27.6.21

ANDREADOXA FLAVA

Andreadoxa flava Kallunki 1998

Andreadoxa flava Kallunki 1998

Família: Rutáceas


Porte: 8 metros de altura
Idade: desconhecida, provavelmente centenária
Bioma: Mata Atlântica
Local de ocorrência: Sul da Bahia

Andreadoxa flava Kallunki is a species belonging to a new genus described for the first time in 1998, classified in the tribe Galipeae and subtribe Galipeinae (Kallunki, 1998). Stems, leaves and flowers from A. flava were collected near cocoa plantations of the Centro de Pesquisa da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), in the state of Bahia, Brazil. The botanical material was identified by Prof. Dr. Andre´ Maurı´cio de Carvalho and a voucher specimen (no. 047534) was deposited in the Herbarium Alexandre Leal Costa (ALCB) of the Instituto de Biologia at the Universidade Federal da Bahia, Brazil.

Espécie arbórea endêmica da Floresta Pluvial da Bahia. Descrita em 1998, teve a primeira coleta registrada em 1964, conhecendo-se atualmente apenas seis coletas. Está sujeita a uma única situação de ameaça na região entre Ilhéus e Itabuna. Tem EOO de 14,57 km² e AOO de 12 km². De distribuição restrita, o número de indivíduos conhecidos da espécie é menor que 50, apesar do esforço de coleta empreendido pela Cepec desde sua descoberta em suas áreas experimentais. Encontra-se ameaçada pelas características intrínsecas e pela perda da qualidade de hábitat devido ao manejo de produção de cacau. O rápido declínio populacional é um problema enfrentado pelas espécies com populações pequenas, resultante tanto de problemas advindos da perda de variabilidade genética, endogamia e deriva genética, como das flutuações demográficas em função de variações ao acaso nas taxas de nascimento e mortalidade, de flutuações ambientais geradas pelas variações de ação predatória, competição e incidência de doenças, assim como catástrofes naturais com frequência de tempo irregular. (cncflora)



Andreadoxa flava Kallunki, 1998, is distinguished from all other genera of the neotropical subtribe Cuspariinae by the combination of a cupular calyx, yellow, free petals narrowed at base, two glandular-punctate anthers joined by their based appendages, five apically subglobose and glandular staminodes, a smooth papery testa, and conduplicate, plicate cotyledons. It is one of 10 monospecific genera of the subtribe and one of 17 species of this subtribe endemic to the coastal forests of Bahia.

Andreadoxa flava se distingue de todos os outros gêneros da subtribo neotropical Cuspariinae pela combinação de um cálice cupular, amarelo, pétalas livres estreitadas na base, duas anteras glandular pontuadas unidas por seus apêndices baseados, cinco estaminódios apicalmente subglobosos e glandulares, um papel liso testa, e conduplicar, cotilédones plicados. É um dos 10 gêneros monoespecíficos da subtribo e uma das 17 espécies desta subtribo endêmicas das matas costeiras da Bahia.

Uma única árvore conhecida, pertencente a um único gênero, de uma única espécie. Da mesma família da laranja, a Andreadoxa flava kallunki é um indivíduo ímpar no mundo. A planta é tão rara que só tem nome científico, ninguém nunca deu um apelido, um nome mais popular, o que é bem comum, na verdade. Observada pela primeira vez há cerca de 60 anos, sua história tem algumas lacunas e ainda resta dúvidas para os botânicos. Vivendo no maior herbário de Mata Atlântica do Nordeste, numa área de cultivo de cacau no Sul da Bahia, ela provavelmente é centenária. Exuberante, com suas flores amarelinhas e exalando aroma cítrico como o do limão, a árvore intriga pesquisadores e os desafia a uma luta para que ela não viva a solidão de ser o último exemplar da sua espécie.
Fincada num vão de uns 40 cm entre duas grandes pedras, acredita-se que talvez ela tenha conseguido sobreviver ao tempo por estar justamente ali. Não fosse por isso, teria sido cortada porque não produz sombra propícia para a plantação cacaueira, uma das principais atividades agrícolas da região há pelo menos dois séculos.

