17.8.21

RESUMO PARA PROVA

RESUMO 

I. Zoologia dos invertebrados
Sistemática, taxonomia e fisiologia comparada.
  1. Ciclo, formas de transmissão e prevenção da ancilostomose.
  2. Características gerais e morfofisiológicas dos moluscos.
  3. Características gerais e morfofisiológicas dos anelídeos.
  4. Importância ecológica dos anelídeos.
  5. Características gerais do filo Arthropoda.
  6. Características morfofisiológicas dos grupos de artrópodes.


I. 1. Ciclo, formas de transmissão e prevenção 
da ancilostomose.

ancilostomose ou ancilostomíase, popularmente conhecida como amarelão, é uma parasitose intestinal que pode ser causada pelo parasita Ancylostoma duodenale ou pelo Necator americanus e que leva ao aparecimento de alguns sinais e sintomas.

Principais sintomas
  1. Tosse;
  2. Respiração com ruído;
  3. Dor de barriga;
  4. Diarreia;
  5. Perda de apetite e perda de peso;
  6. Fraqueza;
  7. Cansaço excessivo;
  8. Fezes escuras e com mal cheiro;
  9. Febre;
  10. Anemia e palidez.
Ciclo de vida do Ancylostoma 

A transmissão da ancilostomose ocorre através da penetração de larvas no ser humano.

1) As larvas penetram na pele, atingem a circulação sanguínea, passando do coração para os alvéolos pulmonares.

2) Uma vez que estão nos alvéolos, a larva migra para os brônquios, traqueia, laringe, faringe, (onde é engolida), esôfago, estômago e, finalmente chega no intestino delgado. 

3) Nesse local as larvas se desenvolvem até se tornarem adultas.

4) Após adultas ocorre o acasalamento e as fêmeas começam a colocar ovos, que são eliminados nas fezes para o solo.

Os ovos de ancilostomídeo após alguns dias no solo eclodem liberando larvas, rabditóides que se desenvolvem em larvas filarioides, iniciando outro ciclo.









A profilaxia para a ancilostomose ou amarelão consiste em 1) andar sempre calçado (o que evita a penetração da larva na pele dos pés, não sentar no chão), não brincar em local contaminado e 2) saneamento básico, evitar de fazer as necessidades ao ar livre, pois os ovos ficam no solo e depois dos ovos eclodem as larvas que pode penetrar a pele dos pés de quem andar descalço. 

O tratamento da ancilostomose é feito com remédios antiparasitários como o Albendazol de acordo com a recomendação do médico, sendo também muito importante adotar medidas para prevenir a infecção, como evitar andar descalço. 


I.2. Características gerais e morfofisiológicas dos moluscos.

1) CORPO MOLE

2) CORPO DIVIDIDO EM TRÊS PARTES
Cabeça
Com os órgãos sensoriais, cérebro ou anel nervoso e olhos em tentáculos
Massa visceral
(com os órgãos internos: intestino, fígado, coração...)
As vezes a massa visceral e o pé são agrupados recebendo o nome de massa céfalo-pediosa.

Sola rastejadora, pé musculoso e forte. Nos bivalves o pé tem o formato de uma machadinha, nos gastrópodes o pé é uma sola rastejadora, nos cefalópodes o pé esta constituído por tentáculos.

3) BOCA COM RÁDULA

Os moluscos apresentam sistema digestório completo (boca com rádula, esôfago, estomago com uma glândula digestiva, intestino e ânus e órgãos anexos como figado pâncreas etc.).
Na base da boca, exceto nos bivalves, os moluscos apresentam uma estrutura chamada de rádula
A rádula é uma das sinapomorfias do filo dos moluscos, i.e., é uma estrutura anatômica exclusiva deste filo; muitas vezes é comparada a uma língua com inúmeras fileiras de dentículos quitinosos voltados para trás e que são usados para raspar ou cortar o alimento em porções pequenas antes que possa entrar no esôfago para ser deglutido. Nos gastrópodes a rádula é usada da mesma maneira por ambos carnívoros e herbívoros. A rádula está sustentada por um tecido conjuntivo com musculatura potente. O número de dentículos presentes na rádula pode ser usado para identificação e classificação dos animais dentro do filo.

4) SISTEMA DIGESTÓRIO
Os moluscos apresentam sistema digestório completo (boca com rádula, esôfago, estomago com uma glândula digestiva, intestino e ânus e órgãos anexos como figado pâncreas etc.).

5) SISTEMA CIRCULATÓRIO
O moluscos apresentam dois tipos de sistema circulatório: aberto e fechado.
No sistema circulatório aberto o sangue permanece dentro de lacunas onde os órgãos estão mergulhados e os nutrientes são jogados no sangue, e os órgãos jogam ali também os resíduos do seu metabolismo.
Já o sistema circulatório fechado somente ocorre em cefalópodes que precisam de muito sangue com nutrientes para os tentáculos e músculos, uma vez que se movem muito rapidamente, e nesse caso os tecidos necessitam de grande aporte de oxigênio e nutrientes.

6) SISTEMA EXCRETOR
A excreção desses animais é associada ao sistema hemal. A parede do coração apresenta células especiais os podócitos (células fenestradas) que retiram os excretas do sangue e os encaminham para o espaço do celoma que envolve o coração, como urina primária. Os excretas são então retirados da cavidade do celoma, por um metanefridio. Neste onde ocorre a reabsorção de substâncias como aminoácidos e a transformam em urina final que será excretada por um nefridióporo que se abre na cavidade do manto.

7) TROCAS GASOSAS
Respiração branquial
Brânquias bipectinadas presentes nos moluscos é o local por onde se dão as trocas gasosas.

Respiração Pulmonar
A cavidade do manto nos moluscos terrestres (gastrópodes) ocorrem as trocas gasosas.

