2/08/2022

CLASSIFICAÇÃO E EVOLUÇÃO 1

CLASSIFICAÇÃO BIOLÓGICA
*
SISTEMÁTICA E TAXONOMIA
Taxonomia e Biodiversidade
Sistemática filogenética 

Charles Darwin (1)


Ao término da aula o aluno deverá:

C11,HB24 D2BIO005: 
Compreender que o conceito de espécie é um processo e não algo estático. As espécies estão sempre se adaptando ao ambiente em que vivem, portanto evoluindo.

C7, HB17 D2BIO009: 
Observar que a vida se organiza em diversos níveis: desde unicelulares até multicelulares complexos.
 
D2BIO012: 
Perceber que a classificação dos seres vivos procura estabelecer a relação de parentesco evolutivo entre eles e, para isso, leva em consideração o grau de semelhança embriológica, morfológica e fisiológica.

C2,HB03 D2BIO013: 
Interpretar árvores filogenéticas e cladogramas, estabelecendo corretamente as relações de parentesco evolutivo entre os organismos representados.



INTRODUÇÃO


Biodiversidade ou Diversidade biológica refere-se à variedade (quantidade de tipos diferentes, número de designs, ou padrões) apresentados pelos organismos vivos no planeta Terra. 

Incluindo aí a variedade genética (variabilidade gênica) dentro das populações, o número de espécies nos ecossistemas, a variedade de espécies da flora, da fauna e de microrganismos, a variedade de funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas; e a variedade de comunidades, habitats e ecossistemas formados pelos organismos.

Biodiversidade refere-se tanto ao número (riqueza) de diferentes categorias biológicas quanto à abundância relativa (eqüitabilidade) dessas categorias; e inclui variabilidade ao nível local (alfa diversidade), complementaridade biológica entre habitats (beta diversidade) e variabilidade entre paisagens (gama diversidade). Biodiversidade inclui, assim, a totalidade dos recursos vivos, ou biológicos existentes num habitat.

O termo diversidade biológica foi criado por Thomas Lovejoy em 1980, ao passo que a palavra Biodiversidade foi usada pela primeira vez pelo entomologista Edward O. Wilson em 1986, num relatório apresentado ao primeiro Fórum Americano sobre a diversidade biológica, organizado pelo Conselho Nacional de Pesquisas dos EUA (National Research Council, NRC). 

A palavra "Biodiversidade" foi sugerida a Wilson pelo pessoal do NRC a fim de substituir diversidade biológica, expressão considerada menos eficaz em termos de comunicação.

Não há uma definição consensual de Biodiversidade. Uma definição é: "medida da diversidade relativa entre organismos presentes em diferentes ecossistemas". 

Esta definição inclui diversidade dentro da espécie (genética), entre espécies e diversidade comparativa entre ecossistemas.

Outra definição, mais desafiante, é "totalidade dos genes, espécies e ecossistemas de uma região".
 
Esta definição unifica os três níveis tradicionais de diversidade existentes entre os seres vivos: diversidade genética, que é a diversidade dos genes em uma espécie, Diversidade de espécies, que é a diversidade entre espécies dentro de um habitat,
e diversidade de ecossistemas, que é a diversidade em um nível mais alto de organização, incluindo todos os níveis de variação desde o genético.

Para organizar a biodiversidade são necessário critérios e o primeiro e mais importante é dado pela nomenclatura biológica. A nomenclatura é estudada pela Sistemática e Taxonomia que são ramos da biologia dedicada inventariar os seres vivos. A sistemática e a taxonomia visam identificar e descrever as espécies e agrupá-las em categorias ou níveis hierárquicos.

Assim, necessitamos examinar essa diversidade e descrever hipóteses de como ela evoluiu. 

Ao fazermos isso, nossa ênfase vai mudar do processo da evolução (os mecanismos evolutivos já bem conhecidos: mutação, seleção natural, deriva genética, fluxo gênico) para o seu padrão (observações dos produtos da evolução, os seres vivos, ao longo do tempo). 

Para armar o cenário para nosso levantamento sobre a diversidade da vida, devemos considerar como os biólogos seguem o curso da filogenia a história evolutiva das espécies ou grupo de espécies

Uma filogenia de lagartos e cobras, por exemplo, indica que o pé-escamoso e as cobras evoluíram de lagartos com patas, mas evoluíram de diferentes linhagens de lagartos com patas. Portanto, parece que suas condições sem patas evoluíram independentemente. 


Lagartos que se parecem com cobras cidade de Mairi/BA (baciadojacuipe)



Fóssil da espécie de cobra com patas que foi descoberto na Formação Crato, na Bacia do Araripe, no Ceará. (OVGA)




Para construir uma filogenia, como a dos lagartos e das cobras, os biólogos usam a sistemática disciplina centrada na classificação de organismos e na determinação de suas relações evolutivas

Os sistematas usam dados que vão desde fósseis até moléculas e genes para inferir relações evolutivas (veja o cladograma a seguir). Essa informação está permitindo aos biólogos construírem uma abrangente árvore da vida, que continuará a ser aperfeiçoada à medida que dados adicionais vão sendo coletados.


Uma inesperada árvore genealógica. Quais são as relações evolutivas entre humanos, cogumelos e tulipas? Uma filogenia com base em dados de DNA revela que, apesar das aparências, todos os animais (incluindo humanos) e fungos (incluindo os cogumelos Basidiomycota) são mais intimamente relacionados entre si do que com plantas.



Os organismos compartilham características homólogas devido à ancestralidade comum.

Características homólogas, são características similares em organismos diferentes isto porque foram herdadas de um ancestral comum que também tinha essa característica. Um exemplo de característica homóloga são os quatro membros dos tetrápodes. Pássaros, morcegos, ratos e crocodilos todos têm quatro membros locomotores. Tubarões e peixes ósseos não têm. O Ancestral dos tetrápodes desenvolveu quatro membros e seus descendentes herdaram esse atributo, logo, a presença de quatro membros é uma homologia (USP).


Como resultado, podemos aprender muito sobre uma espécie se conhecemos sua história evolutiva. 

Por exemplo, um organismo provavelmente compartilha muitos dos seus genes, vias metabólicas e proteínas estruturais com seus parentes próximos. 

Vamos considerar as aplicações práticas dessas informações acima a término desta discussão, mas primeiro examinaremos como organismos são denominados (nomeados) e classificados, que esta a corgo da disciplina científica da taxonomia

Também veremos como podemos interpretar e usar diagramas que representam a história evolutiva. 

Nomenclatura binomial 

Nomes comuns de organismos, como macaco, tentilhão e lilás, comunicam um significado no uso casual, mas também podem causar confusão. 

Cada um desses nomes, por exemplo, se refere a mais de uma espécie. Além disso, alguns nomes comuns não refletem precisamente o tipo de organismo que significam. Considere estes três organismos que possuem o sufixo "fish" (peixe em inglês): "jellyfish" (água-viva, um cnidário), "crayfish" (pequeno crustáceo semelhante à lagosta) e "silverfish" (traça, um inseto). 

Línguas diferentes têm palavras diferentes para vários organismos, e mesmo dentro da mesma língua em cada região o mesmo ser vivo pode ser chamado por diferentes nomes. 

Para evitar ambiguidade na comunicação de suas pesquisas, biólogos se referem a organismos por nomes científicos em latim. 

O formato de duas partes do nome científico, comumente chamado de binomial, foi instituído no século XVIII por Carolus Linnaeus (na primeira revolução: a revolução científica). 

A primeira parte do binômio é o nome do gênero (plural, gênera) ou epíteto genérico ao qual a espécie pertence. A segunda parte, chamado de epíteto específico, se refere a uma espécie dentro do gênero. 

Um exemplo de binômio é Panthera pardus, o nome científico do grande felino comumente chamado de leopardo

Podemos perceber que a primeira letra do gênero é maiúscula e o binômio inteiro é no formato itálico. 

Nomes científicos criados recentemente também são "latinizados": você pode dar nome a um inseto descoberto e homenagear um amigo, mas deve sempre adicionar uma terminação do latim. 

Muitos dos mais de 11.000 binômios designados por Linnaeus ainda são utilizados atualmente, incluindo o nome otimista que ele deu nossa própria espécie - Homo sapiens, significando "homem sábio"

Classificação hierárquica 

Além de nomear espécies, Linnaeus também as agrupou dentro de uma hierarquia de categorias cada vez mais inclusivas. 

O primeiro grupo faz parte do binômio: espécies que parecem ser intimamente relacionadas são agrupadas no mesmo gênero. 

Por exemplo, o leopardo (Panthera pardus) pertence a um gênero que também inclui o leão africano (Panthera leo), o tigre (Panthera tigris) e a onça (Panthera onca). 

Além do gênero, os taxonomistas empregam progressivamente categorias mais abrangentes de classificação. O sistema taxonômico nomeado em homenagem a Linnaeus, o sistema lineano coloca gêneros relacionados na mesma família, famílias em ordens, ordens em classes, classes em filos, filos em reinos e, mais recentemente, reinos em domínios (Figura a seguir). 

Panthera atrox - Leão - Americano (extinto) ...
Panthera leo - Leão africano
Panthera onca - Jaguar 
Panthera pardus - Leopardo 
Panthera spelaea - Leão-Das-Cavernas  (extinto)
Panthera tigris - Tigre 
Panthera uncia - Leopardo-Das-Neves 

Jaguar, Panhtera onca L. 1758

A classificação biológica resultante de um organismo particular é, de certa forma, parecida com um endereço postal, identificando uma pessoa em determinado apartamento, em um prédio com muitos apartamentos, em uma rua com muitos prédios de apartamentos, em uma cidade com muitas ruas, e assim por diante. 

A unidade taxonômica em qualquer nível da hierarquia é chamada de táxon (plural, táxa ou táxons). No exemplo do leopardo, Panthera é um táxon em nível de gênero, e Mammalia é um táxon em nível de classe, que inclui muitas ordens de mamíferos. 

Observe que, no sistema lineano, os táxons mais amplos que gênero não são escritos em itálico; entretanto, sempre apresentam a primeira letra maiúscula. 

Classificar espécies parece ser natural aos humanos é um modo de estruturar nossa visão de mundo. 

Agrupamos espécies de árvores às quais damos o nome de pinheiros as distinguimos das outras árvores que chamamos de juníperos. 

Taxonomistas decidiram que pinheiros e juníperos são árvores suficientemente diferentes para serem colocadas em gêneros separados, mas suficientemente semelhantes para serem agrupadas na mesma família, a Pineaceae. 

Como em pinheiros e juníperos, níveis superiores de classificação são geralmente definidos por características morfológicas particulares escolhidas pelos taxonomistas e não por medições aplicáveis a todos os organismos. 

Por esse motivo, as categorias maiores frequentemente não são comparáveis entre linhagens, isto é, uma ordem de caramujo não apresenta a mesma diversidade morfológica ou genética de uma ordem de mamíferos. 

Além disso, como veremos, a organização de espécies em ordens, classes e assim por diante não reflete necessariamente a história evolutiva

Conectando classificação e filogenia 

A história evolutiva de um grupo de organismos pode ser representada em um diagrama ramificado chamado de árvore filogenética. 

O padrão de ramificação em alguns casos coincide com a classificação hierárquica de grupos dentro de grupos mais amplos (Figura a seguir).


Em outras situações, no entanto, algumas semelhanças entre os organismos podem levar os taxonomistas a incluir uma espécie dentro de um grupo de organismos (por exemplo, um gênero ou família) diferente do grupo mais intimamente relacionado com essa espécie. 

Caso os sistematas concluam que o organismo pode ser reclassificado (isto é, houve um engano, o organismo pode ser reclassificado, i.e., inserido em um gênero ou família diferente) para refletir corretamente a sua história evolutiva. 

Além disso, as categorias do sistema lineano podem fornecer poucas informações sobre filogenia: podemos distinguir 17 famílias de lagartos, mas isso não nada sobre as relações evolutivas entre essas famílias.


SISTEMÁTICA 
INVENTARIA E DESCREVE A DIVERSIDADE BIOLÓGICA DE UM AMBIENTE E DO PLANETA COMO UM TODO.

TAXONOMIA 
DÁ NOMES AOS SERES VIVOS E TENTA ELUCIDAR O RELACIONAMENTO ENTRE ESSES ORGANISMOS.


História da classificação

A história da classificação se perde nas brumas e nas areias do tempo, pois é tão antiga quanto a própria humanidade. Imagine um hominídeo jovem, que vive com seu grupo familiar. 

