dos horizontes A e C devem ser arenosas, ou seja, ter uma porcentagem de areia ≥ 70%. São solos associados a áreas de litologia de arenitos e quartzitos. Bastante comuns no semiárido, algumas áreas do sul e do cerrado brasileiro.

Perfil de Neossolo quartzênico no município de Brasilia de Minas, MG.

Neossolos Flúvicos 
Solos formados por camadas de sedimentos aluviais (depositados pelos rios). Ocorrem em todo o Brasil na margem dos rios. São muito heterogêneos e difíceis de ser caracterizados com relação à fertilidade e textura, pois cada camada pode possuir uma característica diferente devido o transporte de diferentes materiais pelos rios.

Perfil de Neossolo Flúvico

Neossolos Litólicos 
Sequência possível de horizontes: A/R; A/C/R, sendo que, no segundo caso, a espessura do horizonte A somada com a do horizonte C deve ser ≤ 50 cm. Ocorrem pontualmente por todo o território nacional, tendendo a se concentrar em áreas de relevo bastante movimentado. A principal limitação a seu uso agrícola é sua pequena espessura. Suas características de fertilidade e textura estão diretamente relacionadas às características do material de origem.

Perfil de Neossolo litólico com cascalhento. Município de Alexânia, GO.

Organossolos
Sequência possível de horizontes: O/A/B/C ou H/C. São solos que apresentam horizonte hístico (O ou H) com, no mínimo, 40 cm de espessura.

Perfil de Oganossolo no município de Catas Altas, MG.


Gleissolos
Possível sequência de horizontes: H/Cg (com H < 40 cm) ou A/C. São solos que ocorrem somente em áreas encharcadas (pântanos). O horizonte A é muito escuro e está sobre um horizonte C bem claro, com possível presença de mosqueados. O gleissolo são encontrados em áreas de várzeas, mangues, etc.

Perfil de Gleiosolo no município de Uberlândia, MG.

Chernossolos 
Sequência possível de horizontes: A/R; A/C/R e A/B/C/R. Solos pouco profundos com horizonte superficial A chernozêmico sobre horizonte B textural avermelhado, com argila de atividade e saturação por bases alta. Ocorrem em quase todas as regiões do Brasil, em pequenas extensões, geralmente associados às rochas pouco ácidas em climas com estação seca acentuada. 

Do ponto de vista químico, as rochas ígneas são classificadas em ácidas (mais de 66% de sílica), como o granito e o riolito; intermediárias (52 a 66% de sílica), como o sienito e diorito; básicas (45 a 52% de sílica), como o gabro e o basalto; e ultrabásicas (menos de 45% de sílica), como o peridotito.

A fertilidade do Chernossolo é bastante elevada, logo, as condições para o enraizamento em profundidade são muito boas, principalmente se a profundidade do solo for adequada.

Perfil de Chernossolo no município de Italva, RJ.

Vertissolos 
 São solos ricos em argila do tipo 2:1, sendo comum na região nordeste do Brasil. Em época seca, eles se contraem e, em função da contração, ocorre a formação de fendilhamentos profundos e rachaduras, na época úmida, se expandem. Normalmente, o material da superfície cai nessas fendas, gerando uma contínua mistura dos constituintes dos horizontes do solo, o que dificulta a formação do horizonte B. Por isso, normalmente, não apresenta horizonte B, tendo como sequência mais típica Av/Cv (o v indica características vérticas: expansão e contração do solo). A maior parte destes solos é pouco espessa, tendo menos de 2 metros de profundidade. Apresentam fertilidade alta, porém são difíceis de serem manejados. Quando seco, eles são extremamente duros e, quando úmidos, muito plásticos e pegajosos.

Perfil de Vertissolo no município de Floriano, PI.

Espodossolos 
Possível sequência de horizontes: A/E/Bh/C. Os espodossolos ocorrem em solos arenosos, condição que favorece a movimentação de húmus (podzolização). No horizonte Bh apresenta coloração escura. No processo de podzolização, parte do húmus estaciona no horizonte B e parte atinge o nível freático, consequentemente influenciando a coloração dos rios da região, que fica escura. Em razão ao húmus na água e pelo seu pH reduzido, há floculação e sedimentação no leito do rio, fazendo com que quase não haja sedimentos.

Espodossolo Humilúvico hidromórfico. 
Fonte: Embrapa Solos. Foto: Maria de Lourdes Mendonça Santos.