8) REPRODUÇÃO SEXUADA
Podem ser hermafroditas ou dióicos e sua fecundação pode ser interna ou externa e o desenvolvimento pode ser direto (sem fase larval) ou indireto (com fase larval trocófora que evolui para larva véliger).

9) NUTRIÇÃO
Apresentam sistema digestório completo e digestão extracelular (estômago) e termina intracelularmente por fagocitose das células na glândula digestiva sendo alguns herbívoros, outros carnívoros predadores, outros ainda são filtradores (bivalves) outros detritívoros e outros ainda parasitas de peixes.




I.3. Características gerais e morfofisiológicas dos anelídeos.

1) TRIBLÁSTICOS
Ectoderma
Mesoderma
Endoderma

2) SIMETRIA BILATERAL
Só é possível passar um eixo que divide o corpo em metades iguais.

3) PROTOSTÔMIOS
O blastóporo da gástrula dá origem à boca.

4) CELOMADOS, ESQUIZOCELOMADOS

5) ESTÃO COLOCADOS NO CLADO DOS LOFOTROCOZOA

6) PAREDE DO CORPO
Iniciando de fora para dentro teremos:
Cutícula
Epiderme glandular
Camada muscular circular
Camada muscular longitudinal
Peritônio (mesoderma) que forra todo o grande celoma
Na linha mediana dorsal o peritôneo se abre para segurar o vaso sanguíneo dorsal e se fecha novamente e logo abaixo do vaso ele se abre novamente para permitir a passagem do tubo digestório; abaixo deste ele se abre novamente para deixar passar o cordão nervoso ventral, os dois nefróstomas e o cordão nervoso ventral. Além disso o celoma esta dividido em duas metades a metade esquerda e a direita são independentes.

7) CERDAS OU QUÊTAS
Estruturas quitinosas que tem função na locomoção e ancoragem nos túneis (minhocas terrestres) e auxiliam no deslocamento e na respiração branquial nos poliquetas (marinhos) que apresentam cerdas modificadas chamadas de parapódios. São úteis para diferenciar os grupos de anelídeos. Os hirudíneos não apresentam cerdas ou quetas. 

8) FORMA DO CORPO
Apresentam corpo alongado e cilíndrico, divido em anéis ou metâmeros, estes separados por septos.

9) SISTEMA CIRCULATÓRIO
Sistema circulatório fechado, formado por vasos sanguíneos interligados, e vasos segmentares. O vaso dorsal leva o sangue em direção anterior e é contrátil, ele pulsa. E o vaso ventral leva o sangue da região anterior para a posterior. Em cada segmento do corpo há vasos capilares que formam microcircuitos, do vaso dorsal sai uma rede de vasos capilares que envolvem o intestino absorvem nutrientes e chegam ao vaso ventral. Do vaso ventral sai uma rede de capilares que chamada de plexo epidérmico, que vai até a superfície da pele faz as trocas gasosas e chega ao vaso dorsal.

10) SISTEMA EXCRETOR
Os anelídeos apresentam sistema excretor totalmente metamerizado, com pares de metanefrídios em cada segmento. Os nefrídios são túbulos finos e enovelados que estão em contato com os vasos sanguíneos, de onde retiram os excretas nitrogenados, com um funil ciliado aberto numa extremidade,o nefróstoma, que se abre no líquido celomático de onde retiram os excretas de cada segmento. A outra extremidade, o nefridióporo ou poro excretor, se abre na superfície corporal do segmento posterior. Os anelídeos são animais ureotélicos, i.e., excretam uréia, que é uma substancia solúvel em água, todavia menos tóxica que a amônia.

11) SISTEMA NERVOSO E ÓRGÃOS DOS SENTIDOS
O sistema nervoso é formado por um par de gânglios cerebrais suprafaríngeo (ou supraesofágico dependendo da posição) semelhantes a um cérebro que se localiza acima e a frente da faringe (anterior e dorsal). Do cérebro parte um anel circum-faringiano ou circum-esofágico de cordões nervosos ao redor da faringe (ou esôfago), que conecta-se a um primeiro gânglio subfaríngeo ou subesofágico, este conecta a gânglios ventrais em cada segmento. O sistema nervoso é completamente metamerizado.

12) REPRODUÇÃO
A grande maioria dos poliquetas possui sexos separados (isto é, são dióicos) e liberam seus gametas na água. Após a fertilização externa, forma-se uma larva do tipo trocófora, que permanecerá na coluna d’água por um tempo variado (semanas a meses) até sofrer a metamorfose e se transformar em um juvenil.
O tempo da fase larval varia bastante dentro da classe. Muitas espécies são capazes de se reproduzir assexuadamente, através da fragmentação ou divisão do corpo, em um processo chamado epitoquia.
As minhocas e sanguessugas (classe Clitellata) são hermafroditas e realizam a fertilização cruzada entre dois indivíduos. Não há liberação de gametas no ambiente, portanto, a fecundação dos ovos (ricos em vitelo) ocorre dentro do corpo do animal.
Não há gônadas individualizadas nos poliquetas, os gametas são formados ao longo do peritônio e são liberados pelos nefróstomas. Nos clitelados há gônadas onde se desenvolvem e amadurecem os gametas.


I.4. Importância ecológica dos anelídeos.

IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA 
As minhocas estão entre os primeiros animais presentes na Terra há 600 milhões de anos e sua importância para a fertilização dos solos já é conhecida há mais de dois mil anos, quando o filósofo Aristóteles as definiu como "arados da terra" por sua capacidade de descompactar os terrenos mais duros.
O naturalista Charles Darwin, autor da Teoria da Evolução das Espécies, dedicou mais de 40 anos aos estudos e pesquisas sobre a vida das minhocas e suas funções na natureza que resultaram no livro "A formação do húmus através das ações das minhocas", publicado em 1881, menos de um ano antes de sua morte, esse livro é bem ilustrado com os desenhos do próprio Darwin e seu filho Francis.
Em algumas espécies, uma única minhoca chega a movimentar de duas a 250 toneladas de hectares de solo. Ao abrir galerias no solo e alcançar seu alimento, que será ingerido, triturados, misturados com carbonato de calcio e enzimas e por fim expelidos em forma de bolotas fecais ou grumos, o húmus de minhoca. A composição química desse humus contém matéria orgânica (42 a 56%), potássio (1,44 a 2,23%), cálcio (5,44 a 7,26%), magnésio (0,88 a 1,32%), ferro (0,82 a 1,84%), fósforo (1,42 a 3,82%), nitrogênio (1,66 a 2,04), manganês (552 a 767), zinco (418 a 1235) e cobre (193 a 313).