No primeiro ano de vida ele necessita aprender o que é comestível e o que não é, o que é veneno e o que é gostoso. Nos chimpanzés isso ocorre com o bebê ainda antes do desmame. Ele vai tomando conhecimento do que a mãe come e eventualmente ela oferece a ele uma ou outra folha do que ela está comendo. Ele pode recusar mas já está aprendendo. Com nossos ancestrais onívoros pode ter acontecido o mesmo. 

Já os mamíferos herbívoros, como os bovinos, os cavalos, ovelhas, zebras, ou capivaras, não há necessidade de um tempo de aprendizado tão grande como nos mamíferos hominídeos, pois carregam nos genes e consequentemente em seu instinto todo o conhecimento do mundo que necessitam para sobreviver. 

As primeiras classificações que se perderam no tempo, são eminentemente pragmáticas visando a necessidade imediata daquele hominídeo, e lidava com o que era comestível e o que era venenoso. 

Com o passar do tempo, com a evolução e o aparecimento do gênero Homo, esse período de aprendizado aumentou ainda mais, principalmente devido possuírem um grande cérebro. 

Assim, chegamos ao que sabemos hoje, através da escrita. Os primeiros humanos que fundaram cidades e destes aos primeiros humanos que se perguntaram como classificamos e por que classificamos vai um longo lapso temporal. 
Dentre os primeiros que nos deixaram registro desse pensamento foram os gregos, e entre eles Platão. 

para uma discussão pertinente sobre esse assunto leio o trabalho "A natureza da classificação na Grécia antiga" de Klepa e Corazza (2018).

 Platão, sec. IV a.C.


Platão (sec. IV a.C.)

A categorização clássica tem sua origem em Platão, que, em seu diálogo “Político”, introduziu a ideia de agrupar objetos baseados na semelhança de suas propriedades

Platão e Sócrates também tinham em comum a busca pela essência das coisas. A
alma assim como todas as coisas eternas, invisíveis e incorpóreas fazia parte do mundo das ideias, enquanto que o empírico, tocável e os corpos eram do mundo das coisas. Dois mundos, um dado a priori, perfeito, dotado de conhecimento, acessível, porém não transformável. O outro mundo uma cópia imperfeita, corruptível, mutável. Assim como a sociedade em que vivia: real, corruptível,
imperfeita e dividida. (Klepka e Corazza, 2018)


Em seus estudos Platão distinguiu as categorias que descreviam tudo no universo. 

Dentre as categorias uma das mais importantes para Platão a forma ou "eidos = ideia = espécie e gênero). (εἶδος, eidos e ἰδέα, ideia). Desse pensamento surgiu  a Teoria das Ideias ou Teoria das Formas que é um conjunto de conceitos filosóficos criado por Platão. 

Esta teoria afirma que a realidade mais fundamental  é composta de ideias ou formas abstratas, mas substanciais. Para Platão estas ideias ou formas são os únicos objetos capazes de oferecer verdadeiro conhecimento.


Giovani Reale (1994 e 1997) resume a caracterização da Teoria das Ideias de Platão a partir de seis conceitos: inteligibilidade; incorporeidade; imutabilidade; plenitude; perseidade (qualidade das coisas que têm substância independentemente de qualquer objeto); unidade. 

A Ideia só pode ser captada pela inteligência, uma vez que pertence a uma dimensão incorpórea e não pode ser percebida pelos sentidos do corpo, são verdadeiramente plenas e imunes a todo tipo de mudanças, são em se e por si e cada Ideia é una (Medeiros, 2015).

Platão acreditava que por de trás do nosso mundo visível, real, chamado mundo dos sentidos, existiria uma realidade abstrata, mais fundamental, chamada de mundo das ideias, onde tudo é perfeito, eterno, imutável e onde não existe corrupção. Para ele estas ideias ou formas são os únicos objetos capazes de oferecer verdadeiro conhecimento, pois não se corrompem, são eternas e saíram da mente do próprio Deus. O acesso a esse mundo, onde se encontra o verdadeiro conhecimento, só é possivel por meio da razão.

Academia de Platão em Athenas. 
Mural na cidade de Pompéia

Platão contribuiu com as categorias gênero e espécie, que usamos hoje na biologia.

Aristóteles

Aristóteles de Estagira (384 - 322 a.C)

Aristóteles de Stagira Ἀριστοτέλης, Aristotélēs (384-322 a.C.) estudou na Academia de Platão em Athenas, permanecendo lá por cerca de 17 anos. Ao sair da Academia, fundou o Liceu, a escola peripatética. 

Como Platão, ele buscou universais em sua filosofia, mas, ao contrário de Platão, ele apoiou sua visão em observações detalhadas, sobretudo da história natural da ilha de Lesbos e da vida marinha na lagoa da ilha em Pirra. Este estudo fez dele o primeiro historiador natural cuja obra escrita sobreviveu. Nenhum trabalho similarmente detalhado sobre zoologia foi tentado até o século XVI; conseqüentemente, Aristóteles permaneceu altamente influente por cerca de dois mil anos. E seus escritos sobre zoologia constituem cerca de um quarto de seus trabalhos sobreviventes.

Sua pesquisa cobre variados assuntos, incluindo física, biologia, zoologia, metafísica, lógica, ética, estética, poesia, teatro, música, retórica, psicologia, linguística, economia, política e governo da cidade. 

Aristóteles forneceu uma síntese complexa das várias filosofias existentes antes dele. Foi sobretudo de seus ensinamentos que o ocidente herdou seu léxico intelectual, bem como seus problemas e métodos de investigação. Como resultado, sua filosofia exerceu uma influência única em quase todas as formas de conhecimento no ocidente e continua a ser um assunto de discussão filosófica contemporânea.


Segundo Klepka e Corazza (2018) as obras de Aristóteles consideradas biológicas, particularmente, têm sido objeto de inúmeros debates entre historiadores e filósofos no que diz respeito ao propósito da classificação efetuada (Silva, 2006). Para alguns, trata-se do esboço de uma taxonomia (Mayr, 1998; 2008), para outros, entretanto, a atividade classificatória não chegou a ser um objetivo final para o grego (Silva, 2006; Balme, 1987). 

Segundo os historiadores e filósofos as obras mais importantes para a Biologia são: 

Historia Animalium, Τῶν περὶ τὰ ζῷα ἱστοριῶν  (Ton peri ta zoia historion)
De Partibus AnimaliumΠερὶ ζῴων μορίων (Peri zoion morion)
De Generatione Animalium (obra sobre reprodução dos aniamais)
De Motum Animalium, (tratado sobre locomoção)
De Incessu Animalium (tratado sobre o movimento dos animais)
De Partibus Naturalia (tratado sobre funcionamento ou fisiologia dos órgãos)

Sendo as Partes dos Animais (De Partibus Animalium, Περὶ ζῴων μορίων) escritas em quatro livros escritos por volta de 350 a.C. Toda essa obra é aproximadamente um estudo de anatomia e fisiologia animal; tem como objetivo fornecer uma compreensão científica das partes (órgãos, tecidos, fluidos, etc.) dos animais e indaga se essas partes foram projetadas ou surgiram por acaso.

E a História dos Animais (Historia Animalium) que é uma obra geralmente vista como um trabalho pioneiro da zoologia. Nessa obra Aristóteles enquadra seu texto explicando que ele está investigando o quê (os fatos existentes sobre os animais) antes de estabelecer o porquê (as causas dessas características). 
O livro é, portanto, uma tentativa de aplicar a filosofia a uma parte do mundo natural. Ao longo da obra, Aristóteles busca identificar diferenças, tanto entre indivíduos quanto entre grupos
Para Aristóteles todos os seres viventes consistiam de dois princípios intrínsecos:

Matéria prima (οὐσία)
Forma substancial (εἶδος)

Um grupo é estabelecido quando se observa que todos os membros possuem o mesmo conjunto de características distintivas; por exemplo, todos os pássaros têm penas, asas e bico. Essa relação entre os pássaros e suas características é reconhecida como universal. 

O "De partibus animalium" contém muitas observações oculares precisas, em particular da biologia marinha ao redor da ilha de Lesbos, como a de que o polvo possui habilidades de mudança de cor e possui um tentáculo de transferência de esperma para a fêmea, que os filhotes de um cação crescem dentro do corpo da mãe, ou que o macho de um bagre do rio guarda os ovos depois que a fêmea vai embora. Algumas delas foram consideradas fantasiosas por muito tempo antes de serem redescobertas no século XIX. 

Aristóteles foi acusado de cometer erros, mas alguns são devidos à má interpretação de seu texto, e outros podem ter sido baseados em observação genuína. No entanto, ele fez um uso um tanto acrítico de evidências de outras pessoas, como viajantes e apicultores.

Ele usou o termo categoria, do grego: Κατηγοριαι, kategoriai, latim: Categoriae ou Praedicamenta, empregado em um contexto filosófico por Aristóteles, em seu tratado “Categorias”, no qual analisa a diferença entre classes de objetos, aprofundando e sistematizando o esquema de classificação proposto por Platão. Aristóteles aplicou esse esquema de categorização em sua obra filosófica e científica do conhecimento, e em sua classificação natural de plantas e animais.

Afresco Escola de Atenas, de Raffaelo Sanzio (1483 - 1520). Rafael pintou esta obra quando tinha apenas 21 anos e mesmo com essa idade já era considerado um dos maiores artistas de sua época. Ele já era comparado a Leonardo da Vinci, que tinha 52 anos e a Michelangelo Buonarroti, que tinha 29 anos e estava pintando a sala ao lado da de Rafael, a Capela Sistina durante o mesmo período.

"Categorias" (do Grego: Κατηγορίαι, latim: Categoriae) é o texto que abre não apenas o "Organon", tratado de lógica de Aristóteles, o conjunto de textos lógicos bem como também o Corpus aristotelicum.
 
O livro é dividido em duas partes: a primeira, que se estende do capítulo I ao IX, é chamada de Prædicamenta e considera-se genuinamente aristotélica; uma segunda parte, que se estende do capítulo X ao XV é chamada de Post-Prædicamenta e não há certeza se a autoria é de Aristóteles. 

O objetivo de Aristóteles nesta obra é classificar e analisar dez tipos de predicados ou gêneros do ser (κατηγορία significa predicado, julgamento), isto é, são as dez categorias em que todo objeto no mundo pode ser classificado. 

As categorias Aristotélicas são: 

Substância (οὐσία, substantia), 
Quantidade (ποσόν, quantitas), 
Qualidade (ποιόν, qualitas), 
Relação (πρός τι, relatio), 
Lugar (ποῦ, ubi), 
Tempo (ποτέ, quando), 
Estado (κεῖσθαι, situs), 
Hábito (ἔχειν, habere), 
Ação (ποιεῖν, actio) e 
Paixão (πάσχειν, passio). 

Em alguns momentos as categorias são também chamadas de classes

Segundo o próprio Aristóteles: 

"As palavras sem combinação umas com as outras significam por si mesmas uma das seguintes coisas: o que (substância), o quanto (quantidade), o como (qualidade), com o que se relaciona (relação), onde está (lugar), quando (tempo), como está (estado), em que circunstância (hábito), atividade (ação) e passividade (paixão). Dizendo de modo elementar, são exemplos de substância, homem, cavalo; de quantidade, de dois côvados de largura, ou de três côvados de largura; de qualidade, branco, gramatical; de relação, dobro, metade, maior; de lugar, no Liceu, no Mercado; de tempo, ontem, o ano passado; de estado, deitado, sentado; de hábito, calçado, armado; de ação, corta, queima; de paixão, é cortado, é queimado." (Cat., IV, 1 b).


Em sua obra “Organon”, no primeiro livro chamado “Categorias”,  Aristóteles define cinco (10) categorias que descrevem o modo como a realidade é compreendia por nós humanos. 

Para Aristóteles “a definição revela a essência daquilo que é definido”, ou seja, enunciar ou conceituar, revela a essência daquilo que se deseja definir. E esse principio ele usou para definir as formas ou espécies, de forma mais prática e objetiva que Platão. 

Embora Aristóteles use suas categorias ele pega emprestado de Platão duas delas o gênero e a espécie.

Baseado nas características Aristóteles classificou todos os organismos vivos conhecidos em três reinos: Animais, Vegetais e Minerais

Os animais eram, por sua vez subdivididos de acordo com o meio em que se moviam (terra, água e ar). 

Critério usado por Aristóteles: Critério Ambiental (i.e., o ambiente onde o ser vivia, se na água, na terra ou no ar).

