6/29/2023

METABOLISMO CELULAR

INTRODUÇÃO AO METABOLISMO CELULAR

1) RESPIRAÇÃO 
2) FERMENTAÇÃO E
3) FOTOSSÍNTESE


1. RESPIRAÇÃO CELULAR

Respiração celular é o processo que ocorre no citoplasma e na mitocôndria das células e é por meio desse processo que os organismos obtêm energia para realizar todas as funções vitais. 

A respiração celular ocorre nas mitocôndrias, em presença de oxigênio, e é divida em três etapas: a glicólise, o ciclo do ácido cítrico (ou ciclo de Krebs) e a fosforilação oxidativa. 

Resumo das reações da respiração celular

Etapas da respiração celular

1) Etapa da Glicólise, que ocorre no citosol (citoplasma). Dividida em duas fases: Fase de investimento e Fase da compensação.

2) Etapa do Ciclo de Krebs ou Ciclo do ácido cítrico, ocorre na matriz mitocondrial. Conjunto de reações que produzem ATP.

3) Etapa da Fosforilação oxidativa, que ocorre na membrana mitocondrial interna.

Essas 3 etapas são responsáveis por garantir a completa oxidação de glicose, ou outras moléculas orgânicas, até dióxido de carbono e água. Considerando a degradação da glicose, podemos resumir o processo por meio da seguinte equação:

C6H12O6(glicose) + 6O2 → 6CO2 + 6H2O + Energia (ATP + calor)

Glicose + oxigenio  resulta em dióxido de carbono + água + Energia na forma de ATP. 

Na equação apresentada acima é possível identificar que a molécula de glicose (C6H12O6) é dividida, de modo que possa originar as substâncias mais simples (CO2 e H2O). Esse mecanismo ocorre dentro da mitocôndria, organela citoplasmática que atua como uma usina de energia para a célula. Todas as células eucariotas apresentam mitocôndrias, onde essas reações ocorrem.

O alimento que você ingere todos os dias é composto de três macronutrientes: carboidratosproteínas e gorduras (lipídios)

Cada um desses micronutrientes fornece a energia necessária para nosso  organismo funcionar adequadamente (andar, estudar, pensar, brincar, correr, dormir, etc...). 

Ao mastigar a comida, nosso corpo já inicia o desmonte do alimento, i.e., a digestão e a posterior absorção desses macronutrientes.

Nesse momento a insulina produzida pelo pâncreas, é liberada no sistema circulatório e sinaliza ao resto do organismo que o alimento está chegando.

A insulina circula no corpo, funcionando como um sistema de alarme que informa células individuais de que a glicose do alimento está disponível. Você pode pensar nela como uma chave que destranca as portas das células, abrindo-as para absorver a glicose que será usada para dar energia ao seu corpo.

A insulina atua na célula iniciando pela sua ligação ao receptor de membrana plasmática, ligação que ocorre com alta especificidade e afinidade, provocando mudanças conformacionais que desencadeiam reações modificadoras do metabolismo da célula-alvo, constituindo assim uma resposta celular. 

Os receptores não são componentes fixos, podendo variar o número de receptores para cada tipo de célula, com isso variando o grau de resposta. A ligação do complexo hormônio-receptor é forte, mas não covalente, sendo equivalente à união de um efetor alostérico com a enzima que o regula. A ativação do receptor gera um sinal que, eventualmente, resulta na ação da insulina sobre a glicose, lipídeos, o metabolismo de proteínas, garantindo diferentes efeitos metabólicos.





GLICÓLISE

A glicose é um tipo de carboidrato utilizado como fonte de energia pelos seres vivos, sendo um dos principais nutrientes da célula. A glicose é transportada para dentro da maioria das células por difusão facilitada, através de proteínas transportadoras presentes na membrana plasmática.

Nos animais a insulina liga-se a um receptor presente na membrana plasmática das células. A ligação gera um sinal que garante um aumento da captação da glicose.

Entrada da glicose na célula mediada pela insulina  (mundoeducação)

glicólise a quebra da glicose (uma molécula de 6 carbonos, em duas moléculas menores). 
Esta etapa que ocorre no citosol, i.e., citoplasma da célula e é responsável por quebrar a glicose em 2 moléculas menores, de um composto chamado piruvato, cada uma dessas moléculas de piruvato possui 3 carbonos. 

A quebra da glicose ocorre tanto na presença de oxigênio quanto na sua ausência e consiste em um conjunto de 10 etapas distintas, sendo cada uma catalisada por uma enzima específica.

Inicialmente, a glicose, que apresenta 6 carbonos, será dividida em um açúcar que apresenta 3 carbonos. 

O açúcar com 3 carbonos será oxidado, e seus átomos rearranjados para formar 2 moléculas de piruvato, que é a forma ionizada de ácido pirúvico.

A glicólise pode ser dividida em 2 etapas, a etapa de investimento energético e a etapa de compensação energética. Como o nome de cada etapa indica, na fase de investimento, a célula gasta ATP, sendo observado um investimento de 2 ATP por molécula de glicose; e na fase de compensação, o ATP é produzido. Na fase de compensação energética, são formados 4 ATP e 2 NADH (carreador de elétrons).

No final do processo de glicólise, temos um rendimento líquido (ganho de energia) de 2 ATP e 2 NADH. Vale salientar que o processo de glicólise finaliza com a maior parte da energia da molécula original da glicose ainda presente nas moléculas de piruvato. (mundoeducação)


Etapas da glicólise

A glicólise é um processo que ocorre por meio de uma série de 10 reações divididas em duas etapas, que serão descritas a seguir:

1ª Etapa Fase de investimento

Essa etapa, conhecida também por fase preparatória ou fase de investimento, consiste em cinco reações:

1. Ocorre a fosforilação da molécula de glicose, em que ela recebe fosfato proveniente da molécula de ATP, formando glicose 6-fosfato;

2. A molécula glicose 6-fosfato sofre um rearranjo e forma frutose 6-fosfato;

3. Outra molécula de ATP fornece fosfato à molécula de frutose 6-fosfato, dando origem à frutose 1, 6 -difosfato;

4. A molécula de frutose 1, 6- difosfato sofre um rearranjo, com a abertura de seu anel benzeno, originando duas moléculas com três carbonos cada uma: gliceraldeído 3-fosfato e di-hidroaxetona fosfato;

5. A molécula de di-hidroaxetona sofre um rearranjo dando origem a outra molécula de gliceraldeído 3-fosfato.

Pode-se observar que ao final dessa primeira fase, houve apenas gasto de energia, com a conversão de duas moléculas de ATP em ADP.(mundoeducação)


2ª Etapa ou Etapa da Compensação energética

Essa etapa, também conhecida como fase de lucro ou compensação energética, ocorre o ganho energético e também é constituída por cinco etapas, descritas a seguir:

6. Duas moléculas de NAD+ (Nicotinamida Adenina Dinucleotídeo = NAD+) são reduzidas em duas moléculas de NADH com os elétrons provenientes da oxidação de gliceraldeído 3-fosfato em 1,3 -difosfoglicerato;

7. Cada molécula de 1,3 – difosfoglicerato cede um fosfato a uma molécula de ADP originando, assim, duas molécula de ATP e duas molécula de 3 – fosfoglicerato;

8. Ocorre um rearranjo das moléculas de 3 – fosfoglicerato, formando 2 – fosfoglicerato;

9. As moléculas de 2 – fosfoglicerato perdem uma molécula de H2O, originando o fosfoenolpiruvato;

10. As moléculas de fosfoenolpiruvato fornecem um fosfato a uma molécula de ADP, originando duas moléculas de ATP e duas de piruvato.

O saldo energético da segunda fase da glicólise são duas moléculas de NADH e quatro moléculas de ATP. Assim, o saldo final da glicólise, será de duas moléculas de piruvato, duas moléculas de NADH e duas moléculas de ATP, produzidas a partir de uma molécula de glicose. (mundoeducação).


Glicose + 2 NAD+ +2ADP + 2Pi → 2 Piruvato + 2NADH + 2H+ +2ATP +2 H2O



Glicólise 

Adenosina trifosfato (planejativo)
O ATP, ou adenosina trifosfato, é uma molécula extremamente importante para as células e o corpo como um todo, pois funciona como uma "moeda energética" dentro das células. Ele armazena e transporta energia química que é utilizada em diversas reações bioquímicas e processos celulares essenciais à vida, como síntese de proteínas, transporte de substâncias através das membranas celulares, contração muscular e divisão celular, entre outros.

O ATP é composto por uma base nitrogenada (adenina), um açúcar (ribose) e três grupos fosfato ligados em cadeia. A energia é armazenada nas ligações entre os grupos fosfato e pode ser liberada quando uma dessas ligações é quebrada. Ao perder um grupo fosfato, o ATP se transforma em ADP (adenosina difosfato) e libera energia para ser utilizada em processos celulares. O ADP pode ser posteriormente convertido de volta em ATP, reciclando assim a molécula para armazenar energia novamente. (planejativo)


CICLO DE KREBS OU CICLO DO ACIDO CÍTRICO 

Após a ocorrência da glicólise, o piruvato, na presença de oxigênio, dá continuidade ao processo de respiração celular. Nas células eucariotas, o processo continuará no interior das mitocôndrias. Inicialmente, o piruvato entra na organela por meio do transporte ativo, ele é então convertido em acetil coenzima A, também chamado de Acetil-CoA, para que possa ser usado no ciclo do ácido cítrico. Nesse processo, 2 moléculas de NADH são produzidas a partir de NAD+, e dióxido de carbono é liberado.

Entrada do Piruvato na mitocôndria e produção de energia pelo ciclo do ácido cítrico e fosforilação oxidativa. (mundoeducação).



Fermentação e respiração celular

Após as etapas da glicólise, dependendo da presença ou ausência de oxigênio, o processo de produção de energia segue mediante realização de processos, como a fermentação e a respiração celular.

Na fermentação, um processo anaeróbio (ocorre sem a presença de oxigênio), o piruvato permanece no citosol, recebe os elétrons do NADH, reciclando o NAD+, que pode ser utilizado novamente na glicólise, e dando origem a um novo produto, dependendo do tipo de organismo que realiza esse processo (lactato ou etanol e dióxido de carbono).

O saldo energético final da fermentação é de 2 ATP. Já na respiração celular, um processo aeróbio (ocorre na presença de oxigênio), o piruvato entra nas mitocôndrias dando sequência a uma série de reações e apresentará um saldo energético final de 32 moléculas de ATP.


Etapa da Fosforilação Oxidativa

A última etapa da respiração celular é a fosforilação oxidativa, sendo essa etapa a maior produtora de ATP. Essa etapa utiliza a energia que é liberada pela cadeia de transportes de elétrons para impulsionar a produção de ATP e consiste em 2 processos: o transporte de elétrons e a quimiosmose.

A cadeia de transporte de elétrons consiste em uma série de transportadores de elétrons inserida na membrana interna da mitocôndria que leva os elétrons a níveis mais baixos de energia que o transportador anterior. Os elétrons de alta energia presentes no NADH e FADH2 vão passando gradualmente por essa cadeia até chegar ao aceptor final, que é o oxigênio, levando à formação de água.

A maioria dos transportadores de elétrons estão contidos em 4 complexos proteicos. Os elétrons são transportados entre esses complexos graças a 2 carreadores móveis denominados de ubiquinona e citocromo. Conforme os elétrons descem pela cadeia, prótons são bombeados para dentro do espaço intermembranas. O transporte de elétrons e o bombeamento de prótons (H+) criam um gradiente de H+ através da membrana.

Na quimiosmose, o que se observa é que os prótons passam pelo complexo ATP-sintase inserido na membrana mitocondrial interna em um fluxo a favor do gradiente e de volta para a matriz mitocondrial. A energia liberada nesse processo é usada para fosforilar ADP, levando à formação de ATP.















Etapa 1
Através da ação da enzima hexocinase, a glicose é fosforilada e a glicose-6-fosfato (G6P), produzida no citosol, não pode sair da célula, sendo esta reação irreversível. Quando o fígado precisa fornecer glicose para outros tecidos, a G6P sofre a ação da enzima glicose-6-fosfatase, que catalisa a reação reversa da catalisada pela hexocinase.

Em seguida, através da enzima fosfoglicose isomerase, a G6P é transformada no seu isômero frutose-6-fostato ou F6P, que receberá mais um grupamento fosfato, sendo transformada no composto frutose-1,6-bisfosfato, sendo também uma reação irreversível, catalisada pela fosfofruto-cinase, uma enzima alostérica.


Etapa 2
A frutose-1,6-bisfosfato dá origem a uma molécula de diidroxiacetona fosfato e uma molécula de gliceraldeído-3-fosfato (GAP) pela ação da aldolase. A diidroxiacetona fosfato sofre ação da triose fosfato isomerase, sendo convertida em gliceraldeído-3-fosfato.


Etapa 3
A enzima gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase age sobre o GAP produzindo o 1,3-bisfosfoglicerato, tendo o NAD (Nicotinamida adenina di-nucleotídeo) como coenzima.
O composto 1,3-bisfosfoglicerato possui alto potencial energético permitindo a produção de ATP (adenosinatrifosfato) na reação seguinte, tendo como catalisadora a enzima fosfoglicerato cinase. A outra reação que sintetiza ATP transforma fosfoenolpiruvato em piruvato pela ação da piruvato cinase, sendo uma reação também irreversível.

A produção de ATP através do metabolismo aeróbio, pela quebra da glicose, divide-se em três etapas:1ª etapa – Glicolise – ocorre no citoplasma, gerando 2 ATPs + 2 piruvato + 2 NADH, com oxigênio suficiente. O ácido pirúvico entra na segunda etapa (Ciclo de Krebs).
2ª etapa – Ciclo de Krebs ou Ciclo do Ácido Cítrico – ocorre na matriz mitocondrial, onde o ácido pirúvico é convertido em acetil-CoA, que é fracionado, formando 2 ATPs + 8 NADH + 2 FADH2, sendo os dois últimos direcionados para a última etapa (Cadeia Respiratória).
3ª etapa – Cadeia Respiratória – ocorre na crista mitocondrial. Os 8 NADH e os 2 FADH2 liberam seus elétrons (H+) ricos em energia, produzindo 3 ATPs por cada NADH e 2 ATPs por cada FADH2. Os elétrons liberados originam 30 ATPs provenientes do NADH, sendo 2 da cadeia respiratória e 8 do ciclo de Krebs (10 NADH x 3) e somados a 4 ATPs provenientes do FADH2, sendo 2 da cadeia respiratória x 2, obtém-se 34 ATPs.

Sendo assim, a degradação total de uma molécula de glicose, produz 38 ATPs, sendo 2 da glicólise, 2 do ciclo de Krebs e 34 da cadeia respiratória.(blogportal)




FERMENTAÇÃO


A fermentação faz parte das nossas vidas, sendo usada pelo homem há mais de 10.000 anos, sobretudo como mais uma forma de preservar os alimentos e melhorar o seu gosto. 

O processo fermentativo é 100% natural e é usado para produzir uma grande variedade de alimentos, como iogurte, pão, shoyu, chucrute, cerveja, vinho, champanhe, leite fermentado, etc. E também é o segredo por trás da produção do MSG (glutamato monossódico).

GLUTAMATO MONOSSÓDICO

Certa noite, durante um jantar em 1908, um dos fundadores do Grupo Ajinomoto, o bioquímico Dr. Kikunae Ikeda, notando um gosto “saboroso” distinto dos quatro gostos básicos doce, azedo, amargo e salgado, fez à esposa uma pergunta que mudaria a história da gastronomia: o que deu a sua sopa de vegetais e tofu seu delicioso sabor de carne? A Sra. Ikeda apontou para a alga seca chamada kombu, ou kelp, que ela usou para fazer seu tradicional caldo japonês ou dashi. Inspirado por essa revelação, o Dr. Ikeda começou a trabalhar. Evaporando e tratando o caldo de Kombu, de sua esposa, ele foi capaz de extrair um composto cristalino, que acabou sendo o ácido glutâmico. Provando os cristais, ele reconheceu um sabor saboroso distinto que ele apelidou umami, baseado na palavra japonesa umai (delicioso). O Dr. Ikeda logo registrou uma patente para produzir umami em uma forma fácil de usar: MSG (glutamato monossódico).

Kikunae Ikeda (1864-1936)
O umâmi não tinha sido propriamente identificado até 1908. Quando o cientista e professor da Universidade Imperial de Tóquio, Kikunae Ikeda, verificou que o glutamato era responsável pela palatabilidade do caldo feito com a alga marinha kombu, chamado de kombu dashi, percebeu que havia algo distinto dos sabores básicos conhecidos até então (doce, azedo, amargo e salgado), e o chamou de umami (WP).

No ano seguinte, o Grupo Ajinomoto começou com o lançamento de MSG no mercado japonês. No início, era produzido por meio da hidrólise do glúten para extrair a proteína do trigo. Então, na década de 1930, houve uma mudança para a extração de MSG dos grãos de soja. Na década de 1960, a produção mudou para a fermentação bacteriana da cana-de-açúcar e safras semelhantes, em um processo muito semelhante ao modo como o queijo, o iogurte e o vinho são produzidos.

Um tempero popular e intensificador de sabor, MSG, ou glutamato monossódico, é a forma mais pura de umami, o quinto sabor. O MSG (glutamato monossódico) é amplamente usado para intensificar e melhorar os sabores umami em molhos, caldos, sopas e muitos outros alimentos. Também pode ser usado como substituto parcial do sal, contendo apenas um terço do sódio, e é classificado como seguro pela Food and Drug Administration e pela Organização Mundial da Saúde. Originalmente associado principalmente à culinária asiática, o MSG (glutamato monossódico) é agora usado em todo o mundo para realçar o delicioso sabor dos alimentos.

Hoje, o MSG (glutamato monossódico) produzido pelo Grupo Ajinomoto é produzido a partir da fermentação de ingredientes vegetais, como cana-de-açúcar, beterraba, mandioca ou milho. MSG é o sal de sódio do ácido glutâmico, um dos aminoácidos naturais mais comuns. O ácido glutâmico é produzido em abundância em nossos corpos e encontrado em muitos alimentos que comemos todos os dias, incluindo carne, peixe, ovos e laticínios, bem como tomates, milho e nozes. Quando uma proteína contendo ácido glutâmico é quebrada, por exemplo, por fermentação, ela se torna glutamato. O glutamato ativa nossos receptores gustativos, provocando o delicioso sabor salgado conhecido como umami.

Umâmi (旨味, umami) é um dos cinco gostos básicos do paladar humano, como o ácido, doce, amargo e salgado, e é uma palavra de origem japonesa (うま味), que significa "gosto saboroso e agradável". Essa escrita, em particular, foi escolhida a partir da palavra umai (うまい) "delicioso" e mi (味) "gosto". Os caracteres 旨味 são usados com um significado generalizado, quando um alimento é considerado delicioso.

Cinco gostos básicos, o doce, o azedo, o salgado, o amargo e umami, são mensagens que nos dizem algo sobre o que colocamos em nossa boca, para que possamos decidir se deve ser comido.



Se o leite, por exemplo, for deixado na geladeira depois da data de validade ou, se não for colocado na geladeira, ele azeda. Esse é um caso comum de deterioração. Mas o leite pode ser transformado em produtos alimentícios saudáveis e saborosos, como queijo e iogurte. Estes são exemplos comuns de fermentação. Cientificamente falando, a causa do leite estragar e da fermentação é a mesma: microrganismos.