Com uma altura de oito metros, o equivalente a um pouco mais do que um prédio de dois andares, a Andrea é considerada baixinha. Para este negócio, são usadas árvores de estrato bem mais alto — acima dos 25 m — então, o pessoal que trabalha plantando cacau vai retirando as menores do caminho.

A Andreadoxa fica protegida na Comissão Executiva Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), uma área federal na estrada entre Ilhéus e Itabuna. Conversar com quem a pesquisa é instigante, provoca um fascínio sobre o que falta esclarecer. Por telefone, o engenheiro florestal Daniel Piotto, professor da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), proseia quase sempre sorrindo, em um tom que mistura admiração e incredulidade.

Foram mais de 30 anos da primeira coleta até ela ser registrada como espécie e gênero exclusivos. Ela foi batizada em homenagem ao pesquisador André Maurício de Carvalho, da Ceplac, quem a primeiro catalogou.

Ser única parece mesmo estar na essência dessa árvore. É até difícil de explicá-la. As suas principais peculiaridades parecem estar em suas características florais. Diferente das plantas da família a qual ela pertence, a Andreadoxa tem flores bilaterais, ou seja, com um único plano de simetria. Isso significa que as suas florezinhas amarelas são divididas em partes iguais: um lado é igual ao outro.

Nas plantas-primas, a distinção é que a forma da flor permite traçar muitos planos de simetria. Essas têm várias partes iguais umas às outras. As pétalas da Andreadoxa são livres, enquanto a das primas, em geral, costumam ser mais unidas. A planta rara floresce entre dezembro e janeiro, e seus frutos aparecem maduros por volta de junho. Os frutos são duros e não comestíveis.

É pelo tempo da existência da cultura do cacau na região e pelo crescimento do diâmetro que Piotto estima que ela possa ter na faixa dos 100 anos. Da primeira coleta, em 1961, para cá, ela pulou de 19 cm para 24 cm, um crescimento de 5 cm de diâmetro em sessenta anos. Mas não dá para afirmar. E nem dá para saber quanto tempo ela ainda pode viver e nem a que altura vai chegar.

Biólogo, o professor Jomar Jardim, da UFSB, explica que, assim como os animais, as plantas também estão em constante evolução e, em algum momento desse processo evolutivo, a Andreadoxa se diferenciou. Não há nada parecido com ela, mas visualmente ela é mais parecida com as do gênero Conchocarpus. “Essas diferenças são características que só um pesquisador pode notar porque é ele quem se debruça sobre a linhagem”, diz.

O professor adianta que, apesar de processos históricos de devastação, existe uma enorme diversidade de plantas da Mata Atlântica no Sul da Bahia. A região já teve recorde de 456 espécies por hectare. A Andreadoxa é só um exemplo de árvore que evoluiu nessa parte do mundo. O problema é que o fato de ela ser uma raridade é sua própria ameaça. Sendo o indivíduo conhecido que restou na natureza, ela tem baixa variabilidade genética.

Piotto explica que existe um fenômeno em que as plantas se autofecundam e produzem sementes. Geneticamente, ele avalia isso como uma tristeza, uma tragédia, porque é como se a árvore estivesse produzindo clones. O ideal é que existissem outras Andredoxas para a polinização cruzada, com ajuda das abelhas e outros insetos polinizadores.

A semente foi plantada

Na ocasião da gravação de um vídeo sobre ela em fevereiro, os pesquisadores coletaram amostras da planta e já foram produzidas mais de 300 mudinhas com o apoio da ONG Instituto Floresta Viva, localizada no distrito de Serra Grande, na cidade de Uruçuca. O próximo passo é fazer a análise do DNA das plantinhas para conferir se elas são mesmo produto de autofecundação ou se surgiram por fecundação cruzada. Essa última parece ser mais remota, mas Piotto diz: “Se for cruzada, significa que tem outra dela em algum lugar que não sabemos. Tudo é possível”.