Plintossolos
Possível sequência de horizontes: A/Bf/C. O horizonte Bf é resultado de problemas de drenagem (com encharcamentos temporários), favorecendo a concentração de ferro e a formação de plintitas. Esta dificuldade de drenagem é gerada pela mudança drástica de porosidade dentro do perfil do solo. Quando há endurecimento da plintita (petroplintitas), o solo é denominado de plintossolo pétrico.

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Perfil de Plintossolo Pétrico, no município de Piracuruca, PI.

Argissolos
Tem como processo específico de formação o transporte de argila. Possível sequência de horizontes: A/E/Bt/C ou A/Bt/C. São solos que ocorrem somente em áreas encharcadas. A argila do Bt deve ser de baixa atividade (Tb). Esta é a segunda classe de solos mais comum no país, após a classe dos latossolos. É comum encontrar argissolos associados aos latossolos nas mesmas áreas, sendo que os latossolos ocorrem em locais mais planos e os argissolos, nos mais movimentados (mais inclinação). Os argissolos tendem a ser mais férteis que os latossolos, porém mais susceptíveis à erosão.

Perfil de Argissolo. Município de Brasilia de Minas, MG.

Nitossolos
Sofreram podzolização com movimentação de argila, porém nunca apresentam horizonte E. Possível sequência de horizontes: A/B nítico/C. 
O horizonte B nítico apresenta cerosidade (moderada a forte) e está associado a materiais de origem com pouco silício, não formando gradiente textural. A argila do B nítico também deve ser de baixa atividade (Tb), ou seja, CTC argila < 24 cmolc/kg. Os nitossolos mais comuns no Brasil estão associados a basalto e predominam na região sul do Brasil, nas áreas onde ocorreu o derrame basáltico.

Perfil de Nitossolo, entre os municípios Guiricema e Miraí, MG.

Luvissolos 
Sequência possível de horizontes: A/E/Bt/C; A/Bt/C. A argila do Bt deve ser de alta atividade (Ta), ou seja, CTC argila ≥ 24cmolc/kg, conjugada com % maior ou igual a 50%. Ocupam 15% da área do semiárido, predominando na região mais seca, o sertão. Este tipo de solos está associado a ambiente pouco lixiviado, e são solos extremamente férteis, porém rasos, raramente ultrapassando 2 m. 
Apresentam rochosidades (presença de restos da rocha de origem) misturadas no solo e na superfície. Normalmente, apresentam horizonte A fraco, pois o clima da região dificulta a produção de matéria orgânica.

Perfil de LUVISSOLO, com Horizonte B argila de alta atividade. Município de Viçosa, MG.

Planossolos
Formado por podzolização de argila, com transição abrupta do horizonte E para o B. É comum a ocorrência de mudança textural abrupta, gerando impermeabilização natural, o que pode acarretar a formação de um nível freático temporário suspenso no período chuvoso. Normalmente, há mosqueados no topo do B plânico. Possível sequência de horizontes: A/E/Bplânico/C.

Perfil de Planossolo, no municipio de Salinas, MG.

Cambissolos
Possível sequência de horizontes A/Bi/C. Não existe processo de formação ou característica definida para este tipo de solo. Está associado a áreas de relevo movimentado e, que normalmente é muito suscetível à erosão.

Perfil de Cambissolo, com horizonte B incipiente, no município de Mariana, MG.

Latossolos 
Os latossolos representam cerca de 50% dos solos do Brasil. Constituem solos com horizonte B latossólico e são, sob o ponto de vista pedogenético, os solos mais desenvolvidos da crosta terrestre. Possuem perfil muito profundo apresentando sequência de horizonte, A, B e C, com predominância de transições difusas e graduais entre os sub-horizontes. A profundidade do solum (horizonte A + B) normalmente é superior a dois metros.

Perfil de Latossolo vermelho, com exposição do Horizonte B muito profundo. Município de Igarapava SP.



OUTROS CONCEITOS DO SOLO

SOLO
Pode-se definir solo segundo três diferentes acepções. A primeira diz respeito à "parte desintegrada da camada superficial da crosta terrestre, constituída de material incoerente, ou de fraca coerência, como, por exemplo, cascalho, areia, argila, silte, ou qualquer mistura desses materiais"(DNAEE. 1976) ou "a parte superior do regolito, isto é, camada que vai da superfície até a rocha consolidada" (Margalef, 1980). 