Somente após 1850 é que os cientistas entenderam que o leite estraga pela ação de certos microrganismos. 

Antes, o entendimento era de que o leite azedava por uma reação puramente química, i.e., os pesquisadores pensavam que dois ou mais produtos químicos interagiam entre si para formar um novo produto, que é o que acontece quando o ferro enferruja (interação entre o ferro oxigênio e a água) ou quando um fósforo é aceso.

Quando você atrita a cabeça do fósforo na lateral da caixa, isso cria fricção e emite calor. A cabeça de um palito de fósforo é composta por uma mistura de enxofre, clorato de potássio, enchimento e pó de vidro. Essas substâncias são as responsáveis por atear fogo no palito assim que ele é atritado sobre a lateral da caixa de fósforos. Essa lateral é produzida com pó de vidro, aglutinante e fósforo vermelho.

Iogurte e queijo são fabricados há séculos, mas ninguém entendia a causa que transformava o leite em um produto alimentício. O mesmo acontecia com o vinho e a cerveja. Tanto que os povos antigos invocavam o deus do vinho: Dioniso (grego) ou Baco (romano) e realizavam grandes festivais para que a fermentação ocorresse normalmente a cada ano.

Foi Louis Pasteur (1822-1895), um dos maiores cientistas da época moderna, que demonstrou que os microrganismos vivos, no caso do leite, as bactérias causavam as mudanças que o transformavam em iogurte e queijo. 

Através das pesquisas de Pasteur, ele inventou um método para conservar o leite e matar os microrganismos que causam doenças presentes no leite.  Esse processo é chamado “pasteurização”.  A pasteurização é um tratamento térmico que elimina os microrganismos termossensíveis (todos os patogênicos e outros não esporulados) existentes no alimento. A temperatura não passa dos 100°C, podendo este aquecimento ser produzido por vapor, água quente, radiações ionizantes, calor seco, microondas, etc.

A descoberta de Pasteur mudou o mundo, e assim nasceu o campo da bioquímica. A descoberta desmentiu a teoria da “geração espontânea”, que sustentava que a vida pode brotar do nada.

O que é fermentação?

É fácil confundir fermentação com deterioramento, porque o mecanismo subjacente é basicamente o
mesmo.

A fermentação e a respiração celular são processos realizados pelos seres vivos para a obtenção de energia. Embora ambos apresentem a mesma finalidade, ocorrem de formas diferentes. A fermentação é um processo anaeróbio, enquanto a respiração celular é um processo aeróbio.

A fermentação é um processo de respiração anaeróbica, por meio do qual as células obtêm energia química para as atividades normais do seu metabolismo.

O ser humano se utiliza desses mecanismos para a preparação de produtos bastante consumidos. Como acontece com o fermento biológico do pão, além da fermentação do vinho, do iogurte, entre outros.

Na fermentação acontece apenas a primeira etapa da respiração celular, ou seja, a glicólise. Nessa fase ocorre a quebra da molécula de glicose em duas moléculas de piruvato (ou ácido pirúvico), além da formação de duas moléculas de ATP e duas de NADH.


Para que a energia armazenada nas ligações químicas da glicose seja liberada, é preciso que ocorram sucessivas oxidações. Geralmente as moléculas são oxidadas quando perdem elétrons, ao reagir com o oxigênio.

No entanto, na oxidação da glicose são retirados os hidrogênios da molécula, sem necessidade do contato direto com o oxigênio. A desidrogenação é catalisada por enzimas chamadas desidrogenases. Elas possuem uma coenzima, o NAD, que carrega os átomos de hidrogênio retirados da glicose.

Os organismos anaeróbicos facultativos podem realizar respiração aeróbica ou anaeróbica. Desse modo, quando há escassez de oxigênio, eles realizam a fermentação como processo alternativo. É o que acontece com o lêvedo da cerveja e as células musculares do corpo humano.


Quanto ao uso do oxigênio

Aeróbios: dependem do oxigênio para obter energia, pois realizam respiração aeróbia. Aqui destacamos os organismos eucariontes pluricelulares, como os humanos

→ Anaeróbios restritos ou obrigatórios: não dependem do oxigênio, pois realizam respiração anaeróbia. Dependendo da concentração de oxigênio no ambiente, isso pode danificar moléculas importantes como o DNA, levando esses organismos à morte. Exemplos desses organismos são as bactérias causadoras do tétano e do botulismo;

→ Anaeróbios facultativos: alguns organismos são classificados como anaeróbios facultativos, pois, na presença de oxigênio, realizam respiração aeróbia e, na ausência desse gás, realizam os processos anaeróbios. Um exemplo é o fungo Saccharomyces cerevisiae, o levedo da cerveja, que realiza o processo de fermentação utilizado na fabricação de bebidas alcoólicas, como vinho e cerveja, e também do pão. (biologianet)

Assim como o processo de respiração celular e suas etapas, a fermentação também é um processo metabólico para formação de energia celular na forma de ATP.

A principal diferença entre os dois processos é a presença do oxigênio. Na respiração celular, o aceptor final de elétrons é o oxigênio que, ao receber íons H+, é convertido a água. A fermentação é um processo que ocorre sem a presença de oxigênio, conhecido, portanto, como um processo anaeróbico.

Devido a essa característica de operar com ausência de oxigênio, os organismos que realizam fermentação (organismos fermentativos) são também chamados de anaeróbio.

Os organismos anaeróbios facultativos conseguem realizar respiração celular na presença de oxigênio e fermentação na ausência. Os anaeróbios estritos, não possuindo as enzimas catalisadoras do ciclo de Krebs e da cadeia respiratória, obtém ATP apenas através da fermentação.

Dentro os organismos fermentativos mais conhecidos estão as bactérias e fungos conhecidos como leveduras, assim como alguns moluscos, alguns anelídeos e as próprias células musculares dos seres humanos também podem realizar fermentação em condições específicas.

Outras semelhanças entre a fermentação e a respiração Celular são seus substrato e etapas iniciais. Ambos os processos se iniciam com a absorção de glicose pela célula e essa glicose é quebrada através do processo de glicólise. O processo de fermentação acontece todo no citosol, de forma diferente da respiração, que ocorre parte no citosol e o restante dentro das mitocôndrias.

O rendimento da fermentação é um fator limitante, fazendo com que organismos anaeróbicos facultativos, na presença de oxigênio, prefiram realizar respiração celular que fermentação.

Enquanto são gerados aproximadamente trinta ATPs para cada molécula de glicose que entra na via respiratória, na fermentação são gerados apenas dois ATPs. Os produtos finais na respiração celular, além do ATP, são CO2 e H2O. Eles são utilizados pelo organismo em outros processos metabólicos ou, no caso do CO2, geralmente secretados para o meio extracelular.

Na fermentação há a produção de outras moléculas orgânicas que caracterizam a fermentação, como o ácido láctico na fermentação láctica e o etanol na fermentação alcoólica, por exemplo.(todamateria)

A primeira etapa da Glicólise consiste em quebrar uma molécula de glicose (C6H12O6) que foi absorvida pelas células que precisam sintetizar o ATP e, no próprio citosol, é quebrada gerando duas moléculas de ácido pirúvico, também chamado de piruvato (C3H4O3).

A glicólise consiste em dez reações para que o ácido pirúvico seja formado como produto final. Logo no início, a glicose recebe dois grupos fosfato oriundos da quebra de dois ATPs formando a molécula frutose-1,6-bifosfato que não é tão estável quanto a molécula de glicose, sendo mais fácil sua quebra ao longo da etapa.

Além das duas moléculas de ácido pirúvico geradas, também são geradas quatro moléculas de ATP, porém como a etapa consome dois ATPs na reação inicial, o saldo positivo é de dois ATPs gerados e aceptores de elétrons na forma de NADH + H+, que posteriormente irão transferir seus elétrons para os produtos da glicólise.

Produtos da glicólise

2 Ácidos Pirúvicos;
2 ATPs (4, porém dois são consumidos na própria etapa);
2 NADH+ H+;



Fermentações (pratofundo)










FOTOSSÍNTESE

6 CO2 + 12H2O + luz --> C6H12O6 + 6 H2O + 6O2




O termo fotossíntese significa síntese pela luz, sendo o processo pelo qual plantas, algas e algumas bactérias utilizam a energia luminosa do sol para produzir matéria orgânica na forma de glicose e amido ou lipídios. 

A fotossíntese é o principal meio de produção de energia dos organismos autotróficos (algumas bactérias, algas unicelulares e pluricelulares, plantas). Esse processo geralmente utiliza gás carbônico (CO2) e água (H2O) para a produção de matéria orgânica na forma de glicídios, a qual servirá de alimento para o organismo, liberando também gás oxigênio (O2) para a atmosfera no processo. Praticamente todo o oxigênio que compõe a atmosfera atual da Terra é resultado da fotossíntese realizada por seres vivos que existiram há 2,8 bilhões de anos atras.

Dessa forma, a equação geral da fotossíntese é:

12 H2O + 6 CO2 → 6 O2 + C6H12O6 + 6 H2O

A água e os sais são absorvidos pelas raízes e transportados pelos vasos do Xilema para as folhas da planta, ou tecido clorofiliano. Nas folhas os cloroplastos capturam os fótons do sol com essa energia é usada pelos grana para concluir a reação usando dióxido de carbono da atmosfera, absorvido pelos estômatos e transferido ao tecido parenquimático clorofiliano (tecidos paliçadico e lacunoso). Nesses locais os dióxidos de carbono são cortados liberando o oxigênio para a atmosfera.








Parte dos glicídios da fotossíntese é utilizada pelas mitocôndrias na respiração celular, produzindo energia para o organismo realizar suas funções vitais. Outra parte pode vir a integrar a biomassa do ser fotossintetizante através da produção de diversas substâncias orgânicas como aminoácidos, gorduras e celulose. A glicose ainda pode ser convertida em amido e ser armazenada em células especiais do caule e da raiz ou integrar o endosperma da semente, compondo uma reserva energética para o organismo que vai formar a próxima geração.





EXERCÍCIOS





1. Observe esse esquema, e desenhe-o em seu caderno colocando o nome e a função de todas as organelas.



2. Descreva o que esta acontecendo nessas duas reações abaixo.


6) No início da década de 70, dois cientistas (Singer e Nicholson) esclareceram definitivamente como é a estrutura das membranas celulares, propondo o modelo denominado de mosaico fluído



Nesse conceito, todas as membranas presentes nas células animais e vegetais são constituídas por dois componentes. Que componentes são esses? Apresente a propriedade essencial a vida apresentado por essa membrana.





Fontes





https://brasilescola.uol.com.br/biologia/anaerobismo.htm








SISTEMA DIGESTÓRIO

 SISTEMA DIGESTÓRIO 

ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DIGESTÓRIO






Funções do sistema digestório

1. "Desmontagem" de substâncias alimentares, em moléculas menores, os nutrientes, que asseguram a manutenção dos processos vitais.
2. "Desmontagem" mecânica (via mastigação) e química (digestão enzimática) dos alimentos ingeridos (lipídios, proteínas, carboidratos, etc.) em moléculas menores que possam ser absorvidas pelo intestino.
3. Transporte dos nutrientes obtidos pela digestão bem como água e sais minerais da luz intestinal para os capilares sanguíneos.
4. Eliminação de resíduos não digeridos e não absorvidos (bolo fecal).

Fases da digestão

Apreensão do alimento 
Captação pelos lábios, dos alimentos e condução à cavidade oral propriamente dita.

Mastigação 
Desintegração parcial dos alimentos através de processos mecânico e químico que inicia na boca.

Insalivação 
Processo químico de secreção da saliva, pela glândulas salivares, e mistura da saliva aos alimentos fragmentados, formando o bolo alimentar.
Saliva: secreção aquosa transparente secretada pelas glândulas salivares diretamente na cavidade bucal. Sua maior parte (cerca de 99%) é constituída por água e cerca de 1% composto por proteínas ex: ptialina ou amilase salivar, lactoferrina, lisozima, mucinagustina, imunoglobulinas, etc. e íons ex: Cálcio e Ferro. Amilase Salivar (ou ptialina) é uma enzima da saliva que, em pH neutro ou ligeiramente alcalino, digere parcialmente o amido e converte-o em maltose. É na boca, com a ptialina da saliva, que começa a digestão química dos polissacarídeos ingeridos.
Lactoferrina: é uma glicoproteína que se liga fortemente ao ferro, tendo papel fundamental na inibição do crescimento bacteriano ao captar o ferro pela mucosa intestinal, uma vez que o ferro é essencial para o crescimento de bactérias patogênicas. Lisozima: enzima de origem natural, que pode se tornar uma alternativa ao uso dos antibióticos na dieta. A lisozima é definida como 1,4-β-N-acetilmuramidase, encontrada em diversos fluidos corporais e secreções externas do corpo, como lágrimas, saliva, sucos gástricos, sua função principal é o controle da população de bactérias da boca.
Proteina mucina é a principal proteína da saliva e é ela que dá viscosidade à mesma para que se forme o bolo alimentar e seja mais fácil a deglutição. Ou seja, ela age como um lubrificante da cavidade oral e esta lubrificação é essencial também para a fala e para diminuir o atrito dentro a boca e dessa forma evitar possíveis ferimentos.
Gustina: é uma proteína ligada à produção das papilas gustativas que requer zinco para sua atuação. As papilas gustativas são estruturas presentes na língua responsáveis pela percepção do sabor.


Deglutição 
Condução do bolo alimentar com auxilio da língua através da faringe para o esôfago.

Digestão 
Desdobramento do bolo alimentar em moléculas mais simples. Inicia na boca com a α-amilase atuando sobre os carboidratos e no estômago com a pepsina e  para as proteínas e gorduras.

Absorção 
Processo de passagem dos nutrientes presentes no quilo, em sua forma assimilável (como monossacarídeos, aminoácidos, ácidos graxos, glicerol, nucleotídeos), água, vitaminas, sais minerais, que estão disponíveis na luz do intestino para o sangue.

Defecação 
Eliminação do bolo fecal, i.e., de substâncias não digeridas do trato gastrointestinal, para o exterior via reto e ânus.


Processos desempenhados pelo sistema digestório 

1. Ingestão: Captação de alimentos e líquidos pela boca 
2. Secreção: As células do trato gastrointestinal secretam até sete litros de água, ácidos, tampões e enzimas diariamente. 
3. Mistura e Propulsão: Contração e relaxamento da musculatura misturam o alimento e as secreções, impulsionando o bolo alimentar em direção ao ânus. 
4. Digestão: Processos químicos e mecânicos de quebra e degradação dos alimentos em frações menores. Pode ser mecânica (dentes e contrações do estômago e intestino) e química (enzimas digestivas). 
5. Absorção: Passagem de íons e pequenas moléculas (aminoácidos, monossacarídeos, ácidos graxos e bases nitrogenadas) para o líquido intersticial e sistema circulatório e linfático. 
6. Defecação: Eliminação de resíduos, substâncias indigeríveis, bactérias, matéria digerida não absorvida. O material eliminado é denominado fezes.


Por que nos alimentamos? 
O que é o gosto ou paladar? 
Por que escolhemos determinados alimentos? 

Segundo pesquisadores e especialistas em gerontologia (SBGG, visita em Nov. 2020), ao pensarmos na alimentação apenas como uma necessidade fisiológica estaríamos desconsiderando o que chamamos de aspecto psicossocial deste ato vital.

Qual a diferença entre comer um bolo de chocolate ou uma porção de feijão? 
Sem considerarmos o valor nutricional, o que faz com que a maioria das pessoas escolha o bolo?  
Será que é porque é mais fácil de preparar? 
Será que é mais "barato", mais rápido...?

Qual a diferença entre esses dois alimentos?

É a dimensão psicológica da alimentação que nos leva a preferir um ou outro. 
O sabor doce, a associação com situações positivas como uma festa, uma recompensa na infância, reunião com quem amamos, faz de nossas escolhas alimentares formas de se obter prazer pessoal. Ver um filme comendo pipocas, tomar um xícara de chá no inverno oferecem sensação de bem estar e acolhimento.

Se você parar para pensar, poderá eleger algo que se lhe fosse proibido comer seria praticamente uma tortura a falta que lhe faria! 

O que popularmente chamamos de paladar pessoal está relacionado, portanto, com nossos hábitos diários e nossa história de vida, nossa cultura e das tradições do nosso grupo social.

Deglutição

A dimensão social da alimentação é ainda mais evidente. Imagine uma comemoração de aniversário ou uma festa de Natal sem comida. 
Além de estranho para dizer o mínimo, seria algo um tanto deprimente e até triste. Quando você quer rever um amigo, ou combinar algo com outras pessoas convida a(s) outra(s) pessoa(s) para tomar um café ou almoçar, ou jantar. Nestas situações, o que está em questão não é a alimentação propriamente dita, mas sim a possibilidade de confraternizar, de interagir socialmente, de estar ao lado de quem amamos.

Podemos definir “deglutição” o ato de engolir, ou seja, o transporte do conteúdo (alimento ou saliva) da boca até o estômago
Os órgãos envolvidos na deglutição são: 
cavidade oral (músculos das bochechas, dentes, língua e palato), 
faringe, 
esôfago e 
estômago
Todos esses órgãos atuaram de forma sequenciada. Essa sucessão de eventos é controlada pelo sistema nervoso.



Órgãos dos sistema digestório


Boca


Limites da boca 



A cavidade da boca é onde o alimento é ingerido e preparado (mastigado) para a digestão no estômago e intestino delgado. O alimento é mastigado pelos dentes, e a saliva, proveniente das glândulas salivares, facilita a formação de um bolo alimentar controlável. 
A deglutição é iniciada voluntariamente na cavidade da boca. A fase voluntária do processo empurra o bolo da cavidade da boca para a faringe, a parte expandida do trato digestório, onde ocorra a fase automática da deglutição.

A cavidade da boca consiste em duas partes: o vestíbulo da boca e a cavidade propriamente da boca (cavidade própria). O vestíbulo da boca é o espaço semelhante a uma fenda entre os dentes e a gengiva e os lábios e as bochechas. A cavidade própria da boca é o espaço entre os arcos dentais superior e inferior. 
É limitada lateral e anteriormente pelos arcos alveolares maxilares e mandibulares que alojam os dentes. O teto da cavidade da boca é formado pelo palato. Posteriormente, a cavidade da boca se comunica com a parte oral da faringe (orofaringe). Quando a boca está fechada e em repouso, a cavidade da boca é completamente ocupada pela língua.


O primeiro ato da digestão ocorre na boca, e é a captação do alimento pelos lábios, a mastigação pelos dentes, que fragmentam o alimento em porções menores e as misturam com a saliva produzida pelas glândulas salivares. 

Deglutição

Segundo profissionais da saúde especialistas em gerontologia a deglutição é dividida em três fases (SBGG, visita em Nov. 2020).

Fases da deglutição (Fonte: Aula de Anatomia)


1. Fase preparatória-oral  (Fase Voluntária)

Inicia quando mordemos o alimento ou o introduzimos na boca. Segue com a movimentação do bolo alimentar dentro da boca e a mastigação para triturarmos o alimento e degustarmos o seu sabor. Finalizada esta etapa, o alimento é posicionado no centro da língua, os lábios se fecham e a língua faz um movimento ondulatório para trás, pressionando o alimento contra o palato (“céu da boca”). Este também se fecha impedindo que o bolo entre na cavidade nasal. Com esta pressão o alimento se desloca para o fundo chegando até a faringe (orofaringe). Esta fase da deglutição, é a única que controlamos por nossa própria vontade.