A árvore tem se tornado símbolo da bandeira pelo reflorestamento no Sul do estado. Piotto brinca que ela é o “urso-panda" entre as 38 espécies ameaçadas do catálogo do projeto de preservação feito em parceria entre a UFSB, o Jardim Botânico de Nova Iorque, herbário do Ceplac, ONG Floresta Viva e Fundação Frankilia. Estas mudinhas produzidas de Andreadoxa poderão ser solicitadas de graça por agricultores da região, que deverão assinar um termo de compromisso de plantá-la e preservá-la.

“Acho que o brasileiro, de modo geral, não se preocupa muito com as árvores. São podadas, cortadas, maltratadas de forma pouco consciente. A gente só existe por causa das plantas. A preservação delas nesse momento em que se fala muito de alterações climáticas é importante para garantir recursos como água e solo. Todos, de qualquer profissão, deveriam estar envolvidos nisso. Nós, biólogos e ecólogos, somos taxados de ecochatos porque ficamos defendendo árvores. A gente está defendendo um conjunto de situações que servem para todo mundo”, reflete Jomar.

Some species of Galipeinae used in this study. A. Andreadoxa flava. B. Angostura bracteata. C. Conchocarpus albiflorus. D, E. C. concinnus (=Dryades concinna). F. C. gaudichaudianus subsp. gaudichaudianus (=Dryades gaudichaudiana subsp. gaudichaudiana). G. C. macrophyllus. H. C. minutiflorus. I. Ravenia spectabilis. All photos by Milton Groppo.


Andreadoxa flava Kallunki

Família: Rutáceas
Porte: 8 metros de altura
Idade: desconhecida, provavelmente centenária
Bioma: Mata Atlântica
Local de ocorrência: Sul da Bahia





https://www.youtube.com/watch?v=YAtUQQ3npBY&list=RDYAtUQQ3npBY&start_radio=1




Fonte

17.6.21

DIVISÃO LICÓFITA E MONILÓFITA

DIVISÃO LICÓFITA

DIVISÃO MONILÓFITA



Como já podemos perceber nas Hepáticas, musci e antóceros, houve a necessidade de água agora obtida do solo e não mais do meio circundante, como nas algas. Assim surge a raiz que fixa a planta no meio e serve de órgão de absorção de água e sais para a planta.
Foi necessário a formação de uma cutícula para proteção do corpo do vegetal contra ressecamento e contra os efeitos nocivos dos raios UV.
As trocas gasosas não podiam mais ser feiras diretamente entre as células e o meio aquático circundante, agora há a necessidade do aparecimento de estômatos que desempenham essa função de trocas gasosas com o meio.

Notamos também a formação de uma camada de células estéreis ao redor dos órgãos reprodutores, auxiliando também contra a desidratação.
Retenção do zigoto dentro do gametângio feminino (arquegônio) uma mudança essencial para a sobrevivência do zigoto em terra;
Alternância de gerações heteromórficas: gametófito diferente do esporófito (nas hepáticas, musci e antóceros havia pouca ou quase nenhuma diferença morfológica entre as gerações, mas uma grande diferença de duração ou longevidade no gametófito que era perene, enquanto o esporófito era efêmero.
Aparecimento de tecidos de sustentação e o desenvolvimento de um sistema vascular para o transporte de seiva bruta e seiva elaborada.
Os órgãos reprodutores, gametângios (arquegônios e anterídios) e esporângios difíceis de perceber (antigamente chamadas de criptógamas devido a essa característica) 
Aparecimento dos órgãos nas licófitas e monilófitas
Divisão Corporal 
Folhas: fotossíntese
Caule: sustentação, condução e armazenamento de substancias de reserva
Vasos Condutores: xilema e floema
Raiz: sustentação e absorção de água e sais.
Estelo: traqueídes e elementos de vaso. Lignificação, tecido morto, transporte de seiva bruta, e sustentação.
Floema: elementos crivados, tecido vivo, condução de seiva elaborada.
Folhas: microfilos e megafilos


As Licophyta e as Monilophytas, no passado foram agrupadas sob um mesmo nome (pteridófita) mas hoje se sabe que esses dois grupos não possuem um mesmo ancestral, sendo portanto polifiléticas. Assim, atualmente distinguimos dois grupos as licófitas um grupo menor, apresentando em torno de 1250 espécies e um grupo bem diversificado, as monilófitas (samambaias) com 12.000 espécies.