 
Teofrasto de Eressos  (370 a.C. 286 a.C.) 

Teofrasto foi aluno (discípulo) mais importante de Aristóteles. Escreveu uma extensa obra onde classificava todas as plantas conhecidas na época. Dedicou-se especialmente a aplicar o método de classificação de Aristóteles às plantas. 

Sua obra chamava-se: “Historia plantarum” (História das plantas), em nove volumes e “De causis plantarum” (Sobre as causas das plantas), em seis volumes. 

A obra "Historia Plantarum" (A história das plantas) é um tratado que consiste em nove livros, originalmente haviam dez, organizados em um sistema pelo qual as plantas são classificadas de acordo com seu modo de reprodução, distribuição, hábito de crescimento suas aplicações práticas, como alimentos e medicamentos. 

O primeiro livro é sobre as partes das plantas, o segundo sobre a reprodução das plantas e os momentos e maneiras de plantá-las. O terceiro, quarto e quinto tratam de árvores, seus tipos, distribuição e aplicações práticas. O sexto livro é sobre arbustos e plantas espinhosas. O sétimo, sobre plantas herbáceas; enquanto o oitavo estuda cereais. O nono e último livro é sobre plantas que produzem "sucos" úteis, como gomas, resinas e substâncias aplicáveis ​​à medicina. 

Teofrasto analisa as partes constitutivas e reprodutivas das plantas, além de sua distribuição e aplicação medicinal e propõe um sistema de classificação em categorias que duraram sem variação por mais de mil anos. 

Além disso, estuda e descreve mais de 500 espécies e variedades de plantas; discutiu a seiva das plantas, as ervas medicinais e os tipos de madeira e criou termos técnicos para descrever características até então não estudadas, por ex. para descrever o fruto criou as palavras pericarpion (pericarpo περί perí ao redor + καϱπός karpós fruto) para descrever a parte do fruto que envolve a semente (epicarpo= exocarpo (casca), mesocarpo (parte comestível) e endocarpo= revestimento da semente). 
Classificou as plantas em: Ervas, Subarbustos, Arbustos, Arvoretas, Árvores.



Porfírio de Tiro ? (c. 234- c. 309) 

Porfírio nasceu em Tiro, na Fenícia (atual Líbano), provavelmente em 234 d.C. Segundo Cássio Longino, a quem devemos o nome "Porfírio" pelo qual o conhecemos, o nome verdadeiro de Porfírio era Malco, ou Melech ('Rei') ao que Longino sugeriu Porfírio, significando púrpura, como uma referência tanto ao seu nome quanto suas origens em Tiro. Porfírio menciona que Longino o chamava de Basileu (em grego: βασιλιάς: vasiliás) de Tiro.

Pouco se sabe ao certo sobre sua vida exceto o que pode adquirir a partir de seu próprio relato sobre Plotino em sua obra "A Vida de Plotino". Antes de vir para Roma estudar com Plotino de 263 até 268, Porfírio estudou com o platônico Cássio Longino em Atenas, em Roma, ele permaneceu por cerca de cinco anos até se converter para a versão do platonismo de Plotino.

Seguindo o conselho de Plotino, ele saiu de Roma para a Sicília, a fim de se recuperar de uma crise de depressão em 268, onde supostamente ficou por algum tempo a frente da escola neoplatônica depois da morte de Plotino.

Jâmblico e Porfírio foram praticamente contemporâneos e associados, provavelmente em Roma, Jâmblico uniu-se a Porfírio que então contaria com quarenta anos, ou em último caso, Jâmblico interessou-se por seu trabalho por este ser um repositório dos textos e da doutrina de Plotino, claramente o platonista mais relevante da época.

Na época em que Porfírio chegou em Roma em 263, Plotino tinha escrito vinte e uma das obras que foram reunidas por Porfírio na obra Enéadas, o restante das obras de Plotino foram produzidas depois nos oito anos seguintes de sua vida. Casou-se tarde com uma mulher mais velha a quem escreveu "Carta a Marcela".

Isagoge (em grego clássico εἰσαγωγή, eisagogé: introdução) é a tradução latina feita por Boécio da obra Introductio in Praedicamenta do escritor e filósofo grego Porfírio (século III), obra que também aparece por vezes referida por Quinque voces (Cinco vocábulos) ou Quinque voces Porphyrii.

Trata-se de uma curta introdução, de carácter pedagógico, ao estudo das Categorias de Aristóteles.

O texto teve uma profunda influência na Filosofia medieval europeia e inspirou diversas obras com o nome Isagoge, chegando mesmo a designar genericamente a introdução ao estudo da filosofia aristotélica e o nome da disciplina onde esse estudo era feito.

Porfírio foi um filósofo neoplatônico. Em sua obra “Isagoge = εσαγωγή, eisagogé = “introdução” (traduzida para o latim por Boécio como “Introductio in Praedicamenta” um comentário à obra Categorias de Aristóteles). 

Porfirio, filósofo neoplatônico, apresentou princípios para determinar as subdivisões das classificações, que ele denominou como predicáveis. São cinco os predicáveis: gênero, espécie, diferença, propriedade e acidente
Gênero é um conjunto de coisas ou ideias que pode ser dividido em dois ou mais grupos ou espécies. Espécies são os vários grupos resultantes da divisão de um gênero por determinada característica. Diferença é a qualidade que distingue as espécies, qualidade ou atributo que, somado aos próprios e aos gêneros, distingue as espécies. Propriedade ou próprio é a qualidade comum a todos os membros de um gênero, mas que não lhes é exclusiva. E, por último, o acidente, que é uma qualidade que pode ou não se manifestar nos vários membros de um mesmo gênero e aparece acidentalmente.

Em sua obra é apresentada a “Árvore de Porfírio”, onde o autor sugere que os conceitos se subordinam, passando do mais geral e mais extensos, até chegar ao menos extensos ou particulares

Sua contribuição foi no sentido de organizar os conceitos mostrando que uns estariam subordinados a outros mais gerais, muito importante para o desenvolvimento da classificação dos objetos e fenômenos como vemos hoje. (1)

Árvore de porfírio ou scala praedicamentalis

Com esse entendimento Porfírio lança as bases da 
teoria da classificação dicotômica

Quinque voces Porphyrii

Porfírio explica os cinco critérios para aplicar os predicados de Aristóteles na descrição de algo, qualquer objeto ou fenômeno:

Definição ou Espécie (horos, eidos) 
Um enunciado que identifica a essência de coisas específicas. Aristóteles chama de definição, Porfírio de forma, Boécio de espécie.

Gênero (genos, genus)
São elementos da essência, também previsível de se encontrar em outros indivíduos similares.

Diferença (diaphora, differentia)
São os critérios que distinguem uma espécie de outra dentro de um gênero.

Propriedade (idion, propria)
São quaisquer atributos comum a todos os membros de um gênero, mas não faz parte de sua essência ou definição.

Acidente (symbebekos, accidens)
É algum atributo que pode ou não pertencer a algo, sem que afete sua identificação com a espécie.


CAROLUS LINNAEUS 

Carl von Linné (1)
Latinizado: Carolus Linnaeus (1707 -1778)

*Categorias (hierárquicas)
*Binomialidade

Botânico, zoólogo, médico e naturalista sueco, estudou medicina na Universidade de Lund e Uppsala onde mais tarde veio a lecionar. Lineu era fixista e criacionista. O fixismo é uma doutrina ou teoria filosófica muito aceita no século XVIII. Na biologia essa teoria afirmava que todas as espécies foram criadas tal como são por um poder divino, e permaneceriam assim, imutáveis, por toda sua existência, sem que jamais ocorressem mudanças significativas na sua descendência. Um dos maiores defensores do fixismo foi o naturalista francês Georges Cuvier. Na geologia, sustentava que os continentes teriam se mantido estáveis e fixos em seus lugares atuais através de toda história geológica do planeta Terra.

A partir de seus estudos com plantas escreveu em 1735 sua obra mais importante "Systema naturae", onde lançou as bases para a classificação atual dos seres vivos.
 
Nessa obra ele apresentou as categorias sistemáticas principais que conhecemos hoje: 

Reino, Classe, Ordem, Gênero e Espécie. 

O sistema de Lineu era hierárquico e binomial. 



Categorias sistemáticas usadas atualmente, observe que que elas se subordinam exatamente como na árvore de Porfírio, um conceito estava subordinado a outro mais amplo:

Reino
Filo
Classe
Ordem 
Família
Gênero
Espécie

CRITÉRIO
A classificação de Linnaeus está baseada na semelhança de características morfológicas, fisiológicas, anatômicas. Linnaeus desenvolveu um sistema de classificação cuja unidade de classificação é a espécie


OS CONCEITOS DE ESPÉCIE

CONCEITO DE ESPÉCIE


CONCEITO BIOLÓGICO
Grupo de indivíduos semelhantes
(no nível morfológico e funcional, e bioquímico); 
idêntico cariótipo (mesmo número cromossômico) 
que vivem numa mesma área geográfica,
capazes de reprodução (cruzam-se) entre si naturalmente, 
originando descendentes viáveis e férteis, 
e que estão isoladas reprodutivamente de outros grupos.


Atualmente as categorias propostas por Linnaeus, são em número de sete e iniciando pela categoria mais abrangente ou mais geral ou de maior diversidade seguiremos até a categoria de menor abrangência, de menor diversidade ou mais restrita, onde encontramos o maior grau de parentesco genético entre seus constituintes, desta forma, teremos:

REINO
um conjunto de filos semelhantes
FILO 
um conjunto de classes semelhantes
CLASSE 
um conjunto de ordens semelhantes
ORDEM 
um conjunto de famílias semelhantes
FAMILIA 
um conjunto de gêneros semelhantes
GÊNERO 
um conjunto de espécies semelhantes e aparentadas
ESPÉCIE
um grupo de organismos semelhantes que vivem numa mesma área geográfica, com o mesmo número de cromossomos, que se cruzam entre si, gerando descendentes férteis.


Assim, são formados grupos de organismos em cada uma dessas categorias taxonômicas ou taxa (singular, táxon).


Seres humanos

Como ficaria se usássemos o homem nesse "esquema" das categorias de Linnaeus?

Vamos definir cada termo do mais geral, o reino até o mais particular, a espécie. Para que possamos definir cada uma dessas categorias teremos que usar critérios embriológicos, morfológicos evolutivo, para criar as diferentes categorias.

Reino: Metazoa 
Organismos multicelulares com a presença de embrião que desenvolve um estágio de blástula.

Filo: Chordata
Organismo que apresentam blástula e desenvolvem notocorda na fase de gástrula

Classe: Mammalia
Organismo que apresenta blástula, gástrula com notocorda e que desenvolve um tegumento revestido com pelos e glândulas mamárias. 

Infra-classe: Placentalia
Organismo que apresenta blástula, gástrula com notocorda, que desenvolve um tegumento revestido com pelos e glândulas mamárias e apresenta desenvolvimento do embrião sustentado por uma placenta. 

Ordem: Primatas
Organismo que apresenta blástula, gástrula com notocorda, que desenvolve um tegumento revestido com pelos e glândulas mamárias e apresenta desenvolvimento do embrião sustentado por uma placenta. Apresentam polegares opositores e cérebro altamente desenvolvido. Caracteres sinapomórficas: visão estereoscópica, cérebros relativamente grandes, dedos oponíveis (pés e mãos), unhas, dentes não especializados.

Família: Hominidae

Subfamília: Homininae

Gênero: Homo

Espécie: Homo sapiens Lineu, 1735

Subespécies:
Homo sapiens neanderthalensis 
Homo sapiens sapiens

Outras espécies
Homo heidelberguensis


Carolus Linnaeus em seu Systema Naturae publicado em 1735, classificou nossa espécie, Homo sapiens, dentro da ordem Primata, mas na família Hominidae, separada dos demais grandes símios (Chimpanzé, Gorila, Orangotango) que ficaram na família Pongidae. Essa classificação não expressava relações filogenéticas (ancestralidade comum), mas simplesmente similaridade de formas, que Lineu chamava de planos da criação. 

“Eu peço a você, e aos demais, que me apontem uma única característica genérica, ..., com a qual eu possa distinguir o homem do macaco. Eu mesmo não conheço nenhuma. Mas se eu tivesse chamado o homem de macaco ou vice-versa, eu teria sucumbido ao repúdio dos Eclesiásticos. Talvez como um naturalista, eu deveria ter feito isto.”



Rosa
 Rosa gallica L.