2. Fase faríngea

Após o movimento ondulatório da língua, o bolo alimentar chega à faringe. Nesta fase, que dura aproximadamente um segundo, muitos eventos importantes ocorrem:
* o palato mole e a úvula (popularmente chamados de céu da boca e campainha) fecham completamente a ligação com o nariz, impedindo que o alimento suba para esta região;
* a respiração é interrompida,
* a laringe se movimenta para cima fechando estruturas importantes que estão em seu interior como as pregas (“cordas”) vocais vestibulares e epiglote, para impedir que o alimento vá para as vias aéreas e pulmões.

Quando engasgamos significa que uma pequena parte do alimento ou saliva alcançou a laringe e como um reflexo protetor, uma tosse intensa é produzida na tentativa de expulsar aquele corpo estranho, no caso, o alimento, para que ele não atinja os pulmões.

* Finalmente é aberta a transição para o esôfago, próximo órgão que transportará o alimento. 

3. Fase esofágica

Dura aproximadamente 5 segundos e é involuntária (não temos controle do seu mecanismo). Inicia com a abertura da transição entre a faringe e o esôfago, em seguida se desencadeiam ondas peristálticas que transportam o alimento até o estômago. (SBGG, visita em Nov. 2020)

A digestão do alimento, sua digestão e absorção dos produtos resultantes são realizadas por um conjunto de órgãos que constituem o sistema digestório. 
Este é composto por um longo tubo com certa de 9,0m de comprimento, o tubo digestório ou trato gastrointestinal, e por glândulas associadas como as glândulas salivares o pâncreas e o fígado.
A estrutura de entrada do tubo digestório é a boca, delimitada anteriormente pelos lábios (superiores e inferiores), que auxiliam na obtenção do alimento. No interior da boca localizam-se os dentes e a língua, que preparam o alimento para a digestão. Na cavidade oral propriamente dita abrem-se os ductos provenientes de três pares de glândulas salivares, que produzem e liberam na cavidade bucal um fluido chamado saliva. A saliva é composta basicamente de água (98 - 99%), enzimas, além de materiais inorgânicos (como cálcio, cloro, manganês, fósforo...). 

A boca, é delimitada pelos lábios, fauces (garganta), bochechas, palato e assoalho muscular. Na boca ocorre o processo de mastigação que lubrifica e mistura o alimento com a saliva, iniciando a digestão dos carboidratos por ex.; amido, pela ação da alfa amilase salivar (ou ptialina).

Seguindo-se à boca encontra-se a faringe (abertura comum aos sistemas digestivos e respiratórios), constituída por vários músculos estriados responsáveis pela deglutição, sendo este um processo de ingestão que ocorre logo após a mastigação dos alimentos.



Comunicação do esôfago com o estômago é feita por meio do óstio cárdico; a abertura deste orifício é controlada por um anel de musculatura lisa que o circunda denominado esfíncter esofágico inferior. Quando a musculatura deste esfíncter relaxa, o óstio cárdico abre-se e permite a passagem do bolo alimentar para o estômago. O estômago comunica-se com o intestino delgado por meio de um orifício o óstio pilórico ou piloro. A abertura e o fechamento do piloro é controlado por um anel de musculatura lisa, denominado esfíncter pilórico. O relaxamento da musculatura do esfíncter pilórico permite a passagem do conteúdo estomacal para o duodeno. 
Anéis musculares como os que controlam o óstio cárdico e o óstio pilórico atuam com válvulas e são genericamente denominados esfíncteres, estando presentem também na junção do intestino delgado com o grosso e no ânus.













DISCUSSÃO
Vamos fazer uma parada para identificar os órgãos do sistema digestório






Divisão dos processos digestivos

a) digestão na boca e deglutição
processo físico
Mastigação, ação dos dentes que trituram, língua que age na mistura e saliva que umedece o alimento.

processo químico
A digestão química ocorre através da ação de enzimas digestivas que hidrolisam as macromoléculas do alimento (como proteínas, amido e lipídeos), quebrando-as em moléculas menores (como aminoácidos, açúcares simples e ácidos graxos) passíveis de serem absorvidas através da membrana das células do trato gastrointestinal.
Digestão química dos alimentos

Hidrólise do amido (carboidratos)
Ação da ptialina (alfa amilase salivar), enzima que degrada amido em maltose. O pH ótimo situa-se próximo 7,0 (neutro).

Hidrólise dos ácidos graxos
Início da digestão da gordura: A lipase lingual liberada pelas glândulas serosas da língua, junto com a saliva, inicia a hidrólise dos ácidos graxos (AGs) dos triacilgliceróis (TGs).

b) digestão no estômago
processo físico
Peristaltismo = movimentos involuntários da musculatura lisa do tubo digestivo.
(Do grego Peri, em redor e Stellein, mudar. A peristalse de fato movimenta o conteúdo intestinal em redor e para diante

processo químico
Atuação da pepsina, enzima que transforma proteínas em peptonas (peptídeos maiores). O pH ótimo está ao redor de 2,0 (fortemente ácido).
outras enzimas: lípase (fraca) e renina.

c) digestão e absorção ao nível do intestino delgado
processo físico: peristaltismo e emulsão de gorduras pela bile.
processo químico: enzimas digestivas produzidas pelo pâncreas e intestino delgado. O pH ótimo está ao redor de 8,5 (fracamente básico).
suco pancreático: amilase, tripsina (protease) e lípase.
suco entérico: maltase, peptidases, lípases.

Observe, na tabela a seguir, o processo de fragmentação enzimática que produz as unidades moleculares em condição de serem absorvidas pelas vilosidades intestinais e passarem à corrente circulatória (sanguínea e linfática), para distribuição no organismo:


Cada enzima atua sucessivamente sobre inúmeras moléculas do mesmo tipo, que não se gastam ou estragam. Por isso, uma quantidade ínfima de amilase é capaz de digerir uma grande quantidade de amido.

A amilase salivar tem, porém, pouca importância em nossa digestão. De fato, ao engolirmos o alimento, sua ação cessa, porque o meio ácido do suco gástrico a inativa. Felizmente, o pâncreas, que tem meio básico, também lança amilase no duodeno. Assim, o amido que escapou da amilase salivar (quase todo) é digerido pela amilase pancreática. (educabras).

A digestão das diversas classes de alimentos são resumidas a seguir

* o pepsinogênio é enzima inativa do suco gástrico. A sua ativação exige um pH ácido (pH 2) no interior do estômago que produz ácido clorídrico (HCl).

** o tripsinogênio (enzima inativa), produzido no pâncreas, será ativado quando o suco pancreático chegar ao intestino delgado (duodeno). A enzima que catalisa essa ativação (transformação) é uma enteroquinase.


REGULAÇÃO DA DIGESTÃO 

A análise comparada das figuras anteriores mostra, na regulação hormonal da digestão humana, quatro tipos de hormônios "não glandulares", isto é, hormônios produzidos por "mucosas" e não por glândulas endócrinas são eles:
gastrina, secretina, colecistocinina e enterogastrona.


A presença mecânica do alimento que chega ao estômago serve de estímulo para que a mucosa gástrica produza o hormônio gastrina. Através da corrente sanguínea esse hormônio estimula a produção do suco gástrico pelo estômago. À medida que a digestão ocorre, a redução na quantidade de alimento dispara o mecanismo de feedback negativo que determinará a parada na produção do suco gástrico.

A chegada do quimo (alimento parcialmente digerido no estômago) no intestino delgado (duodeno) sinaliza para que a mucosa intestinal produza enterogastrona. Esse hormônio agirá na parede estomacal inibindo sua motilidade e secreção gástrica. Quando a quantidade de alimento digerido já for grande e o que ainda resta no duodeno for pouco, o mecanismo de feedback negativo sinaliza para que seja interrompida a produção da enterogastrona, recomeçando as atividades estomacais.

O quimo que passa do estômago para o duodeno chega com ácido clorídrico do suco gástrico. Essa presença ácida serve de estímulo para que a parede intestinal produza a secretina. Esse hormônio atuará no pâncreas estimulando a produção do suco pancreático que conterá enzimas (tripsinogênio, amilase, lípases) e sais de HCO3- (bicarbonato), que apresentam comportamento básico. Com essa composição que será encaminhada para o duodeno, haverá neutralização da solução ácida vinda do estômago e nivelamento do pH em torno de 8,0 (ligeiramente básico) que é o ótimo para as enzimas que aí atuam. Regularizado o pH, o mecanismo de feedback negativo interrompe a produção de secretina.

Apesar de no suco gástrico existir certa proporção de lípases, a digestão de gorduras (lipídios) não pode ser realizada porque o pH ótimo dessas enzimas só se apresentará no duodeno. Portanto, essa composição alimentar gordurosa que chega ao intestino, estimulará a mucosa para a produção de colecistocinina. Através do sangue esse hormônio regula a produção de bile pelo fígado, seu armazenamento na vesícula biliar e eliminação dessa solução para o duodeno. Os sais biliares não apresentam enzimas, porém emulsionam as gorduras que se tornando solúveis em água terão sua digestão acelerada pelas lípases. A bile facilita também a absorção dos componentes alimentares lipossolúveis para a circulação linfática.

Os produtos finais da digestão contendo água e sais minerais, passarão, agora, do intestino delgado para a circulação. Esse processo denomina-se absorção. No intestino existem inúmeras vilosidades intestinais cuja principal função é aumentar a superfície de contato do intestino com o quilo, favorecendo a absorção pelos vasos sanguíneos e linfáticos.

Os vasos sanguíneos absorvem os alimentos hidrossolúveis (solúveis em água): sais minerais, carboidratos monossacarídeos (glicose, frutose, galactose), aminoácidos, vitaminas hidrossolúveis (vitamina C e complexo B).

Os vasos linfáticos absorverão os alimentos lipossolúveis (solúveis em solventes orgânicos): ácidos graxos (gordurosos) e vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K). A bile executa importante participação fisiológica, emulsionando os nutrientes lipossolúveis em água e tornando possível a sua digestão em solução aquosa e absorção (educabras).



ANATOMIA DO SISTEMA
 DIGESTÓRIO 

BOCA 

Boca Composta por

Lábios (recobertos por pele por fora e mucosa por dentro) e bochechas auxiliam a manter o alimento entre os dentes superiores e inferiores. Auxiliam na fala. 
Palato duro: composto por maxilas e ossos palatinos (maior parte do céu da boca). 
Palato mole: compõe o restante do céu da boca. É muscular e contém úvula palatina (durante a deglutição, movem-se para cima e impedem que alimentos e líquidos entrem na cavidade nasal) 
Língua (órgão digestório assessório): forma o assoalho da boca. Movimenta o alimento durante a mastigação, moldam o alimento e auxiliam na deglutição.
• Na lingua encontramos a enzima chamada de lipase lingual liberada pelas glândulas serosas da língua, junto com a saliva, inicia a hidrólise dos ácidos graxos (AGs) dos triacilgliceróis (TGs)*.
Glândulas Salivares (órgão digestório assessório): Parótidas, submandibulares e sublinguais. Secretam saliva (99,5% de água e 0,5% de solutos). Contém amilase salivar (inicia a digestão de carboidratos), lipase e lisosimas (destrói bactérias e protege dentes e túnica mucosa).


*Adendo à digestão dos lipídios
(O processo de digestão da da gordura inicia na boca e continua no estômago com a ação da lipase gástrica, principalmente, na digestão de ácidos graxos de cadeia curta. Uma vez no estômago, a lipase gástrica promove a continuidade do processo, contudo, o pH altamente ácido dificulta a ação enzimática, onde a maior parcela da digestão acontece no intestino delagado. Uma vez no duodeno, o bolo alimentar com o pH ácido acaba por induzir a liberação do hormônio digestivo colecistocinina (CCK), também conhecido como pancreozimina. O CCK faz com que a vesícula biliar sofra contração e liberação da bile para o duodeno, também estimulando a secreção pancreática. Os lipídios são emulsificados pela ação dos sais biliares, formando micelas mistas de triacilgliceróis, que sofrem a digestão pela ação da lipase pancreática, liberando ácidos graxos. Desta forma, os ácidos graxos podem ser absorvidos pelas células que compõem o intestino, os enterócitos, e reconvertidos em triacilgliceróis, onde juntamente com o colesterol e apoliproteínas, irão formar o quilomícron. Os quilomícrons (QM) são então secretados nos vasos linfáticos e corrente sanguínea, sofrendo ação de lipases lipoprotéicas e gerando ácidos graxos e glicerol. Esses ácidos graxos serão oxidados e utilizados como fonte de energia, ou formar ésteres, para serem armazenados nos adipócitos ou células musculares, principalmente. (infoescola)

BOCA

A boca é delimitada pelos lábios e pela bochecha, revestidos externamente por pele e internamente pela mucosa. 
Ela é composta pelo vestíbulo, dentes, língua e cavidade bucal propriamente dita. 
O conteúdo dos Lábios (superior e inferior) é o músculo orbicular da boca. 

Sendo o a primeira porção do canal alimentar se comunica anteriormente com meio exterior através de uma fenda limitada pelos lábios superior e inferior, denominada rima bucal e posteriormente se comunica com a orofaringe ou parte bucal da faringe, através de uma região estreitada denominada, istmo das fauces.

Boca

Na parte externa, há uma depressão, acima do lábio superior, denominada filtro do lábio. Tanto o lábio superior como o lábio inferior possui um frênulo, que os prende na gengiva. Alguns indivíduos nascem com uma fissura labial, chamada de lábio leporino. Nesses casos, o defeito pode ser uni ou bilateral, abranger o palato e até a cavidade nasal.




Cavidade oral 
Vestíbulo 
Região entre os lábios as bochechas e os dentes (face vestibular dos dentes ) 
Cavidade propriamente dita 
Língua, face lingual do dentes, palatos duro e mole 



A gengiva é um tecido fibroso inserido tanto na maxila como na mandíbula. Os processos e eminências alveolares são revestidos pela gengiva.
A cavidade bucal propriamente dita é a região entre os dentes, língua, músculos do assoalho da boca, palato e istmo das fauces. 
O assoalho é composto principalmente pelos músculos milo-hioides, que se unem na rafe mediana e separam a região do pescoço da boca.




Palato mole 
Músculo Tensor do véu palatino e 
Músculo Levantador do véu palatino 

Função 
Obstruir a nasofaringe para passagem do bolo alimentar

A nasofaringe se comunica com a porção posterior da cavidade nasal propriamente dita, através de aberturas posteriores denominadas coanas. O teto (fórnix) e as paredes da nasofaringe se estendem de forma contínua, e se localizam abaixo do corpo do osso esfenoide e da parte basilar do osso occipital. O assoalho da nasofaringe é contínuo com a parte posterior do palato mole. (Martinez, Farias, Borges e Chagas, sd).

A orofaringe estende-se do palato mole até a borda superior da epiglote. Comunica-se, na parte anterior, com a cavidade oral por uma abertura, o istmo das fauces. O termo fauces é utilizado para definir a região de transição entre a cavidade oral e orofaringe e ela é formada pelos arcos palatoglosso e palatofaríngico.

Nas paredes laterais da orofaringe, os músculos palatoglosso e palatofaríngico produzem dois arcos, denominados palatoglosso (pilar anterior) e palatofaríngico (pilar posterior). No intervalo dos arcos palatinos, denominado loja (seio ou fossa) tonsilar, estão as tonsilas palatinas, localizadas de cada lado da orofaringe. A raiz da língua se conecta com o palato, por via do arco palatoglosso e com a epiglote, mediante a da prega glossoepiglótica mediana. De cada lado desta prega, observam-se depressões de profundidade variável e em forma de cunha, as valéculas epiglóticas, delimitadas lateralmente pelas pregas glossoepiglóticas laterais.


Tonsilas
As tonsilas palatinas, antigamente chamada de amígdalas, são estruturas formadas por uma massa de tecido linfoide, localizadas em ambos os lados da garganta. São extremamente ricas em células que atuam na defesa do organismo, e sua função é trabalhar na produção de anticorpos para combater organismos patogênicos, como bactérias. Devido a isso, as tonsilas são grandes aliadas do sistema imunológico.
“Elas fazem parte do anel linfático de Waldeyer que é formado pela tonsila lingual, pela palatina e pela faríngea (ou adenoide), na região chamada rinofaringe (dentro das narinas). Essas estruturas, participam do processo respiratório e da deglutição, além de serem grandes aliadas do sistema linfático e imunológico. Por sua localização, ajudam o organismo a combater infecções causadas por vírus e bactérias que entram pela boca ou pelo nariz. As tonsilas constituem a primeira linha de defesa contra doenças e produzem leucócitos para ajudar o organismo a lutar contra infecções, combatendo as bactérias e os vírus que entram no organismo através da boca, porém são órgãos vulneráveis a infecções por esses invasores, nesses casos, ocorrem as tonsilites”. A tonsilite é uma inflamação nas tonsilas palatinas, mais comuns em crianças, mas podem acontecer em qualquer idade. Pode ter diversas origens, como uma infecção por bactérias ou vírus, sendo que as infecções bacterianas podem causar acúmulo de pus sobre as tonsilas.
Existem três tipos principais de tonsilites: aguda, subaguda e crônica. A tonsilite aguda pode ser de origem tanto bacteriana quanto viral (mais comum, 75%). A subaguda (que pode durar entre 3 semanas e 3 meses) é causada por bactérias e a crônica, que pode durar por longos períodos, se não tratada, e é quase sempre bacteriana. Em qualquer um dos tipos, os principais sintomas são dor de garganta, dores no corpo, dor na nuca, febre, cansaço, falta de apetite, dificuldade de respirar e dor de cabeça, sendo o diagnóstico mais comum observar a dilatação das tonsilas, estudar o histórico familiar, bem como fazer exames específicos para diagnosticar o agente causador. Em alguns casos de tonsilites, podem se desenvolver acúmulo de pus ou a infecção pode se espalhar resultando em inflamação e infecção da veia jugular interna, dando origem a uma infecção septicêmica que se espalha pelo organismo. Existem ainda a tonsilite viral, que pode ser evolução de um resfriado, em geral não requer tratamento específico, porque a cura espontânea ocorre em poucos dias. A bacteriana que deve ser tratada com antibióticos específicos, receitados pelo médico, além dos cuidados com a dor, febre, dificuldade de engolir. Os sintomas da tonsilite diminuem ou desaparecem ao término de dois ou três dias após o tratamento ser iniciado, mas o antibiótico receitado deve ser tomado por sete dias, pelo menos, e algumas pessoas podem ter de tomá-lo por período maior, sendo importante seguir a orientação médica. Para prevenir as tonsilites, deve-se ingerir alimentos que contenham vitaminas, como frutas, legumes, fígado, peixes, etc. “Evite situações que possam produzir variações de temperatura no organismo como tomar água gelada, andar descalço e tomar banho de chuva, fatos que favorecem a instalação das bactérias, bem como evitar contato com pessoas que apresentem esse tipo de infecção”, (Mayara Galllina, 2015)


A laringofaringe estende-se da borda superior da epiglote até a borda inferior da cartilagem cricóide. Seu limite inferior está em continuidade com a parte superior do esôfago. Na sua parte anterior, a larigofaringe se comunica com o ádito da laringe, onde se observa uma depressão de cada lado, o recesso piriforme.

