LIQUENS MARINHOS
O gênero Lichina C. Agardh, compreende os fungos liquenizados, o micobionte pertence a divisão Ascomycota, e constitui uma família conhecida por Lichinaceae.
Esse importante gênero contém sete espécies, embora alguns autores considerem apenas duas.
Domínio: Eukaryota
Reino: Fungi
Divisão: Ascomycota
Classe: Lichynomicetes
Ordem: Lichinales
Família: Lichinaceae
Gênero: Lichina C.Agardh (1817)
As espécies de Lichinales geralmente aparecem ligadas a condições ambientais adversas, como desertos ou costas rochosas, ambos ambientes fisiologicamente estressantes para um organismo. Duas espécies do gênero Lichina C. Agardh, L. confinis (O.F. Müll.) C. Agardh e L. pygmaea (Lightf.) C. Agardh, geralmente co-ocorrem em costas rochosas de áreas temperadas a frias no Oceano Atlântico Norte, sendo especialmente abundante nas costas europeias (Ortiz-Álvarez, 2015).
Todos os fungos da classe Lichinomycetes são formadores de líquens e associam-se exclusivamente a cianobactérias.
Esses cianolíquenes incluem espécies marítimas como Lichina pygmaea ou L. confinis, nas quais o cianobionte associado foi atribuído ao gênero Rivularia sp.
Além disso, foram detectadas evidências de uma alta especificidade de cada micobionte para linhagens de cianobiontes particulares em ambas as espécies.
As cianobactérias são componentes-chave dos ecossistemas em toda a Terra desde o grande evento de oxigenação (2,45–2,32 bilhões de anos atrás). Além de desempenharem um papel importante nos processos básicos do ecossistema, como a ciclagem de nutrientes e a fixação de nitrogênio, além disso contribuíram para o desenvolvimento e a diversificação da vida eucariótica.
Não apenas como origem dos cloroplastos de todos os eucariotos fotossintetizantes, mas formando sistemas simbióticos mais abertos com outros organismos, desde plantas (gimnospermas, angiospermas, pteridófitas e briófitas), protistas (diatomáceas e dinoflagelados), animais (esponjas, corais e ascídias) até fungos (Ortiz-Álvarez, 2015, Adams, 2012).
A maioria das relações simbióticas estudadas entre fungos formadores de líquen e suas cianobactérias associadas são aquelas de espécies de Lecanoromycetes, o grupo mais diverso e abundante de fungos liquenizados.
No entanto, sabe-se que três outros táxa superiores formam simbioses estáveis com cianobactérias:
as classes Lichinomycetes e Eurotiomycetes na divisão Ascomycota, e a ordem Agaricales na divisão Basidiomycota.
Interessantemente, todas as espécies da classe Lichinomycetes formam simbioses com cianobactérias (Ortiz-Álvarez, 2015).
Espécies na família Lichinácea
Lichina antarctica Cromb. (1876)
Lichina confinis (O.F.Müll.) C.Agardh (1821)
Lichina intermedia (C.Bab.) M.Schultz (2017)
Lichina minutissima Henssen (1973)
Lichina pygmaea (Lightf.) C.Agardh (1817)
Lichina tasmanica Henssen (1969)
Lichina willeyi (Tuck.) Henssen (1969)
O corpo do líquen-preto-pigmeu consiste de um talo meio achatado e ramificado com pontas arredondadas, sendo mais gelatinoso que seus correspondentes terrestres.
As pontas frequentemente possuem corpos de frutificação, os quais formam pequenas estruturas arredondadas.
Atingindo cerca de 1 cm de altura no máximo, o líquen-preto-pigmeu se parece de certa forma com uma pequena alga vermelha e é, de fato, frequentemente confundido com algumas algas vermelhas similares, como Catenella caespitosa, mas esta alga é roxo-escura em vez de preta.
O líquen-preto-pigmeu é um dos chamados cianolíquens, líquens que possuem cianobactérias como algas associadas em vez de algas verdes como a maioria dos líquens terrestres.
De fato ele não é proximamente relacionado aos líquens mais familiares e conhecidos, pertencendo a uma linhagem diferente de fungos que liquenizou independentemente.
Sua fisiologia, no entanto, é surpreendentemente similar a dos líquens terrestres, o que é provavelmente causado por ele passar metade de sua vida fora d’água durante a maré baixa, ficando exposto a condições adversas como a maioria das espécie sésseis que vive entre-marés.
Estudos em laboratório isolaram compostos importantes do líquen-preto-pigmeu, incluindo pigmanilina, um antioxidante, e pigmeína, um agente antitumor, o que pode levar ao desenvolvimento de novas drogas anticâncer.
Lichina руgamea (Lightf.) C. Agardh, 1817
Lichina руgamea (Lightf.) C. Agardh, 1817
Lichina руgamea (Lightf.) C. Agardh, 1817
Lichina руgamea (Lightf.) C. Agardh, 1817
Lichina руgamea (Lightf.) C. Agardh, 1817
Fonte
https://naturezaterraquea.wordpress.com/tag/fungos-liquenizados/
http://www.omare.pt/pt/especie/lichina-pygmaea/
https://www.aphotofungi.com/lichen_lichina_pygmaea_black_lichen.html
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4504470/#pone.0132718.ref003
Mahajan N., Chadda R., Calabro K., Solanki H., O’Connell E., Murphy P.V., Thomas O.P. (2017) Isolation and synthesis of pygmanilines, phenylurea derivatives from the Northeastern Atlantic lichen Lichina pygmaea.
Tetrahedron Letters, 58(12), 1237-1239.
https://www.scielo.br/j/abb/a/H9bDrJJDddTfgKW8L79M95r/
http://www.planetainvertebrados.com.br/index.asp?pagina=artigos_ver&com=1&id=143&local=2
Liquens em geral (Brasil)
https://www.researchgate.net/publication/260990731_Liquens_parmelioides_eciliados_Parmeliaceae_Ascomycota_em_costoes_rochosos_dos_estados_do_Parana_e_Santa_Catarina_Brasil
https://ppgbiovegetal.ufms.br/files/2021/08/Andressa_Dissertacao_versao_oficial_2019-03-25-1.pdf
https://repositorio-api.animaeducacao.com.br/server/api/core/bitstreams/27190652-5499-4d2b-b16f-54118ddc0066/content
https://ppgbiovegetal.ufms.br/files/2021/08/Andressa_Dissertacao_versao_oficial_2019-03-25-1.pdf
https://repositorio-api.animaeducacao.com.br/server/api/core/bitstreams/27190652-5499-4d2b-b16f-54118ddc0066/content
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