I.4. 
Características gerais do filo Arthropoda.


1. Tagmose: o corpo esta segmentado, com segmentos, em geral, agrupados em duas ou três regiões distintas. Segmentos estes que se fundiram formando os tagmas. Assim, cada subfilo tem sua tagmose distinta. Por exemplo, a tagmose dos hexapoda é Cabeça, Tórax, Abdômen.

2. Apêndices articulados, pares e segmentados (a partir dos quais do filo recebeu seu nome).

3. Triblásticos.

4. Protostômios.

5. Celomados/ Esquizocelomados: Uma cavidade corporal, o esquizoceloma, muito reduzido restito às gonadas e as vezes ao órgãos excretores. A cavidade corporal na realidade é uma blastocele persistente, onde circula a hemolinfa.

6. Simetria bilateral.

7. Um exoesqueleto quitinoso que é descartado na muda ou ecdise periodicamente e renovado na medida que o animal cresce.

8. Um canal alimentar tubular com boca e ânus (o sistema digestório completo).

9. Um sistema circulatório aberto, geralmente com um único vaso sanguíneo, consistindo uma estrutura tubular dorsal, com duas aberturas por segmentos (os ostíolos).

10. O sistema nervoso consiste em um gânglio cerebroide anterior localizado acima do canal alimentar, um par de conetivos que parte do cérebro ao redor do canal alimentar, formando um anel nevoso circum-entérico e cordões nervosos ventral ganglionar, o primeiro gânglio é chamado de gânglio sub-entérico, e nervos sementares. Esse padrão é igual ao dos anelídeos.

11. Músculos esqueléticos estriados.

12. Respiração por meio de brânquias, pulões foliáceos, e traqueias que se abrem para o exterior por meio de espiráculo

13. Ausência de nefrídios
Nos artrópodos a excreção é feita, na maioria deles, por meio de Tubos de Malpighi, que são estruturas pouco mais evoluídas do que as nefrídias de uma minhoca, pois não lançam resíduos metabólicos na superfície corporal externa, mas sim no interior do intestino. Dependendo do habitat de cada artrópode, esse pode eliminar amônia (crustáceos),  ácido úrico (insetos diplópodos e quilópodos) ou guanina (aracnídeos). Os meios de excreção mais adequados para o ambiente terrestres são o ácido úrico e a guanina, pois são pouco tóxicos, exigindo pouca diluição.

14. Dióicos com desenvolvimento direto ou indireto. Nos Hexapoda há uma diferenciação no desenvolvimento em relação a metamorfose, podendo ser ametábolo, hemimetábolo e holometábolo.


I.5. Características morfofisiológicas dos grupos de artrópodes.



1. TRIBLÁSTICOS
Apresentam três folhetos embrionários
Ectoderme
Mesoderme
Endoderme

2. SIMETRIA BILATERAL 

3. CELOMADOS/ESQUIZOCELOMA

4. PROTOSTOMADOS
Blastóporo da gástrula origina a boca.

5. TAGMATIZAÇÃO OU ARTROPODIZAÇÃO
Os Tagmas (do grego: τάγμα - tagma, plural tagmata - τάγματα) é um grupo especializado de múltiplos segmentos ou metâmeros coerentemente organizados em uma unidade morfológica funcional. Um bom exemplo é a tagmose de insetos: cabeça, tórax e abdômen. Asssim, pode-se dizer que a tagmatização ou artropodização é a fusão de segmentos com especialização.
Os ancestrais dos artrópodes apresentavam o corpo metamerizado (muito semelhante aos anelídeos), todavia, ao longo da evolução desse grupo ocorreu um processo de fusão desses metâmeros ou segmentos (unidades repetidas que formam o corpo) em grupos de segmentos especializados para realizar certas funções e anatomicamente diferenciados de outros segmentos, os tagmas do grego: ordem, hierarquia.

6. EXOESQUELETO E MUDA OU ECDISE
O exoesqueleto dos artrópodes serve como um local rígido de fixação dos músculos e como uma barreira contra a invasão microbiana e a perda de íons e água dos tecidos. No entanto, o exoesqueleto é rígido e não pode se expandir. Assim, quando um artrópode cresce até um determinado tamanho, deve periodicamente trocar sua cutícula externa (que constitui seu exoesqueleto esclerotizado), e uma nova cutícula se forma. A troca da cutícula antiga permite aumento no tamanho do corpo e outras alterações morfológicas. O processo geral pode ocorrer durante dias ou até semanas sem sinais externos óbvios, porque o novo exoesqueleto se forma sob o antigo. Somente quando a camada antiga está realmente sendo trocada, torna-se evidente que o artrópode está passando por uma fase de muda.
Gráfico das curvas de crescimento dos animais ou crescimento contínuo (curva tracejada) e curva do crescimento dos artrópode (curva em degraus) ou crescimento descontínuo.
Gráfico das curvas de crescimento dos animais ou crescimento contínuo (curva tracejada) e curva do crescimento dos artrópode (curva em degraus) ou crescimento descontínuo.



Durante a muda, a epiderme secreta um novo exoesqueleto embaixo do antigo, o qual racha dorsalmente, permitindo a saída do artrópode com seu novo exoesqueleto ("amarrotado"). Este é inicialmente muito flexível e se distende a medida que o corpo do animal se dilata (pela respiração, ou pela ingestão de água nos aquáticos), logo após a muda. Depois de alguns minutos ou horas, dependendo da espécie, o novo exoesqueleto endurece e o artrópode para de crescer. Outra fase de crescimento somente será possível após uma nova muda.