Fotografias de faringes abertas pelas porções posteriores. Em A identificam-se o dorso da língua, cartilagem epiglótica, ádido da laringe e o esôfago está fechado. Em B, identifica-se a cartilagem epiglótica, o ádido da laringe e o esôfago está aberto (acervo do Programa de Anatomia, ICB, UFRJ).
(Martinez, Farias, Borges e Chagas, sd)




LÍNGUA



Hemicabeça plastinada. 
Acervo do Programa de Anatomia, ICB, UFRJ identificando em destaque as três proporções da faringe: nasofaringe, orofaringe e laringofaringe. 
(Martinez, Farias, Borges e Chagas, sd)


A língua é um órgão motor e sensitivo, responsável pela gustação, dicção, mastigação e deglutição. Tem uma raiz de implantação e um frênulo, que limita seus movimentos. Possui duas proeminências próximas ao frênulo, as carúnculas sublinguais (saída dos ductos submandibulares), e duas pregas sublinguais (saída dos ductos sublinguais). 

A língua pode ser dividida em raiz, parte mais posterior e inferior, pela qual ela se fixa à boca e ao osso hioide, e corpo, parte menos limitada e de maior movimentação. Em sua região posterior, há papilas ovaladas, um sulco terminal, o forame cego (origem do ducto tireoglosso) e as tonsilas linguais.
 
Além disso, por trás da língua está a cartilagem epiglótica, as valéculas e as pregas glosso-epiglóticas medial e laterais. 
O terço posterior da língua tem inervação sensitiva geral e gustatória feita pelo glossofaríngeo (exceto na região da epiglote – vago). A região anterior contém papilas gustativas de vários tipos, foliadas, filiformes e fungiformes, e um sulco mediano. Os dois terços anteriores da língua têm inervação sensitiva geral feita pelo nervo lingual (ramo do mandibular – V3) e gustatória feita pelo nervo corda do tímpano (ramo do facial).













Existem dois arcos que se direcionam do palato, o arco palatoglosso e o arco palatofaríngeo, formados pela impressão dos respectivos músculos. Entre os dois arcos existe um espaço onde se localiza a tonsila faríngea (amígdalas), a fossa tonsilar. Lateralmente à fossa passa a artéria carótida externa e o nervo glossofaríngeo.






https://youtu.be/GgqIn066MFc
Sistema digestório: Boca


DENTES

Os dentes são em numero de 32 em uma boca adulta, permanentes. Antes de ter os 32 permanentes, uma pessoa possui 20 dentes decíduos. Existem, em cada hemi-arcada, 2 incisivos, 1 canino, 2 pré-molares e 3 molares. A inervação sensitiva dos dentes é feita ramos alveolares do nervo maxilar, na arcada superior, e do nervo mandibular, na arcada inferior.











Os músculos extrínsecos da língua correspondem ao hioglosso, estiloglosso, gênioglosso e palatoglosso. Todos eles são inervados pelo 12o par craniano, o hipoglosso, exceto pelo palatoglosso, inervado pelo nervo acessório (XI). O genioglosso está disposto na forma de leque. O hioglosso está mais lateralizado. Os músculos intrínsecos correspondem aos longitudinais superior e inferior (superficiais), transverso (entre o longitudinal e genioglosso) e vertical (na ponta da língua). Todos são inervados pelo hipoglosso.

As bochechas têm como arcabouço o músculo bucinador (perfurado pelo ducto parotídeo). 
Além disso, há uma formação de tecido adiposo chamada Bolsa de Bichat. 
O teto da boca é formado pelo palato duro (parte óssea – processo palatino da maxila e processo horizontal do palatina) e palato mole (véu palatino). A união das duas maxilas chama-se rafe mediana.

Há a papila incisiva na região anterior do palato, local de referência do forame incisivo, por onde transita a artéria palatina descendente e o nervo nasopalatino (inervação sensitiva do palato anterior). Ainda na região anterior, estão presentes algumas rugosidades, chamadas de pregas palatinas transversas. Na parte posterior está o palato mole ou véu palatino, com a úvula na parte central. O palato mole direciona a deglutição, bloqueando a comunicação entre oro e nasofaringe. Os dois principais músculos que o movimentam são o levantador e o tensor do véu palatino, que passam lateralmente a tuba auditiva (também a abrem). Ambos são inervados pelo glossofaríngeo e por ramos do nervo vago.



Localização dos Receptores

Os receptores gustativos estão localizados na cavidade bucal, distribuídos no dorso da língua, na epiglote, parede posterior da orofaringe e no palato. Os órgãos específicos para a recepção dos estímulos são os botões gustativos ou corpúsculos gustativos e estão localizados nas paredes das papilas linguais.

Estrutura e tipos de papilas

As papilas são dobras da membrana mucosa da língua que formam saliências, sendo de vários tipos: fungiformes em toda a superfície da língua, com um número médio de botões gustativos; circunvaladas, no dorso e parte posterior da língua, com muitos botões gustativos; foliadas em pregas, nos bordos posteriores da língua, com poucos botões gustativos; papilas filiformes, distribuídas na superfície da língua, não apresentando corpúsculos gustativos.



Cunha (2008) descreve sucintamente as papilas linguais como sendo projeções da lâmina própria ou cório da membrana mucosa coberta com epitélio, podendo ser divididas morfologicamente em quatro tipos principais: 
1) Papilas Filiformes
São estreitas e numerosas, localizadas principalmente no dorso da parte oral da língua. 
2) Papilas Fungiformes
São aquelas que apresentam a porção superior de cor avermelhada, arredondada, e uma base estreita, onde freqüentemente apresenta calículos gustatórios e são encontradas principalmente no ápice e nas bordas laterais da língua. 
3) Papilas Valadas ou Circunvaladas
São as maiores papilas qeu encontramos na língua, variam em número de três a quatorze e estão dispostas em forma de V adiante do sulco terminal. Têm a forma de um castelo redondo, circundado por um fosso profundo, limitado na sua periferia por um muro ou vallum. Os ductos das glândulas serosas abrem-se no sulco, e os corpúsculos gustatórios são encontrados nas papilas e no vallum
4) Papilas Folhadas
São papilas que consistem de sulcos e cristas inconstantes próximos à parte posterior da borda (GARDNER; GRAY; O’RAHILLY, op. Cit). 

A papila circunvalada difere de outras estruturas gustatórias presentes na língua, semelhante à papila fungiforme, por ser rica em botões gustativos e pela presença de um aparato secretório associado com glândulas serosas especializadas, as glândulas de Von-Ebner (SBARBATI, et. al, 2000).

Segundo HIB (2003) a papila circunvalada é constituída por tecido epitelial pavimentoso estratificado, tecido conjuntivo subjacente, fibras musculares estriadas esqueléticas e um complexo glandular seromucoso associado, responsável pela secreção de substâncias necessárias à limpeza do “valum” das papilas. Os corpúsculos gustatórios são pequenos órgãos intra-epiteliais de forma ovóide ou de tonel, medem aproximadamente de 80μ de altura por 40μ de espessura. Estes corpúsculos são numerosos nas paredes internas das valas que circundam a papila valada, nas dobras das papilas folhadas, na superfície posterior da epiglote e em algumas papilas fungiformes na ponta e bordas laterais da língua (ORBAN, 1955).


Estrutura e localização dos corpúsculos gustativos 

O corpúsculo gustativo é uma estrutura bulbosa que apresenta aproximadamente 70 μm altura e 40 μm de diâmetro. O número de corpúsculos é variável sendo maior em crianças, diminuindo no adulto e começando um processo de degeneração após 45 anos de idade (Cunha, 2008, Oliveira, 1982).

O corpúsculo apresenta cerca de 40 células epiteliais modificadas, os receptores gustativos, que vivem por 10 dias aproximadamente. Na mucosa lingual existem glândulas serosas com canais que se abrem junto às papilas, sendo uma de suas funções diluir as substâncias estimulantes, que entrarão em contato com os receptores. As células gustativas, que são células sensoriais secundárias, estão localizadas centralmente, rodeadas pelas células de sustentação. As células basais estão em contato com as porções inferiores das células gustativas. As extremidades apicais das células gustativas com microvilosidades se dispõem sob o poro gustativo ficando entre elas e o poro um espaço cheio de líquido. As microvilosidades ou pêlos gustativos constituem a superfície receptora para o gosto. Nas bases das células sensoriais existem sinapses com fibras nervosas eferentes, existindo em cada botão gustativo cerca de 50 destas fibras. 

Corpúsculo constituição
Células sensoriais; células de sustentação; células basais.

As células gustativas, que são células sensoriais secundárias, estão localizadas centralmente, rodeadas pelas células de sustentação. As células basais estão em contato com as porções inferiores das células gustativas. As extremidades apicais das células gustativas com microvilosidades se dispõem sob o poro gustativo ficando entre elas e o poro um espaço cheio de líquido. As microvilosidades ou pêlos gustativos constituem a superfície receptora para o gosto. Nas bases das células sensoriais existem sinapses com fibras nervosas eferentes, existindo em cada botão gustativo cerca de 50 destas fibras (Oliveira, 1982). 
A renovação das células do corpúsculo é contínua, sendo substituída após sua morte pelas células basais.

Mecanismo de estimulação - transdução no receptor

As substâncias hidrossolúveis, portanto solúveis na saliva, entram em contato com as papilas gustativas daí penetrando pelos poros gustativos no espaço cheio de líquido onde estão mergulhados os pelos gustativos dos receptores.

O contato da substância estimulante com a membrana do receptor provocaria mudanças físicas na mesma, com alteração do seu potencial negativo de repouso (potencial de membrana), havendo assim uma despolarização no receptor. Esta alteração do potencial da célula gustativa é o potencial gerador.


Existem evidências de que a molécula da substância estimulante entre em interação com moléculas receptoras localizadas em certos pontos da membrana sensorial. A molécula receptora protéica modificaria a sua estrutura, isto provocando modificação da permeabilidade da membrana com fluxo de íons, despolarização e formação do potencial gerador. O tipo de substância receptora em cada pelo gustativo interage com os tipos de substâncias específicas que provocarão respostas naquele receptor particular. Esta interação entre a molécula estimulante e a molécula do receptor é a base da teoria estereoquímica do gosto. É importante lembrar que é apenas uma teoria, mas nos ajuda a compreender certos aspectos fisiológicos da estimulação gustativa. Não explica entretanto certos fatos como, por exemplo, porque as sensações gustativas variam quando a concentração de uma substância é mudada (Oliveira, 1982, Nunes, 2005).

Os potenciais geradores dos receptores geram impulsos nas fibras gustativas aferentes, cuja freqüência depende do potencial gerador e da intensidade do estimulo. Os neurônios que coletam informações dos botões gustativos respondem de maneira semelhante mas respondem mais a um tipo de estimulação do que outro. Cada neurônio coleta informações de vários botões gustativos (convergência) por isso os neurônios respondem a todos os tipos de estimulação enquanto que em certos corpúsculos isto não acontece. Os neurônios dos receptores gustativos produzem uma freqüência pequena de descarga de impulsos que seria uma freqüência espontânea de repouso na presença de saliva e ausência de outra estimulação. A introdução de um estímulo específico determina um aumento na freqüência de descarga por um período curto. O estimulo permanecendo, os neurônios reduzem a freqüência de descarga a um nível mais baixo; sendo o estímulo removido, os neurônios voltam à sua freqüência de descarga inicial.

A adaptação

Quando o estímulo gustativo é aplicado, a freqüência de descarga das fibras nervosas aumenta rapidamente por uma fração de segundo e se adapta em seguida havendo declínio da resposta para um nível inferior e constante. Deste modo uma informação intensa chega no sistema nervoso central de início, persistindo uma informação mais débil até terminar o estímulo. Este declínio na resposta ocorre devido aos receptores e neurônios dos botões gustativos. Como explicar o fato de que a redução da sensação gustativa leva mais tempo que o declínio da resposta neuronal, ou seja, de vários segundos a vários minutos? O declínio da resposta neuronal de fração de segundo não explica esta redução. Outro aspecto importante a ser lembrado é que os neurônios continuam a produzir impulsos enquanto o estimulo persistir, entretanto nossa sensação gustativa para aquela substância chega a desaparecer dentro de poucos minutos. Estes fatos seriam explicados se ocorresse uma adaptação adicional pelo tálamo e córtex. Isto deve ocorrer, porém a natureza do processo é desconhecida.

Em termos de importância biológica da adaptação gustativa poderíamos partir da consideração que substâncias doces são importantes para a nutrição e não são tóxicas e que substâncias amargas tendem a toxicidade, como é o caso de venenos. Focalizando a sobrevivência é importante reconhecer os dois tipos de substâncias inicialmente, continuar tendo a sensação não é importante. Sendo uma fruta doce, ela é boa para a saúde, se está amarga não é boa para a saúde, basta a sensação inicial para esta informação. A mudança da sensação apenas quando ocorre variação na estimulação é um processo econômico de recolher informações importantes, a continuação daquela estimulação não deve ser percebida ficando liberado o sistema nervoso para outras informações.

Uma observação interessante a respeito da adaptação é a necessidade de se variar a estimulação ou limpar as áreas estimuladas com água ou vinho para facilitar a remoção de substâncias facilitando a sensação de novos sabores. Existem certos sabores que se reforçam alternando-se, daí, o clássico uso de peixe com vinho branco e carne com vinho tinto. Um alimento adocicado parece mais doce após uma sensação amarga e uma bebida ácida como suco de limão parece mais ácida após alimentos doces.

Sensações fundamentais do gosto

São quatro: ácido, salgado, doce, amargo. 
Combinações destas quatro sensações permitem que um indivíduo perceba centenas de sabores.

Entre as substâncias consideradas ácidas temos os ácido clorídrico, acético, cítrico etc. A sensação depende da concentração de íon hidrogênio. Substâncias salgadas são por exemplo: cloreto de sódio, cloreto de amônio, cloreto de magnésio etc. 
Os cátions são os principais responsáveis pelo sabor salgado
Substâncias doces são: glicose, sacarose que são hidratos de carbono. 
Outros grupos de substâncias também podem provocar esta sensação gustativa como: álcoois, aldeídos, aminoácidos, glicosídeos (esteviosídeo eculcorante de origem natural, proveniente da planta Stevia rebaudiana Bert. 1905. O poder edulcorante deste glicosídeo é 300 vezes maior do que o da sacarose.

Adoçantes ou edulcorantes são substâncias de valor energético baixo ou inexistente,  que proporcionam, a um alimento, o gosto doce. Além da sacarose (açúcar natural mais difundido mundialmente), são largamente utilizados a sacarina, ciclamato e taumatina, que são moléculas bastantes distintas dos glicídios naturais. 
Os adoçantes podem ser classificados em artificiais ou sintéticos como a sacarina sódica, ciclamatos etc., que não apresentam valores calóricos, e os naturais como a frutose, o sorbitol etc., que possuem menos calorias que a glicose presente na sacarose.  
A sacarina é muito mais doce do que a sacarose daí então ser empregada como agente edulcorante (adocicante). (1, 2, (Oliveira, 1982)

Temos entre as substâncias amargas, o quinino, a cafeína, nicotina, estricnina, cocaína, morfina, atropina. As sensações gustativas são uma combinação dos sabores básicos citados. Várias pessoas comendo um mesmo tipo de alimento como uma fruta, por exemplo, sentirão porcentagens diferentes de salgado, doce, amargo e ácido e ainda algumas terão sensações não incluídas nos quatro sabores básicos. Isto vem demonstrar a complexidade das sensações gustativas.




Especificidade dos botões gustativos

As quatro sensações gustativas fundamentais se originam com intensidades diferentes nas diferentes regiões da língua devido à presença de corpúsculos gustativos específicos para cada sensação. Assim receptores para o doce existem mais na ponta da língua, para o sabor ácido ao longo das bordas laterais, para o sabor amargo na parte posterior da língua, para o sabor salgado parte anterior e bordos posteriores.

Estas variações regionais da sensibilidade gustativa aos sabores básicos explicam por que o café será sentido mais amargo na parte posterior da língua. O gráfico da figura sumariza estas variações regionais.

Existindo na língua variação da sensitividade regional, podemos esperar que a sensibilidade dos botões gustativos varie com sua localização, isto podendo ser demonstrado por registros de potenciais dos neurônios que coletam informações destes botões. Os corpúsculos não têm diferenças estruturais; acredita-se então que a especificidade para diferentes sensibilidades seja devida a diferenças na estrutura química das moléculas dos receptores na membrana das células sensoriais gustativas.










Por outro lado, o corpúsculo individual responde a mais de um tipo de estimulação. O fato importante é a resposta relativa a estas substâncias. Para medir a sensibilidade relativa de um corpúsculo nós podemos medir o limiar deste a várias substâncias de sabor básico, assim, o seu limiar, sendo menor para o sabor doce por exemplo, que para o sabor salgado, ele será mais sensível ao doce. Como são percebidas as diferentes sensações gustativas? O sistema nervoso central seria capaz de perceber as proporções de estímulos nos corpúsculos gustativos, através dos perfis gustativos das fibras que inervam os corpúsculos. Entretanto a atividade de uma fibra individual não fornece ínformaçõec, precisas com respeito à qualidade e à concentração da substância, necessitando o sistema nervoso central da informação de várias fibras.

Limiar gustativo

Existe enorme variação individual. O limiar gustativo é diferente para as diversas qualidades de estímulos químicos, exigindo concentrações diferentes para as diferentes substâncias. Com relação ao sabor doce, por exemplo, o limiar para a sacarose é o correspondente a uma solução 0,01 M; para a glicose 0,08 M e para sacarina 23 uM. Para o sabor ácido depende até certo ponto do grau de dissociação, sendo os limiares para o, ácido clorídrico da ordem de concentração 0,0009 N; para o ácido acético 0,18 M. Para o sabor salgado o limiar é de 0,01 M com o cloreto de sódio. Para o sabor amargo a solução de quinino deve ter concentração de 0,000008 M para atingir o limiar. Observamos por estes dados que as substâncias amargas têm menor limiar e se identificam com concentrações pequenas, isto é importante porque muitas toxinas mortais de plantas venenosas são amargas e em pequenas concentrações são percebidas e rejeitadas. Outra observação que podemos fazer é que os adoçantes sintéticos têm limiares menores, daí nossa maior sensibilidade a estas substâncias em menores concentrações.

Vias nervosas gustativas

Os impulsos gustativos dos dois terços anteriores da língua (papilas fungiformes) são conduzidos pelo nervo facial através da corda do tímpano.
Os impulsos do terço posterior da língua (papilas circunvaladas) e faringe são transmitidos pelo nervo glossofaringe. Principalmente em crianças, do palato mole, parede posterior da faringe epiglote os impulsos são transmitidos pelo nervo vago. As fibras gustativas fazem sinapse nos núcleos do trato solitário do bulbo. Os neurônios secundários vão terminar no tálamo ventral contralateral e formação reticular através do lemnisco medial, Os neurônios de terceira ordem entram em conexão com o córtex cerebral na região lateral do giro pós-central, na físsura de Sylvius. lobo parietal (12, Oliveira, 1982).