Reino: Embryophyta ou Metaphyita
Divisão: Angiospermae (Magnoliophyta)
Subclasse: Archichlamydeae
Ordem: Rosales
Família: Rosaceae
Gênero: Rosa
Espécie: Rosa gallica L. 1735

Note que podem existir categorias intermediárias entre as principais criadas por Lineu. Mas o mais importante é lembrarmos que as categorias apresentam grupos de organismos que guardam entre si um grau de semelhança (ou alguma característica que persiste desde a espécie até o reino).

Conceitos de população e espécie

Indivíduo 
Os indivíduos que existem na natureza se agrupam em unidades que denominamos população e espécies. Logo, a única categoria que efetivamente existe na natureza é a espécie.

População 
População é um grupo de organismos com características semelhantes vivendo num mesmo habitat em um mesmo tempo, com certo grau de parentesco entre si, que se reproduzem sexuadamente e produzindo descendentes férteis.

Espécie
Espécie é o conjunto ou grupo de populações com características morfológicas, anatômicas, bioquímicas, fisiológica, etc. semelhantes, vivendo numa mesma área, num mesmo tempo e cujos membros tem o potencial de acasalar em condições naturais produzindo descendentes viáveis e férteis que estão isoladas reprodutivamente de outros grupos.

Por ex., uma mulher de Porto Alegre dificilmente encontraria um homem fazendeiro da Mongólia, mas se os dois por ventura se encontrassem poderiam gerar bebês que se desenvolveriam em adultos viáveis e férteis


Regras de nomenclatura biológica

Objetivo da classificação

Os objetivos da nomenclatura biológica são: possibilitar a comunicação e a indexação das informações existentes sobre os organismos. A nomenclatura assegura nome único e distinto para cada táxon, promovendo a estabilidade e a universalidade dos nomes científicos.
Cada espécie possui um nome que consta de um binômio: um nome genérico (ou epíteto genérico), seguido de um nome específico (ou epíteto específico). 

Por exemplo, o nome científico do berbigão ou vôngoli é

  Anomalocardia brasiliana (Gmelin, 1791). 

O primeiro aspecto que se pode notar é que essa espécie possui mais de um nome popular, o que pode originar confusões e atrapalhar a indexação de novas informações que continuam a ser obtidas sobre esse molusco. Entretanto, o nome científico é um só. Ele deve ser escrito de maneira destacada, em caracteres itálicos ou sublinhado. (conchasbrasil)
Outro aspecto a ser ressaltado é que, em seguida ao nome da espécie, estão citados o nome do autor (Gmelin) e o ano em que a espécie foi descrita (1791). 

Segundo o Código de Nomenclatura Zoológica, as informações referentes ao autor e à data de publicação não fazem parte do nome específico, mas são geralmente citados, pelo menos na primeira vez que se faz referência a ele no trabalho. 

Portanto, o nome científico do berbigão pode ser citado como:

Anomalocardia brasiliana (Gmelin, 1791), 
Anomalocardia brasiliana (Gmelin), 
ou apenas 
Anomalocardia brasiliana


Por que os nomes dos autores das espécies aparecem às vezes entre parênteses, e outras vezes sem os parênteses?

Vamos analisar os nomes científicos de três espécies do gênero Anomalocardia:

Anomalocardia flexuosa (Linnaeus, 1767) - China.
Anomalocardia brasiliana (Gmelin, 1791) - Brasil e Caribe.
Anomalocardia producta Kuroda & Habe, 1951 - Sudeste da Ásia e Japão.

Observe que o nome do autor e a data dessas espécies aparecem ou não entre parênteses. Teria sido desatenção, falta de uniformidade ou uma opção? 

Na realidade, trata-se da observância de uma regra do Código de Nomenclatura Zoológica. 

A ausência dos parênteses indica que a espécie foi descrita originariamente naquele gênero; a presença dos parênteses significa que a espécie foi originariamente descrita em outro gênero, sendo posteriormente transferida para a atual combinação. 

No caso da primeira espécie, Linnaeus descreveu a espécie como Venus flexuosa, em 1767. Schumacher, em 1817, descreveu o gênero Anomalocardia, designando como espécie-tipo do gênero Venus flexuosa Linnaeus, 1767, uma espécie da China, mas não incluiu a espécie brasileira na combinação atual. 

A espécie brasileira foi descrita por Gmelin (1791) como Venus brasiliana, e posteriormente transferida por Dall (1902) para o gênero Anomalocardia. É interessante observar que o autor (ou autores) que realizaram novas combinações genéricas, ou revisaram o gênero, não são citado no nome das espécies de animais.


Quais as regras principais para a formação de um nome genérico?

O nome do gênero (e também do subgênero) consiste de um substantivo no nominativo singular e deve ser palavra formada por mais de uma letra. 

Podem ser palavras masculinas, femininas ou neutras. A determinação do gênero gramatical do nome genérico é fundamental, pois o segundo nome do binômio (ou epíteto especifico) deve concordar gramaticalmente com ele. 

Alguns nomes de gêneros são dados em homenagem a pessoas, e o código apresenta as seguintes recomendações para formações desses nomes: se terminados em consoantes, utilizar os sufixos:

-ius, -ia (Spengler, Spengleria rostrata; William, Williamia krebsi), 

-ium; se terminados na vogal a: -ia

se terminados em vogal diferente de a: -us, -a (Fargo, Fargoa buschiana), -um. 

Existem outros sufixos, por exemplo, -ella, Cooper, Cooperella atlantica, gênero gramatical feminino. 

O nome do homenageado pode ser utilizado como prefixo, por exemplo, Mikado, imperador do Japão, Mikadotrochus notialis, ou Crassatella (Riosatella) riograndensis, em homenagem ao Prof. Eliézer Rios. 

O nome do gênero pode ser um conjunto de letras ou palavras, sem NENHUM significado biológico, como em Piseinotecus Marcus, 1955. Os professores Ernest e Eveline Marcus tiveram um gato chamado Teco. 
Uma noite, alguém pisou no rabo do Teco, que começou a miar. Daí eles criaram o nome: Piseinotecus, gênero gramatical masculino, Piseinotecus divae (espécie de molusco) e colocaram numa lesma do mar. O nome da espécie também é em homemnagem a uma professora de Zoologia marinha chamada Diva Diniz Corrêa.

Piseinotecus divae Edmunds, 1970. (WP)
Edmunds M. 1970. Opisthobranchiate mollusca from Tanzania II. Eolidacea (Cuthonidae, Piseinotecidae and Facelinidae). Proc Malac Soc Lond. 39:15–57.




Quais as regras principais para a formação de um nome de espécie?(conchasbrasil)


O nome da espécie consiste de uma combinação binária, Gênero + espécie. 

O nome específico deve ser sempre uma palavra com mais de uma letra. Pode ser:

1) um adjetivo no nominativo singular, o qual deve concordar com o gênero gramatical do nome do gênero, masculino, feminino ou neutro. 

Em geral, a desinência é –us para o masculino, -a para o feminino e –um para o neutro, mas depende da declinação. 

Por exemplo, exiguus (m), a(f), um(n) é um adjetivo latino que significa pequeno. 

Foi utilizado nas seguintes espécies: Brachidontes exiguus, Janthina exigua e Vexillum exiguum

Nem sempre a terminação do adjetivo segue o padrão -us, -a, -um

Por exemplo, o adjetivo “belo ou formoso”, em latim, é pulcher (m), pulchra (f), pulchrum (n). 

Como exemplos de nomes de espécies formados por nomes de gênero masculino, feminino e neutro, combinados com esse adjetivo, temos: Murex pulcher (m), Trigonostoma pulchra (f) e Calliostoma pulchrum (n). 

Outros adjetivos latinos com três terminações diferentes: glaber (m), glabra (f), glabrum (n) (= liso, sem pêlos); paluster (m), palustris (f), palustre (n) (= que vive nos pântanos). 

Os adjetivos latinos podem ter duas terminações distintas, sendo a mesma para o masculino e o feminino, como em fragilis (m), fragilis (f), fragile (n) (= frágil) ou mirabilis (m), mirabilis (f), mirabile (n), que significa maravilhoso, e foi empregado nas espécies Pedipes mirabilis (m), Strigilla mirabilis (m) e Triphora mirabile (n). 

Alguns adjetivos latinos possuem terminação única, qualquer que seja o gênero, como em bicolor (m), bicolor (f), bicolor (n) (= com duas cores), ou atrox (m), atrox (f), atrox (n) (= cruel). Em caso de dúvida, consultar o dicionário.

2) um substantivo no nominativo singular, usado em aposição. O substantivo em aposição não precisa concordar com o gênero gramatical do nome do gênero. Exemplos: Conus baiano, Conus carioca, Calliostoma hassler, e Turbonilla kaapor; baiano e carioca são substantivos que designam os habitantes de determinadas regiões do Brasil; Hassler é o nome de um navio norte-americano de pesquisas que visitou as costas do Brasil em 1872, e Kaapor é o nome de uma tribo de indígenas do Brasil.

3) um substantivo no genitivo. Utilizado para homenagear pessoas; se o homenageado for do sexo masculino, é empregada a desinência -i (singular, masculino), como em Adelomelon riosi, homenagem ao Dr. Eliézer Rios; se for do sexo feminino, é utilizada a desinência -ae (singular, feminino), como em Plicolinda zelindae, homenagem à Dra. Zelinda Margarida Leão. 

Se os homenageados forem dois homens, ou um casal, é utilizada a desinência 
-orum (masculino), como em Polystira coltrorum e Siratus coltrorum, homenagens aos irmãos José e Marcus Coltro, e Olivancillaria buckuporum, homenagem a Profa. Erika Helena e ao Dr. Ludwig Buckup. 

Se os homenageados forem duas mulheres, é utilizada a desinência -arum (f). Pode ser utilizado, também, em outras situações, como por exemplo, localidades geográficas: Nassarius antillarum (= Nassarius “das Antilhas”), Conus scopulorum ( = Conus “dos rochedos”). 

Deve ser observado que, nesses casos, os genitivos não se alteram, não importando o gênero gramatical do nome do gênero, assim como ocorre com os nomes em aposição.

Transferência de espécie de um gênero para outro. O que acontece com o “nome” específico (epíteto específico) de uma espécie quando ela é transferida para outro gênero?

Se a espécie for transferida para outro gênero (ver “nome de autor entre parênteses”), o epíteto específico, quando adjetivo, deverá concordar com o gênero gramatical do novo gênero. Por exemplo: Natica é um nome feminino; Natica sulcata é situada, por alguns autores, no subgênero Stigmaulax (masculino), resultando a combinação Natica (Stigmaulax) sulcata. Se o subgênero for elevado a gênero, o adjetivo do epíteto específico (sulcatus, -a, -um) deverá combinar com o gênero do novo nome genérico, Stigmaulax (masculino), resultando a combinação Stigmaulax sulcatus.


O que é “tipo”?

“Tipo” é o padrão de referência que determina a aplicação precisa de um nome zoológico. O tipo de uma espécie nominal é um exemplar, o de um gênero nominal é uma espécie nominal, e o de uma família nominal é um gênero nominal. 

Por exemplo, o tipo de Conus henckesi Coltro, 2004 é um exemplar rotulado como “holótipo” e depositado na coleção malacológica do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. 

Além desse holótipo, existem outros exemplares utilizados na descrição original da espécie e que foram designados como parátipos e depositados em outras coleções. 

O tipo do gênero Conus é a espécie Conus marmoreus Linnaeus, 1758. 
O tipo da família Conidae é o gênero Conus Linnaeus, 1758.

O Código Internacional de Nomenclatura Zoológica recomenda que os holótipos, assim como os demais tipos usados na descrição de uma espécie, sejam depositados em instituições que possuam infra-estrutura para preservar os exemplares nas melhores condições e os mantenham acessíveis para estudos.


RESUMINDO

A classficação tem por objetifo:

1. Representar um dado tipo de organismo como diferente dos outros.

2. Representar sempre o mesmo organismo seja qual for o local em que se encontre, ou idioma em que está escrito (i.e., um determinado organismo terá somente um nome válido e esse nome será sempre composto por um gênero e uma espécie).

3. Ser o único nome válido para esse organismo.

4. O latim foi a língua escolhida como a língua base da nomenclatura biológica essencialmente por duas razões: primeiro, porque se trata de uma língua morta, logo é uma língua que não evolui e o significado das palavras não se altera; segundo, porque já existem muitos taxa com nomes em latim, dado que desde a antiguidade clássica (do Império romano) e Idade média, que se descreve e se atribui nomes em latim aos taxa.