O arranjo das monilófitas como uma divisão (categoria taxonômica igual a filo) distinta está baseado em dados morfológicos e anatômicos, além de sete marcadores moleculares dos cloroplastos, de um gene nuclear e três genes mitocondriais, publicados em Smith et al. (2006), como eles mesmo afirmam nesse artigo: Smith et al. (2006) apresentam uma classificação revisada para as samambaias existentes, com ênfase nas posições das  ordens e famílias. Essa classificação reflete hipóteses filogenéticas publicadas recentemente com base em ambos: dados morfológicos e moleculares. Dentro de nova classificação, são reconhecidos quatro classes monofiléticas, 11 ordens monofiléticas e 37 famílias, 32 das quais são fortemente apoiadas como monofiléticas. As afinidades filogenéticas de alguns gêneros da ordem Polypodiales são obscuros e suas colocações familiares são, portanto, tentativas. Baseados nestes estudos moleculares, entende-se que a divisão Monilophyta constitui um grupo monofilético, formado por quatro classes, a saber: Psilotopsida, Equisetopsida, Marattiopsida e Polypodiopsida.

Estudos filogenéticos recentes revelaram uma  dicotomia basal em plantas vasculares, separando os licófitas (menos de 1% das plantas vasculares existentes) dos Euphyllophytes (Fig. 1; Raubeson & Jansen, 1992; Kenrick & Crane, 1997; Pryer & al., 2001a, 2004a, b). 
Os eufilófitos vivos, por sua vez, compreendem dois clados principais: as espermatófitas (plantas com semente) que excedem em número a 260.000 espécies (Thorne, 2002; Scotland & Wortley, 2003) e os monilófitas (samambaias, sensu Pryer & al., 2004b), com cerca de 9.000 espécies, incluindo cavalinhas, psilotaceae e todos as samambaias eusporangiados e leptosporangiados.
 
Plantas que estão incluídas nos clados licófitas e samambaia, todos são portadores de esporos ou "sem sementes" (seed free) e devido a esta característica comum, seus membros foram agrupados historicamente sob vários termos, como “pteridófitas” e “samambaias e aliados de samambaias (fern allies)” compondo assembléias parafiléticas de plantas. 

As samambaias (Divisão Tracheophyta, Subdivisão Euphyllophytina, Infradivision Moniliformopses, de Kenrick & Crane, 1997), caracterizam-se por apresentarem raízes laterais originando-se na endoderme, apresentar geralmente protoxilema mesarco nas brotações, apresentar um pseudoendósporo, possuir tapetum plasmodial, e células espermáticas (anterozoides) com 30 a 1000 flagelos (Renzaglia e outros, 2000; Schneider e outros, 2002a).

Excelente vídeo sobre Licófitas e Monilófitas 

https://youtu.be/z7V1fkKlPN0




Alguns exemplos de Monilófitas:
Samambaia-crespa
Samambaia-paulista (rabo-de-gato)
Samambaia-salsa
Samambaia-trepadeira
Renda portuguesa (samambaia-pé-de-coelho)
Samambaiaçu (xaxim)




Sinapomorfias e relações filogenéticas entre as traqueófitas  

Samambaia fotografada no Parque Farroupilha em POA

 Duas frondes (esporófilos) mostrando os esporos nas pinas (folíolos)

 Planta de samambaia num jardim do bairro Bom Fim em POA. 

Duas frondes mostrando os soros

LICÓFITAS E MONILÓFITAS

Antigamente as licófiotas e as monilófitas eram chamadas de pteridófitas (φτέρη = pteris, pterid = feto, samambaia + φυτό, φυτόν = phyton = planta). Esse nome já não existe mais, mas era usado para descrever todas as plantas vasculares sem sementes. Por que essas plantas não podem ser chamadas por um mesmo nome? Elas não podem ser colocadas no mesmo grupo ou ramo, devido ao fato de que não apresentam o mesmo ancestral comum. As Licófitas formam um grupo mais basal que é o grupo irmão das eufilófilas (as monilófitas e as lignófitas).


