12/08/2023

CRISE CLIMÁTICA

GUERA E CRISE CLIMÁTICA:
O MUNDO EM UMA ENCRUZILHADA 

Marco Aurélio Weissheimer
(Nov. Dez. 2023)


Em primeiro lugar, não voltamos a uma condição de normalidade, porque os impactos da pandemia em nossas vidas, nas relações sociais em geral, foram tão profundos e diversos que ainda não conseguimos dimensioná-los direito. 

Em segundo, o período pós-pandemia é marcado por uma confluência de crises que afetam o planeta como um todo, destacando-se duas em especial: a crescente ameaça da escalada de guerras, as quais, hoje, ainda são regionais para uma dimensão mundial; e a crise climática, cujos efeitos já começam a fazer parte do nosso cotidiano. 

A situação geopolítica mundial, que já era grave com a guerra na Ucrânia, envolvendo direta e indiretamente as principais potências nucleares do planeta, se agravou com a escalada da guerra no Oriente Médio, após os ataques inéditos e sangrentos que o Hamas desferiu em território israelense.

A resposta militar de Israel em Gaza, que não discriminou a estrutura do Hamas de alvos civis, incluindo escolas e hospitais, provocou uma ebulição em praticamente todo o mundo árabe e muçulmano. O que se viu nas últimas semanas não pode mais ser resumido a uma guerra entre Israel e Hamas, e vem caminhando para um conflito militar de consequências imprevisíveis. 

E, assim, como na Ucrânia, envolvendo direta ou indiretamente as chamadas superpotências nucleares. 

A crise política internacional é tão mais grave na medida em que as instâncias internacionais, que deveriam ser espaços para a resolução e mitigação desses conflitos, em especial a Organização das Nações Unidas (ONU), vem expondo toda a sua impotência como órgãos de diálogo e negociação.

O uso recorrente do poder de veto nas reuniões do Conselho de Segurança da ONU vem inviabilizando qualquer busca de solução diplomática e mesmo para atender a demandas humanitárias básicas para socorrer a população civil de Gaza, que vem sendo massacrada. 

Nem o apelo dramático de organizações internacionais de assistência humanitária, como a Médicos Sem Fronteiras, vem sendo capaz de alterar esse quadro. Em um comunicado divulgado no final de outubro, essa organização relatou: 

"Faltam profissionais nos hospitais, alimentos, água, abrigo seguro, medicamentos, equipamentos médicos e até mesmo combustível, o que significa que todos os pacientes que estão atualmente em unidades de cuidados intensivos ligados a ventiladores mecânicos e bebês que estão em incubadoras poderão morrer por falta de eletricidade. 

Cirurgiões tiveram que operar crianças sem anestésicos adequados, pois eles não estão mais disponíveis. Cerca de 800 a 1.000 pessoas são feridas todos os dias em Gaza, e esse número inclui apenas aquelas que conseguem chegar a um hospital, o que tem sido um desafio pela ausência de lugares e passagens seguras". 

A escalada da guerra, e, por consequência, das tragédias humanitárias, colocou em segundo plano outra escalada não menos grave para a humanidade como um todo: a da crise climática. 

No Brasil, já vivemos o cotidiano dessa escalada. Enquanto no sul do país, sucedem-se eventos climáticos extremos provocados por ciclones com chuvas e ventos intensos, na Amazônia a seca fez com que dois dos maiores rios do mundo, caudalosos e imensos, secassem de um modo nunca visto. 

Nos últimos meses, a população de Manaus passou a respirar fumaça, fruto de incêndios florestais, cotidianamente. E isso que ainda não chegamos no verão. Se a onda de calor extremo que atingiu países do Hemisfério Norte neste ano se repetir no Sul, esses fenômenos extremos podem se tornar ainda mais dramáticos. 

Assim como ocorre no caso da guerra, a sucessão de eventos extremos e de relatos dramáticos sobre os seus impactos na vida da população mostra-se insuficiente para mobilizar uma articulação internacional efetiva à altura da gravidade dessas emergências globais. 

Durante a pandemia, tivemos um exemplo de como uma articulação desse tipo é possível e necessária para enfrentar problemas globais. Por alguns meses, o mundo se mobilizou em busca de um objetivo comum. Mas esse exemplo parece já ter sido esquecido e voltamos à "normalidade", que vai nos empurrando na direção da violência e da destruição.