A diferença do tipo de crescimento contínuo observado em todos os animais para o crescimento dos artrópodes que é descontínuo, é devido presença de um esqueleto esterno rígido.
Assim, quando observamos seu desenvolvimento notamos que eles podem passar por diferentes fases em sua vida, iniciando obviamente com a fecundação temos o ovo, deste, eclode uma larva de primeiro instar, que ao se alimentar continuamente cresce e necessita mudar seu exoesqueleto. Desta forma, em um determinado momento ela para de comer, encontra um local protegido e troca seu exoesqueleto a essa muda do exoesqueleto antigo por um novo chamamos de muda ou ecdise

Tipo de desenvolvimento dos artrópodes 

Assim ocorre toda vez que o exoesqueleto ficar "apertado" devido ao crescimento (divisões mitóticas) sucessivas. Os artrópodes passam por várias mudas em estágio larval, (de larva I, II, III, IV, V) e deste último estágio eles passam então por um período chamado pupa (onde todos os órgãos larvais são destruídos) e novos órgãos são construídos, transformando-se em em um organismo adulto ou imago. (artrópodes holometábolos).
Todavia nem todos os artrópodes passam por todos esses estágios exatamente da mesma forma; em alguns, do ovo já eclode um individuo semelhante ao adulto exceto que faltam as asas (características do adulto) (artrópodes hemimetábolos), nesse caso as formas juvenis são chamadas de ninfas. Em outros casos do ovo sai um indivíduo pequeno mas com todas as características do adulto (artrópodes ametábolos).
Como consequência da rigidez do exoesqueleto e do crescimento, todos os artrópodes devem realizar uma ou mais trocas do exoesqueleto ao longo de sua vida a medida que o animal cresce. Essa troca do exoesqueleto "velho" e apertado por um novo chama-se muda ou ecdise.




II. Zoologia dos vertebrados
Sistemática, taxonomia e fisiologia comparada.
  1. Características gerais do filo Chordata.
  2. Características gerais dos craniados.
  3. Características gerais e morfofisiológicas dos agnatos, peixes cartilaginosos e ósseos, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.
  4. Tipos e funções dos anexos embrionários.
  5. Adaptações na ocupação do meio ambiente terrestre. 
  6. Adaptações ao voo.


II.1. Características gerais do filo Chordata.

Características gerais do nosso filo
Blástula
Triblásticos
Celomados/Enterocelomados
Deuterostômios
Aquáticos (marinhos e dulcícolas), terrestres.

Cladograma mostrando uma hipótese a respeito da relação entre os grupos 

Sinapomorfias do filo dos cordados
Os cordados apresentam em algum estágio de seu desenvolvimento as seguintes características sinapomórficas:

Notocorda
Tubo neural oco dorsal
Fendas faringeanas
Coração ventral
Epitélio de revestimento
Cauda pós-anal
Miômeros em forma de W


Função da notocorda
A notocorda é a estrutura definidora dos cordados e tem papéis essenciais no desenvolvimento do nosso grupo. Ele serve como uma fonte de sinais da linha mediana que padronizam os tecidos circundantes e como um importante elemento esquelético do embrião em desenvolvimento (sustentação do embrião).

Funções principais da notocorda
Define o eixo do embrião
Serve como base para formação do esqueleto axial
Sinalização para formação dos tecidos do embrião
Dirige a formação do tubo neural oco dorsal
Dirige a formação das vértebras (através dos somitos)


Cordado hipotético mostrando as sinapomorfias do filo

Anfioxo um cefalocordado




II.2. Características gerais dos Craniata

SUBFILO CRANIATA
Superclasse AGNATHA OU CYCLOSTOMATA

Agnatha palavra criada para designar um grupo parafilético de animais cordados. Do grego: ἀ = a (negação) + γνάϑος = gnáthos, mandíbula, significa literalmente: animais sem mandíbulas. São cordados craniados, também chamados de ciclostomados com brânquias em forma de bolsa e sem mandíbulas, sem vértebras e com esqueleto cartilaginoso. Sugiram no período Ordoviciano 488 maa e chegaram ao presente.

Lampreia (agnata = sem mandíbula)

São animais sem mandíbula. Dulcícolas e marinhos.
Possuem uma boca circular com dentículos de queratina e uma língua com dentes que usam para raspar o alimento. As lampreias podem perfuram a pele de peixes, golfinhos e tubarões dos quais se alimentam, sugando o sangue e tecidos musculares. São consideradas parasitas.
O corpo destes peixes (peixe-bruxa e lampreia) é longo e cilíndrico, com a parte caudal achatada lateralmente formando uma nadadeira.
Corpo revestido por pele fina, sem escamas.
Respiração branquial. As brânquias localizam-se dentro de bolsas branquiais, com abertura circular, na parede externa do corpo.
A notocorda constitui o único eixo de sustentação do corpo e persiste durante toda vida. Apresentam um crânio Crânio cartilaginoso.


II.2. Características gerais dos Craniados

Subfilo Craniata ou Vertebrata

Podem ou não apresentar mandíbula, sendo classificados de forma artificial em:  1) Agnata
Os agnatos têm corpo cilíndrico, alongado, sem escamas ou mandíbulas, com brânquias, nadadeira em número ímpar e boca circular; e esqueleto cartilaginoso.
São os peixes-bruxas (Classe Myxine) e lampreias (Classe Petromyzontida) e 

2) Gnatostomata 
Os Gnatostomados são adaptados aos mais diferentes ambientes e variáveis em termos de tamanho. Possuem crista neural na fase embrionária, pele formada por derme e epiderme, corpo sustentado por endoesqueleto axial e apendicular e anexos embrionários.
Dentro dos gnatostomados estão os peixes cartilaginosos e os peixes ósseos e tetrápodes (anfíbios, répteis, aves e mamíferos).