Sensação cortical

A intensidade da sensação gustativa depende da concentração da substância estimulante, da superfície da língua estimulada (número de receptores), da duração do estímulo. Isto pode ser traduzido pelas fórmulas psicofísicas:

C.An = K 1t.Cn = K

C = concentração da substância A = área estimulada

t = tempo de duração do estímulo K = constante para cada substância n = específico para cada substância

A sensação gustativa depende da interação de vários estímulos. Substâncias colocadas na boca podem excitar terminações nervosas da sensibilidade térmica, dolorosa, táctil e ainda receptores olfativos nas fossas nasais através de vapores. Todos estes estímulos interagem para nos dar a sensação gustativa.

Efeito da temperatura na sensação cortical

O chá ou café quente é menos amargo. Como vimos nossas sensações gustativas variam com a temperatura. Entretanto estas variações ocorrem de modos diferentes. Nossa sensibilidade aos sais parece aumentar com o
decréscimo da temperatura. Uma sopa terá sabor mais ou menos salgado conforme a sua temperatura esteja fria ou quente. Com relação ao doce a nossa sensitividade aumenta quando a temperatura aumenta. Um doce parece mais doce se estiver quente.

A sensação para o amargo aumenta com a temperatura e a sensação ácida não muda com a variação térmica (12, Oliveira, 1982).







Para distinguir a maioria dos sabores, o cérebro precisa da informação sobre ambos, cheiro e sabor, além da temperatura e textura. Essas sensações são transmitidas ao cérebro a partir do nariz e da boca. São várias as regiões do cérebro que integram a informação, permitindo às pessoas reconhecer e apreciar os sabores.

Uma pequena área da membrana mucosa que reveste o nariz (o epitélio olfativo) contém células nervosas especializadas, os receptores olfativos. Estes receptores contêm cílios que detectam os odores. As moléculas transportadas pelo ar, que entram pelas fossas nasais, se dissolvem no muco e estimulam os cílios, desencadeando um impulso nervoso nas fibras nervosas contíguas. As fibras prolongam-se para cima, através da estrutura óssea do osso etmoide que forma o teto da cavidade nasal (placa cribriforme), e conectam-se aos prolongamentos das células nervosas (bulbos olfativos). Estes bulbos formam os nervos cranianos do olfato, nervos olfatórios. O impulso viaja através dos bulbos olfativos e ao longo dos nervos olfatórios até o cérebro. O cérebro então interpreta o impulso como um odor específico. Além disso, a área do cérebro onde se armazena a memória dos odores, o centro do olfato e gustação na parte medial do lobo temporal, é estimulada. A memória permite a uma pessoa distinguir e identificar muitos odores diferentes, assimilados ao longo da vida.

Milhões de pequenas papilas gustativas cobrem a maior parte da superfície da língua. Uma papila gustativa contém diversos tipos de receptores gustativos ciliados. Cada tipo detecta um dos cinco sabores básicos: doce, salgado, ácido, amargo e umami (o sabor do glutamato monossódico). 

Estes sabores podem ser detectados em toda a língua, mas certas áreas são mais sensíveis a cada sabor. A doçura é mais facilmente identificada pela ponta da língua, enquanto que o salgado é melhor apreciado nas laterais anteriores da língua. A acidez é mais apreciada ao longo das laterais da língua e as sensações amargas são facilmente detectadas no terço posterior da língua.

Os alimentos colocados na boca estimulam os cílios, desencadeando um impulso nervoso nas fibras nervosas contíguas, que estão ligadas aos nervos cranianos do paladar (o nervo facial e o glossofaríngeo). O impulso viaja ao longo desses nervos até o cérebro, que interpreta a combinação de impulsos originados nos diferentes tipos de receptores gustativos como um sabor distinto. A informação sensorial a respeito do cheiro, sabor, textura e temperatura da comida é processada pelo cérebro para produzir um sabor distinto quando a comida entra na boca e é mastigada.(msdmanuals)



Nervos cranianos


Glândulas salivares

As glândulas salivares mantém a boca úmida e iniciam o processo de digestão do alimento. Correspondem as glândulas parótidas, submandibulares e sublinguais. As parótidas são glândulas salivares serosas localizadas na superfície do músculo masséter. Seu ducto passa por cima desse músculo, perfura o bucinador e joga a saliva na altura do 2o molar superior, no vestíbulo da boca. Como elas têm uma porção posterior ao ângulo da mandíbula, é possível verificar um tumor de parótida quando não é possível a palpação do ângulo da mandíbula. Apesar de estar bem relacionado anatomicamente com o nervo facial, a sua inervação é feita pelo glossofaríngeo. 





GLÂNDULAS SALIVARES




Composição da saliva

Água (98-99%), 
Produtos inorgânicos e orgânicos

Produtos orgânicos 
compostos por proteínas salivares de 4 tipos: Proteínas enzimáticas, proteínas ricas em prolina, proteínas aromáticas e imunoglubulinas. 

1. Proteínas enzimáticas
Amilase
Inicia a degradação do amido e do glicogênio, mas tem um papel pequeno porque se inativa rapidamente pelo fluxo digestivo.

Lactoperoxidase 
Ação antibacteriana destrói os microrganismos ao catalisar o peróxido de oxigênio.

Lisozima 
Ação antibacteriana, inibe o crescimento bacteriano, reduz a incorporação de glicose e produz ácido láctico.

2. Proteínas ricas em prolina
Mucinas
Capacidade de formar uma pseudomembrana sobre superfícies finas e duras, tem uma função protetora. São proteínas ácidas ricas em prolina.

3. Proteínas aromáticas
Gustina - proteína que agudiza o gosto.
Estaterina - proteína que produz remineralização e evita a precipitação ou cristalização de sais de fosfato de cálcio supersaturado nos ductos salivares.
Histatina - proteína que liga-se à hidroxiapatita; idem a função acima
Lactoferrina - proteína que intervém no retardo do crescimento bacteriano.
Albumina - proteína que produz compostos aromáticos.

4. imunoglobulinas 
IgA

Produtos inorgânicos 
Cálcio, Flúor, Sódio, Potássio, Bicarbonato, Fosfato, Cloro, Magnésio.









Glândulas salivares

Glândulas salivares Menores

Glândulas salivares Maiores 
         Parótida 
         Submandibular 
         Sublingual




As submandibulares são menores e localizadas junto ao corpo da mandíbula. Possuem parte acima do milo-hioide e parta abaixo. Seu ducto é direcionado para as carúnculas sublinguais, onde eliminam secreções seromucosas. A inervação é feita pelo nervo corda do tímpano (VII).



As sublinguais estão no assoalho da boca e também têm inervação pelo nervo corda do tímpano (VII). Os seus ductos eliminam substâncias mucosas nas pregas sublinguais.

Funções da saliva 

Como vimos em aula, a saliva é sintetizada pelas glândulas salivares e expelida na cavidade oral. Tem como principais objetivos: umidificar e lubrificar a mucosa oral e o alimento ingerido, iniciar a digestão de carboidratos e lipídios (por meio das atividades da amilase e da lipase lingual, respectivamente) e secretar substâncias germicidas protetoras, como a imunoglobulina A (IgA), a lisozima e a lactoferrina. A amilase é uma enzima que catalisa a hidrólise de amido em açúcares. Está presente na saliva dos humanos e outros mamíferos, onde começa o processo químico de digestão.

A saliva também tem papel crucial na manutenção de um pH neutro na cavidade oral (atua como uma solução tampão (tamponamento) e forma uma película sobre os dentes por meio de proteínas salivares ricas em prolina, que se ligam ao cálcio.


Digestiva : ptialina e lipase salivar 
Protetora: mucosa oral e dentes 
Defensiva: antimicrobiana 
Aglutinante /umidificação do bolo alimentar
Lubrificante 
Citoproteção gástrica 

Produção 1,5 litros/dia 
70% glândulas submandibulares, 
25% sublinguais e 
5% parótidas/amilase salivar.


ESTRUTURA DAS GLÂNDUALAS SALIVARES

O parênquima das glândulas salivares maiores consiste em terminações secretoras e em um sistema de ductos ramificados que se arranjam em lóbulos, separados entre si por septos de tecido conjuntivo que se originam de uma cápsula de tecido conjuntivo rico em fibras colágenas que circunda e reveste essas glândulas.

As porções secretoras glandulares têm dois tipos de células: as células serosas ou mucosas, além das células mioepiteliais não secretoras. Essa porção secretora precede um sistema de ductos cujos componentes modificam a saliva à medida que a conduzem para a cavidade oral.

Células serosas têm, em geral, um formato piramidal, com uma base larga que repousa sobre uma lâmina basal e um ápice com microvilos pequenos e irregulares voltados para o lúmen.

As células secretoras adjacentes estão unidas entre si por complexos juncionais que formam uma massa esférica, denominada ácino, contendo um lúmen central, onde o conteúdo proteico sintetizado pode ser expelido.

Células mucosas apresentam, em geral, um formato cuboide ou colunar; seu núcleo é oval e encontra-se pressionado junto à base da célula. Elas exibem características de células secretoras de muco, contendo glicoproteínas importantes para as funções lubrificantes da saliva.

A maioria dessas glicoproteínas pertence à família das mucinas, cuja estrutura contém 70 a 80% de cadeias de carboidratos. Tais células, frequentemente, se organizam e se rearranjam em túbulos, que consistem em uma formação cilíndrica que circundam um lúmen.

No ser humano, as glândulas submandibulares e sublinguais, organizam-se em um padrão característico. As células mucosas formam túbulos, mas, no término delas, há um grupo de células serosas que constituem as semiluas serosas.

Células mioepiteliais são encontradas junto à lâmina basal de terminações secretoras e na porção inicial do sistema de ductos intercalares (em menor extensão). Geralmente, duas ou três células mioepiteliais envolvem a terminação secretora e, nessa porção, são bem desenvolvidas e ramificadas, enquanto que nos ductos intercalares, elas são mais alongadas e fusiformes, dispondo-se paralelamente ao comprimento do ducto.. Elas apresentam características semelhantes às células musculares, incluindo a contratilidade. Estabelecem junções do tipo desmossomos entre si e também com as células secretoras. A sua principal função é evitar a distensão excessiva da terminação secretora durante a secreção, mas elas também ajudam na própria secreção.(unifal)

Embora a contração das células mioepiteliais acelere a secreção de saliva, sua principal função parece ser a prevenção da distensão excessiva da terminação secretora durante a secreção, devido a um aumento da pressão luminal.

Paralelamente, a contração das células mioepiteliais localizadas nos ductos intercalares aumenta o diâmetro luminal, contribuindo para diminuição da pressão na terminação secretora e facilitando a secreção.

No sistema de ductos, as terminações secretoras se continuam com os ductos intercalares, formados por células epiteliais cuboides. Vários desses ductos curtos se unem para formar um ducto estriado. Os ductos são caracterizados por estriações radiais que se estendem da base das células até a altura dos núcleos.

Os ductos intercalares e estriados são também denominados ductos intralobulares, devido à sua localização dentro dos lóbulos glandulares.

Dando continuidade ao sistema de transporte da saliva, observar-se que os ductos estriados de cada lóbulo convergem e desembocam em ductos maiores, localizados nos septos de tecido conjuntivo que separam os lóbulos, onde se tornam ductos interlobulares ou excretores.

Os ductos interlobulares são inicialmente formados por epitélio cuboide estratificado, mas as porções mais distais dos ductos excretores são revestidas por epitélio colunar estratificado.

O ducto principal de cada glândula salivar maior desemboca na cavidade oral e, no final, é revestido por epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado. Vasos e nervos penetram as glândulas salivares maiores pelo hilo e gradualmente se ramificam até os lóbulos.

Um rico plexo vascular e nervoso circunda os componentes secretores e ductais de cada lóbulo. Os capilares que circundam as terminações secretoras são muito importantes para a secreção de saliva, após estímulo pelo sistema nervoso autônomo.

Com relação ao estímulo nervoso, o estímulo parassimpático, geralmente iniciado pelo gosto ou aroma do alimento, provoca uma secreção abundante de saliva aquosa. Já o estímulo simpático produz uma pequena quantidade de saliva viscosa, rica em material orgânico/proteico.

Localização das glândulas salivares
1) Glândula salivar Parótidas
2) Glândulas salivares Submaxilar
3) Glândulas salivares Sublingual

GL. Salivares




1) Glândula Salivar Parótida (2)

Trata-se de uma glândula acinosa composta, cuja porção secretora é constituída exclusivamente por células serosas que contém grânulos de secreção ricos em proteínas e proeminente atividade de amilase (amilase ou Ptialina é uma enzima presente na saliva que, em pH neutro ou ligeiramente alcalino, digere parcialmente o amido e converte-o em maltose. É na boca, com a ptialina da saliva, que começa a digestão química dos polissacarídeos ingeridos.

Glândula acinosa composta


Amilase ou Ptialina
(Fonte: PDB entry 1SMD., Domínio público, 1,2). 

O conteúdo enzimático secretado pelas parótidas é responsável pela hidrólise de boa parte dos carboidratos ingeridos, dando início a digestão química. Como em outras glândulas salivares, o tecido conjuntivo contém muitos plasmócitos (quando um linfócito B entra em contato com um corpo estranho, esse linfócito B é ativado e passa a se chamar plasmócito, e é esse plasmócito quem efetivamente fabrica anticorpos, 3) e linfócitos. Os plasmócitos secretam IgA, que forma um complexo com componentes sintetizados pelas células acinosas, células dos ductos intercalares e estriados.

O complexo secretor rico em IgA é liberado na saliva, sendo resistente à digestão enzimática e constituindo-se em um mecanismo de defesa imunológica contra patógenos da cavidade oral.


2) Glândula salivar submandibular

A glândula submandibular é uma glândula tubuloacinar composta e sua porção secretora contém tanto células serosas quanto células mucosas. As células serosas são o principal componente desta glândula, sendo facilmente diferenciadas das células mucosas pelo seu núcleo arredondado e citoplasma basófilo.

Em humanos, cerca de 90% das terminações secretoras da glândula submandibular são acinares (serosas), enquanto 10% consistem em túbulos mucosos com semiluas serosas.

As células que constituem as semiluas na glândula submandibular secretam a enzima lisozima, cuja atividade principal é hidrolisar as paredes de determinadas bactérias.

Algumas células acinosas e dos ductos intercalares encontradas nas glândulas salivares maiores também secretam lactoferrina, que se liga ao ferro, um nutriente essencial para o crescimento bacteriano. A atividade antibacteriada (antimicrobiana) da lactoferrina está liga à sua capacidade de sequestrar ferro dos fluídos biológicos e tambem de desetruturar e destruir a membrana desses organismos.

A lactoferrina é a segunda proteína predominante no leite humano, com concentrações mais elevadas no colostro. Cada lactoferrina é composta por um único polipeptídeo com dois lóbulos globulares localizados nas regiões terminais, denominados de lóbulo C (acetil) e N (amino), que são conectados por α-hélice, contendo cada lóbulo um sítio de ligação. Cada um destes sitios consiste de dois sublóbulos denominados N1, N2, C1 e C2. Cada lóbulo pode se ligar a um metal em sinergia com o íon de bicarbonato, essencial para a ligação do ferro com a lactoferrina. Os metais que comumente podem se relacionar são os íons de Fe+2 ou Fe+3, embora outros (Cu+2, Zn+2, Mn+2) também possam se ligar aos lóbulos da lactoferrina. 

[A ação bactericida da lactoferrina é atribuída a dois mecanismos distintos de proteção. 

1) O primeiro mecanismo refere-se ao efeito bacteriostático relacionado à afinidade da ligação da proteína com moléculas de ferro, inibindo o crescimento das bactérias que necessitam deste nutriente, o que inclui uma variedade de bactérias Gram-positivas e negativas. O poder bacteriostático da lactoferrina é dependente do seu estado de saturação: quanto menor a saturação em ferro, maior é sua capacidade de sequestrar ferro. Diante disto, deve-se salientar a importância da lactoferrina presente no leite humano, cuja saturação varia em torno de 5 a 8% e, portanto, apresenta maior capacidade de ação bacteriostática comparada à lactoferrina bovina, cuja saturação varia de 15 a 20%. A lactoferrina com menos de 5% de saturação de ferro é chamada de apolactoferrina (apo), enquanto que a lactoferrina com maior saturação do ferro é denominada de hololactoferrina (holo). A lactoferrina presente no leite humano predomina na forma apolactoferrina (90%).

2) O segundo mecanismo de proteção contra o crescimento de bactérias atribuído à lactoferrina associa-se a sua interação com a superfície bacteriana. Estudos da estrutura molecular da lactoferrina demonstram que a proteína tem interação direta com lipídios aniônicos A, componentes de lipopolissacarídeos, que são constituintes da parede celular das bactérias Gramnegativas. A maior afinidade da lactoferrina com os lipopolissacarídeos está associada com o fragmento da porção N terminal da lactoferrina, ao contrário do C, que tem baixa afinidade. Esse processo de interação pode danificar a membrana das bactérias, alterando sua permeabilidade e promovendo a liberação de lipopolissacarídeos. Tal alteração facilita a ação da lactoperoxidase e de outras proteínas de defesa sobre a bactéria. A interação da lactoferrina com os lipopolissacarídeos também potencializa a ação dos antibacterianos naturais como a lisozima (Queiróz, Assis e Júnior, 2013).

A lactoferrina é capaz de inibir a replicação de uma ampla variedade de vírus. Os mecanismos de ação antiviral da lactoferrina ainda não foram bem caracterizados. Uma das hipóteses mais aceitas é que a mesma impeça a entrada do vírus na célula hospedeira por bloqueio dos receptores virais ou ligação direta com as partículas do vírus, evitando a infecção. A lactoferrina tem atuação eficiente no controle de infecções pelo rotavírus, vírus de RNA de dupla hélice da família do Reoviridae, que infecta enterócitos maduros. Estas infecções são as causas mais frequentes de gastrenterites em crianças em todo o mundo. (Queiróz, Assis e Júnior, 2013).

A lactoferrina tambem apresenta a capacidade de penetrar no núcleo do leucócito e bloquear a transcrição do NF-kB, que induz à produção de citocinas pró-inflamatórias como a interleucina 1 beta (IL1β), o fator de necrose tumoral alfa (TNFα), a interleucina 6 (IL6) e a interleucina 8 (IL8)(48). Além disso, a lactoferrina é um componente da homeostase imunológica, com capacidade de reduzir o estresse oxidativo em nível molecular, controlando a resposta inflamatória em excesso. O estresse oxidativo ocorre quando a produção das espécies reativas de oxigênio, potencialmente destrutivas, excede as defesas antioxidantes naturais do organismo, resultando em dano celular.(Queiróz, Assis e Júnior, 2013)].


Os ductos estriados podem ser observados facilmente na glândula submandibular humana, enquanto os ductos intercalares são muito curtos.


3) Glândula salivar sublingual

Assim como a submandibular, também é uma glândula tubuloacinar, composta por células serosas e mucosas.

As células mucosas predominam nessa glândula, enquanto as células serosas se apresentam exclusivamente constituindo semiluas serosas na extremidade de túbulos mucosos.

Assim como na glândula submandibular, as células que formam as semiluas serosas na glândula sublingual secretam lisozima.
Glândulas salivares menores

Consistem em glândulas salivares não encapsuladas, pequenas e que estão distribuídas em toda a mucosa oral e submucosa. A saliva é produzida por pequenas unidades secretoras e é conduzida à cavidade oral em ductos curtos, com pouca modificação de seu conteúdo.