ADENDO HISTÓRICO

I
Palestina (do original Filistina, “Terra dos Filisteus”) é o nome dado desde a Antiguidade à região do Oriente Próximo (impropriamente chamado de “Oriente Médio”), localizada ao sul do Líbano e a nordeste da Península do Sinai, entre o Mar Mediterrâneo e o vale do Rio Jordão. Trata-se da Canaã bíblica, que os judeus tradicionalistas preferem chamar de Sion.

A Palestina foi conquistada pelos hebreus ou israelitas (mais tarde também conhecidos como judeus) por volta de 1200 a.C., depois que aquele povo se retirou do Egito, onde vivera por alguns séculos.


Domo da rocha


Conhecido por Monte do Templo pelos judeus, é o terceiro local mais sagrado do Islão e o local mais sagrado do judaísmo. Reunimos vários pontos importantes da história e significado deste local.
Construção no século VII

A Esplanada das Mesquitas cobre 14 hectares com vista para a Cidade Velha de Jerusalém. Está localizada no setor palestiniano da cidade, ocupada por Israel desde 1967 e depois anexada, que os palestinianos querem transformar na capital do Estado a que aspiram.

Conhecido por Al-Haram al-Sharif ("Santuário Nobre") ou simplesmente Al-Aqsa pelos muçulmanos, este local abriga a Cúpula da Rocha e a Mesquita Al-Aqsa ("Mais Distante").

A Cúpula da Rocha situa-se na pedra a partir da qual o profeta terá subido ao céu, de acordo com a religião.

A Esplanada é o terceiro lugar mais sagrado do Islão depois da Grande Mesquita de Meca e da Mesquita do Profeta em Medina, na Arábia Saudita. A sua construção começou no século VII, depois da captura de Jerusalém pelo califa Omar.

Foi construída no local do Templo Judaico destruído pelos romanos no ano 70 e cujo mais importante vestígio conhecido é o Muro das Lamentações.

Chamado de Har Habayit ("Monte do Templo") pelos judeus, é o local mais sagrado do judaísmo.

Cúpula da rocha




Mas as sucessivas dominações estrangeiras, começadas com a tomada de Jerusalém (587 a.C.) por Nabucodonosor, rei da Babilônia, deram início a um progressivo processo de diáspora (dispersão) da população judaica, embora sua grande maioria ainda permanecesse na Palestina.

As duas rebeliões dos judeus contra o domínio romano (em 66-70 e 133-135 d.C.) tiveram resultados desastrosos. Ao debelar a primeira revolta, o general (mais tarde imperador) Tito arrasou o Templo de Jerusalém, do qual restou apenas o Muro das Lamentações. E o imperador Adriano, ao sufocar a segunda, intensificou a diáspora e proibiu os judeus de viver em Jerusalém. A partir de então, os israelitas espalharam-se pelo Império Romano; alguns grupos emigraram para a Mesopotâmia e outros pontos do Oriente Médio, fora do poder de Roma.

A partir de então, a Palestina passou a ser habitada por populações helenísticas romanizadas; e, em 395, quando da divisão do Império Romano, tornou-se uma província do Império Romano do Oriente (ou Império Bizantino).

Em 638, a região foi conquistada pelos árabes, no contexto da expansão do islamismo, e passou a fazer parte do mundo árabe, embora sua situação política oscilasse ao sabor das constantes lutas entre governos muçulmanos rivais. Chegou até mesmo a constituir um Estado cristão fundado pelos cruzados (1099-1187). Finalmente, de 1517 a 1918, a Palestina foi incorporada ao imenso Império Otomano (ou Império Turco). Deve-se, a propósito, lembrar que os turcos, e embora muçulmanos, não pertencem à etnia árabe.

Em 1896, o escritor austríaco de origem judaica Theodor Herzl fundou o Movimento Sionista, que pregava a criação de um Estado judeu na antiga pátria dos hebreus.

Esse projeto, aprovado em um congresso israelita reunido em Genebra, teve ampla ressonância junto à comunidade judaica internacional e foi apoiado sobretudo pelo governo britânico (apoio oficializado em 1917, em plena Primeira Guerra Mundial, pela Declaração Balfour).

No início do século XX, já existiam na região pequenas comunidades israelitas, vivendo em meio à população predominantemente árabe. A partir de então, novos núcleos começaram a ser instalados, geralmente mediante compra de terras aos árabes palestinos.

