Andreadoxa flava Kallunki 1998
Andreadoxa flava Kallunki 1998
Família: Rutáceas
Porte: 8 metros de altura
Idade: desconhecida, provavelmente centenária
Bioma: Mata Atlântica
Local de ocorrência: Sul da Bahia
Andreadoxa flava Kallunki is a species belonging to a new genus described for the first time in 1998, classified in the tribe Galipeae and subtribe Galipeinae (Kallunki, 1998). Stems, leaves and flowers from A. flava were collected near cocoa plantations of the Centro de Pesquisa da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), in the state of Bahia, Brazil. The botanical material was identified by Prof. Dr. Andre´ Maurı´cio de Carvalho and a voucher specimen (no. 047534) was deposited in the Herbarium Alexandre Leal Costa (ALCB) of the Instituto de Biologia at the Universidade Federal da Bahia, Brazil.
Espécie arbórea endêmica da Floresta Pluvial da Bahia. Descrita em 1998, teve a primeira coleta registrada em 1964, conhecendo-se atualmente apenas seis coletas. Está sujeita a uma única situação de ameaça na região entre Ilhéus e Itabuna. Tem EOO de 14,57 km² e AOO de 12 km². De distribuição restrita, o número de indivíduos conhecidos da espécie é menor que 50, apesar do esforço de coleta empreendido pela Cepec desde sua descoberta em suas áreas experimentais. Encontra-se ameaçada pelas características intrínsecas e pela perda da qualidade de hábitat devido ao manejo de produção de cacau. O rápido declínio populacional é um problema enfrentado pelas espécies com populações pequenas, resultante tanto de problemas advindos da perda de variabilidade genética, endogamia e deriva genética, como das flutuações demográficas em função de variações ao acaso nas taxas de nascimento e mortalidade, de flutuações ambientais geradas pelas variações de ação predatória, competição e incidência de doenças, assim como catástrofes naturais com frequência de tempo irregular. (cncflora)
Andreadoxa flava Kallunki, 1998, is distinguished from all other genera of the neotropical subtribe Cuspariinae by the combination of a cupular calyx, yellow, free petals narrowed at base, two glandular-punctate anthers joined by their based appendages, five apically subglobose and glandular staminodes, a smooth papery testa, and conduplicate, plicate cotyledons. It is one of 10 monospecific genera of the subtribe and one of 17 species of this subtribe endemic to the coastal forests of Bahia.
Andreadoxa flava se distingue de todos os outros gêneros da subtribo neotropical Cuspariinae pela combinação de um cálice cupular, amarelo, pétalas livres estreitadas na base, duas anteras glandular pontuadas unidas por seus apêndices baseados, cinco estaminódios apicalmente subglobosos e glandulares, um papel liso testa, e conduplicar, cotilédones plicados. É um dos 10 gêneros monoespecíficos da subtribo e uma das 17 espécies desta subtribo endêmicas das matas costeiras da Bahia.
Uma única árvore conhecida, pertencente a um único gênero, de uma única espécie. Da mesma família da laranja, a Andreadoxa flava kallunki é um indivíduo ímpar no mundo. A planta é tão rara que só tem nome científico, ninguém nunca deu um apelido, um nome mais popular, o que é bem comum, na verdade. Observada pela primeira vez há cerca de 60 anos, sua história tem algumas lacunas e ainda resta dúvidas para os botânicos. Vivendo no maior herbário de Mata Atlântica do Nordeste, numa área de cultivo de cacau no Sul da Bahia, ela provavelmente é centenária. Exuberante, com suas flores amarelinhas e exalando aroma cítrico como o do limão, a árvore intriga pesquisadores e os desafia a uma luta para que ela não viva a solidão de ser o último exemplar da sua espécie.
Fincada num vão de uns 40 cm entre duas grandes pedras, acredita-se que talvez ela tenha conseguido sobreviver ao tempo por estar justamente ali. Não fosse por isso, teria sido cortada porque não produz sombra propícia para a plantação cacaueira, uma das principais atividades agrícolas da região há pelo menos dois séculos.
Com uma altura de oito metros, o equivalente a um pouco mais do que um prédio de dois andares, a Andrea é considerada baixinha. Para este negócio, são usadas árvores de estrato bem mais alto — acima dos 25 m — então, o pessoal que trabalha plantando cacau vai retirando as menores do caminho.
A Andreadoxa fica protegida na Comissão Executiva Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), uma área federal na estrada entre Ilhéus e Itabuna. Conversar com quem a pesquisa é instigante, provoca um fascínio sobre o que falta esclarecer. Por telefone, o engenheiro florestal Daniel Piotto, professor da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), proseia quase sempre sorrindo, em um tom que mistura admiração e incredulidade.
Foram mais de 30 anos da primeira coleta até ela ser registrada como espécie e gênero exclusivos. Ela foi batizada em homenagem ao pesquisador André Maurício de Carvalho, da Ceplac, quem a primeiro catalogou.
Ser única parece mesmo estar na essência dessa árvore. É até difícil de explicá-la. As suas principais peculiaridades parecem estar em suas características florais. Diferente das plantas da família a qual ela pertence, a Andreadoxa tem flores bilaterais, ou seja, com um único plano de simetria. Isso significa que as suas florezinhas amarelas são divididas em partes iguais: um lado é igual ao outro.