Regras de nomenclatura 

Nomenclatura binomial ou nomenclatura binária designa o conjunto de normas que regulam a atribuição de nomes científicos às espécies de seres vivos. 

A utilização do sistema de nomenclatura binomial é um dos pilares da classificação científica dos seres vivos sendo regulada pelos códigos específicos da nomenclatura botânica, zoológica e bacteriológica. 


1. Na denominação científica de uma espécie, os nomes devem ser latinos, de origem latina ou, então, latinizados. 
Por que o latin? Por ser uma língua morta não esta sujeita a mudanças regionais,  esta fixada. 

2. O nome de uma espécie deve ser binominal, ou seja, o táxon espécie consta de dois nomes, uma palavra para o gênero (epíteto genérico) e outra palavra para espécie (epíteto específico). A espécie então é composta por duas palavras. 

Homo sapiens L.

A) Homo sapiens neanderthalensis King, 1864 e 
B) Homo sapiens sapiens L. 1758

Outros humanos
A evolução humana (natgeo)

Representção tradicional da evolução humana em fila em marcha ou escada.
Esta simbologia pressupõe um progresso ou ordem o que não existe na natureza.









Saccharomyces cerevisiae (Hansen, 1838) Meyen (1)
Levedura, levedo de cerveja ou fermento de pão

Passiflora alata Curtis (1788)
Maracujá comestível (Fonte: C. T. Johansson) (1

Passiflora alata Curtis (1788)

Principais especies comerciais de maracujá, Passiflora: P. edulis Sims (a); P. alata Curtis (b); P. setacea D.C. (c); P. ligularis A. Juss. (d); P. nitida Kunth (e); P. cincinnata Mast. (f); P. tripartita (Juss.) Poir. (g); P. maliformis L. (h); P. edulis Sims f. edulis (i); P. quadrangularis L. (j); P. setacea x P. coccinea cv. BRS Estrela do Cerrado ornamental hybrida (k); P. edulis x P. incarnata cv. BRS Céu do Cerrado- BRS CC hybrid aornamental  (l). Photos: Nilton Junqueira, Fábio Faleiro, Ana Maria Costa, Embrapa Cerrados. (Faleiro et alii, 2019).

Flor de Guapuruvu Schixolobium parahyba (Vell.) S.F. Blake 1919 

Guapuruvu Schixolobium parahyba (Vell.) S.F. Blake 1919 

Guapuruvu Schixolobium parahyba (Vell.) S.F. Blake 1919.
(Foto: Tequila, 1, WP)






Guapuruvu Schixolobium parahyba (Vell.) S.F. Blake 1919 


3. O nome do gênero, que é um substantivo deve ser escrito com letra inicial maiúscula.

Homo 

Passiflora 

4. O nome da espécie, que geralmente é um adjetivo, deve ser escrito com letra inicial minúscula. 

Drosophila melanogaster Fallén, 1823

5. Em obras impressas (digitados), todo nome científico deve ser escrito (grafado) em itálico (tipo de letra fina e inclinada), diferente do corpo tipográfico usado no texto corrido. Em trabalhos manuscritos, os nomes científicos devem ser obrigatoriamente sublinhados.

Erythroxylum obovatum 
Cocão (1)

Helianthus annuus L. 1758
Girasol (Fonte: Fir0002) (1)

6. Seguindo o nome da espécie, é facultado colocar por extenso ou abreviadamente o nome do autor que primeiro descreveu e denominou sem qualquer pontuação intermediária, seguindo-se depois uma virgula e a data em que foi publicado pela primeira vez. Somente Linnaeus pode ser abreviado com apenas uma Letra L.

Butia capitata (Flora Digital do RS)


Butia capitata (Mart.) Becc.
Butiá (Fonte: William Avery)(1,2
(Ver UFRGS)

Euterpe edulis Mart.
Palmeira Juçara, Palmito (arvoresbrasil)

Euterpe edulis Mart. (infraestrutura)

Theobroma cacao L. 1758
(Fonte: Medicaster)(1,1)

Ipomea tricolor Cav.
(Antonio José Cavanilles 1745-1804, botânico)
(Foto: KevinTernes at English Wikipedia)
Planta herbácea trepadeira, anual ou perene, que alcaçam entre 2,0 a 4,0 m de altura. As folhas são dispostas em espiral, com tamanho de 3 a 7 cm de comprimento por 1,5 a 6 cm de largura, em forma de coração oval e com pecíolos longos. As flores em forma de trombeta, possuem de 3 a 9 cm de comprimento, surgem das axilas das folhas em cimeira ou simpódios (Cimeira ou simpódio são as designações dadas em botânica a um tipo de inflorescência definida, formada por crescimento simpodial do eixo floral, em que a flor terminal do eixo é a primeira a abrir, enquanto as demais se desenvolvem lateralmente.). As flres são geralmente de cor azul a violeta com um interior branco. O fruto é uma cápsula redonda de 8-10 mm com sementes pretas e duras de cerca de 4-5 mm.
Nestas inflorescências do timo cimosa ou cimeira, o eixo floral principal termina numa flor, que ao consumir o meristema apical da ramificação faz com que esta deixe de crescer quando a flor abre. Contudo, mais abaixo no mesmo eixo, formam-se gemas que se desenvolvem em ramificações secundárias, as quais também terminam em flores, deixando também de crescer quando estas abrem. O processo pode repetir-se várias vezes, formando estruturas tridimensionais com morfologia distinta.
Cimosa ou Cimeira dicotômica
Em cada eixo dessa inflorescência, é possível encontrar uma flor, e os ramos laterais crescem mais que o eixo central. O eixo principal termina em uma flor, que é a primeira a se abrir.


Reino: Plantae
División: Magnoliophyta
Clase: Magnoliopsida
Subclase: Asteridae
Ordem: Solanales
Família: Convolvulaceae
Tribo: Ipomoeeae
Gênero: Ipomoea
Espécie: Ipomoea tricolor Cav.


7. O gênero e espécie devem sempre ser grafados por extenso na primeira citação em um texto (capítulo ou artigo).

8. Daí por diante, o gênero pode ser abreviado, utilizando-se a inicial maiúscula e ponto, desde que o epíteto específico esteja por extenso (ou seja, não se pode usar gênero abreviado seguido de sp e spp).

9. O nome da família é constituído pelo radical do nome do gênero de maior representatividade família a que pertence, acrescido da terminação "aceae" para vegetais e "idae" para animais.

10. O nome da subfamília recebe a terminação "oideae" para vegetais e "inae" para animais.

11. Táxons trinominais são adotados em dois casos, nos táxons de categoria subgênero e categoria subespécie.

A. Táxons de categoria de Subgênero

A. Subgênero: é inserido, entre parênteses, entre o nome do gênero e o nome da espécie. Ex.: 

Glenea (Paraglenea) triglinata (Besouro cerambicídeo)

Glenea quadrinotata Guérin-Méneville, 1843

Quando o Subgênero é o Subgênero-tipo, isto é, o que encerra a Espécie tipo do Gênero, tem o mesmo nome que o Gênero e usa-se abreviá-lo. por ex.: 

Glenea (Glenea) viridis , ou Glenea (G.) viridis

(Glenea gênero de Cerambycidae)

Glenea viridis Aurivillius, 1926

Sinónimo de 

Glenea glauca Newman, 1842

Glenea sp

B. Táxons de categoria de Subespécie

B. Subespécie: consta do nome da espécie onde foi classificada, seguida de um terceiro termo, peculiar à subespécie. Ex.: 

Hypsioma gibbera amazonica

Hipsonia gibbera Audinet-Serville, 1835 (1)

Quando o 2º  e o 3º termos do nome subespecífico são iguais, pode-se abreviar o 2º termo. Ex.: 

Hypsioma g. gibbera


Tetranominais: formados por 4 termos, quando se combinam nomes das categorias do Subgênero e da Subespécie. Ex.: 

Taricanus (Microcanus) truquii mexicanus

Taricanus  truquii Thomson, 1868 (1)


Os Códigos de Nomenclatura Zoológica, Botânica e Bacteriológica

O Código Internacional de Nomenclatura Zoológica, também conhecido como "O Código", é um documento que regula a nomenclatura científica na zoologia. Constitui um sistema de regras e recomendações acerca da maneira correta de compor e aplicar os nomes aos animais. 

No âmbito da Zoologia. A Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica é a entidade que mantêm e regula o Código, e também é a responsável por promover as alterações mediante opiniões e declarações. O Código foi adotado pelo XV Congresso Internacional de Zoologia em julho de 1958, na cidade de Londres. As disposições do Código aplicam-se a todos os nomes e publicações zoológicas após 1757, que afetem a nomenclatura zoológica. O objetivo único do Código é promover a estabilidade e a universalidade dos nomes científicos dos animais, e assegurar que o nome de cada táxon seja único e distinto.

No âmbito da Botânica. O Código Internacional de Nomenclatura Botânica, em geral conhecido pela sua sigla inglesa ICBN, é um conjunto de normas e recomendações que governam a atribuição formal da nomenclatura binomial às espécies no âmbito da botânica e da micologia. O Código tem como objetivo assegurar que cada grupo taxonômico "táxon", (plural "taxa") de plantas, algas, cianobactérias e fungos tenham um único nome, reconhecível e aceito em todo o mundo. Um nome científico é como um rótulo, servindo apenas para identificar uma espécie em todo o planeta.


O ICBN fixa como princípios base da nomenclatura botânica os seguintes:

A nomenclatura botânica é independente da nomenclatura zoológica e bacteriológica. 

O ICBN aplica-se sem distinção ao nome de todos os grupos taxonômicos tratados como plantas, mesmo que esses grupos não tenham originalmente sido assim tratados. 

Esta provisão justifica a aplicação do Código aos fungos e às cianobactéria apesar de tais grupos não serem tecnicamente plantas (embora historicamente tenham sido objeto de estudo dos botânicos).

A aplicação de nomes de grupos taxonômicos é determinada de acordo com tipos nomenclaturais.

A nomenclatura de um grupo taxonômico é baseada na prioridade de publicação.

Cada grupo taxonômico com uma particular delimitação, posição e nível pode ter apenas um e um só nome correto, sendo este o primeiro que tenha sido publicado de acordo com o Código, exceto em casos específicos previstos pelo próprio Código.

Os nomes científicos de grupos taxonômicos são tratados como nomes latinos, independentemente da palavra ou palavras de que sejam derivados.

As regras de nomenclatura são retroativas, exceto nos pontos em que tal retroatividade seja limitada pelo próprio código. 

Para a generalidade dos casos, a retroatividade vai a 1 de Maio de 1753, referente à publicação da Species Plantarum de Linnaeus.

O princípio fundamental que guia a atribuição de nomes (de taxa botânica) é a prioridade. O ICBN estabelece como data formal para início da publicação de nomes de taxa o dia 1 de Maio de 1753, coincidente com a publicação da obra Species Plantarum de Linnaeus, mas estabelece algumas exceções para certos grupos e níveis taxonômicos.

Para evitar ambiguidade e permitir resolver eventuais conflitos de identificação, cada nome botânico é ligado a um espécime tipo, quase sempre uma planta herborizada e arquivada num herbário de referência. Esses exemplares tipo tem um valor excepcional para a ciência, sendo disponibilizados pelos herbários seus detentores, para análise e comparação sempre que surjam dúvidas ou haja necessidade de rever o táxon específico. Muitos desses exemplares têm hoje a sua imagem disponível na Internet.(1,2)


 Ilex paraguariensis A.St. Hil.
 Erva mate


ABELHAS 


Segundo dados da Embrapa, o Brasil tem em torno de 2.000 espécies de abelhas, sendo de 300 a 350 sem ferrão. E destas, algumas são criadas por serem mais produtivas e aceitarem o manejo. O mel é medicinal e de grande valia e esta ganhando mercado. E atualmente “é fino ou ecológico ou estar de bem com a natureza” criar estas abelhas. Mesmo em áreas urbanas. E tem se tornado um bom mercado de venda de caixinhas com abelha e ou seu mel.

O mel é considerado medicinal, antioxidante, antibacteriano e bom alimento. Sua composição possui cerca de 180 componentes variáveis conforme a espécie de abelhas, clima, solo, flores, sol, manejo. E isso vale para todas as espécies de abelhas. Além disso, as abelhas são grandes auxiliares de nossas plantas, já que 75% dos nossos alimentos precisam das abelhas polinizadoras para que possamos tomar café, almoçar e jantar.

