As inúmeras funções das plantas em nossa vida
Plantas. Como não amá-las, se a vida toda nos acompanham e estão ao nosso lado durante o dia todo, embora sigam imóveis onde estão, indefectivelmente calmas, trabalhando para o bem do planeta, embelezando o mundo com seu verde esperançoso.
Nutrem nosso corpo com alimento de seu próprio corpo que armazenam transformando a luz do sol em nutrientes ricos em energia como arroz, feijão, batata-inglesa, grãos em geral, frutos, folhas, etc.
Nos envolvem e abrigam todos os dias com roupas fornecendo fibras para vestuários. Nossas roupas ainda são mais agradáveis quando são produzidas com fibras naturais por ex.: linho, algodão, cânhamo, juta etc...
Quando quando cansados procuramos um banco ou uma cadeira e nos acostamos nos bancos de madeira da praça e cadeiras ou no nosso sofá em casa.
Elas nos abrigam fornecendo madeira para construção de nossas casas, madeira para confecção de mobiliário e ainda se colocarmo no fogo, a madeira nos aquece e serve como combustível para preparar a nossa comida.
Quando queremos transmitir nossos sentimentos escolhemos um cartão de papel (celulose) para escrever palavras de amor e afeto.
Quando queremos transmitir nossas ideias para muitas pessoas e deixar nossas ideias registradas podemos escrever um livro, e as plantass nos dão a celulose para fabricação do Papel (livros, cadernos, pranchetas etc...);
Para transportar bens, colocamos em caixas de papelão (celulose),
Elas até tornam o sabor de nossos alimentos mais palatáveis, mais agradáveis ao ser ingeridos, com mais sabor e melhor odor, com temperos e especiarias para culinária: orégano, pimenta, tomate para catchup, noz-moscada, cominho, louro, etc...;
Elas nos curam quando adoecemos pois delas uma legião de fitoquímicos descobrem todos os dias novas drogas, fármacos, para nossos medicamentos.
Uma dos inúmeros serviços que as plantas fazem por esse planeta e o único que cobram é deixá-las viver, e que são elas que retiram gas carbônico da atmosfera fixando nos tecidos de seus corpos. As plantas atuam como sequestradores de carbono da atmosfera, diminuindo a pegada de carbono da humanidade, e impedindo o efeito estufa...
e ainda fornecem parte do oxigênio que respiramos.
As plantas também possuem um grande apelo estético e sensorial, imagine um arranjo de flores, uma rosa, uma flor de maracujá, ou um simples maçanilha do campo, ou um maria-mole, pense na beleza da complexidade que existe nesse design e nessas cores... nada desenhadas nem pensada em nós. Mas mesmo assim, chamamos outras pessoas para nos ajudar a ver tal é o apelo universal que tem as flores.
Elas são símbolos eternos de duração, a manifestação visível da mensagem invisível do devir e da queda no oblívio a que tudo esta submetido.
Um ramo de oliveira Olea europea L. simboliza o perdão, a ideia da piedade de Deus para com o homem, da derrota do pecado, a paz e a abundancia que vem depois do castigo de Deus.
As folha do louro, um dos símbolos usados pelo deus Apolo, deus da luz, da cura, da poesia, da música e da profecia, protetor dos atletas e dos jovens guerreiros. Ele usava uma coroa de ramos de louro entrelaçados em sua cabeça, que foram retirados da ninfa Dáfne Δάφνη = Loureiro, que quando perseguida rogou a seu pai o deus rio Peneus que a salvasse, ele então a transformou em uma arvore de louro no exato momento em que Apolo ia beija-la. E desde então Apolo traz em sua cabela uma coroa de louro. Para os gregos os ramos de louros são o simbolo da suprema glória.
Enquanto árvore de carvalho Quercus robur L. simboliza a sabedoria, força moral e física, como afirma o seu próprio epíteto especifico "robur" (robusto, forte), representa o eixo do mundo que se comunica com o céus, é a árvore das árvores e consagrada a Zeus. O bosque dedicado a deusa Diana estava cheio de carvalhos que também era o seu simbolo.
O trigo Triticum aestivum L. uma das plantas com as quais o homem tem usado ha mais de 6.000 anos, simboliza a prosperidade, a abundancia, a fertilidade e riqueza. O trigo também adquire um novo simbolismo com Jesus de Nazaré, que é o "pão da vida". Para que haja pão é necessário enterrar a semente no solo, e que o solo seja fértil, para que a semente germine e produza farta colheita. O trigo também indica sucesso no trabalho e conquistas na vida; representa autoridade e governo; colheita farta, por isso ele usado em muitos brasões e emblemas mundo afora.
Outro exemplo é a rosa a primeira parece ter sido cultivada nos jardins asiáticos há 5.000 anos.