Comparação entre as duas classes da superclasse peixes

II.3. Características gerais e morfofisiológicas dos agnatos, peixes cartilaginosos e ósseos, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.


CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS PEIXES

1) Bilaterais
2) Triblásticos
3) Celomados, enterocelomados
4) Notocorda, tubo neural dorsal oco, fendas faringeanas, coração ventral, cauda pós-anal, músculos segmentares. Ainda apresentam um epitélio de revestimento com escamas, glândulas mucosas.
5) Esqueleto de origem mesodérmica que pode ser cartilaginoso ou ósseo.
6) Apresentam crânio e mandíbulas.
7) Pescilotermina: Apresentam temperatura variando com o meio, sendo pecilotérmicos.
8) Respiração branquial ou pulmonar.
9) Peixes cartilaginosos regulam sua flutuabilidade com o fígado oleoso. 
Os peixes cartilaginosos utilizam óleo para gerar flutuabilidade neutra. Estes animais utilizam seu fígado para promover tal flutuabilidade. O fígado de alguns tubarões pode compor até 25% do volume total do corpo, sendo que este fígado apresenta uma grande quantidade de óleos que reduzem a densidade total do corpo. A quantidade de óleos nos fígados destes peixes são diferentes dependendo do hábito. Tubarões que são nadadores ativos da coluna de água apresentam a maior quantidade de óleos, enquanto que os que apresentam um hábito bentônico (vivendo no fundo) apresentam uma menor quantidade de óleos no fígado.
9) Peixes ósseos: Podem regular sua densidade para submergir ou emergir na coluna d'água. Os osteíctes regulam sua flutuabilidade neutra regulando sua densidade através do acumulo de gases na bexiga natatória, que também esta ligada às trocas gasosas do animal.
Bexiga natatória (peixes ósseos) auxilia na flutuabilidade e colabora com 
as trocas gasosas. 

10) Brânquias: livres ou não protegidas nos peixes cartilaginosos,
protegidas por opérculo: peixes ósseos.
11) Boca: ventral ou sub-terminal nos peixes cartilaginosos e anterior ou terminal nos peixes ósseos.


Anfíbios


Principais características dos anfíbios

1) A maioria dos anfíbios possui 4 membros pentadáctilos para locomoção em terra (os gimnofionos como a Caecilia, são ápodos, por perda das patas, como uma adaptação ao hábito fossorial, cavar tuneis no solo macio).

2) Pele úmida, e lisa, glandular (com muitas glândulas de muco), sem escamas muito vascularizada. Será o sistema mais afetado pelo aquecimento global, pois com o aquecimento a pele se resseca rapidamente e o animal morre em pouco tempo.

3) Respiração cutânea (que nos anfíbios torna-se mais importante que a respiração pulmonar). Por terem respiração cutânea o aquecimento global está impactando negativamente as populações de anfíbios ao redor do mundo todo. 
Com um aumento da temperatura a umidade da pele necessária para a respiração cutânea, evapora facilmente e o animal pode morrer. Outro problema que surge com o aumento da temperatura global é a proliferação de fungos quitridiomicetos que causam uma doença letal nos anfíbios. Levando-os a extinção em pouco tempo no futuro. Respiração branquial (na larva= girino), respiração pulmonar (pulmão sem alvéolos e ineficiente), respiração bucofaringeana (epitelio da boca e da faringe pode realizar trocas gasosas). 

4) Dentes pequenos do tipo pedicelados.
 
5) Esqueleto em grande parte ossificado.

6) São pecilotérmicos, i.e., não apresentam nenhum mecanismo de controle da temperatura corporal (são animais de sangue frio).

7) Coração com 3 cavidades: duas aurículas ou átrios e um ventrículo. O sangue arterial, que entra na aurícula esquerda, e o sangue venoso, que chega a aurícula direita, vão se misturar ao nível do ventrículo único. Por isso a circulação destes animais é dita fechada, dupla, porém incompleta.

8) Presença de entalhe ótico, resultado do desaparecimento do opérculo que nos peixes protege as brânquias.

9) Glândulas de veneno ou glândulas paratóides



Répteis 
(Para maiores detalhes ver Répteis e Aves)
Principais Características dos Répteis

1) Corpo com grande variedade de formas, compacto em alguns e alongado em outros, coberto por pele seca e cornificada, as vezes com escamas epidérmicas.
2) Tegumento com poucas glândulas.
3) Tetrápodes: dois pares de extremidades pentadáctilas (cinco dedos).
Ausentes em serpentes e numa espécie de lagarto;
4) Esqueleto completamente ossificado, presença de costelas e esterno (caixa torácica), crânio com um côndilo occipital;
5) Respiração com pulmões alveolares (ausência de brânquias),
arcos branquiais (presentes apenas durante o desenvolvimento embrionário);
6) Coração incompletamente dividido em quatro câmaras, exceto nos Crocodylia; 7) Doze pares de nervos cranianos;
8) Lobos ópticos nos lados dorsais do cérebro
9) Rins do tipo metanéfrico (mais derivado), e principal produto de excreção nitrogenada é o ácido úrico (ureotélicos);
10) Regulação da temperatura segundo o padrão ectotérmico; regulação comportamental em algumas espécies;
11) Sexos separados (dióicos); fecundação interna.
12) Produção de ovos revestidos de casca calcárea ou córnea (pergaminácea), com saco vitelino e mais três membranas extra-embrionárias: âmnio, alantóide e córion.
13) Desenvolvimento direto (sem estágio larval).