Embora existam variações, as glândulas salivares menores normalmente produzem muco (sem conteúdo seroso/proteico). Agregados de linfócitos podem ser encontrados nas glândulas salivares menores, associados à secreção de IgA.


pH da saliva: 6,7 e 7,2

Qualquer alteração nos valores de pH, para baixo ou para cima, pode ser responsável pela iniciação e evolução de doenças bucais. Há um consenso na literatura de que o pH bucal, em média, varia entre 6,8 e 7,2 nas diferentes populações do mundo, com pequenas alterações para baixo ou para cima, independente da idade.(Brancher, 2014)

A presença de um potencial hidrogeniônico (pH) na boca, se deve aos alimentos que ingerimos e como esses se comportam dentro de nossa boca. E este fator influi em nossa saúde bucal.
A literatura mostra que a saliva desempenha papel importantíssimo na manutenção da saúde bucal pois apresenta vários fatores inatos e adquiridos capazes de inibir a invasão, crescimento e metabolismo bacteriano (Kidd, Fejerskov, 2004, Brancher, 2014). Pode modular a adesão de bactérias aos dentes e atenuar os efeitos deletérios da produção de metabólitos por parte da microbiota bucal. Por isso, pesquisadores tem investigado o papel da saliva na evolução das doenças bucais, especialmente a quantidade de saliva produzida, denominada fluxo salivar, a capacidade de tamponamento salivar e o pH salivar (Kidd, Fejerskov, 2004, Brancher, 2014).
A fermentação do bolo alimentar produz ácidos, por exemplo, as bactérias existentes em nossa saliva fermentam os carboidratos dos alimentos produzindo ácido lático, essa reação leva a uma diminuição do pH da boca, para um valor em geralmente abaixo de de 4,5 que é ácido. 

Os dentes aparentemente são fortes por serem uma estrutura óssea, todavia os dente são constituídos  de um mineral chamado hidroxiapatita, que é seu principal constituinte, e cuja fórmula química é Ca5(PO4)3OH. A reação de ácidos com Hidroxiapatita dá origem a sais solúveis em água, assim, parte da Hidroxiapatita se dissolve, o que favorecerá o aparecimento de pequenas cavidades nos dentes, as cáries. O problema se agrava com a condição clínica conhecida como bulimia (distúrbio provocado pela ingestão de alimentos seguida de vômito induzido). O vômito faz com que o ácido clorídrico existente no estômago seja eliminado junto com o bolo alimentar recém ingerido, o que acarreta uma redução maior do pH da boca, alcançando um valor de 1,5  que é considerado muito ácido. 
Uma das soluções para combater a corrosão dentária é a aplicação periódica de flúor. Os íons fluoreto (F-) presentes no flúor transformam a Hidroxiapatita em fluorapatita (substância ideal por ser menos solúvel em ácidos). Vale lembrar que o flúor sozinho não resolve o problema, uma escovação correta e o uso diário do fio dental são fundamentais para evitar a deterioração dos dentes (modif. mundoeducação, Brancher, 2014).

Sabe-se que um volume constante de saliva na boca contribui decisivamente para a manutenção do pH salivar
Também é sabido que o fluxo salivar decresce com o aumento da idade (Kidd, Fejerskov, 2004), o que implica na diminuição do pH bucal
Neste caso o estímulo para produção de saliva é importante. Na população em geral, mastigar auxilia decisivamente na digestão e absorção dos alimentos proporcionando uma boa nutrição. Menos lembrado, porém tão importante quanto, é o fato de que a mastigação promove maior atividade muscular dos lábios, músculos da mastigação e língua com isso estimulando a produção de saliva e manutenção do pH salivar dentro dos limites de normalidade (Brancher, 2014)

Tabela pH salivar. Estatísticas descritivas de pH salivar das diferentes classes etárias. Fonte: Dados coletados na Unidade de Saúde Vista Alegre, distrito Sanitário do Boa Vista, em Curitiba/PR, 2012. Observação: as letras ao lado das médias equivalem às significâncias estatísticas obtidas por meio do teste Tukey. (Brancher, 2014).


GLÂNDULAS SALIVARES
COVID-19 
(SARS-CoV-2)

Salivary glands are a target for SARS-CoV-2: 

a source for saliva contamination.





A capacidade do novo coronavírus SARS-CoV-2 de se espalhar e contaminar é um dos determinantes do status de pandemia do COVID-19. O SARS-CoV-2 foi detectado na saliva de forma consistente, com sensibilidade semelhante à observada em esfregaços nasofaríngeos. Biópsias post-mortem foram conduzidas guiadas por ultrassom em casos fatais de COVID-19. Amostras de glândulas salivares (SGs; parótidas, submandibulares e menores) foram obtidas. 
As amostras foram analisadas usando RT-qPCR, imunohistoquímica, microscopia eletrônica e análise histopatológica para identificar SARS-CoV-2 e elucidar perfis virais qualitativos e quantitativos em glândulas salivares. O estudo incluiu 13 pacientes do sexo feminino e 11 do sexo masculino, com idade média de 53,12 anos (variação de 8 a 83 anos). RT-qPCR para SARS-CoV-2 foi positivo em 30 amostras de SG de 18 pacientes (60% do total de amostras de SG e 75% de todos os casos). As análises ultraestruturais mostraram partículas virais esféricas de 70–100 nm, consistentes em tamanho e forma com a família Coronaviridae, no citoplasma das células do revestimento ductal, células acinares e lúmen ductal dos SGs. Também houve degeneração de organelas nas células infectadas e a presença de um agrupamento de nucleocapsídeos, o que sugere replicação viral nas células SG. A análise histopatológica qualitativa mostrou alterações morfológicas no epitélio de revestimento do ducto caracterizadas por vacuolização citoplasmática e nuclear, além de pleomorfismo nuclear. As células acinares mostraram alterações degenerativas dos grânulos do zimogênio e núcleos aumentados. O epitélio ductal e as células acinares serosas mostraram intensa expressão dos receptores ACE2 e TMPRSS. Um anticorpo anti-SARS-CoV-2 foi positivo em 8 (53%) dos 15 casos testados em células epiteliais de revestimento de ducto e células acinares de SGs principais. Apenas duas glândulas salivares menores foram positivas para SARS-CoV-2 por imunohistoquímica. As glândulas salivares são um reservatório para SARS-CoV-2 e fornecem uma base fisiopatológica para estudos que indicam o uso da saliva como método diagnóstico para COVID-19 e destacam o papel desse fluido biológico na disseminação da doença.

Ref. Bibliográfica
Matuck, B.F., Dolhnikoff, M., Duarte-Neto, A.N., Maia, G., Gomes, S.C., Sendyk, D.I., Zarpellon, A., de Andrade, N.P., Monteiro, R.A., Pinho, J.R.R., Gomes-Gouvêa, M.S., Souza, S.C., Kanamura, C., Mauad, T., Saldiva, P.H.N., Braz-Silva, P.H., Caldini, E.G. and da Silva, L.F.F. (2021), Salivary glands are a target for SARS-CoV-2: a source for saliva contamination. J.Pathol., 254: 239-243. https://doi.org/10.1002/path.5679


FARINGE

A sequência do tubo digestório é feita pela faringe, um tubo muscular fechado posterior e lateralmente, mas que se abre anteriormente para se comunicar com a cavidade nasal, oral e laríngea. Tem início na base do osso esfenoide e se estende até a margem inferior da cartilagem cricóide. Comunica-se com a cavidade nasal pelas coanas, com a boca pelo istmo das fauces (chamado de garganta) e com a laringe pelo ádito da laringe. Por isso, é dividida em naso, oro e laringofaringe.



A nasofaringe se estende da base do crânio até o palato mole e tem função respiratória. Possui as tonsilas faríngeas (chamadas de adenoides quando há hipertrofia. Podem obstruir o óstio faríngeo da tuba auditiva), o toro tubário, o  
óstio faríngeo da tuba auditiva, as pregas salpingofaríngeas (posterior ao toro) e salpingopalatinas (anterior ao toro).
 
A orofaringe se encontra entre a base do palato mole e a epiglote. Serve tanto para a via respiratória como para a digestória. Possui a fossa tonsilar (tonsila palatina) delimitada pelos arcos palatoglosso e palatofaríngeo. O conjunto das tonsilas, palatinas, faríngeas e linguais, forma o anel linfático de proteção, chamado Anel de Waldeyer. 

A laringofaringe vai da epiglote até o esfíncter superior do esôfago, na altura da cartilagem cricoide. Possui a laringe em sua porção anterior e o recesso piriforme (espaço pelo qual passa o alimento e usado pela epiglote para fechar o ádito da laringe). O assoalho do recesso piriforme tem inervação feita por ramos do nervo vago (laríngeo recorrente e laríngeo superior).


A faringe possui uma camada muscular circular, na parte externa, e muscular longitudinal, em sua parte interna. No esôfago, essas porções se invertem e a longitudinal fica externamente à circular. A face interna se chama faringobasilar e a externa bucofaríngea. A camada muscular circular é dada principalmente pelos músculos constritores da faringe superior, médio e inferior. O constritor inferior tem uma parte que dá origem ao esfíncter esofagiano superior, o musculo cricofaríngeo. Esses músculos são inervados pelo plexo faríngeo (IX e X), pelo gânglio cervical superior (SNA simpático) e pelos ramos do vago. Uma lesão dos laríngeos recorrentes (por uma cirurgia de tireoide, por exemplo) pode, além de prejudicar o movimento das pregas vocais, atrapalhar na deglutição do alimento. Deve-se observar a rafe pterigomandibular separando os músculos bucinador e constritor superior da faringe e os músculos salpingofaríngeo e estilofaríngeo.


Os músculos longitudinais, assim como os supra-hiodes, alargam e elevam a faringe para recepção do bolo alimentar. Em seguida, os constritores da faringe e os infra-hioides abaixam a faringe para deglutição. A irrigação dessa região é feita pelas artérias faríngeas ascendentes, pelas tireóideas superiores e pelos ramos tonsilares da artéria facial. A drenagem linfática é feita pelos linfonodos jugulodigástricos.






ESÔFAGO

É um tubo muscular de mais ou menos 25,0 cm. 
Ao todo, desde os dentes incisivos até o hiato esofágico, o comprimento será de 40cm. 
O esôfago conduz os alimentos ao estômago por movimentos peristálticos. Inicia ao nível de C6, na altura da cartilagem cricoide. Inferiormente ao constritor inferior da faringe há o esfíncter superior do esôfago, onde ele se inicia. Esse esfíncter é formado pelo músculo cricofaríngeo.  
Transita no mediastino por trás da traqueia e paralelo à aorta, medialmente. Depois, passa a ficar anteriormente à aorta. Sai da cavidade torácica e entra na abdominal pelo hiato esofágico. Junto, no hiato, saem os dois nervos vagos. 
O direito posteriormente ao esôfago e o esquerdo anteriormente. 
O esôfago é dividido em esôfago cervical, torácico e abdominal (depois do hiato). Na sua porção abdominal, não é revestido por peritônio.


A musculatura do esôfago é formada por uma camada muscular externa e outra interna. Ao contrário da faringe, a porção longitudinal está mais externa à circular. Na região mais superior, há uma região com fibras mais esparsas, em forma de V (V de Laimer).


As constrições do esôfago são feitas pelo constritor inferior da faringe (músculo cricofaríngeo, esfíncter superior do esôfago), pelo brônquio principal esquerdo, pelo arco da aorta e pelo esfíncter inferior do esôfago (pilar direito do diafragma, hiato esofágico).

O diafragma é considerado um dos principais músculos da respiração e separa a cavidade torácica da cavidade abdominal. Em repouso, tem a forma de cúpula e é composto por uma região central tendínea e outra periférica, carnosa. Divide-se em três partes: esternal, costal e lombar. 
A parte esternal origina-se na face posterior do processo xifoide do esterno e corre em direção ao centro tendíneo do diagragma; a parte costal origina-se nas seis cartilagens costais inferiores e nas quatro costelas inferiores direcionando-se, de cada lado, para o tendão central; a parte lombar origina-se nas três vértebras lombares superiores e nos dois arcos fibrosos, formados pelos ligamentos arqueados medial e lateral. O ligamento arqueado medial vai até o processo transverso da mesma vértebra e, a partir daí, o ligamento arqueado lateral se estende até a 11ª ou 12ª costela. 
Como mencionado anteriormente, o diafragma é perfurado para dar passagem ao esôfago, formando o hiato esofágico. Outras estruturas longilíneas que percorrem ambas as cavidades torácica e abdominal, como a aorta e a veia cava inferior, o atravessam respectivamente no hiato aórtico e no forame da veia cava, este localizado no centro tendíneo do diafragma.
Músculo diafragma

Inervação do diafragma 
Nervo frênico, originado no plexo cervical, a partir dos segmentos C3 e C5.

Respiração (Ferreira, 2017)
A respiração é sensivelmente influenciado pelo padrão comportamental: em estados de ansiedade, depressão e pânico, os indivíduos se encontram em uma postura primitiva inadequada com uma consequente respiração deficiente. Além disso, a respiração é um engrama (1) motor básico e raramente nos preocupamos como estamos respirando. Funcionalmente, postura e respiração são interdependentes, formando uma unidade funcional. A disfunção de uma compromete a outra e vice-versa. Quando a mecânica da respiração está alterada usamos outros músculos para compensar a ação do diafragma. Em função dessa mecânica alterada, a troca gasosa também fica deficitária, consumimos menos oxigênio prejudicando o metabolismo, acumulando muito gás carbônico nos tecidos diminuindo o PH sanguíneo, o que pode levar a rigidez muscular. Uma compensação Postural muito comum é a síndrome da tesoura aberta, Foto B, em que a porção oblíqua do diafragma, suas ligações anteriores estão mais no sentido craniano que as ligações posteriores; ao mesmo tempo, observa-se um eixo oblíquo no plano sagital, como resultado da inclinação pélvica anterior.
Compare com a foto A, e note a posição fisiológica do diafragma e assoalho pélvico e o alinhamento Postural do gradil costal. Em um bom padrão respiratório (e isso acontece quando o diafragma está quase horizontal e paralelo ao eixo do assoalho pélvico que só é possível com um bom alinhamento Postural), o diafragma desce e achata. Então, o diafragma pode trabalhar contra o assoalho pélvico, especialmente durante algum esforço físico, em coordenação com os músculos abdominais, exercendo pressão sobre o conteúdo abdominal e ajudando a estabilizar a coluna vertebral.
Na prática, para buscar performance com qualidade, por exemplo nos exercícios de Força Muscular como Agachamento, Desenvolvimento em Pé ou uma Barra Livre, é de fundamental importância que os alunos tenham a capacidade de fechar o núcleo Core. Utilizando os músculos diafragma, assoalho pélvico e abdominais de forma adequada, aumentando a pressão interna e diminuindo a sobrecarga na coluna. E assim, ter a capacidade de realizar trabalhos mais intensos. Pesquisadores investigaram que uma intervenção de 6 semanas de treinamento da musculatura inspiratória melhorou em 5% a prova de 40 Km de ciclistas contra o relógio. (Romer et alia 2002; Ferreira, 2017)


Na porção final do esôfago, na junção esôfago-gástrica, existe a chamada linha Z. Essa transição do epitélio deve estar na altura do hiato esofágico. Caso esteja acima dele, há uma hérnia de hiato, por deslizamento ou por rolamento. Essa junção está na altura de T11, logo abaixo ao processo xifoide. A fixação do esôfago ao diafragma também tem auxílio do ligamento freno-esofágico, em sua porção superior. Esse ligamento é uma reflexão do peritônio.

DDRG
Doença do Refluxo Gastroesofágico

Situação normal
Mecanismos antirrefluxo
No final do esôfago há o Esfíncter Esofagiano Inferior (EEI) que atua como uma válvula. Na deglutição ocorre abertura do canal para passagem do alimento, fechando-se logo após. Dessa forma, impedindo que o alimento volte. 
A localização do EEI coincide com o hiato diafragmático e impede a ocorrência do refluxo.(medpri)
Barreiras
1) EEI: segmento de músculo liso em torno da parte distal do esôfago, que gera uma zona de alta pressão evitando o retorno do conteúdo gástrico.
2) Hiato diafragmático: local onde ocorre a passagem do tubo esofágico do tórax para o abdome. Durante a inspiração ocorre constrição transitória do lúmen.
3) Ligamento frenoesofágico: responsável por impedir que o EEI seja submetido à pressão torácica negativa
4) Rosetas gástricas: pregas da mucosa que auxiliam na contenção do conteúdo gástrico dentro do órgão, assim evitando sua passagem para o esôfago.
5) Ângulo de His: relação entre o fundo gástrico e a parte abdominal do esôfago. Com a distensão abdominal ocorre compressão extrínseca do tubo.(medpri) 

Epidemiologia
1) 12% da população brasileira têm sintomas típicos de DRGE (alta incidência)
2) Até 20% da população acometida (sintomas típicos + atípicos ou sem diagnóstico)
3) Prejuízos na qualidade de vida (restrições alimentares)
4) Alto custo
5) Risco de complicações associadas (chance de malignização)

Etiologia
1) Relaxamentos transitórios ou fechamento incompleto do EEI
2) Hipotensão do EEI (diminuição do tônus)
3) Esvaziamento gástrico lentificado
4) Aumento da pressão abdominal
5) Agressividade do material refluído: H+, sais biliares, pepsina, tripsina
6) Reservatório gástrico de ácido sobrenadando o conteúdo gástrico, próximo à junção esôfago-gástrica.(medpri)
A vascularização do esôfago é feita por ramos esofágicos da artéria tireóidea interna (ramo do tronco tireocervical),das artérias brônquicas (ramos da aorta), da aorta torácica, da artéria gástrica esquerda (originada no tronco celíaco)e da artéria frênica inferior esquerda (ramo da aorta abdominal).


Já a drenagem venosa, é feita pelas veias tireóideas inferiores (chegam nas subclávias), pelas intercostais superiores, pelas veias ázigos, hemiázigos e hemiázigos acessórias, pelas veias frênicas inferiores e pelas veias esofágicas (chegam na gástrica direita, que se direciona ao sistema porta). É importante salientar que, em casos de hipertensão portal, pode-se formar varizes esofágicas.

A inervação é feita pelo plexo esofagiano (nervos vagos), pelos nervos simpáticos torácicos e por nervos esplâncnicos.






ESTÔMAGO


Situado entre o esôfago e intestino delgado, é a porção mais dilatada do trato (ou tubo) digestório, de localização abaixo do diafragma, nas regiões epigástrica, umbilical e hipocôndrio esquerdo. Pode apresentar forma e posições variáveis, no formato das letras “J” ou de “U”. Está dividido em quatro regiões.
 
Cárdia, que circunda o óstio cárdico, entre esôfago e estômago. Funciona como um esfíncter (esfíncter esofágico inferior); 
Fundo gástrico, a área superior e à esquerda do óstio cárdico. 

Apresenta uma forma de cúpula e está em contato com o diafragma, posterior às cartilagens costais esquerdas inferiores. Corpo gástrico, a região mais expandida do estômago, localizado entre o fundo e a parte pilórica e, parte pilórica, que se divide em antro pilórico e canal pilórico, situada entre a incisura angular e o piloro, formando a extremidade distal do estômago. O piloro é considerado um esfíncter verdadeiro, e tem como função controlar o fluxo do quimo em direção ao duodeno. (Martinez, Farias, Borges e Chagas, sd).