O estudo das samambaias e outras "pteridófitas" é chamado de PTERIDOLOGIA.

Como sabemos hoje o nome pteridófita não existe mais, pois não possui significado biológico. esse grupo de plantas foi repartido em duas divisões a divisão das Licófitas e a divisão das Monilófitas (as populares samambaias). 




Estrutura geral de uma samambaia
Partes do corpo de uma samambaia

https://youtu.be/UAgouJS00t8




CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS 
LICÓFITAS E MONILÓFITAS


1) Primeiros vegetais a apresentarem tecidos e órgãos 
(Tecidos como meristema, esclerênquima e parênquima, xilema e floema e órgãos como raiz, caule e folhas)

2) É a primeira divisão a apresentar  a fase gametofítica efêmera (i.e., passageira) e a fase esporofítica duradoura.

3) Primeiros vegetais a apresentarem tecido vascular: xilema e floema 
Xilema: conduz seiva bruta (água e sais) do solo através das raízes para a parte aérea da planta.
Floema: transporta seiva elaboradas das folhas para o resto da planta, a seiva elaborada é constituída de água, açúcares e outros compostos nutritivos como aminoácidos, peptídios etc (também chamados de fotossintatos).

Elementos traqueais do Xilema e do Floema
(Fonte: portal ufpb)

Elemento de vaso e traqueídes ou ou traquéia.








4) Como as antigas briófitas e todos os outros metáfitas (embrófitas), as licófitas e as monilófitas também apresentam metagênese (alternância de gerações) em sua reprodução (fase gametofítica e fase esporofítica). Entretanto a fase esporofítica é a fase duradoura.

5) Apresenta protalo = gametófito hermafrodita (ou monóico), avascular (sem tecidos condutores) e que apresenta forma de um coração (prótalo cordiforme; monilófitas). O prótalo é muito simples não sendo formado de tecidos, logo seu corpo é um talo
(Talo é uma estrutura vegetativa não diferenciada em raiz, caule ou folha, e sem formação de qualquer tecido).


PROTALO DE UMA MONILÓFITA

6) Geralmente vivem em ambientes úmidos e sombreados, podendo ser epífitas, aquáticas ou terrestres. 

7) Fase duradoura: esporófito
Fase efêmera ou passageira: prótalo (gametófito)

8) Apresentam folhas grandes (frondes), divididas em folíolos (pinas), as folhas jovens ficam enroladas e são chamados báculos.
(báculo, do latim, baculum: cajado de pastor, é um tipo de cajado usado pelos pastores para se apoiarem ao andar e para conduzirem o rebanho (de ovelhas). Muitas vezes tem uma das extremidades curva para segurar o animal pela perna ou pela cabeça (também é o nome do bastão usado por prelados da igreja católica como Bispos, Arcebispos, Cardeais e Patriarcas).

Em Latim, a palavra é baculum, significa  “cajado, bastão”. De origem grega que veio do proto-indo-europeu: bak-, baktron, “vara usada para apoio”. Bastão alto com extremidade curva ou “cajado de pastor”, que é o bastão usado pelos bispos como insígnia do seu cargo e de sua missão.


Báculo de uma Monilófita (samambaia)

9) Apresenta caule do tipo rizoma (caule horizontal subterrâneo que lembra uma raiz), ou caule aéreo.

Rizoma de samambaia

10) O esporos são produzidos por esporângios que estão agrupados na face inferior dos folíolos em estruturas chamadas soros.
Plantas homosporadas (): produzem um tipo de esporo, gametófito monoico (funcionando como unisexuado), desenvolvimento exospórico do gametófito.

Plantas heterosporadas (selaginelas):
Apresentam dois tipos de esporófito: microgametófito (masculino) e megagametófito (feminino); que produzem respectivamente microsporângio e megasporângio; e  produzem dois tipos de esporos (micrósporo e megásporo).