Apis mellifera L. 1758 (Foto: Andreas Trepte, 1, WP)

Apis mellifera (Foto: Ivar Leidus, 1, WP)

Apis mellifera mellifera (biodiversity4all)


Apis mellifera mellifera 
Abelha real, alemã, comum ou negra.

Originárias do Norte da Europa e Centro-oeste da Russia, provavelmente estendendo-se até a Península Ibérica.

Abelhas grandes e escuras com poucas listras amarelas.

Possuem língua curta (5,7 a 6,4 mm), o que dificulta o trabalho em flores profundas.

Nervosas e irritadas, tornam-se agressivas com facilidade caso o manejo seja inadequado.

Produtivas e prolíferas, adaptam-se com facilidade a diferentes ambientes.

Propolisam com abundância, principalmente em regiões úmidas.




Apis mellifera ligustica 
Abelha italiana.

Originárias da Itália.

Essas abelhas têm coloração amarela intensa; produtivas e muito mansas, são as abelhas mais populares entre apicultores de todo o mundo.

Apesar de serem menores que as A. m. mellifera, têm a língua mais comprida (6,3 a 6,6 mm).

Possuem sentido de orientação fraco, por isso, entram nas colmeias erradas freqüentemente.

Constroem favos rapidamente e são mais propensas ao saque do que abelhas de outras raças européias.



Apis mellifera caucasica

Originárias do Vale do Cáucaso, na Rússia.

Possuem coloração cinza-escura, com um aspecto azulado, pêlos curtos e língua comprida (pode chegar a 7 mm).

Considerada a raça mais mansa e bastante produtiva.

Enxameiam com facilidade e usam muita própolis.

Sensíveis à Nosema apis.




Apis mellifera carnica 
Abelha carnica.

Originárias do Sudeste dos Alpes da Áustria, Nordeste da Iugoslávia e Vale do Danúbio.

Assemelham-se muito com a abelha negra, tendo o abdome cinza ou marrom.

Pouco propolisadoras, mansas, tolerantes a doenças e bastante produtivas.

Coletam "honeydew" em abundância.

São facilmente adaptadas a diferentes climas e possuem uma tendência maior a enxamearem.



Apis mellifera scutellata 
Abelha africana.

Originárias do Leste da África, são mais produtivas e muito mais agressivas.

São menores e constroem alvéolos de operárias menores que as abelhas européias. Sendo assim, suas operárias possuem um ciclo de desenvolvimento precoce (18,5 a 19 dias) em relação às européias (21 dias), o que lhe confere vantagem na produção e na tolerância ao ácaro do gênero Varroa spp.

Possuem visão mais aguçada, resposta mais rápida e eficaz ao feromônio de alarme. Os ataques são, geralmente, em massa, persistentes e sucessivos, podendo estimular a agressividade de operárias de colmeias vizinhas.

Ao contrário das européias que armazenam muito alimento, elas convertem o alimento rapidamente em cria, aumentando a população e liberando vários enxames reprodutivos.

Migram facilmente se a competição for alta ou se as condições ambientais não forem favoráveis.

Essas características têm uma variabilidade genética muito grande e são influenciadas por fatores ambientais internos e externos.

Dispersão das abelhas africanas (Apis mellifera scutellata) nas América Fonte: Cristino (2003). Mais adaptadas ao clima tropical do que as abelhas originárias da Europa, as abelhas africanas impõem várias de suas características ao híbrido brasileiro, inclusive a produtividade, a resistência a doenças e a agressividade (DUARTE VILLELA, 2006). O período de 1956 até 1970 foi caracterizado pela forte polêmica gerada em razão do comportamento agressivo das abelhas africanizadas e pela redução da atividade apícola. Os apicultores tradicionais, acostumados com a facilidade de manejo das abelhas européias e desconhecedores de técnicas de manejo adequadas para lidar com as abelhas africanizadas, passaram a abandonar seus apiários. Além disso, no mesmo período, ocorreram vários acidentes com ataques a pessoas e a animais, alguns deles fatais, amplamente difundidos pela mídia. "Surgiu nesse período o conceito de "abelha assassina" ou "killer bee" , introduzido pela mídia, tornando-se motivo ou tema para livros e filmes de terror, além de reportagens sensacionalistas sobre essas abelhas (...) " (GOLNÇALVES, 2000). A abelha africanizada possui um comportamento muito semelhante ao da Apis mellifera scutellata, em razão da maior adaptabilidade dessa raça às condições climáticas do País. Muito agressivas, porém, menos que as africanas, a abelha do Brasil tem grande facilidade de enxamear, alta produtividade, tolerância a doenças e adapta-se a climas mais frios, continuando o trabalho em temperaturas baixas, enquanto as européias se recolhem nessas épocas (EMBRAPA, 2003) (Pereira e cols, 2014).


Abelha africanizada

A abelha, no Brasil, é um híbrido das abelhas européias (Apis mellifera mellifera, Apis mellifera ligustica, Apis mellifera caucasica e Apis mellifera carnica) com a abelha africana Apis mellifera scutellata.

A variabilidade genética dessas abelhas é muito grande, havendo uma predominância das características das abelhas européias no Sul do País, enquanto ao Norte predominam as características das abelhas africanas.

A abelha africanizada possui um comportamento muito semelhante ao da Apis mellifera scutellata, em razão da maior adaptabilidade dessa raça às condições climáticas do País. Muito agressivas, porém, menos que as africanas, a abelha do Brasil tem grande facilidade de enxamear, alta produtividade, tolerância a doenças e adapta-se a climas mais frios, continuando o trabalho em temperaturas baixas, enquanto as européias se recolhem nessas épocas. (cnptia)



RESUMINDO

Mapa conceitual a importância da Sistemática
e características dessa área da biologia.



Taxonomia


Os animais são classificados, por convenção, nos seguintes grupos principais (táxons ou taxa), em sequência descendente:
 
Reino, divisão ou filo, classe, ordem, família, gênero e espécie

Todas essas categorias são nomeadas em latim.

Embora sejam palavras em latim, as categorias de classificação acima de gênero (família, ordem, etc.) são escritas em letra redonda e com inicial maiúscula.


Exemplo:

O reino Animalia é composto por seres vivos pluricelulares.

Observação: 
Em Entomologia, para registrar as categorias acima de gênero (por exemplo, ordem e família) de um determinado animal, segue-se a notação adotada em alguns periódicos (como Austral Entomology e Annals of the Entomological Society of America): escrever, entre parênteses, a ordem, seguida da família (ambas as categorias com iniciais maiúsculas), sem destaque e separadas por dois-pontos.(embrapa)

Exemplo:

Essas plantas apresentam um potencial enorme a ser explorado quanto à preservação da fauna de abelhas (Hymenoptera: Apoidea) e à proteção ambiental.


Gênero e espécie

O nome científico de animais é uma combinação binária, que consiste do nome do gênero, seguido do epíteto específico, ambos em itálico. 

O gênero deve estar grafado com inicial maiúscula, e o epíteto específico com inicial minúscula.

Em textos taxonômicos, o nome científico deve ser seguido do nome de seu autor por extenso e de sua data de publicação (autor e data sem destaque) na primeira vez em que é mencionado no texto.

Exemplo:

Conotracheclus psidii Marshall, 1922

Em textos não especificamente taxonômicos, a exigência de citação do autor varia de acordo com a publicação considerada. A citação do autor somente necessita ser feita na primeira vez. O ano em que foi proposto o nome científico deverá constar, se isso for importante, por questões históricas ou outras.
(embrapa)

Exemplo:

Aphis gossypii Glover, 1877

No caso de mudança de gênero, a citação do autor original deve aparecer junto com a data, entre parênteses; porém, deve-se sempre consultar as bases de dados quanto à nomenclatura.

Exemplo:

Blatella germanica (Linnaeus, 1767)

Nas publicações da Embrapa, o nome binário será sempre grafado em itálico, independentemente de eventuais destaques e do tipo gráfico do texto circundante.

O gênero e espécie devem sempre ser grafados por extenso na primeira citação no texto (capítulo ou artigo). Daí por diante, o gênero pode ser abreviado, utilizando-se a inicial maiúscula e o ponto de abreviação, desde que o epíteto específico esteja por extenso (ou seja, não se pode usar gênero abreviado seguido de sp. e spp.).
(embrapa)

Exemplo:

Canis lupus Linnaeus, 1758
C. lupus

Se for mencionada uma nova espécie de um mesmo gênero já citado, o nome completo da nova espécie (isto é, o conjunto gênero e epíteto específico) deverá ser grafado por extenso em sua primeira ocorrência.

Exemplo:

Na região, foram identificadas as presenças de Canis lupus Linnaeus, 1758 e Felis silvestris Schreber, 1777. Já Canis latrans Say, 1823 não foi encontrada na área pesquisada. Para o presente estudo, foi selecionada a espécie C. lupus para um detalhado estudo morfológico e fisiológico.

Observação 1: 
Uma vez adotada a forma abreviada, deve-se mantê-la até o fim do texto. Portanto, deve-se evitar a oscilação entre as formas por extenso e abreviada ao longo de um mesmo texto. (embrapa)

Exemplo:

Na região, foram identificadas as presenças de Canis lupus Linnaeus, 1758, Canis aureus Linnaeus, 1758 e Felis silvestris Schreber, 1777. Já Canis latrans Say, 1823 não foi encontrada na área pesquisada. Para o presente estudo, foram selecionadas as espécies C. lupus e C. aureus para um detalhado estudo morfológico e fisiológico. No caso de C. aureus, observou-se [...]

Exceção: 
Não se deve usar gênero abreviado quando o nome científico iniciar a frase (mesmo que sua forma por extenso já tenha sido apresentada antes no texto).

Exemplo:

Nesta região, Canis lupus Linnaeus, 1758, Canis aureus Linnaeus, 1758 e Canis simensis Rüppell, 1840 são as espécies mais comuns. Canis aureus é a espécie que tem mais indivíduos catalogados.

Observação 2: 
Para o uso de nomes científicos (gênero e espécie) em tabelas e figuras observe os exemplos usados na Embrapa (embrapa).


Observação 3: 

Para menção de diferentes gêneros cujas letras iniciais sejam idênticas e cujas abreviaturas possam causar dificuldade de entendimento e falta de clareza, deve-se grafar os gêneros por extenso ao longo de todo o texto.

Exemplo:

Na região, foram identificadas as presenças de Canis lupus Linnaeus, 1758, Canis aureus Linnaeus, 1758 e Chrysocyon brachyurus Illiger, 1815. Já Canis latrans Say, 1823 não foi encontrada na área pesquisada. [...] Esse método de aumento da população de Canis aureus na região teve êxito, atingindo índices superiores aos índices internacionais para Chrysocyon brachyurus e Cerdocyon thous Linnaeus, 1766.

Quando a espécie ainda não foi identificada, o nome do gênero é seguido de sp. (abreviatura de espécie) ou de spp. (abreviatura de espécies). Nesse caso, o gênero (que não pode ser abreviado) é grafado em itálico, e as abreviaturas sp. e spp. são grafadas em fonte normal, com ponto abreviativo.

Exemplos:

Aphis sp.
Aphis spp.

Regra geral

O nome comum de animais deve vir acompanhado da denominação científica binária, quando citado pela primeira vez no texto.

Exemplo:

O cão doméstico (Canis lupus familiaris L., 1758) foi o primeiro a ser classificado no gênero Canis. (embrapa)




VÍDEOS SOBRE SISTEMÁTICA FILOGENÉTICA 
RECOMENDADOS




OS SEIS REINOS DA VIDA

Até o fim do século XIX, havia apenas o reino Vegetal (que englobava plantas e fungos) e o reino Animal, propostos por Aristóteles e validado  por Lineu. 

O reino Mineral havia sido abolido anos antes, pois não representava seres vivos. 

Em 1899, o biólogo alemão Ernst Haeckel (1834-1919) propôs a a criação do reino Monera e do reino Protista, para acomodar as inúmeras espécies microscópicas descobertas durante os mais de cem anos anteriores. 

Até Linnaeus, cada organismo descoberto era classificado como animal ou planta. 

Em 1969, o biólogo estadunidense Robert H. Whittaker (1920-1980) propôs a criação do reino Fungi, para separar os fungos das plantas, grupo em que eram classificados os seres vivos como os cogumelos, orelhas de pau, bolores e mofos até A década de 1960. 