Em pedologia e ecologia solo é: "o material terrestre alterado por agentes físicos, químicos e biológicos e que serve de base para as raízes das plantas" (DNAEE, 1976) ou "a camada superficial de terra arável, possuidora de vida microbiana" (Guerra, 1978); "a camada da superfície da crosta terrestre capaz de abrigar raízes de plantas, representando, pois, o substrato para a vegetação terrestre" (Margalef, 1980); "o resultado líquido da ação do clima e dos organismos, especialmente da vegetação, sobre o material original da superfície da terra, compondo-se de um material originário do substrato geológico ou mineral subjacente, e de um incremento orgânico, no qual os organismos e seus produtos se entremisturam com as partículas finamente divididas desse material" (Odum, 1972). 

Solo pode ainda significar "terra, território, superfície considerada em função de suas qualidades produtivas e suas possibilidades de uso, exploração ou aproveitamento, conceito este usado em economia, planejamento regional, urbano e territorial” (SAHOP, 1978) (DNIT, 2006).







Referências 


https://slideplayer.com.br/slide/2424921/

MORFOMETRIA DO RELEVO E DINÂMICA EROSIVA LINEAR EM ÁREA RURAL DEGRADADA NO OESTE PAULISTA. F. A. S. Zanatta , C. M. Lupinacci , M. N. Boin
Curitiba, v.41 Temático de Geomorfologia , p. 82 -97 , Ago/2017 



https://pt.slideshare.net/JessicaKurFuchs/erosoppt












AGENCIA EMBRAPA DE TECNOLOGIA. Disponível em: 
Acesso em Junho de 2018


EMBRAPA. 
Disponível em: 
Acesso em Junho de 2018.  


EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 3ª edição. Rio de Janeiro, 2013.


SANTOS, R.D.; LEMOS, R.C.; SANTOS, H.G. dos; KER, J.C.; ANJOS, L.H.C. dos. Manual de Descrição e Coleta de Solo no Campo. SBCS/CNPS – EMBRAPA. 6ª edição. Viçosa, 2013.




























Nesse texto abordamos os principais tipos básicos de solos ocorrentes no Brasil considerando somente o 1° nível categórico de classificação.


Espero que tenha gostando!! Até a próxima pessoal!


Referencias Bibliográficas


AGENCIA EMBRAPA DE TECNOLOGIA. 
Disponível em: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br. Acesso em junho de 2018.


EMBRAPA. Disponível em: https://www.embrapa.br/solos/sibcs/classificacao-de-solos/ordens: Acesso em junho de 2018.


EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 3ª edição. Rio de Janeiro, 2013.


SANTOS, R.D.; LEMOS, R.C.; SANTOS, H.G. dos; KER, J.C.; ANJOS, L.H.C. dos. Manual de Descrição e Coleta de Solo no Campo. SBCS/CNPS – EMBRAPA. 6ª edição. Viçosa, 2013.










Escólios




A matéria mineral sólida inclui fragmentos de rochas e minerais, de dimensões variáveis e cuja proporção vai definir a textura do solo.


A matéria orgânica é constituída por restos de plantas e organismos em diferentes estados de decomposição. É nesta fração do solo que se pode encontrar um grande número de microrganismo.


Quando existe mais de 20% de matéria orgânica no solo (30% se os solos têm textura média ou fina), diz-se que os solos são orgânicos e os restantes são designados como solos minerais.


Os espaços que existem entre as partículas do solo, espaços intersticiais ou poros, podem ser ocupados por água com substâncias dissolvidas (solução do solo) ou por ar (atmosfera do solo).


A forma e as dimensões das partículas, conjugados com esses espaços intersticiais, são responsáveis por uma importante propriedade do solo, a sua estrutura.


A textura do solo é definida pela proporção das partículas minerais elementares que o constituem (areia, limo e argila). Estas partículas constituem aquilo a que se chama de terra fina: minerais de dimensão inferior a dois milímetros (mm) de diâmetro.


Estão definidas diferentes classes de textura, nas quais estas partículas são separadas em lotes de acordo com a sua dimensão: areia, com diâmetro entre 2 mm e 0,02 mm; limo, de diâmetro entre 0,02 mm e 0,002 mm e argila, partículas de dimensão inferior a 0,002 mm.






Eratósthenes


Homenagem a Manoel Raymundo Soares 
Orla de PoA