Soros (Foto: Márcia C.)



Esporófilo com soros que portam os esporângios. 




Hipótese filogenética 




CARACTERÍSTICAS DAS LICÓFITAS

Lycopodium sp

Eufilófilas (Monilófitas e Lignófitas)

Microfilos em Licófitas e megafilos nos Eufilófilos












Dichotomizing venation. Left: Illustration of a dichotomy, where one vein divides to produce two equally sized veins. Right: Leaf of a ginkgo (also known as maidenhair tree, Ginkgo biloba) showing characteristic dichotomizing venation. Credits: Diagram of a dichotomy (E.J. Hermsen, DEAL); Drawing of a Ginkgo biloba leaf (fig. 465 in Coulter et al. 1910, via Internet Archive, presumed not in copyright, image modified from original) (digitalatlasofancientlife).

Cross-section of a dorsiventral (bifacial) leaf. The diagram above shows the blade (lamina) of a dorsiventral leaf in cross-section, with layered tissues. The uppermost and lowermost layers are the epidermis; the epidermis is covered by a cuticle and has stomata (pores) with guard cells that can open and close the pores. Filling the space inside the leaf is the mesophyll, with upper palisade parenchyma (columnar cells) and lower spongy parenchyma (irregularly-shaped cells). The vascular tissues make up the vein, which is surrounded by a bundle sheath. Credit: Cross-section of a leaf (Ivy Livingston, via BIODIDAC, CC BY-NC 4.0). Image modified from original.(digitalatlasofancientlife).

Cross-section of a leaf midvein. The section above was made through the midvein (large, central vein) of a lilac (Syringa) leaf. The midvein is in the center of the image, with xylem (water-conducting tissue) and phloem (food-conducting tissue) labelled. Surrounding the vascular tissues are thin-walled parenchyma cells and, under the upper and lower epidermis, thicker-walled collenchyma cells. Two smaller veins can be seen to the left and right of the midvein (the one on the right is sectioned obliquely). Palisade and spongy parenchyma cells making up the mesophyll can be seen at the periphery of the image. Credit: Mesophytic dicotyledonous leaf of Syringa, cross section (Fayette A. Reynolds M.S./Berkshire Community College Bioscience Image Library, via flickr, CC0 1.0/Public Domain Dedication). Image modified from original.(digitalatlasofancientlife).

Origins of leaves. The tree of living tracheophyte (vascular plant) relationships above shows key steps in the origins of leaves. Microphylls are a synapomorphy for the lycophytes. Overtopping, one of the steps in the hypothesized origin of megaphylls, is a synapomorphy for euphyllophytes. Credit: E.J. Hermsen (DEAL).(digitalatlasofancientlife).



i) Tecidos vasculares. Pela primeira vez aparece no registro fóssil uma planta com tecidos especializados para condução de seiva.
ii) Estelo é o sistema vascular com xilema e floema
iii) São plantas terrestres sem sementes
iv) Apresentam órgãos: raiz, caule e folhas. 
v) Pela primeira vez aparecem as folhas: licófilos ou micrófilos (embora algumas linhagens fósseis não possuam essa novidade evolutiva)
vi) Inserção dos licofilos (microfilos = folhas) no caule de forma espiralada

Licofilos ou micrófilos, projeção (enação) do caule com nervura única

vii) Plantas homosporadas (licopódium)  e heterosporadas (selaginelas) dois tipos de esporângios e esporos)
viii) Apresentam estróbilos terminais que portam esporângios
ix) Formaram as primeiras florestas do planeta e estão ligadas aos depósitos de carvão e petróleo em todo mundo, especialmente no oriente médio norte a América do Sul e América do Norte.  

Organização das massas terrestres no período carbonífero, a linha vermelha representa o equador. Nessa região havia um clima quente e úmido que favorecia o desenvolvimento dessas florestas.


Florestas de Licófitas do período Carbonífero




Reprodução das licófitas
Reprodução nas Licófitas.

Lepidodendrom spp plantas que formaram grandes florestas 
no período Carbonífero.