Mais recentemente, na década de 1980, a cientista estadunidense Lynn Margullis (1938-2011) propôs uma importante mudança no reino Protista, segundo a qual esse reino passou a incluir, além dos protozoários, todas as algas, mesmo as de grande porte as algas pluricelulares. O nome do reino também foi alterado para Protoctista. 

Entretanto, o reino Protoctista não pode ser considerado um grupo monofilético, pois seus integrates não compartilham um ancestral comum exclusivo. Os cientistas têm discutido maneiras de subdividir esse reino. 

Podemos, grosso modo, propor uma divisão que separe esse reino em três no mínimo: um para protozoários outro para algas unicelulares e outro para algas pluricelulares. 

Desse modo, atualmente a classificação mai utilizada compreende seis reinos: Eubacteria, Archaea, Protoctista, Fungi, Archaeplastida (Metaphyta) e Metazoa (Animália). 

A seguir apresentamos algumas características  que permitem separar esses grandes grupos de seres vivos. 

Cladograma mostrando as prováveis relações de parentesco evolutivo entre os eucariotos (Domínio Eukarya) que estudaremos no segundo ano. Os trechos em cinza ou em pontilhado representam dúvidas ainda por esclarecer. O exato ponto em que a raiz se insere, isto é, o ancestral comum de todos os eucariontes, ainda é tema de discussões. Em alguns casos nesse cladograma, optamos por escrever nos terminais (táxons terminais) apenas os gêneros ou nomes populares de organismos que representam o agrupamento e que estudaremos. (Os grupos marcados com asterisco vermelho são os tradicionalmente considerados do reino Protista).


Domínio Bacteria
1) Reino Eubacteria (Bacteria) 

As bactérias "verdadeiras", inclusive Cyanobacteria (ou algas azuis) e espiroquetas. 
Nao apresentam organelas membranosas, sem núcleo envolvido por membrana (carioteca), ou um citoesqueleto; nenhuma delas é metanogênica; algumas utilizam fotossíntese baseada em clorofila, a bacteriaclorofila; com peptidioglicanos na parede celular; com uma única polimerase de RNA conhecida. 


Domínio Archaea
2) Reino Archaea (Archaebacteria) 

Anaeróbicas ou aeróbicas, em grande parte microrganismos produtores de metano. Sem organelas ou núcleo envolvido por membrana, sem citoesqueleto; nenhuma utilisa fotossíntese baseada em clorofila; sem peptidioglicanos na parede celular; com várias polimerases de RNA. 


 
Domínio Eukaryota, ou Eukarya


Células com uma variedade de organelas envolvidas por membranas (por exemplo, mitocôndrias, lisossomos, peroxissomos, complexo de golgi, etc.) e com um núcleo protegido por uma membrana (carioteca). 
Células ganham apoio estrutural de uma rede interna de proteínas fibrosas chamadas de citoesqueleto. Organismos autotróficos e heterotróficos, unicelulares e pluricelulares.


3) Reino Protoctista (antigos Protistas)

Microrganismos unicelulares eucarióticos e certas algas. 
Constitui um agrupamento polifilético de eventualmente 18 filos, incluindo euglenídeos, algas verdes, diatomáceas e algumas outras algas pardas, ciliados, dinoflagelados, foraminíferos, amebas e outros. 
Muitos pesquisadores crêem que esse grupo deveria ser dividido em vários reinos separados para melhor refletir as linhagens filogenéticas de seus membros. 
As 80.000 espécies descritas provavelmente representam cerca de 10% da diversidade real de protistas hoje na Terra.


4) Reino Fungi 

Os fungos provavelmente constituem um grupo monofilético que inclui mofos, cogumelos, leveduras e outros. 
Organismos saprófíticos (saprófitos), (seres que se alimentam absorvendo substâncias orgânicas normalmente provenientes de matéria orgânica em decomposição). Heterotróficos por absorção unicelulares e multicelulares. 
Os registros fósseis mais antigos de fungos são do Ordoviciano Médio, há aproximadamente 460 milhões de anos. Acredita-se que as 72.000 espécies descritas representam apenas 5-10% da diversidade real.


5) Reino Plantae
Metaphyta, Archaeplastida

Compreende todas as plantas verdes, Viridiplantae. O clado Viridiplantae (literalmente "plantas verdes") é um agrupamento monofilético de organismos eucariotos constituído pelas algas verdes, que são primariamente aquáticas, e pelas plantas terrestres (Embryophyta), que emergiram a partir da mesma linhagem ancestral.
Todos são multicelulares fotossintetizantes, com clorofila a e b; autotróficos, que se desenvolvem por meio da formação de camadas de tecido embrionário. 
Incluem alguns grupos de algas(algas vermelhas), as briófitas e seus parentes, e as plantas vasculares (das quais cerca de 240.000 são as plantas com flores). 
Acredita-se que as espécies descritas representam cerca de metade da diversidade real de plantas da Terra. 


6) Reino Animalia = Metazoa

Os animas multicelulares. Um táxon monofilético, contendo 34 filos de organismos multicelulares que ingerem alimentos, heterotróficos (heterotroficos por ingestão). 
Foram descritas aproximadamente 1,3 milhão de espécies; estimativas do número de espécies não descritas variam desde 10-30 milhões até 100-200 milhões. 

Observação 
Os vírus (cerca de 5.000 "espécies" descritas em 2007) e organismos subvirais (viróides e príons) não foram incluídos nesta classificação.

 

Cladograma

Cladograma é um diagrama em forma de árvore, dendrograma, que apresenta uma hipótese sobre o parentesco evolutivo entre táxons. 
Trata-se de uma hipótese de relacionamento de parentesco filogenético

Como é uma hipótese vigente, a qual pode ser refutada quando estudamos mais e mais seres vivos, e substituída por uma nova hipótese para acomodar os novos dados.

É usado em sistemática filogenética para mostra as relações, filogenéticas ou genealógicas, entre táxons terminais, seja em nível de espécie ou grupos supra específicos, formando grupos monofiléticos evidenciados por sinapomorfias, indicando uma história em comum, não necessariamente uma ancestralidade direta.

É um dendrograma de hipótese e como tal esta sujeita a um novo teste que pode refutá-lo ou corroborá-lo. Caso seja refutado, será substituído por uma nova hipótese.

Cladograma representando uma hipótese sobre 
o relacionamento evolutivo entre os táxons de Chordata.
Note os 13 grupos terminais dessa análise ou simplesmente terminais.

Táxons terminais, ou grupos terminais ou terminais de uma análise filogenética, são os grupos atuais ou fósseis sobre os quais se faz uma afirmação baseado em suas características (morfológicas, anatomicas, fisiológica, bioquímica (moleculares) etc).


Especiação

Especiação é o processo evolutivo pelo qual novas espécies são formadas. Assim sendo, ao longo do tempo novas espécies têm surgido e outras têm se extinguido. 
As populações, por seu turno, são caracterizadas pela sua carga genética e pela frequência de alelos que a compõe, sendo essa frequência variável entre populações da mesma espécie. 

A interrupção do livre intercâmbio entre as várias populações que compõem uma espécie leva ao acúmulo de diferenças genéticas entre elas. Essas diferenças decorrem, basicamente, de mutações, recombinação genética e seleção, podendo levar a uma situação que não permite o cruzamento entre as populações. 

Este isolamento reprodutivo caracteriza o surgimento de espécies diferentes. A divergência genética entre elas e a espécie ancestral é, via de regra, irreversível e tende a aumentar a medida que o tempo passa. 

Existem dois processos básicos de especiação: especiação anagenética, i.e., ocorrem por anagênese e especiação cladogenética, i.e., ocorre por cladogênese ou especiação por diversificação (esquema abaixo).


Anagênese

Ana: para cima; gênesis: origem, representa a progressiva evolução de caracteres que surgem ou se modificam, alterando a freqüência genética de uma população. Portanto, uma inovação orgânica, favorável ou desfavorável, selecionada e adaptada ao ambiente. Geralmente se estabelecem por eventos relacionados à mutação e permutação em cromossomos homólogos.

Processo pelo qual um caráter se modifica gradualmente numa população, ao longo do tempo em resposta à alterações ambientais e a passagem do tempo.

Cladogênese

Cladogênese (clado = ramo): compreende a ramificação filogenética, ocasionando a ruptura na coesão de uma população, que em função de contínuas transformações anatômicas e funcionais, em resposta às condições ambientais, resultam na dicotomia (separação, neste caso em grupos) da população, estabelecendo diferenças capazes de originar clados não compatíveis.

Cladograma (hipótese) sobre o relacionamento evolutivo
entre os diferentes filos dos metazoários







Características comparativas mais confiáveis: anatômicas, embriológicas, funcionais, genéticas, comportamentais etc., levaram os biólogos interessados na classificação dos seres vivos, a elaborar hipóteses mais consistentes a respeito da evolução dos grandes grupos de organismos.

Influenciados pelo trabalho de Wili Hennig, um cientista alemão, especialista em insetos, passaram a apresentar as características em cladogramas.

Neste tipo de diagrama, utiliza-se uma linha, cujo ponto de origem, a raiz, simboliza um provável grupo (ou espécie) ancestral. 

De cada nó surge um ramo, que conduz a um ou a vários grupos terminais. Com os cladogramas pode-se estabelecer uma comparação entre as características antigas, que existiam em grupos ancestrais, e as derivadas, compartilhadas por grupos que os sucederam. (Sobiologia).


VÍDEOS PARA DISCUSSÃO






EXERCÍCIOS

1) O nome científico é uma combinação de palavras, que consistem do nome do gênero seguido do epíteto específico, ambos em itálico. Os nomes científicos são extremamente importantes para a ciência, uma vez que permitem a identificação de um organismo independentemente da língua utilizada em um país. Isso é possível porque os nomes científicos:

a) sempre são escritos em grego ou em palavras derivadas dessa língua.

b) sempre são escritos em português facilitando a compreenção.

c) sempre são escritos em inglês, a língua mais falada no mundo.

d) são escritos em uma língua criada pela coordenação do Código Internacional de Nomenclatura Biológica.

e) sempre são escritos em latim ou os termos são latinizados.

Justifique sua resposta.


2) Todo nome científico de uma espécie é formado por dois termos (nomenclatura binomial). Cada termo possui um significado, e o primeiro indica:

a) o gênero ao qual a espécie pertence.

b) o filo ao qual a espécie pertence.

c) a ordem a qual a espécie pertence.

d) o reino ao qual a espécie pertence.

e) a família a qual a espécie pertence.


3) Quando um sistemata estuda uma espécie desconhecida para o mundo cientifico e a descreve, publicando seu nome e sua descrição, caracterizando-a com um nome em latim, citamos o autor do nome da espécie juntamente ao nome científico. Analise as alternativas a seguir e marque aquela em que a escrita do nome da espécie e de seu respectivo autor obedece às regras de nomenclatura.

a) Cyanopsitta spixii (Wagler).

b) Cyanopsitta spixii, Wagler.

c) Cyanopsitta spixii. Wagler.

d) Cyanopsitta spixii Wagler.

e) Cyanopsitta spixii; Wagler.



4) Assista ao vídeo Conceitos de espécie e anote em seu caderno os diferentes conceitos de espécies existentes. 


5) (Unicamp/2019) No ano de 2015, foi descrito o fóssil de um réptil que viveu há 150 milhões de anos onde hoje é a região Nordeste do Brasil. Conforme ilustra a figura a seguir, esse animal apresenta corpo alongado, com muitas vértebras e costelas, e membros anteriores e posteriores reduzidos (a seta indica a região ampliada no canto inferior esquerdo).

Por sua anatomia peculiar, um grande debate teve início sobre a posição que esse animal deveria ocupar na árvore da vida. Sabe-se que os lagartos (que geralmente têm membros) e as serpentes (seres ápodes) que vivem atualmente têm um ancestral comum. Sendo assim, o organismo ilustrado na figura:

a) não pode pertencer à linhagem evolutiva das serpentes, pois a perda dos membros anteriores e posteriores levaria a um prejuízo à vida do animal, e a evolução resulta apenas em melhoria dos organismos.

b) não pode pertencer à linhagem evolutiva das serpentes, pois a evolução é gradual e incapaz de gerar mudanças drásticas na morfologia de um ser
vivo, como a perda de membros anteriores e posteriores.

c) pode pertencer à linhagem evolutiva das serpentes, sendo que seu ancestral comum com os lagartos possuía membros, depois perdidos por processos
evolutivos, originando as serpentes ápodas atuais.

d) pode ser um fóssil de transição, pois os ancestrais das serpentes que não utilizavam seus membros com tanta frequência sofreram atrofia desses membros, deixando de transferir tal característica para seus descendentes.

e) trata-se de uma mutação de grande efeito fenotípico que alterou muito o corpo do animal tornando-o mais adaptado ao ambiente, portanto não pode ser colocado nem no taxon dos lagartos nem no das serpentes.