Nas plantas-primas, a distinção é que a forma da flor permite traçar muitos planos de simetria. Essas têm várias partes iguais umas às outras. As pétalas da Andreadoxa são livres, enquanto a das primas, em geral, costumam ser mais unidas. A planta rara floresce entre dezembro e janeiro, e seus frutos aparecem maduros por volta de junho. Os frutos são duros e não comestíveis.
É pelo tempo da existência da cultura do cacau na região e pelo crescimento do diâmetro que Piotto estima que ela possa ter na faixa dos 100 anos. Da primeira coleta, em 1961, para cá, ela pulou de 19 cm para 24 cm, um crescimento de 5 cm de diâmetro em sessenta anos. Mas não dá para afirmar. E nem dá para saber quanto tempo ela ainda pode viver e nem a que altura vai chegar.
Biólogo, o professor Jomar Jardim, da UFSB, explica que, assim como os animais, as plantas também estão em constante evolução e, em algum momento desse processo evolutivo, a Andreadoxa se diferenciou. Não há nada parecido com ela, mas visualmente ela é mais parecida com as do gênero Conchocarpus. “Essas diferenças são características que só um pesquisador pode notar porque é ele quem se debruça sobre a linhagem”, diz.
O professor adianta que, apesar de processos históricos de devastação, existe uma enorme diversidade de plantas da Mata Atlântica no Sul da Bahia. A região já teve recorde de 456 espécies por hectare. A Andreadoxa é só um exemplo de árvore que evoluiu nessa parte do mundo. O problema é que o fato de ela ser uma raridade é sua própria ameaça. Sendo o indivíduo conhecido que restou na natureza, ela tem baixa variabilidade genética.
Piotto explica que existe um fenômeno em que as plantas se autofecundam e produzem sementes. Geneticamente, ele avalia isso como uma tristeza, uma tragédia, porque é como se a árvore estivesse produzindo clones. O ideal é que existissem outras Andredoxas para a polinização cruzada, com ajuda das abelhas e outros insetos polinizadores.
A semente foi plantada
Na ocasião da gravação de um vídeo sobre ela em fevereiro, os pesquisadores coletaram amostras da planta e já foram produzidas mais de 300 mudinhas com o apoio da ONG Instituto Floresta Viva, localizada no distrito de Serra Grande, na cidade de Uruçuca. O próximo passo é fazer a análise do DNA das plantinhas para conferir se elas são mesmo produto de autofecundação ou se surgiram por fecundação cruzada. Essa última parece ser mais remota, mas Piotto diz: “Se for cruzada, significa que tem outra dela em algum lugar que não sabemos. Tudo é possível”.
A árvore tem se tornado símbolo da bandeira pelo reflorestamento no Sul do estado. Piotto brinca que ela é o “urso-panda" entre as 38 espécies ameaçadas do catálogo do projeto de preservação feito em parceria entre a UFSB, o Jardim Botânico de Nova Iorque, herbário do Ceplac, ONG Floresta Viva e Fundação Frankilia. Estas mudinhas produzidas de Andreadoxa poderão ser solicitadas de graça por agricultores da região, que deverão assinar um termo de compromisso de plantá-la e preservá-la.
“Acho que o brasileiro, de modo geral, não se preocupa muito com as árvores. São podadas, cortadas, maltratadas de forma pouco consciente. A gente só existe por causa das plantas. A preservação delas nesse momento em que se fala muito de alterações climáticas é importante para garantir recursos como água e solo. Todos, de qualquer profissão, deveriam estar envolvidos nisso. Nós, biólogos e ecólogos, somos taxados de ecochatos porque ficamos defendendo árvores. A gente está defendendo um conjunto de situações que servem para todo mundo”, reflete Jomar.
Some species of Galipeinae used in this study. A. Andreadoxa flava. B. Angostura bracteata. C. Conchocarpus albiflorus. D, E. C. concinnus (=Dryades concinna). F. C. gaudichaudianus subsp. gaudichaudianus (=Dryades gaudichaudiana subsp. gaudichaudiana). G. C. macrophyllus. H. C. minutiflorus. I. Ravenia spectabilis. All photos by Milton Groppo.
Andreadoxa flava Kallunki
Família: Rutáceas
Porte: 8 metros de altura
Idade: desconhecida, provavelmente centenária
Bioma: Mata Atlântica
Local de ocorrência: Sul da Bahia
https://www.youtube.com/watch?v=YAtUQQ3npBY&list=RDYAtUQQ3npBY&start_radio=1
Fonte
https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/filha-unica-arvore-rara-cujo-unico-especime-do-mundo-esta-na-bahia-intriga-ciencia/
http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/ptbr/profile/Andreadoxa%20flava
https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/14413/1/Sandra%20Virg%C3%ADnia%20Alves%20Hohlemwerger.pdf
https://www.jstor.org/stable/2807718
https://www.researchgate.net/publication/344790291_A_tree_nymph_of_the_Brazilian_Atlantic_Forest_Dryades_Galipeinae_Rutaceae_a_new_neotropical_genus_segregated_from_Conchocarpus
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