Fotografias de estômagos. Acervo do Programa de Anatomia, ICB, UFRJ, para identificação das porções do estômago: cárdia – região ao redor da entrada do esôfago (esôfago foi representado pelas linhas contínuas pretas paralelas), fundo, corpo gástrico e parte pilórica. Esta última ainda se subdivide em antro e canal pilórico. A) Estômago, inflado antes do procedimento de plastinação, ainda ligado ao duodeno e pâncreas. B) Estômago parcialmente aberto antes da plastinação para visualização das pregas gástricas. Nessa imagem é possível visualizar parte do omento maior. C) Estômago aberto onde chama-se a atenção da região pilórica. (Martinez, Farias, Borges e Chagas, sd; Oriá & Brito, sd). 

O estômago apresenta superiormente uma área não recoberta pelo peritônio, denominada área nua, mas o restante do órgão é peritonizado. A túnica muscular do estômago está disposta em camadas longitudinal, circular e oblíqua. O esfíncter pilórico (piloro) constituído de músculo circular gástrico, que circunda o óstio pilórico, está localizado à direita da linha mediana, na altura da vértebra L1. A face anterior do estômago se volta para o diafragma, o lobo esquerdo do fígado e a parede abdominal anterior. O estômago apresenta a curvatura gástrica maior, que é convexa e a curvatura gástrica menor, que é côncava e possui uma angulação, denominada incisura angular. Esta limita a transição corpo-antropilórico. 
Na porção interna do estômago, na altura da curvatura gástrica maior encontram-se as pregas gástricas temporárias e, na altura da curvatura gástrica menor, as pregas gástricas permanentes. Os ligamentos do estômago são: gastrolienal, frenolienal, hepatogástrico, hepatoduodenal, e gastropancreático esquerdo.
(Martinez, Farias, Borges e Chagas, sd; Oriá & Brito, sd).

Irrigação sanguínea do estômago
Artéria gástrica esquerda, ramo do tronco celíaco
Artéria gástrica direita, a partir da artéria hepática própria.
Artéria gastromental direita, a partir da artéria gastroduodenal.
Artéria gastromental esquerda, a partir da artéria esplênica e 
Artéria gástrica posterior, a partir da artéria esplênica (nem sempre presente).

Drenagem sanguínea do estômago
Veias gástricas direita e esquerda, veia gastromental esquerda, veias gástricas curtas e veia gastromental direita.

Drenagem linfática do estômago
Linfonodos gástricos esquerdos, 
Linfonodos gastromentais direitos, 
Linfonodos pilóricos, 
Linfonodos gastromentais esquerdos e 
Linfonodos gástricos direitos. 

Inervação do estôamgo
Tronco vagal anterior (ramo hepático, ramo celíaco e ramos gástricos anteriores) e tronco vagal posterior (ramo hepático e ramos gástricos posteriores).



Principais enzimas e locais de sua atuação (simplificada)



É uma bolsa em forma de “J” com capacidade de 2-3 litros, uma expansão do tubo digestório entre o esôfago e o intestino delgado. 
Tem como função de digerir, misturar e armazenar os alimentos, formando o quimo.
 
O estômago é formado por cinco partes
 
Cárdica – envolve o óstio cárdico
Fundo – parte mais superior
Corpo – maior parte 
Antro pilórico – leva ao canal pilórico
Canal pilórico – piloro/esfíncter muscular do estômago.

Estômago e suas partes


Possui duas incisuras 
Incisuras cárdica (entre a parte cárdica e o fundo) e angular (entre corpo, antro e canal pilórico). 

Possui duas curvaturas 
Curvatura gástrica maior (do lado esquerdo, corre por todo o corpo) e menor (do lado direito).
A parte interna do estômago é caracterizada por conter pregas/rugas gástricas.

Os locais de entrada e saída do alimento, respectivamente, são os óstios cárdico e pilórico.

A musculatura do estômago deve ser bem desenvolvida, uma vez que esse órgão também está relacionado com movimentos peristálticos. Por isso, possui uma camada muscular longitudinal (mais externa e concentrada principalmente nas curvaturas e no óstio pilórico), uma circular (média, com grande atuação no óstio pilórico, onde está espessada, músculo esfíncter do piloro) e uma oblíqua (mais interna). As fibras oblíquas e circulares se encontram principalmente na incisura cárdica (Colar de Helvécio).
O revestimento do estômago é feito pela serosa peritoneal e a fixação ao diafragma se dá pela membrana freno-esofágica, em sua porção inferior. Essa membrana/ligamento é uma reflexão do peritônio.


A vascularização é feita principalmente pelo tronco celíaco

Gástrica esquerda
Ramo do tronco celíaco que também vasculariza o esôfago. Direciona-se à curvatura menor e se anastomosa com a gástrica direita.

Gástrica direita
Ramo da artéria hepática comum ou da hepática própria que se anastomosa com a gástrica esquerda, na curvatura menor. 

Gastromental direita 
A artéria hepática comum dá origem à artéria gastroduodenal. Um de seus ramos vai para o duodeno e o outro, a artéria gastromental direita, se direciona para a curvatura maior do estômago.

Gastromental esquerda 
Essa artéria é ramo da esplênica e também segue ao longo da curvatura maior.

Gástricas curtas e posteriores
O fundo do estômago é irrigado por essas artérias, 4 ou 5 ramos da artéria esplênica




Quanto à drenagem venosa
Gástricas direita e esquerda: drenam para a veia porta.
Gastromental esquerda: drena para a veia esplênica, que depois se direciona à porta.
Gastromental direita: drena para a veia mesentérica superior, que formará a veia porta. 
Pré-pilórica: existe ainda essa veia utilizada como referência anatômica para o piloro, que drena para a gástrica direita.












INTESTINO DELGADO

O intestino delgado é dividido em três porções

1) Duodeno 
Parte inicial, logo após o óstio pilórico/piloro.

2) Jejuno
O jejuno é a parte central do intestino delgado e o íleo, a porção final que se comunica com o intestino grosso. E é lá, no intestino delgado, que é absorvida a maior parte dos nutrientes que ingerimos (Tirapelli, 2018).

3) Ílio
Parte final, logo antes da junção íliocecal, na papila ileal.

1) Duodeno
A primeira parte do intestino delgado, apesar de ser a menor, é muito importante, pelo fato de receber o suco pancreatobiliar. Estende-se desde o piloro até a unção duodeno-jejunal (ângulo de Treitz) e contorna a cabeça do pâncreas. É sustentado em sua porção distal por uma extensão do pilar direito do diafragma, o músculo suspensor do duodeno (ligamento de Treitz).

É dividido em uma porção superior, descendente, horizontal e ascendente, que formam um “C” quando observado anteriormente. Isso ocorre devido à rotação intestinal no período embrionário. A porção superior contém a ampola ou bulbo duodenal, que faz a curvatura/flexura superior e descende. Não contém pregas longitudinais. A parte correspondente à ampola é a única revestida por peritônio. O resto é retroperitoneal. 

A parte descendente é a maior delas. Nela surgem as pregas longitudinais e desembocam as papilas duodenais maior e menor (inconstante). A papila duodenal maior é responsável por despejar os produtos provenientes da ampola pancreato-biliar (ducto colédoco + ducto pancreático principal, de Wirsung). 
Já a papila duodenal menor, despeja substâncias do ducto pancreático acessório (de Santorini, correspondente ao processo uncinado do pâncreas e a parte da cabeça do pâncreas).


Órgão anexos ao sistema digestório

Fígado 
Vesícula biliar 
Pâncreas 
Baço 

Órgãos anexos ao sistema digestório









Fígado 


1. Digestão de gorduras

2. Armazenamento e liberação de glicose 

3. Produção de proteínas
O fígado produz a maioria das proteínas encontradas no sangue, principalmente a albumina, que desempenha um papel importante na regulação do volume sanguíneo, na distribuição de fluidos no corpo e no transporte de várias substâncias pelo sangue como bilirrubina, ácidos graxos, hormônios, vitaminas, enzimas, metais, íons e alguns medicamentos.
Outras proteínas produzidas pelo fígado incluem a transferrina, que transporta o ferro para o baço e medula óssea, e o fibrinogênio, importante para a coagulação sanguínea.

4.Eliminação de toxinas 

5. Produção de colesterol

6. Armazenamento de vitaminas e minerais
O fígado armazena as vitaminas A, B12, D, E e K, Fe e Cu, estes são absorvidas através da alimentação.

7. Destruição das hemácias 

8. Participa do metabolismo de drogas 

9. Regulação da coagulação sanguínea

10. Transformação da amônia em ureia 

11. Destruição de microrganismos 



Doenças que afetam o fígado 

HEPATITE A, B, C, D, E
Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites: 28 de julho.

A hepatite A é causada por um vírus de RNA de fita simples de sentido positivo. 
Este vírus pertence à família Picornaviridae, e é denominado vírus da hepatite A (HAV). O vírus  se replica no fígado, é excretado na bile e eliminado nas fezes, resultando na transmissão pela via fecal-oral, contato entre indivíduos  ou  através de água e alimentos contaminados. O HAV interfere na função hepática, desencadeando uma resposta imune que leva à inflamação no fígado. Causa no fígado uma doença chamada Hepatite infecciosa. Profilaxia: vacina. 


HEPATITE B
A hepatite do tipo B é uma doença infecciosa também chamada de soro-homóloga, causada pelo vírus B (HBV).
Transmissão: Como o VHB está presente no sangue, no esperma e no leite materno, a hepatite B é considerada uma doença sexualmente transmissível.
Sintomas: A maioria dos casos de hepatite B não apresenta sintomas. Mas, os mais frequentes são cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Esses sinais costumam aparecer de um a seis meses após a infecção.

HEPATITE C 
A hepatite C é causada pelo vírus C (HCV).
Transmissão: Compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, agulhas, cachimbos, entre outros), higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam) ou para confecção de tatuagem e colocação de piercings; da mãe infectada para o filho durante a gravidez; sexo sem camisinha com uma pessoa infectada.
Sintomas: os principais sintomas são cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

HEPATITE D
A hepatite D, também chamada de Delta, é causada pelo vírus D (VHD). Este vírus depende da presença do vírus do tipo B para infectar uma pessoa.
Transmissão: Assim como a do vírus B, ocorre por relações sexuais sem camisinha com uma pessoa infectada; de mãe infectada para o filho durante a gestação, o parto ou a amamentação; compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, agulhas, cachimbos, etc), de higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam) ou de confecção de tatuagem e colocação de piercings. Sintomas: os mesmos das hepatites A,B, e C.

HEPATITE E
A hepatite do tipo E é uma doença infecciosa viral causada pelo vírus VHE, mas possui ocorrência rara no Brasil, sendo mais comum na Ásia e África.
Transmissão: Sua transmissão é fecal-oral, por contato entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos contaminados pelo vírus. Como as outras variações da doença, quase não apresenta sintomas. Porém, os mais frequentes são cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Esses sinais costumam aparecer de 15 a 60 dias após a infecção.



Esteatose hepática ou fígado gorduroso 


Cirrose 
A cirrose é causada por lesões no fígado que se cicatrizam, fazendo com que o órgão vá perdendo sua função o que resulta em falência completa de suas funções. É resultado de inflamações e agressões crônicas como o ataque de vírus (hepatites A,B,C,D,E) ou abuso de bebidas alcoólicas. O tecido do fígado  com o passar do tempo fica todo fibroso e deixa de realizar sua funções no organismo, como o processamento de nutrientes e medicamentos, a fabricação de proteínas e a produção da bile, que atua na digestão. O grande perigo da cirrose hepática é que ela é silenciosa durante anos. Ou seja, o fígado, mesmo sofrendo agressões, parece não “reclamar”. 

Insuficiência hepática 

Esta doença normalmente surge após muitos anos de lesões repetidas no fígado, causadas pelo uso de medicamentos, hepatite, cirrose, fígado gorduroso ou gordo, câncer ou doenças autoimunes.



Dor na região superior do abdome



A porção horizontal do fígado geralmente está presente ao nível de L3 e cruza por cima da aorta e da veia cava inferior e por baixo dos vasos mesentéricos superiores . Se inicia depois da curvatura/flexura inferior é a primeira parte do intestino delgado irrigada pelos vasos mesentéricos.

A parte ascendente termina na junção duodeno-jejunal, onde há uma curvatura aguda, chamada de flexura duodeno-jejunal ou ângulo de Treitz.




Pâncreas 
O pâncreas é uma glândula que pertence à dois sistemas: sistemas digestivo e endócrino. 
Apresenta cerca de 15 a 25 cm de comprimento, em forma de folha, situada na parte posterior do abdômen, atrás do estômago, entre a porção superior do intestino e o baço.
Este órgão é composto por três regiões principais: cabeça, que fica no lado direito do abdômen e é conectada ao duodeno, o corpo e a cauda, que é a parte final estreita do pâncreas e ​​estende-se até o lado esquerdo do corpo.


Enzimas pancreáticas

O pâncreas fabrica diversas enzimas digestivas, comunicando-se com o duodeno através do canal pancreático, canal de Wirsung, liberando ai suas enzimas, onde atuarão sobre carboidratos e gorduras.






Pâncreas e dutos 

Além das enzimas digestivas, o suco pancreático contém bicarbonato (NaHCO3), que neutraliza a acidez do quimo

As enzimas produzidas pelo pâncreas catalizam reações atuando sobre diversos tipos de nutrientes. 

1) Amilase pancreática 
A amilase pancreática atua sobre o amido que não foi digerido na boca pela alfa-amilase salivar, transformando-o em maltose.

2) Proteases 
As proteases atuam sobre as proteínas não digeridas no estômago (peptonas), transformando-as em fragmentos menores, chamados de peptídeos. As proteases produzidas pelo pâncreas são: a tripsina e a quimiotripsina.

3) Lipase
A lipase atua sobre os lipídios (gorduras), transformando-os em moléculas menores os ácidos graxos e glicerol.

4) Nucleases 
As nucleases atuam sobre os ácidos nucleicos, DNA e RNA, transformando-os em nucleotídeos.

Além das enzimas pancreáticas, são registradas outras que são produzidas pelo epitélio do intestino delgado, formando o suco intestinal (suco entérico). Por exemplo: 

1) Maltase 
A maltase atua sobre a maltose, transfor­mando-a em glicose.

2) Aminopeptidase 
As aminopeptidades atuam sobre os peptídeos, transformando-os em aminoácidos livres.

3) Lipase entérica
A lipase entérica atua sobre os lipídios transformando-os em ácidos graxos e glicerol.







Pâncreas  

Suas secreções entram no intestino delgado juntamente com as secreções hepáticas, pela ampola hepatopancreática. 

Sua porção exócrina (ácinos) libera suco pancreático (líquidos e enzimas do sistema digestório. 

O suco pancreático é claro, incolor e com pH levemente alcalino. Contém amilase pancreática, tripsina, quimotripsina e carboxipeptidase, lipase pancreática, ribonuclease e desoxirobonucleases.





BAÇO

Localização e anatomia do baço

O baço está localizado na parte superior esquerda da região abdominal, logo atrás do estômago e debaixo do diafragma, medindo cerca de 10 a 15 cm e sendo semelhante a um punho cerrado, que fica protegido pelas costelas.  Este órgão está dividido em duas partes principais, a polpa vermelha e a polpa branca, que possuem função diferentes e que são formadas de um tecido esponjoso.







Baço


Principais funções do baço

Existem várias funções importantes desempenhadas pelo baço, incluindo:

1) Remoção de glóbulos vermelhos lesionados e "velhos": o baço funciona como um filtro que detecta os glóbulos vermelhos que já estão ficando velhos ou que foram danificados ao longo do tempo, removendo-os para que outros mais novos possam substituí-los.

2) Produção de glóbulos vermelhos: o baço pode produzir este tipo de células do sangue quando existe algum problemas com a medula óssea dos ossos longos;
3) Armazenamento de sangue: o baço consegue acumular até cerca de 250 ml de sangue, colocando-o de volta no corpo sempre que acontece uma hemorragia, por exemplo.

4) Remoção de vírus e bactérias: ao filtrar o sangue, o baço é capaz de identificar microrganismos invasores, como vírus e bactérias, removendo-os antes que provoquem alguma doença.

5) Produção de linfócitos: estas células fazem parte dos glóbulos brancos e ajudam o sistema imune a combater infecções.

Estas funções são feitas nas polpas do baço, sendo que a polpa vermelha é responsável pelo armazenamento do sangue e os glóbulos vermelhos, enquanto a polpa branca e responsável pelas funções do sistema imune, como a produção dos linfócitos que atuam na desfesa.

Baço e suas regiões

Embora o baço seja um órgão muito importante para o organismo, pode ser removido por cirurgia sempre que existe câncer ou quando surge uma ruptura grave, por exemplo (em acidentes).
Após a remoção do baço, outros órgãos do corpo irão se adaptar para produzir as mesmas funções. Um exemplo é o fígado, que se adapta para combater infecções e filtrar as células vermelhas do sangue, por exemplo.






O duodeno é irrigado pelas artérias pancreatoduodenais superior (ramo da gastroduodenal, que é ramo da artéria hepática comum, do tronco celíaco – nutrição até a altura da papila duodenal maior) e inferior (ramo da artéria mesentérica superior – nutrição a partir da papila duodenal maior). É pela irrigação comum que não se pode retirar o duodeno sem a retirada da cabeça do pâncreas, ou vice-versa.





A drenagem venosa é feita pelas veias duodenais superior e inferior, sendo que ambas se dirigem para a veia porta, pelas veias mesentérica superior ou esplênica. A inervação do duodeno é feita por ramos do nervo vago e do plexo celíaco simpático. O duodeno contém três camadas principais. A camada muscular longitudinal (externa) e a circular (interna) são as duas mais externas. Na parte mais interna há uma submucosa com glândulas duodenais (de Brünner).

2) Jejuno-íleo
Corresponde a maior parte do intestino delgado, com cerca de 6-7 metros de comprimento, e têm função de absorção de nutrientes. O jejuno se inicia na junção duodeno-jejunal, corre principalmente pelo quadrante superior esquerdo, se torna íleo (quadrante inferior direito) e acaba na junção íleo-cecal, quando começa o intestino grosso. Essas porções do intestino delgado voltam a ser recobertas por peritônio. Tanto o jejuno como o íleo são fixados à parede posterior da cavidade abdominal. A fixação é feita por dois folhetos do peritônio, unidos em forma de leque e chamados de mesentério. Por dentro dessas duas pregas se encontram os vasos mesentéricos, os nervos autônomos, linfonodos e tecido adiposo. A origem desse tecido se dá desde L2 (região lateral esquerda) até a junção sacro-ilíaca direita, cruzando por cima do duodeno, da aorta abdominal, da veia cava inferior, do músculo psoas maior direito e dos vasos gonadais direitos. A irrigação é feita pelas artérias mesentéricas superior (maior parte – parte superior e parte inferior direita) e inferior (parte inferior e esquerda), através de diversos ramos. Essas artérias formam os arcos/as arcadas jejunais e ileais dos(as) quais saem as artérias retas, que chegam à parede intestinal. As veias mesentéricas superior e inferior são responsáveis pela drenagem até a veia porta. A mesentérica inferior pode desembocar na superior ou na esplênica. A inervação é conduzida por um plexo periarterial até a parede.