6) A taxonomia é a ciência que nomeia e classifica os seres vivos. Para isso, são observadas as semelhanças entre as diferentes características entre eles. Foi fundada pelo médico e botânico sueco Carl von Linné (Carolus Linnaeus (1707-1778). Quando escrevemos o nome de uma espécie, as regras de nomenclatura nos dizem que devemos utilizar normalmente dois termos: o gênero e o epíteto específico. Algumas vezes, no entanto, observamos a nomenclatura trinomial, como é o caso da ave: Haematopus ostralegus occidentalis L. 1758 (ostraceiro europeu) Nesse caso, temos um exemplo de:

Haematopus ostralegus occidentalis L. 1758

a) subgênero.

b) subreino.

c) subfilo.

d) subespécie.

e) subclasse.




7) A dengue é uma doença infecciosa febril aguda causada por um vírus pertence à família Flaviviridae, do gênero Flavivírus. O vírus da dengue apresenta quatro sorotipos, em geral, denominados DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Esses também são classificados como arbovírus, ou seja, são normalmente transmitidos por mosquitos. No Brasil, os vírus da dengue são transmitidos pela fêmea do mosquito Aedes aegypti Meige, 1818 (quando também infectada pelos vírus) e podem causar tanto a manifestação clássica da doença quanto a forma considerada hemorrágica.  
Aedes albopictus (Skuse, 1894)

Aedes aegipty Meigen, 1818

Igualmente considerada vetor da febre amarela urbana, a fêmea do mosquito Aedes aegypti é a principal transmissora da dengue no Brasil. Em condições de laboratório, o mosquito Aedes albopictus (Skuse, 1894), também já se mostrou capaz de transmitir a dengue no Brasil, mas nenhum inseto do tipo foi encontrado naturalmente infectado (algumas hipóteses sugerem que a interação entre este mosquito e os sorotipos de dengue circulantes no Brasil não favorecem a transmissão e, provavelmente por ser um inseto restrito ao ambiente rural, não há registros desse tipo de transmissão no país).
Assim, Aedes aegypti e Aedes albopictus são dois mosquitos que estão relacionados com a transmissão da dengue. No Brasil, o principal vetor da doença é o Aedes aegypti. Analisando o nome científico desses mosquitos, podemos concluir que:

a) se trata do mesmo mosquito.

b) Aedes aegypti e Aedes albopictus são organismos da mesma espécie.

c) Aedes aegypti e Aedes albopictus compartilham o mesmo gênero.

d) Aedes aegypti e Aedes albopictus são organismos que pertencem ao mesmo gênero, mas apresentam famílias distintas.

e) Aedes aegypti e Aedes albopictus são organismos de reinos diferentes.






(Unicamp/2022) Teorias sobre como o novo coronavírus (SARS-CoV-2) que passou a infectar os humanos surgiram em 2019. Foi aventada a possibilidade de transmissão zoonótica. Um estudo filogenético, com mais de 2 mil genomas únicos de coronavírus, apresentou a provável descendência de alguns coronavírus e alertou sobre a importância de investigar os vírus, como estratégia global de monitoramento de endemias, e não apenas em situações de emergência sanitária.

(Adaptado de Denis Jacob Machado e outros. Cladistics, Londres, v. 37, out. 2021, p. 461-488.)

O cladograma a seguir apresenta as relações filogenéticas entre os diversos vírus do gênero Betacoronavirus (Beta- CoV), incluindo seus respectivos hospedeiros.




A partir do cladograma, é correto afirmar que os betacoronavírus de

A) artiodáctilos são os grupos irmãos dos HCoV-4408 e SARS-CoV-2 de humanos, por meio de hospedeiros intermediários.

B) morcegos são os grupos irmãos dos SARS-CoV-2 e HCoV-OC43 de humanos, por meio de hospedeiros intermediários.

C) artiodáctilos são os grupos irmãos dos SARS-CoV, SARS-CoV-2 e MERS-CoV de humanos.

D) morcegos são os grupos irmãos dos SARS-CoV, SARS-CoV-2 e MERS-CoV de humanos.

A análise do cladograma revela que os betacoronavírus de morcegos são os grupos irmãos dos SARS-CoV, SARS-CoV-2 e MERS-CoV de humanos, conforme mostrado no caldograma. Os grupos irmãos são aqueles que descendem de um ancestral comum mais recentemente.










Bibliografia

Amabis, J.M.; Martho G. R. (2006). Fundamentos da biologia moderna. Ed. Moderna.

Lopes, S. (2006). Biologia. Ed. Moderna. S.P

Bolzon, R. T. Mudanças Florísticas durante o Triássico: o Gondwana no Rio Grande do Sul. 1990. 1(1) Universidade Federal de Santa Maria.

























Sistemática, Taxonomia, Filogenética




https://djalmasantos.wordpress.com/2013/02/13/especiacao/#:~:text=A%20anag%C3%AAnese%20%C3%A9%2C%20em%20%C3%BAltima,s%C3%A3o%20exemplos%20de%20eventos%20anag%C3%AAnicos.














https://www.sabedoriapolitica.com.br/products/a-teoria-das-ideias-e-a-dialetica/





ESCÓLIOS

Contribuições de Teofrasto de Eressos

Pericarp layers

In fleshy fruits, the pericarp is typically made up of three distinct layers: the epicarp (also known as exocarp), which is the outermost layer; the mesocarp, which is the middle layer; and the endocarp, which is the inner layer surrounding the ovary or the seeds. In a citrus fruit, the epicarp and mesocarp make up the peel. In dry fruits, the layers of the pericarp are not clearly distinguishable.


Epicarp

Epicarp (from Greek: epi-, "on" or "upon" + -carp, "fruit") is a botanical term for the outermost layer of the pericarp (or fruit). The epicarp forms the tough outer skin of the fruit, if there is one. The epicarp is sometimes called the exocarp, or, especially in citrus, the flavedo.


Flavedo

Flavedo is mostly composed of cellulosic material but also contains other components, such as essential oils, paraffin waxes, steroids and triterpenoids, fatty acids, pigments (carotenoids, chlorophylls, flavonoids), bitter principles (limonin), and enzymes.

In citrus fruits, the flavedo constitutes the peripheral surface of the pericarp. It is composed of several cell layers that become progressively thicker in the internal part; the epidermic layer is covered with wax and contains few stomata, which in many cases are closed when the fruit is ripe.

When ripe, the flavedo cells contain carotenoids (mostly xanthophyll) inside chromoplasts, which, in a previous developmental stage, contained chlorophyll. This hormonally controlled progression in development is responsible for the fruit's change of color from green to yellow upon ripening.
The internal region of the flavedo is rich in multicellular bodies with spherical or pyriform shapes, which are full of essential oils.


Mesocarp

The mesocarp (from Greek: meso-, "middle" + -carp, "fruit") is the fleshy middle layer of the pericarp of a fruit; it is found between the epicarp and the endocarp. It is usually the part of the fruit that is eaten. For example, the mesocarp makes up most of the edible part of a peach, and a considerable part of a tomato. "Mesocarp" may also refer to any fruit that is fleshy throughout.

In a hesperidium, as is found in citrus fruit, the mesocarp is also referred to as albedo or pith. It is the inner part of the peel and is commonly removed before eating. In citron fruit, where the mesocarp is the most prominent part, it is used to produce succade.


Endocarp

Olive drupe (left), endocarp (center) and seed (right).
Endocarp (from Greek: endo-, "inside" + -carp, "fruit") is a botanical term for the inside layer of the pericarp (or fruit), which directly surrounds the seeds. It may be membranous as in citrus where it is the only part consumed, or thick and hard as in the stone fruits of the family Rosaceae such as peaches, cherries, plums, and apricots.

In nuts, it is the stony layer that surrounds the kernel of pecans, walnuts, etc., and that is removed prior to consumption.
In citrus fruits, the endocarp is separated into sections, which are called segments. These segments are filled with juice vesicles, which contain the juice of the fruit.


Categorias Aristotélicas

A brief explanation (with some alternative translations) is as follows:

1) Substance (οὐσία, ousia, essence or substance). 
Substance is that which cannot be predicated of anything or be said to be in anything. Hence, this particular man or that particular tree are substances. Later in the text, Aristotle calls these particulars “primary substances”, to distinguish them from secondary substances, which are universals and can be predicated. Hence, Socrates is a primary substance, while man is a secondary substance. Man is predicated of Socrates, and therefore all that is predicated of man is predicated of Socrates.

2) Quantity (ποσόν, poson, how much). 
This is the extension of an object, and may be either discrete or continuous. Further, its parts may or may not have relative positions to each other. All medieval discussions about the nature of the continuum, of the infinite and the infinitely divisible, are a long footnote to this text. It is of great importance in the development of mathematical ideas in the medieval and late Scholastic period. Examples: two cubits long, number, space, (length of) time.

3) Qualification or quality (ποιόν, poion, of what kind or quality). 
This determination characterizes the nature of an object. Examples: white, black, grammatical, hot, sweet, curved, straight.

4) Relative (πρός τι, pros ti, toward something). 
This is the way one object may be related to another. Examples: double, half, large, master, knowledge.

5) Where or place (ποῦ, pou, where). 
Position in relation to the surrounding environment. Examples: in a marketplace, in the Lyceum.

6) When or time (πότε, pote, when). Position in relation to the course of events. Examples: yesterday, last year.

7) Being-in-a-position, posture, attitude (κεῖσθαι, keisthai, to lie). 
The examples Aristotle gives indicate that he meant a condition of rest resulting from an action: ‘Lying’, ‘sitting’, ‘standing’. Thus position may be taken as the end point for the corresponding action. The term is, however, frequently taken to mean the relative position of the parts of an object (usually a living object), given that the position of the parts is inseparable from the state of rest implied.

8) Having or state, condition (ἔχειν, echein, to have or be). 
The examples Aristotle gives indicate that he meant a condition of rest resulting from an affection (i.e. being acted on): ‘shod’, ‘armed’. The term is, however, frequently taken to mean the determination arising from the physical accoutrements of an object: one's shoes, one's arms, etc. Traditionally, this category is also called a habitus (from Latin habere, to have).

9) Doing or action (ποιεῖν, poiein, to make or do). The production of change in some other object (or in the agent itself qua other).

10) Being affected or affection (πάσχειν, paschein, to suffer or undergo). 
The reception of change from some other object (or from the affected object itself qua other). Aristotle's name paschein for this category has traditionally been translated into English as "affection" and "passion" (also "passivity"), easily misinterpreted to refer only or mainly to affection as an emotion or to emotional passion. For action he gave the example, ‘to lance’, ‘to cauterize’; for affection, ‘to be lanced’, ‘to be cauterized.’ His examples make clear that action is to affection as the active voice is to the passive voice — as acting is to being acted on.





Arroz: Oryza sativa L. 1758
Feijão-preto: Phaseolus vulgaris L. 1758
Bovino: Bos taurus L.
Cogumelo chanpignon: Agaricus campestris L. 1753
Queijo roquefort feito com:  Penicillium roqueforti Thom. 1906
Alface: Lactuca sativa L. 1758
Beterraba: Beta vulgaris L. 1758
Trigo: Triticum aestivum L, 1758
Cana-de-açúcar: Saccharum spontaneum L. 1758
Cacau: Theobroma cacao L. 1758
Galinha: Gallus gallus domesticus L. 1758
Fermento biológico: Saccharomyces cerrevisiae Meyen ex E.C. Hansen
Baunilha: Vanilla planifolia (sin. V. fragrans) Jacks. ex Andrews, 
Iogurte natural: Lactobacillus bulgaricus e o Streptococcus thermophilus,
Banana: Musa paradisíaca L. 1758
Quinoa:  Chenopodium quinoa Willd.,
Feijão-fradinho: Vigna unguiculata (L. Walp.)
Cenoura: Daucus carota subsp. sativus (L. 1758)
Moranga cabotia: Cucurbita máxima Duchesne
Pepino: Cucumis sativus L. 1758
Canela: Cinnamomum verum J.Presl.
Grão de bico: Cicer arietinum L. 1758
Soja: Glycine max L.Merrill
Batata: Solanum tuberosum L. 1758






(Atualizado em 4/III/2021)
(Atualização em 7/II/2022)





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