Durante a Primeira Guerra Mundial, a Turquia lutou ao lado da Alemanha e, derrotada, viu-se privada de todas as suas possessões no mundo árabe. A Palestina passou então a ser administrada pela Grã-Bretanha, mediante mandato concedido pela Liga das Nações.

Depois de 1918, a imigração de judeus para a Palestina ganhou impulso, o que começou a gerar inquietação no seio da população árabe. A crescente hostilidade desta última levou os colonos judeus a criar uma organização paramilitar – a Haganah – a princípio voltada para a autodefesa e mais tarde também para operações de ataque contra os árabes.

Apesar do conteúdo da Declaração Balfour, favorável à criação de um Estado judeu, a Grã-Bretanha tentou frear o movimento imigratório para não descontentar os Estados muçulmanos do Oriente Médio, com quem mantinha proveitosas relações econômicas; mas viu-se confrontada pela pressão mundial da coletividade israelita e, dentro da própria Palestina, pela ação de organizações terroristas.

Após a Segunda Guerra Mundial, o fluxo de imigrantes judeus tornou-se irresistível. Em 1947, a Assembléia Geral da ONU decidiu dividir a Palestina em dois Estados independentes: um judeu e outro palestino. Mas tanto os palestinos como os Estados árabes vizinhos recusaram-se a acatar a partilha proposta pela ONU.

Em 14 de maio de 1948, foi proclamado o Estado de Israel, que se viu imediatamente atacado pelo Egito, Arábia Saudita, Jordânia, Iraque, Síria e Líbano (1ª Guerra Árabe-Israelense). Os árabes foram derrotados e Israel passou a controlar 75% do território palestino. A partir daí, iniciou-se o êxodo dos palestinos para os países vizinhos. Atualmente, esses refugiados somam cerca de 3 milhões.

Os 25% restantes da Palestina, correspondentes à Faixa de Gaza e à Cisjordânia, ficaram sob ocupação respectivamente do Egito e da Jordânia. Note-se que a Cisjordânia incluía a parte oriental de Jerusalém, onde fica a Cidade Velha, de grande importância histórica e religiosa.

Damos a seguir a cronologia dos principais acontecimentos subsequentes

1947 – A ONU aprova a partilha da Palestina em dois Estados – um judeu e outro árabe. Essa resolução é rejeitada pela Liga dos Estados Árabes.

1948 – Os Judeus proclamam o Estado de Israel, provocando a reação dos países árabes. Primeira Guerra Árabe-Israelense. Vitória de Israel sobre o Egito, Jordânia, Iraque, Síria e Líbano e ampliação do território israelense em relação ao que fora estipulado pela ONU. Centenas de milhares de palestinos são expulsos para os países vizinhos. Como territórios palestinos restaram a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, ocupadas respectivamente por tropas egípcias e jordanianas.

1956 – Guerra entre Israel e o Egito. Embora vitoriosos militarmente, os israelenses retiraram-se da Faixa de Gaza e da parte da Península do Sinai que haviam ocupado.

1964 – Criação da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), cuja pretensão inicial era destruir Israel e criar um Estado Árabe Palestino. Utilizando táticas terroristas e sofrendo pesadas retaliações israelenses, a OLP não alcançou seu objetivo e, com o decorrer do tempo, passou a admitir implicitamente a existência de Israel.

1967 – Guerra dos Seis Dias. Atacando fulminantemente em três frentes, os israelenses ocupam a Faixa de Gaza e a Cisjordânia (territórios habitados pelos palestinos) e tomam a Península do Sinai ao Egito, bem como as Colinas de Golan à Síria.

1970 – “Setembro Negro”. Desejando pôr fim às retaliações israelenses contra a Jordânia, de onde provinha a quase totalidade das incursões palestinas contra Israel, o rei Hussein ordena que suas tropas ataquem os refugiados palestinos. Centenas deles são massacrados e a maioria dos sobreviventes se transfere para o Líbano.

1973 – Guerra do Yom Kippur (“Dia do Perdão”). Aproveitando o feriado religioso judaico, Egito e Síria atacam Israel; são porém derrotados e os israelenses conservam em seu poder os territórios ocupados em 1967. Para pressionar os países ocidentais, no sentido de diminuir seu apoio a Israel, a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) provoca uma forte elevação nos preços do petróleo.