Aves

Triblasticos
Deuterostômios
Celomados - enterocelomados
Craniados - Vertebrados
Homeotérmicos - Endotérmicos
Gnatostomados
Tetrápodes 
Amnióticos-alantoidianos

Crânio e coluna ligados por um côndilo occipital.
Ouvido médio constituído por apenas um osso (cócleaestribo).
Excreção de ácido úrico.
Mandíbula inferior constituída por 5-6 ossos.
Postura de ovos com casca rígida (calcária).

O VÔO DAS AVES

Diminuição do peso especifico 
sacos aéreos


Diminuição do peso absoluto 

Membros anteriores transformados em asas
Região da mão: redução do número de dedos  e fusão dos dedos na mão. 
Carpo e metacarpo fundidos e Redução de dígitos para três dedos a álula o dedo 2 e o dedo 3. 
Fusão tibiotarso 
Fusão tarsometarso (pé)
Fusão de ossos da coluna e da cintura pélvica resistência da região durante o pouso e a decolagem. 
Fusão de ossos que suportam as penas da cauda.

Esterno com quilha 
nas aves que voam possuem quilha no esterno

Penas 
Coesão entre as estruturas filamentosas da pena que matém e suportam o voo.
Estruturas mortas que são substituídas duas vezes ao ano (antes e depois da reprodução)

cobertura: tectrizes e coberteiras e 
voo: rêmiges nas asas e rectrizes na cauda

Maxilar transformado em bico
Perda dos dentes
Ossos pneumáticos
        
Perda da bexiga 
Rins drenados diretamente para a cloaca 

Glândula uropigial
Desenvolvida em aves aquáticas 
Reduzidas ou 
Ausentes nas ratitas

Visão acurada
          
Tegumento: Epitélio de revestimento - cobertura  


1) Glândulas mamárias para a lactação
A produção de leite ocorre através de glândulas mamárias. O leite é uma secreção rica em gordura, proteínas, água, sais, além de fatores imunológicos que protegem o filhote nos primeiros anos de vida.

2) Tegumentos coberto por Pêlos
Os pelos são formados de queratina, e especializados em funções diferenciadas: proteção contra a insolação, manutenção da temperatura corporal, defesa (ouriço), comunicação intraespecífica, camuflagem.

3) Presença de diafragma separando a cavidade torácica da cavidade abdominal.

4) Três ossos no ouvido médio (martelo, bigorna e estribo).

5) Presença de dentes diferenciados
Os mamíferos apresentam dentes diferenciados (heterodontia) em incisivos, caninos, molares e pré-molares, além de apresentarem duas dentições são animais difiodontes (difiodontia).

6) Mandíbula inferior formada por um único osso o Dentário.

7) Pulmões revestidos de pleura
Os pulmões são recobertos pelo folheto visceral da pleura. Esta é formada por uma delgada camada de tecido conjuntivo acolada ao parênquima pulmonar e é revestida externamente por um mesotélio, um epitélio simples, pavimentoso que reveste os derivados das cavidades celomáticas.

8) Endotermia e homeotermia
A temperatura é constante independente do ambiente.

9) Fertilização interna

10) Presença de glândulas na pele
mamárias, sebáceas, sudoríparas e odoríferas.




II.4. Tipos e funções dos anexos embrionários.

Casca do ovo: proteção contra impacto e contra desidratação, fonte de cálcio para o embrião.

Membrana da casca: proteção contra desidratação (evita a perda de água).

ANEXOS EMBRIONÁRIOS

OVO AMNIÓTICO OU OVO REPTILIANO

Evoluiu para permitir a vida em terra, assim ficaram independentes da água para fecundação.

Saco vitelínico ou Vitelo: reserva alimentar, constituído principalmente por lipoproteínas, vitaminas e colesterol.

Cório ou Córion: (membrana coriônica) proteção para o saco vitelínico e para o embrião. As vilosidades coriônicas invadem o endométrio e permitem a transferência de nutrientes do sangue materno para o feto. Além disso, o córion une-se com o alantoide (nas aves e nos répteis) para formar o alantocórion com função respiratória (promove trocas gasosas do feto com o meio). Nos répteis e nas aves o córion se localiza logo abaixo da casca (trocas gasosas) e nos mamíferos faz parte da placenta e também esta envolvido com a remoção e acúmulo de resíduos do metabolismo. O córion então aparece em répteis, aves e mamíferos.

Âmnio: proteção contra traumas (choques mecânicos) e evita o ressecamento (desidratação) do embrião. Mantém o embrião hidratado e evita o ressecamento permite que o embrião se movimente.

Alantóide: depósito de resíduos do metabolismo das proteínas (excretas); responsável pelas trocas gasosas do embrião com o meio e mobiliza o cálcio da casca para o desenvolvimento dos ossos do embrião. O Alantoide é uma estrutura ligada à parte posterior do intestino do embrião que armazena excretas e permite trocas gasosas com o meio externo. É uma pequena bolsa ricamente vascularizada, encontrada apenas em répteis, aves e mamíferos monotremados.
Origem
O alantóide origina-se de uma saliência do intestino primitivo. Uma de suas funções, em répteis e aves, é armazenar os resíduos nitrogenados formados pelo embrião durante o desenvolvimento.

Nos mamíferos, isso não ocorre, pois o alantoide junta-se com o vesícula vitelínica, formando o cordão umbilical, que elimina as excretas nitrogenadas do sangue do embrião para o sangue da mãe através da placenta.

Nos embriões dos répteis e aves, o alantoide apresenta também função respiratória, retirando oxigênio do ar, eliminando o gás carbônico, além de possuir ainda, a função de extrair o cálcio da casca do ovo, que será utilizado na formação do esqueleto. A descalcificação da casca facilita seu rompimento no momento da eclosão do filhote.

Nos mamíferos, os vasos sanguíneos do alantoide auxiliam na formação da placenta. Nos mamíferos placentários (Eutheria) que se desenvolvem-se dentro do útero materno, as funções do alantoide e do saco vitelínico passam a ser executadas pela placenta. Razão pela qual, esses anexos são atrofiados ou vestigiais nos mamíferos placentários. Nestes ( mamíferos placentários) o alantoide é importante na formação do cordão umbilical e na formação do úraco. local utilizado para armazenar a urina do embrião.