CARACTERÍSTICAS DAS MONILÓFITAS

i) São plantas terrestres vasculares.
ii) Não possuem sementes.
iii) Gametófito, surge da germinação de um esporo 
iv) Anterozóides multiflagelados (30 a 1000 flagelos)
v) Gametófito cordiforme hermafrodita ou monóico (com arquegônio e anterídio) uma ou duas camadas de células, chamado protalo, não apresenta tecidos especializados. 
vi) O gametófito não apresenta estômatos.
vii) Prótalo sem vasos condutores: i.e., avascular, a água e nutrientes devem se deslocar por difusão facilitada e osmose de célula a célula.
viii) Gametófito apresenta rizoides.
ix) Esporófito ou geração esporofítica (diploide) é a geração duradoura
x) Gametófito ou geração gametofítica (haploide) é a fase efêmera
(Nas Hepáticas, antóceros e musgos o gametófito é duradouro, e o esporófito é efêmero).
xii) Gametófito clorofilado, portanto capaz de realizar fotossíntese
xiii) Folhas  megáfilas, sendo observados casos de espécies que apresentam lâminas reduzidas.
Megafilos, projeção (enação) do caule com um sistema de nervuras.


xiv) Desenvolvem-se em locais com presença de umidade e boa luminosidade.

Reprodução 
Ciclo de vida das monilófitas

https://www.youtube.com/watch?v=rzwuxoOsfyM&t=1180s






Monilófitas no bairro Bom Fim - PORTO ALEGRE


 Soros em diferentes estágios de maturação






Esquema de uma folha e sua estrutura 

Vein skeleton of a leaf. Veins contain lignina that make them harder to degrade for microorganisms. (Fonte: Brocken Inaglory, WP)


Extraction and separation of leaf pigments. Left, flask containing leaf pigment extract (above chlorophyll) in a mixture of organic solvents (Photo © Friedrich Fröbel [CC BY-SA 3.0] via Wikimedia Commons). On the right separation of the pigments on a thin layer in a mixture of n-hexane:acetone (7:3 v/v). Pheophytin is derived from a chlorophyll that has lost its magnesium. (encyclopedie-environnement)


As primeiras evidências de vegetais terrestres encontradas são esporos, datados de 460 milhões de anos, cuja morfologia sugere que foram produzidos por plantas parecidas com hepáticas. Por volta de 420 milhões de anos atrás, fósseis mostram que as plantas ainda apresentavam uma estrutura bastante simples com ramos aéreos já providos de células condutoras de água, sendo um fóssil de Cooksonia o primeiro registro de planta vascular encontrado. As primeiras plantas terrestres não possuíam folhas, sendo compostas apenas de estruturas caulinares e, de acordo com a teoria do teloma de Zimmermann, as folhas teriam surgido através de uma redução de um sistema de ramos laterais. Primeiramente, houve uma modificação da estrutura dicotômica para a formação de um eixo principal e ramos laterais (overtopping). Em seguida, os ramos que se posicionavam formando uma estrutura tridimensional ficaram restritos a apenas um plano (planation) e, por fim, tecido parenquimático fotossintetizante começa a se formar entre os ramos, ligando-os (webbing), Figura a seguir. (Nunes et al., 2013)