1977 – Pela primeira vez, desde a fundação de Israel, uma coalizão conservadora (o Bloco Likud) obtém maioria parla mentar. O novo primeiro-ministro, Menachem Begin, inicia o assentamento de colonos judeus nos territórios ocupados em 1967.

1979 – Acordo de Camp David. O Egito é o primeiro país árabe a reconhecer o Estado de Israel. Este, em contrapartida, devolve a Península do Sinai ao Egito (cláusula cumprida somente em 1982). Em 1981, militares egípcios contrários à paz com Israel assassinam o presidente Anwar Sadat.

1982 – Israel invade o Líbano (então em plena guerra civil entre cristãos e muçulmanos) e consegue expulsar a OLP do território libanês. Os israelenses chegam a ocupar Beirute,
capital do Líbano. Ocorrem massacres de refugiados palestinos pelas milícias cristãs libanesas, com a conivência dos israelenses.

1985 – As tropas israelenses recuam para o sul do Líbano, onde mantêm uma “zona de segurança” com pouco mais de 10 km de largura. Para combater a ocupação israelense, forma-se o Hezbollah (“Partido de Deus”), organização xiita libanesa apoiada pelo governo islâmico fundamentalista do Irã.

1987 – Começa em Gaza (e se estende à Cisjordânia) a Intifada (“Revolta Popular”) dos palestinos contra a ocupação israelense. Basicamente, a Intifada consiste em manisfestações diárias da população civil, que arremessa pedras contra os soldados israelenses. Estes frequentemente revidam a bala, provocando mortes e prejudicando a imagem de Israel junto à opinião internacional. Resoluções da ONU a favor dos palestinos são sistematicamente ignoradas pelo governo israelense ou vetadas pelos Estados Unidos. A Intifada termina em 1992.

1993 – Com a mediação do presidente norte-americano Bill Clinton, Yasser Arafat, líder da OLP, e Yitzhak Rabin, primeiro-ministro de Israel, firmam em Washington um acordo prevendo a criação de uma Autoridade Nacional Palestina, com autonomia administrativa e policial em alguns pontos do território palestino. Prevê-se também a progressiva retirada das forças israelenses de Gaza e da Cisjordânia. Em troca, a OLP reconhece o direito de Israel à existência e renuncia formalmente ao terrorismo. Mas duas organizações extremistas palestinas (Hamas e Jihad Islâmica) opõem-se aos termos do acordo, assim como os judeus ultranacionalistas.

1994 – Arafat retorna à Palestina, depois de 27 anos de exílio, como chefe da Autoridade Nacional Palestina (eleições realizadas em 1996 o confirmam como presidente) e se instala em Jericó. Sua jurisdição abrange algumas localidades da Cisjordânia e a Faixa de Gaza – embora nesta última 4 000 colonos judeus permaneçam sob administração e proteção militar israelenses. O mesmo ocorre com os assentamentos na Cisjordânia. Na cidade de Hebron (120 000 habitantes palestinos), por exemplo, 600 colonos vivem com o apoio de tropas de Israel. Nesse mesmo ano, a Jordânia é o segundo país árabe a assinar um tratado de paz com os israelenses.

1995 – Acordo entre Israel e a OLP para conceder autonomia (mas não soberania) a toda a Palestina, em prazo ainda indeterminado. Em 4 de novembro, Rabin é assassinado por um extremista judeu.

1996 – É eleito primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, do Partido Likud (antes denominado Bloco Liked), que paralisa a retirada das tropas de ocupação dos territórios palestinos e intensifica os assentamentos de colonos judeus em Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, em meio à população predominantemente árabe. O processo de pacificação da região entra em compasso de espera, ao mesmo tempo em que recrudescem os atentados terroristas palestinos. Em Israel, o primeiro-ministro (chefe do governo) é eleito pelo voto direto dos cidadãos.

1999 – Ehud Barak, do Partido Trabalhista (ao qual também pertencia Yitzhak Rabin), é eleito primeiro-ministro e retoma as negociações com Arafat, mas sem que se produzam resultados práticos.