Os répteis, as aves e os mamíferos são amniotas e alantoidianos, por formarem âmnio e alantoide, respectivamente.

Enquanto os peixes e os anfíbios são anamniotas e analantoidianos, por não formarem nem âmnio nem alantoide.


II. 5. Adaptações na ocupação do meio ambiente terrestre. 




1. Pele impermeável
Ao contrário de animais aquáticos como peixes e anfíbios, os répteis desenvolveram uma pele impermeável, seca, sem glândulas, revestida por escamas epidérmicas (nas cobras e lagartos), por placas córneas (nos crocodilos e jacarés) ou ainda por placas ósseas (nas tartarugas), formando uma carapaça que protege o animal. A impermeabilização da pele ocorreu graças à intensa produção de uma molécula protéica chamada de queratina, (forma as penas das aves e os pelos dos mamíferos). Essa adaptação permitiu aos primeiros vertebrados terrestres evitar a perda de água pela pele, possibilitando a vida nos habitats mais inóspitos, inclusive nos desertos. (descomplica)

2. Pulmões parenquimatosos
A pele impermeável e a quantidade extra de queratina, impediram que acontecessem trocas gasosas através da epiderme. Para compensar, os répteis foram os primeiros a desenvolver pulmões alveolares ou parenquimatosos com maior superfície relativa interna, o que fez desses pulmões os mais eficientes para a respiração aérea. A entrada e a saída do ar também se tornaram mais eficientes, graças ao auxílio de músculos presentes nas costelas.

3. Ovo aminiota-alantoidiano
Alcançar a independência da água para reprodução foi um grande desafio, mas os répteis conseguiram resolver essa problema com fecundação interna e um ovo amniota-alantoidiano (ou ovo reptiliano): esse tipo de ovo possui anexos embrionários, cório, âmnio, alantoide e saco vitelínico, além de uma casca grossa que impede o dessecamento do embrião. O âmnio mantém o embrião hidratado, e permite movimento do feto antes do nascimento, e impede o embrião de grudar na membrana aminiótica. A casca sendo porosa, permite as trocas gasosas entre o embrião e o meio externo. As aves e mesmo os mamíferos monotremados ainda apresentam esse tipo de ovo em sua reprodução.

4. Excretas nitrogenados menos solúveis em água
O metabolismo de proteínas produz as excretas nitrogenadas, e os ancestrais aquáticos eliminavam amônia, um composto muito solúvel em água. A vida na terra exigiu um tipo de excreta que em sua eliminação houvesse a mínima perda de água possível. Nos répteis e nas aves o produto da excreção nitrogenada é o ácido úrico, eliminado pela cloaca, juntamente com as fezes, na forma de uma pasta semi-sólida. No embrião esse excreta insolúvel em água pode ser armazenado dentro do ovo até o momento do nascimento, sem problemas de toxicidade. Já os mamíferos eliminam uréia, um composto facilmente solúvel em água. 



A CONQUISTA DO AMBIENTE TERRESTRE 
PELOS VERTEBRADOS
(Modificado de Campos, 2017)

Os primeiros Vertebrados surgiram nos oceanos, atingindo sua diversidade máxima na água salgada, assim como os peixes cartilaginosos e ósseos, bem como os agnatos antes destes. De alguma maneira, o grupo deixou o ambiente aquático e conquistou o terrestre. Mas como isso foi possível?

O sucesso na conquista de um novo ambiente envolve inúmeros fatores. O primeiro fator envolve o sistema ósseo, já que o esqueleto dos vertebrados deveria ser mais resistente, com juntas e ossos mais fortes, capaz de sustentar o peso fora da água. Nadadeiras frágeis foram substituídas por ossos rígidos, algumas costelas se modificaram em cintura escapular e pélvica, ocorrendo também alterações no crânio e pescoço. Tudo isso para sustentar o corpo fora d’água e resistir à força da gravidade e às demais forças criadas pela própria locomoção animal.

O segundo fator se relaciona com os próprios ossos, os quais não poderiam ser frágeis nem muito densos, já que isso os tornariam pesados demais. Assim, os animais que possuíam ossos intermediários, como os que temos hoje (com uma porção densa e uma “porosa”), se sobressaíram e deixaram mais descendentes. Mas para sustentar um corpo, a musculatura também é essencial, já que mantém a postura e permite a locomoção e movimentação. Isso significa que todo o sistema muscular se modificou junto com o esquelético. Por fim, os feixes musculares simples que encontramos nos peixes, se ramificaram e tornaram-se mais desenvolvidos e fortes.

Tudo isso que foi dito não adiantaria de nada se não fosse possível respirar no ambiente terrestre, resultando na mudança lenta e gradual da respiração branquial para pulmonar. Acredita-se que os pulmões se desenvolveram ao longo de grandes alterações de uma estrutura semelhante à bexiga natatória dos peixes pulmonados. A bexiga natatória funciona como um balão, garantindo a flutuabilidade dos peixes ósseos na coluna de água. Entretanto, nos peixes pulmonados uma estrutura parecida é invadida por vasos sanguíneos, mantendo-se ricamente irrigada por sangue, onde acontecem então as trocas gasosas. As brânquias, não sendo mais necessárias, acabaram não sendo um fator de seleção, enquanto que os “novos pulmões” sim. 
Coloque milhões de anos de evolução e seleção natural atuando sob desse novo sistema, e o resultado será o pulmão que conhecemos. Por fim, o último fator para permitir a conquista do ambiente terrestre, seria controlar a perda de água, líquido tão essencial para a vida. Os peixes em geral excretam (“urinam”) amônia, elemento que necessita de muita água para ser eliminado devido a sua toxicidade, todavia, isso não importa pois água não falta. Além disso, a grande maioria dos peixes não apresenta pele muito espessa, já que no ambiente aquático, a disponibilidade de água não é um problema. Entretanto, no ambiente terrestre isso é bem diferente, o que fez com que os vários grupos de vertebrados passassem por diversas formas de seleção para lidar com a desidratação.