Plantas com folhas evoluíram há 410 milhões de anos e os microfilos de Baragwanathia longifolia foram as primeiras estruturas foliares encontradas no registro fóssil. Durante o período Devoniano (~420-350 milhões de anos) ocorreu uma explosão de diversidade nas plantas e surgiram características que possibilitaram que plantas terrestres, antes ocupando apenas áreas úmidas, pudessem colonizar áreas mais secas. Nesse período, folhas de formas mais complexas evoluíram a partir de folhas incipientes e, como conferiam uma vantagem adaptativa ao ambiente terrestre, foram mantidas ao longo da evolução. Atualmente podemos dividir as folhas em simples ou compostas, sendo que as folhas simples possuem lâminas foliares inteiras e as folhas compostas apresentam a lâmina subdividida em folíolos. A subdivisão da lâmina foliar em folíolos maximiza a área fotossintética e diminui a tensão mecânica potencial que uma superfície única e inteira, como as lâminas simples, sofreria. Atualmente, quase todas as plantas vasculares possuem folhas e as espécies afilas (sem folhas) evoluíram através de perda secundária a partir de um ancestral que possuía folhas. Entretanto, as plantas afilas, em geral, desenvolveram outras estratégias fotossintéticas como caules ou raízes fotossintetizantes. Diferentemente dos animais, que apresentam crescimento fechado e determinado, os vegetais apresentam crescimento aberto e indeterminado. A forma geral que vemos nos animais adultos é determinada no início do desenvolvimento e uma vez que os animais se tornam adultos (capazes de se reproduzir), sua forma não mudará muito ao longo de sua vida. Por outro lado, as plantas continuam a crescer por toda a vida e sua forma geral não é definida na fase embrionária. Dessa forma, seu desenvolvimento é dito indeterminado. Além disso, seu número de partes não é fixo (é, na maior parte das vezes, impossível predizermos quantos galhos ou folhas uma árvore adulta possuirá) sendo assim também denominado aberto. Os animais, ao contrário, têm uma forma corporal pré-programada e com número de partes definido (por exemplo, seres humanos terão cinco dedos em cada mão), sendo considerados, portanto, de crescimento fechado. As plantas têm essa capacidade de crescer durante toda a sua vida devido à retenção, na fase adulta, de regiões meristemáticas com potencial pra se multiplicar e formar tecidos. Essas zonas meristemáticas, denominadas meristema apical caulinar (MAC) e meristema apical radicular são posicionadas cedo no desenvolvimento. Um embrião vegetal é muito simples quando comparado ao de um animal, consistindo basicamente da radícula, hipocótilo, cotilédones, meristema apical caulinar e meristema apical radicular. É a partir da atividade desses dois meristemas apicais que todo o corpo da planta adulta se forma após a germinação da semente e mutações que suprimem a formação de um deles, em geral, são fatais. Especificamente, a arquitetura primária das partes aéreas da planta é derivada do meristema apical caulinar, o qual produz folhas, internós e gemas axilares. Diferenças aparentemente simples na iniciação do órgão a partir do MAC podem resultar em morfologias dramaticamente divergentes. Dessa maneira, a organização e manutenção do meristema continuam a ser uma questão fundamental nos estudos de desenvolvimento das plantas.




 















Bibliografia

https://www.encyclopedie-environnement.org/en/zoom/the-colour-of-leaves/

https://www.digitalatlasofancientlife.org/learn/embryophytes/tracheophytes/leaves/



https://pt.wikipedia.org/wiki/Planta_vascular

https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/126037/mod_resource/content/1/A7_Monilofita_PDF.pdf
https://www.fieldmuseum.org/sites/default/files/smith-et-al-taxon-2006.original.pdf
http://w3.ufsm.br/herb/glossario.pdf
http://www.fernandosantiago.com.br/angpoly1.pdf
http://azolla.fc.ul.pt/aulas/documents/GlossarioBot2.pdf

https://www.colegioweb.com.br/vegetais-intermediarios-criptogamas/ciclo-de-vida-de-uma-pteridofita-heterosporada-selaginella.html
http://felix.ib.usp.br/Botanica_Cotidiano.pdf

http://cienciaecultura.bvs.br/pdf/cic/v60n2/a25v60n2.pdf
https://youtu.be/z7V1fkKlPN0
Raiz 
http://www.anatomiavegetal.ib.ufu.br/exercicios-html/Raiz.htm

https://www.researchgate.net/publication/335203293_Anatomia_e_desenvolvimento_caulinar_como_subsidio_a_sistematica_das_plantas_vasculares

Glossário 


(EX-DIVISÃO PTERIDÓFITA)
Pteridophyta:  Φτέρη + φυτό; φυτόν = Pteridophyta do grego: φτέρη = pteris, pterid = FETO, SAMAMBAIA + φυτό, φυτόν = phyton = planta (φτέρη; βλαστό = FETO) (04/X/2016)