Homero sec.IX aC relata na Ilíada, que Afrodite era filha de Zeus e Dione a brilhante, a luminosa, Dione era filha de Cronos e Geia, sendo portanto uma Titânide. Já, Hesíodo narra outra história para o nascimento de Afrodite. Ele diz que quando Cronos cortou os órgãos genitais de Urano, seu pai, e arremessou-os no mar, da espuma (áphrós) surgida (Anadiômene = a que surge) do sangue e semen misturado com a água do mar, ergueu-se Afrodite. Platão em seu Sympósion (Συμπόσιον: banquete), estabelece uma rígida distinção entre: Afrodite Pandêmia, a inspiradora dos amores comuns, vulgares, carnais e Afrodite Urânia, a deusa que não tem mãe (άμήτωρ), e que sendo Urânia, é, ipso facto, a celeste, a inspiradora de um amor etéreo, superior, imaterial, a traves do qual se atinge o a mor supremo, este "amor urânico", desligando da beleza do corpo, eleva-se até a beleza da alma, para atingir a Beleza em si, que é partícipe do eterno. Pausânias, conta que Afrodite Urânia inspira o amor/Eros homossexual masculino (e, mais especificamente, os efebos), enquanto que da Afrodite Pandêmia emana todo amor às mulheres de onde emanava o amor físico e desejos lascivos. Afrodite nunca foi a mais fiel em seu casamento, tendo alguns amantes. Um deles teria sido Adônis, jovem de beleza sem igual. Um dia durante uma caçada, a colérica Ártemis lançou contra Adônis adolescente a fúria de um javali que o destroçou com os dentes. Não se sabe bem o motivo se pela ostentação arrogante do jovem de que ele era um caçador melhor do que ela, ou como vingança por Afrodite ter mantado Hipólito favorito de Ártemis. Outra versão relata que Adônis foi mortalmente ferido pelos ciúmes do deus Marte, amante de Afrodite, que se transformou em um javali e o atacou até a morte. Afrodite pediu a Zeus e este transformou o grande amor de sua vida em uma anêmona, a flor da primavera, e Zeus ainda fez com que Adônis ressuscitasse e vivesse quatro meses por ano ao lado de Afrodite.
Passado os quatro meses de primavera a anêmona fenece e morre. Foi exatamente para perpetuar a memória do seu amado, que viveu tão pouco, que Afrodite instituiu uma festa fúnebre que as mulheres celebram anualmente na entrada da primavera, que era celebrado com rosas, anêmonas, frutos, perfumes que eram atirados ao mar, no outro dia celebrava-se uma festa com cânticos e esperava-se a volta de Adônis.
Fernando Pessoa recorda que "puluis et umbra sumus" (somos pó e sombra) de Horácio, recorda os Jardins de Adônis, nos versos:
As rosas amo dos jardins de Adónis,
Essas volucres amo, Lídia, rosas,
Que em o dia em que nascem,
Em esse dia morrem.
A luz para elas é eterna, porque
Nascem nascido já o Sol, e acabam
Antes que Apolo deixe
O seu curso visível.
Assim façamos nossa vida um dia,
Inscientes, Lídia, voluntariamente
Que há noite antes e após
O pouco que duramos.
Outra lenda relata que as mesmas brancas espumas que fizeram surgir Afrodite do semen do penis de Urano, também fez surgirem rosas nesse mesmo momento. A rosa branca, então passou a simbolizar a pureza e a inocência. O relato prossegue dizendo que quando Afrodite viu seu amado Adônis ferido e a beira da morte correu para socorrê-lo e se feriu em um espinho e a gota de seu sangue tingiu de vermelho as rosas brancas a ela consagradas. Desta forma, na antiguidade as rosas passaram a ser ofertadas aos mortos em sinal do amor e respeito pelos entes queridos.
A rosa é o simbolo de tudo que é secreto e misterioso.
A Rosa vermelha significa o auge da paixão, o sangue e a carne.
Circundado por muitas pétalas, esta o centro, o segredo da rosa, clausura, , claustro, labirinto. Esse aspecto fez quem a rosa fosse o emblema do segredo e do silencio. Os europeus medievais usavam pendurar uma rosa no teto da sala simbolizando que os assuntos ali tratados deveriam ser mantidos em segredo.
Somos (todos os animais) totalmente dependentes das plantas para viver.
Quando nascemos nosso berço geralmente é feito de madeira e quando morrermos seremos enterrados em um caixão feito de madeira, e nosso carbono será reciclado pelas bactérias e fungos do solo, que mais uma vez tornarão disponíveis para as raízes das plantas e com sorte estaremos nesse mundo fazendo parte de uma flor que chama atenção do nosso olhar e alegra nossos penamentos. (Primeira versão 04/IX/2014)
Bibliografia
https://www.specula.com.br/post/2019/06/24/as-flores-e-a-mitologia
https://www.mdpi.com/1420-3049/25/7/1567/htm
https://www.mdpi.com/1420-3049/25/7/1567/htm
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