2000 – Israel retira-se da “zona de segurança” no sul do Líbano. Enfraquecido politicamente, devido à falta de progresso no camiho da paz, e também devido às ações terroristas palestinas (não obstante as represálias israelenses), Barak renuncia ao cargo de primeiro-ministro. São convocadas novas eleições, nas quais ele se reapresenta como candidato. Mas o vencedor é o general da reserva Ariel Sharon, do Partido Likud, implacável inimigo dos palestinos. Pouco antes das eleições, começa nos territórios ocupados uma nova Intifada.

2001 – Agrava-se o ciclo de violência: manifestações contra a ocupação israelense, atentados suicidas palestinos e graves retaliações israelenses. Nesse contexto, Yasser Arafat, já septuagenário, parece incapaz de manter a autoridade sobre seus compatriotas ou de restabelecer algum tipo de diálogo com Israel, cujo governo por sua vez mantém uma inflexível posição de força.

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O contínuo e impune roubo de territórios da Palestina (em verde) por Israel. Impune por causa do total apoio militar, político, financeiro e diplomático dos EUA. (democraciaepolitica)


Balanço Atual

Até agora, Israel desocupou apenas sete cidades da Cisjordânia (uma oitava foi desocupada parcialmente),
correspondentes a 3% do território cisjordaniano; deste, 24% encontram-se sob controle misto israelense-palestino e 74% permanecem inteiramente ocupados. Em termos demográficos, 29% dos palestinos estão sob a jurisdição exclusiva da Autoridade Palestina. Quanto à Faixa de Gaza, cuja importância é consideravelmente menor, nela permanecem apenas as tropas israelenses que protegem os colonos judeus ali estabelecidos.

Os grandes obstáculos para a implementação do acordo firmado entre Yitzhak Rabin e Yasser Arafat são:

a) A oposição das facções extremistas, tanto palestinas como isralelenses.
b) A posição militarista e intransigente do governo Sharon.
c) O estatuto de Jerusalém Oriental, que os palestinos almejam transformar em sua capital mas que já foi incorporada oficialmente ao território israelense, dentro do conceito de que a cidade de Jerusalém “é a capital de Israel, una e indivisível”.
d) O problema dos 150 000 colonos existentes em Gaza e na Cisjordânia e que se recusam a deixar seus assentamentos.
e) A disputa pelos recursos hídricos do Rio Jordão, pois parte de seu curso (na fronteira entre a Jordânia e a Cisjordânia) ficaria fora do controle de Israel.
f) O território palestino simplesmente não tem como absorver os quase 3 milhões de refugiados que habitavam terras do atual Estado de Israel e que continuam a viver, na maior parte, em precários campos de refugiados espalhados pelo mundo árabe, notadamente no Líbano.


II
A Palestina é atualmente um estado reconhecido por algumas nações e instituições internacionais. Desde 2012, participa das Nações Unidas como estado observador, mas ainda não foi aceito como membro.

A região relativa aos atuais territórios da Palestina e Israel teve seu apogeu nos tempos bíblicos dos reinos de David (c. 970 aC) e Salomão (c. 930 aC). Mas os judeus foram expulsos, pelos romanos, no ano 70 do primeiro século da Era Cristã. Os judeus espalharam-se pelo mundo de então e outros povos semitas ocuparam seu território. Nos séculos seguintes, os judeus continuaram unidos pela religião, mas sem um país próprio, embora algumas famílias permanecessem na antiga Judeia.

Com a queda do Império Romano, a Palestina foi dominada pelos árabes. Do século 16 até 1917, fazia parte do Império Otomano.

Após 1917, as potências vencedoras da Primeira Guerra Mundial entregaram a Palestina para a administração do Reino Unido. Com o domínio britânico, muitas famílias judias emigraram para a Palestina. Após o Holocausto da Segunda Guerra Mundial, muitos judeus sobreviventes buscaram desesperadamente formar uma nação própria. Desde o final do século 19, o Movimento Sionista tentava formar um estado judaico na Palestina.

Em 1947, uma sessão da ONU, presidida pelo brasileiro Oswaldo Aranha, aprovou a criação de dois estados na Palestina: um judeu e outro árabe. Entretanto, os árabes rejeitaram o acordo, resultando nos conflitos que acontecem até hoje.

Atualmente, a área atribuída à Palestina são os territórios da Cisjordânia (West Bank) e da Faixa de Gaza (Gaza Strip). Veja mapa abaixo, com a evolução histórica do território. 

Mapa mostrando a evolução histórica do território ocupado por Israel e Palestina (2). 





Fonte