Começando pelos anfíbios; a pele desses animais é bem mais espessa que a dos peixes, mas ainda assim muito fina, já que não possuem queratina (proteína que impermeabiliza), o que é compensado pelo alto número de glândulas lubrificantes na pele. Os anfíbios necessitam de uma pele fina, úmida e vascularizada pois sua respiração é feita principalmente através da pele, já que seus pulmões são ineficientes. Além disso, os anfíbios deixaram de excretar amônia e passaram a  excretar uréia, elemento que requer bem menos água para ser eliminado. 
No grupo dos répteis temos, além das glândulas que desapareceram da pele, tivemos o aparecimento de escamas e placas ósseas. Quanto ao ovo este que era liberado na água em grande quantidade diminuiu muito em número e passou a apresentar uma casca, que funciona como isolante e já evita bem mais a desidratação. Além da casca calcária ou córnea (pergaminácea) surgiram anexos ao embrião que mantém a água dentro do ovo; dois deles são tidos com responsáveis pelo sucesso dos répteis em terra firme: o âmnio e o alantóide. Nas aves o sistema é parecido. Nas aves e nos mamíferos surgiu um mecanismo único de controle de temperatura interna, agora esses dois grupos mantém sua temperatura constante não importando a temperatura externa do meio, i.e, são homeotérmos. para isso um coração com quatro cavidades onde não existe mais mistura de sangue venoso com o arterial. No ambiente terrestre, a termorregulação de aves e mamíferos é resultado do balanço entre a geração de calor metabólico e as perdas através da evaporação bem como os processos de convecção e condução. Para isso as penas e o pelo desempenham um papel importante.
A pele, que é fina e sem glândulas, é revestida por penas, que são excelentes isolantes, e há também a troca da excreta de uréia por ácido úrico, composto que quase não precisa de água para sua eliminação, além de perderem a bexiga urinária para diminuir o peso na hora de levantar voo. As aves conquistaram o ambiente terrestre e ganharam o céu, já que suas adaptações vão além de uma existência no meio terrestre, surgiram os ossos pneumáticos (ossos ocos, que armazenam ar, os sacos aéreos que diminuem a densidade do indivíduo, a perda dos dentes, o maxilar transformado em bico, o osso esterno transformado em quilha para melhor "singrar" o ar, e óbvio os membros anteriores que se transformaram em asas. Finalmente, chegamos aos mamíferos, que além de ter muitas glândulas sudoríparas que auxiliam a regulação da temperatura corporal, temos as glandulas sebáceas que impermeabilizam o pelo e tem função bacteriostática. Além disso, possuem a pele composta por várias camadas: gordura, células, queratina e pêlos. Com tudo isso, os vertebrados puderam se diversificar e se espalhar pelo ambiente terrestre, gerando toda a diversidade de animais que conhecemos.



II.6.Adaptações ao voo.

Principais adaptações das aves ao voo

PENAS
Estruturas formadas basicamente por beta-queratina que se desenvolvem de folículos na pele. Elas ajudam na propulsão, sustentação do animal no ar além de atuarem como isolante térmicos e evitarem o encharcamento em uma eventual chuva. Existem diversos tipos de penas. As penas adaptadas para o voo possuem vexilo desenvolvido de textura penácea, que lembra uma folha. Além de ajudarem no voo, as penas das aves possuem importante papel importante na flutuação, camuflagem e atração de parceiros para cópula.

ASAS
São importantes porque garantem a sustentação, a ascensão e também a propulsão. As aves conseguem mudar o formato de suas asas de modo a garantir velocidade e força, o que permite manobras, aterrissagem, decolagens e mudanças de direção.

ESQUELETO
O esqueleto das aves é bastante complexo e adaptado ao voo. Entre as principais características, podemos citar o esterno expandido em quilha ou carena, o qual tem a função de prender os músculos peitorais; os ossos das mãos se modificaram e se fundiram para sustentar as penas; vértebras da região caudal se fusionaram, para melhor suportar as funções das penas da cauda; e uma coluna vertebral rígida, e costelas fusionadas garantem apoio às asas. Além disso, destaca-se a presença de ossos ocos, chamados de ossos pneumáticos, que garantem leveza e contribuem para a diminuição da densidade do corpo espécies aladas. O esqueleto também confere um formato aerodinâmico ao animal tornando mais fácil o deslocamento aéreo.

MÚSCULOS
Os músculos das aves são muito desenvolvidos. Em aves que voam, os músculos peitorais podem atingir 20% da massa corpórea. Além disso, o osso esterno das aves transformou-se numa quilha para melhorar a aerodinâmica, e consequentemente gastar menos energia durante o voo.

SISTEMA DIGESTÓRIO
Nas aves, constatamos a ausência de dentes e o maxilar foi transformado em um bico. Essa característica está relacionada com a redução do peso corporal das aves.

RESPIRAÇÃO
As aves são animais que respiram por pulmões, entretanto, possuem conectados a eles os sacos aéreos. Essas estruturas conferem maior leveza pois diminuem sua densidade e garantem um maior suprimento de ar. O sistema respiratório das aves é, portanto, eficiente e consegue suprir a demanda energética do voo  mesmo em grande altitude como a 8 mil metros.

EXCREÇÃO
As aves perderam a bexiga urinária, o que garante maior leveza a esses animais. Além disso, excretam ácido úrico, um produto que não necessita de grande quantidade de água para a eliminação.

REPRODUÇÃO
Nas aves, é comum observar nas fêmeas a presença de apenas um ovário e as gônadas são pequenas. Além disso, a postura dos ovos (todas as aves são ovíparas) contribui para a redução do peso. (modificado de preparaenem)




Bibliografia 

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