Apesar de não haver uma separação anatômica entre o jejuno e íleo, há certas diferenças entre essas duas porções como podemos ver abaixo:

Absorção dos nutrientes na luz do intestino delgado




As camadas do tecido de cada uma dessas porções, no entanto, são as mesmas. Da mais interna (luminal) para a mais externa:

1) Mucosa
onde estão localizadas as pregas circulares (de Kerckring), que aumentam a superfície de absorção, os nódulos linfáticos (solitários) e agregados linfáticos (íleo – placas de Peyer). 
Além disso, a mucosa contém vilosidades intestinais e suas células contém microvilosidades, também para aumentar a absorção.

2) Submucosa

3) Muscular
Plexo submucoso de Meissner: vasos sanguíneos e nervos.
Camada muscular circular (mais interna)
Plexo mioentérico de Auerbach: ramos terminais do nervo vago.
Camada muscular longitudinal (mais externa)

CAMADAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
1. Túnica mucosa: Membrana mais interna do trato gastrointestinal. Composta de uma camada de epitélio, tecido conjuntivo areolar e uma fina camada de musculatura lisa (contração cria pregas e aumenta área da superfície). Também contém nódulos linfáticos (proteção contra patógenos). 
2. Tela submucosa: Contém vasos sanguíneos e linfáticos (recepção de moléculas absorvidas). Contém também rede de neurônios que controlam secreções e motilidade do trato gastrointestinal. 
3. Túnica muscular: Composta de camada muscular lisa ou estriada. Contrações involuntárias auxiliam fisicamente a degradação dos alimentos, misturando-os com enzimas digestivas. 
4. Túnica Serosa e Peritônio: Camada mais externa do trato gastrintestinal. Secreta líquido seroso (facilita que os órgãos deslizem contra os outros). 
5. Omento maior: Capa de gordura que recobre o colo transverso e o intestino delgado.




VASCULARIZAÇÃO
TRONCO CELÍACO
Gástrica esquerda
Corre pelo omento menor e pela curvatura menor do estômago.

HEPÁTICA COMUM
Gastroduodenal, desce, passa por trás do duodeno.
Gastromental direita
Pancreatoduodenal superior: termina a irrigação acima da papila duodenal maior.
Vira Hepática própria
Gástrica direita
Se divide em hepática direita e esquerda
Da direita: artéria cística, que vai para a vesícula biliar.

ESPLÊNICA
Ramos para o pâncreas
Gastromental esquerda
Gástricas curtas

MESENTÉRICA SUPERIOR
PANCREATODUODENAL INFERIOR: irriga abaixo da papila duodenal maior.
RR. JEJUNO-ILEAIS: Formam os arcos e originam as artérias retas.
CÓLICA MÉDIA
CÓLICA DIREITA
ÍLEOCÓLICA
RAMOS CECAIS
APENDICULAR
FORMA UM ARCO

MESENTÉRICA INFERIOR
CÓLICA ESQUERDA
SIGMOIDEANAS
RETAL SUPERIOR


DRENAGEM VENOSA

SISTEMA PORTA: se divide em ramos direito e esquerdo
VEIA MESENTÉRICA SUPERIOR
VEIA ESPLÊNICA
MESENTÉRICA INFERIOR (DESEMBOCA EM UMA DAS OUTRAS 2) – relacionada com a flexura duodeno jejunal

Intestino grosso 

• Mede 6 cm de diâmetro e 1,5m de comprimento.
• Não apresenta vilosidades nem pregas intestinais.
• Não secreta enzimas, somente muco.
• Presença de bactérias simbiontes (degradação final de carboidratos remanescentes e aminoácidos não absorvidos; produção de vitaminas).
• Absorve água, íons e vitaminas. 
 Após a remoção destes itens, formam-se as fezes.
• A defecação é um processo voluntário, que elimina os restos do alimento ingerido, bem como os compostos adicionados aos alimentos que não foram reutilizados ou reabsorvidos.





MESENTÉRIO

LINK PARA O VÍDEO SOBRE O MESENTÉRIO
MESENTERY: THE HUMAN BODY´S 79TH ORGAN

Listados abaixo estão as colulnas tabulares com os 78 diferentes tipos de órgãos que fazem parte do nosso corpo

Adrenal Glands

Heart

Pancreas

Thymus Gland

Testes

Anus

Hypothalamus

Pineal Gland

Thyroid

Epididymis

Appendix

Joints

Parathyroid Glands

Trachea

Vas deferens

Bladder

Kidneys

Pharynx

Tongue

Seminal vesicles

Bones

Large Intestine

Pituitary Gland

Ureters

Bulbourethral glands

Bone Marrow

Larynx

Prostate

Urethra

Penis

Brain

Liver

Rectum

Uterus

Scrotum

Bronchi

Lungs

Salivary Glands

Nerves

Subcutaneous tissue

Diaphragm

Lymph Nodes

Skeletal Muscles

Ligaments

Foramen Ovale

Ears

Mammary Glands

Skin

Tendons

Arteries

Oesophagus

Mesentery

Small Intestine

Clitoris

Veins

Eyes

Mouth

Spinal Cord

Vagina

Capillaries

Fallopian Tubes

Nasal Cavity

Spleen

Vulva

Lymphatic vessel

Gallbladder

Nose

Stomach

Cerebellum

Tonsils

Olfactory epithelium

Ovary

Teeth

Placenta

Interstitium

Tabela listando todos os órgãos até agora conhecidos em osso corpo. 

Aos 78 órgãos que compõem o corpo humano, um grupo de médicos pesquisadores diz que devemos acrescentar mais um: o mesentério. Localizado em nossa cavidade abdominal, o mesentério é um  cinturão de tecido que mantém nossos intestinos no lugar. Embora os anatomistas soubessem que estava lá, sempre se pensou que fosse composto de vários segmentos diferentes, em vez de ser uma única estrutura. Isso o tirou da disputa pelo status de órgão, já que nossos órgãos corporais devem ser contínuos, além de fornecer alguma função vital para nossa anatomia. Um novo estudo realizado por pesquisadores do Hospital da Limerick University  revela que o mesentério é, na verdade, uma única faixa de tecido, começando no pâncreas e continuando pelo intestino delgado e cólon, envolvendo esses órgãos vitais para mantê-los firmes e ajudá-los a manter sua estrutura. É feito de uma fita dobrada de peritônio, um tipo de tecido geralmente encontrado no revestimento da cavidade abdominal.  "Sem ele você não pode viver", diz J. Calvin Coffey, pesquisador do Limerick University Hospital e cirurgião colorretal. "Não há casos relatados de um Homo sapien vivendo sem mesentério." 
Foi descascando o peritônio e repetindo observações que Coffey construiu seu caso para o mesentério. Em 2012, a equipe de Coffey determinou que o mesentério era de fato uma estrutura única e conectada. Neste estudo mais recente, publicado no The Lancet, a equipe de Coffey descreve as evidências coletadas ao longo de quatro anos que afirmam o status de órgão para o mesentério. O mesentério é altamente integrado ao intestino, e está localizado em uma área do corpo humano que não foi totalmente explorada, ainda temos, aparentemente, em nós mesmos, novas fronteiras.
E, de acordo com o The Independent, o livro seminal de medicina Gray's Anatomy foi atualizado em 2015 para incluir a nova definição do mesentério. No entanto, Coffey não tem certeza de quando um órgão é oficialmente um órgão. "Essa é uma pergunta fascinante. Na verdade, não sei quem é o árbitro final disso ", diz Coffey.

Em macacos e outras criaturas que andam de quatro, a estrutura do mesentério e os órgãos que ele suporta são ligeiramente diferentes, o que afeta a disposição de seus órgãos internos (sua "sentranhas"). Entender como e por que nosso sistema digestivo está organizado dessa forma pode ser crucial para nossa compreensão de doenças como a síndrome de Crohn e a síndrome do intestino irritável. “Existem muitas doenças nas quais estamos paralisados precisamos atualizar nossa abordagem para essas doenças” (Goffey, 2017). "Agora que esclarecemos sua estrutura, podemos examiná-la sistematicamente. Estamos em um lugar muito emocionante agora."  A era da ciência mesentérica deu uma nova guinada.

“Up to now there was no such field as mesenteric science,” he said in a statement. “Now we have established anatomy and the structure. The next step is the function. If you understand the function you can identify abnormal function, and then you have disease.” His lobbying paid off; the latest edition of Gray's Anatomy caterorizes the mesentery as an organ, The Indep.





INTESTINO GROSSO




O íleo termina na junção íleo-cecal, quando se inicia o intestino grosso. Este é composto pelo ceco, apêndice vermiforme, colo, ascendente, transverso, descendente e sigmoide, reto e canal anal e tem importante função de absorção de água. 

Difere-se do intestino delgado por conter:

Apêndices omentais do colo: projeções adiposas semelhantes ao omento.

Tênias do colo: 
são três faixas, condensações da musculatura longitudinal, de origem no apêndice vermiforme que percorrem o intestino grosso no sentido longitudinal. 
Tênias mesocólica (fixação dos mesocolos transverso e sigmoide),  
Omental (fixação dos apêndices omentais – omento maior) e livre (exposta). 
Saculações/Haustrações: “bolsas” da parede do colo, entre as tênias - Calibre muito maior.

A estrutura do intestino grosso, por camadas, é a mesma do intestino delgado. Ou seja, há mucosa, submucosa e camada muscular, sendo que a circular é mais interna e a longitudinal mais externa. 
O Ceco É a primeira parte do intestino, localizado inferiormente à junção íleo-cecal e contínuo com o colo ascendente. Está situado na região da fossa ilíaca direita e é quase que totalmente revestido por peritônio, mas não por mesentério.


O óstio ileal, local de comunicação com o íleo, é formado entre os lábios ileocólico (superior) e ileocecal (inferior) da papila ileal. Juntos, esses lábios formam ainda o frênulo do óstio ileal. O suprimento arterial é feito pelo ramo ileocecal da artéria mesentérica superior. O venoso pela veia ileocólica.


Apêndice vermiforme é um divertículo cego com origem na região póstero-medial do ceco, abaixo da junção íleo-cecal. É revestido pelo mesoapêndice, uma reflexão do mesentério, e contém massas de tecido linfoide. Além disso, é a junção das três tênias do colo e geralmente está localizado numa posição retrocecal. 

A vascularização é feita pelo ramo apendicular da artéria ileocólica (da mesentérica superior) e a drenagem pela veia ileocólica. A inervação, assim como no ceco, é feita por ramos simpáticos e parassimpáticos do plexo mesentérico superior (Parassimpático = vago. Simpático = parte torácica inferior da medula espinhal).

O Cólon pode ser dividido em quatro partes: ascendente, transverso, descendente e sigmoide. Juntas, essas quatro partes formam um arco ao redor do intestino grosso, desde a junção íleocecal até o reto.




Duas dessas partes são retroperitoniais, ou seja, não estão envolvidas por peritônio, e são os colos ascendente e descendente. Enquanto isso o transverso e sigmoide são revestidos pelo mesocólon transverso e sigmoide, respectivamente.

Ascendente: 
O cólon ascendente é a segunda porção do intestino grosso. Está em continuidade com o ceco e com o transverso, após a flexura direita/hepática (pois está inferiormente ao lobo hepático direito). É separado da parede ântero-lateral pelo omento maior.. 

Transverso: 
O cólon transverso esta situado entre as flexuras hepática e esplênica, é revestido pelo mesentério (mesocólon transverso), que se inicia ao longo da margem inferior do pâncreas. É fixado ao diafragma pelo ligamento frenocólico. 

Descendente: 
Depois da flexura esquerda, está em continuidade com o transverso e com o sigmoide. Assim como o ascendente, não está revestido pelo peritônio e não tem muita mobilidade, pois também está fixado à parede lateral. 

Sigmoide: 
O cólon sigmoide inicia-se na região da fossa ilíaca e forma um “S” até o reto. A junção retossigmoide é caracterizada pelo final das tênias do colo. Assim como o transverso, também é revestido pelo mesentério (mesocólon sigmoide).

O suprimento arterial do colón é feito por ramos da artéria mesentérica superior. São eles, da parte proximal para a distal, os ramos ileocólico, apendicular, cólico direito e cólico médio. As partes descendente e sigmoide do cólon têm irrigação pela mesentérica inferior, através dos ramos cólico esquerdo e sigmoide. Além disso, por toda a extensão do cólon há uma anastomose entre as artérias, formando o arco justacólico (artéria marginal). Ao contrário das outras porções, os cólons descendente e sigmoide são drenados pela MI, que se direciona geralmente para a veia esplênica e depois para a veia porta. 




O suprimento arterial do cólon é feito por ramos da artéria mesentérica superior. São eles, da parte proximal para a distal, os ramos ileocólico, apendicular, cólico direito e cólico médio. As partes descendente e sigmoide do cólon têm irrigação pela mesentérica inferior, através dos ramos cólico esquerdo e sigmoide. Além disso, por toda a extensão do cólon há uma anastomose entre as artérias, formando o arco justacólico (artéria marginal). Ao contrário das outras porções, os cólons descendente e sigmoide são drenados pela MI, que se direciona geralmente para a veia esplênica e depois para a veia porta. 

O Reto é a parte pélvica e terminal do intestino grosso. Inicia-se na altura de S3 e é fixa, retro e subperitoneal. Nesse ponto, as tênias do colo se afastam para formar uma lâmina longitudinal externa de musculatura lisa e não há apêndices omentais. 

O reto acompanha a curvatura do sacro e do cóccix (flexura sacral do reto) e termina antes da curvatura anorretal do canal anal, no ponto em que o intestino fura o diafragma da pelve (entre a alça do músculo puborretal, uma das porções do levantador do ânus que vai da pube e passa posteriormente à junção anorretal). Forma-se também um “S”, quando olhado lateralmente. 

Em seu interior, o reto contém três pregas transversais que deixam flexuras laterais, externamente. A parte inferior do reto, localizada logo acima do diafragma da pelve, é dilatada e chamada da ampola retal. É o local de retenção da massa fecal até que seja expelida durante a defecação. Alguns dos mecanismos de continência fecal são a curvatura anorretal do canal anal (de cerca de 80º, músculo puborretal) e a capacidade de armazenamento da ampola retal.
 
Nos homens, a parede anterior do reto está relacionada com o fundo da bexiga, com a parte terminal dos ureteres, com os ductos deferentes, glândulas seminais e próstata. 

O septo/recesso retovesical está intimamente relacionado a essas estruturas. Nas mulheres, o reto está relacionado anteriormente com a parede posterior da vagina e é separado da parede posterior do fórnice e do colo uterino pela escavação uterina e inferiormente pelo septo/recesso retouterino (fundo de saco de Douglas).

 
O suprimento arterial é feito pelas artérias retais superior, média e inferior, que transitam nas “asas do reto”(flexuras laterais). A retal superior é ramo da mesentérica inferior e vasculariza a parte proximal/superior do reto. A média e inferior são ramos da artéria ilíaca interna e da pudenda interna (ramo da ilíaca interna), respectivamente. A drenagem venosa também é feita por vasos retais superiores, médios e inferiores. No entanto, apenas as veias retais superiores drenam para o sistema porta, enquanto as outras drenam para o sistema sistêmico. Os plexos venosos retais interno e externo, uma importante área de anastomose, circundam o reto e se comunicam também com o plexo venoso vesical (homens) e uterovaginal (mulheres). 

A fossa isquioanal é formada em cada uma das laterais do reto. São espaços revestidos por fáscias e preenchidos por gordura e tecido conectivo frouxo. Seus limites são:

Anterior: músculo transverso profundo do períneo e músculo esfíncter externo da uretra.
Posterior: ligamento sacrotuberal e músculo glúteo máximo.
Lateral: ísquio e músculo obturatório interno.
Medial: canal anal. 

As hemorragias internas que ocorrem acima da linha pectínea não são caracterizadas por dor, uma vez que essa região não é inervada sensitivamente. Ocorrem principalmente com os vasos retais superiores e médios. As hemorroidas são dilatações venosas. O Canal anal estende-se desde a face superior do diafragma da pelve (músculo diafragma da pelve) até o ânus. 

O canal se encontra colapsado, exceto durante a passagem das fezes. 
Colunas anais/pregas verticais
Seios anais (entre as colunas)
Válvulas
Linha pectínea: formada pelos seios anais. Abaixo dessa linha há inervação sensitiva, feita pelo nervo pudendo = separação funcional entre reto e canal anal.



A musculatura é composta pelos esfíncteres externo e interno do ânus. O esfíncter interno é involuntário e circunda os dois terços superiores do canal. É um espessamento da musculatura circular do reto. Já o esfíncter externo, se relaciona com os dois terços inferiores do canal anal. Pode ser dividido em porções subcutânea, superficial e profunda, inervadas pelo nervo pudendo.




https://youtu.be/6bCkOduK3Cg


https://youtu.be/MSfRZxIuGQ8


https://youtu.be/ccxiObyUGRA




Visão geral do trajeto, divisão e funções dos nervos cranianos. 









Bibliografia
























Lee M. Romer, et al, Effects of Inspiratory Muscle Training on time-trial performance in trained cyclists

Músculos
https://www.freeletics.com/pt/blog/posts/milagrosa-musculatura-os-tres-tipos/

https://www.freeletics.com/pt/blog/posts/milagrosa-musculatura-os-tres-tipos/

https://www.anatomynote.com/wp-content/uploads/2018/09/2987/Three-parts-of-small-intestine-diagram.jpg

http://www.idot.com.br/blog/tratamento-osteopatico-para-os-nervos-cranianos/

Respiratório
http://frame.sistemapueridomus.com.br/curso/estudemais/biologia/sist_respiratorio.php

https://www.aocp.com.br/concursos/arquivos/biologo01.PDF






Urologia 

Receptores


BRANCHER, J. A., et al., 2014. AVALIAÇÃO DO PH SALIVAR EM INDIVÍDUOS DE DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS. : R. Eletr. de Extensão, ISSN 1807-0221 Florianópolis, v. 11, n. 17, p. 161-171, 2014.





















Embora o olfato (microsmático) não seja tão desenvolvido na espécie humana como em certos animais macrosmáticos, o cão, por exemplo, podemos distinguir entre 2.000 e 4.000 odores diferentes, numa área de apenas 5 cm2 na parte superior da cavidade nasal, próxima ao septo.


23/Ago/2021
Em contrução













Sistema sensorial 







Quais são as doenças que afetam o paladar?

Doenças do PaladarAgeusia. A falta do paladar chama-se ageusia, seja pelas mais diversas causas. ...
Anosmia e Hiposmia. Anosmia ou anosfrasia é a perda total do olfato. ...
Disgeusia. Disgeusia é a distorção ou diminuição do senso do paladar. ...
Parageusia. Parageusia é um termo médico para um mal paladar na boca. ...
Parosmia.
O que é o sabor umami?

Umami, que também é conhecido como glutamato monossódico, é um dos quintos sabores principais, incluindo doce, azedo, amargo e salgado. Umami significa “essência da delícia” em japonês, e seu sabor é frequentemente descrito como a delícia carnuda e saborosa que aprofunda o sabor.












Fontes








Publicado em 23/VIII/2021 
Atualizado em 27/VII/2023