20.8.22

CURVA DO ESQUECIMENTO

 A CURVA DO ESQUECIMENTO DE EBBINGHAUS

O que é, e dicas para minimizar seu efeito


“A memória guardará o que valer a pena. A memória sabe de mim mais que eu; e ela não perde o que merece ser salvo.”
(Eduardo Galeano)

A única forma de chegar ao impossível é acreditando que é possível. Alice (Lewis Carrol; Alice no país das maravilhas)

A arte de ensinar é a arte de auxiliar a descoberta. (Mark Van Doren)

A educação é a arma mais poderosa que podemos usar para mudar o mundo.
(Nelson Mandela)

Para Platão, a memória é pensada a partir de dois tempos, o da inscrição do traço (vivência, texto, conteúdo, fato...) e o de sua reminiscência (recuperação desse traço), a relação que o traço mantém com a percepção é, desde então, problematizada.

A qualidade dos seus professores é o aspecto mais importante de uma escola. Sabe-se, pela investigação, que é a qualidade do professor que determina a qualidade das aprendizagens dos alunos. (Hanushek, 2012)



Introdução

A avaliação formativa desempenha um papel fundamental no processo de ensino e aprendizagem (Marzano, 2007). Segundo Black e William (1998), a prática regular da avaliação formativa melhora as aprendizagens e, quando é uma prática sistemática, tende a promover nos alunos melhores resultados. A avaliação formativa consiste na recolha, análise e interpretação sistemática de evidências para determinar o estado do aluno relativamente aos seus progressos, com o objetivo de identificar as suas dificuldades e lacunas e, através do feedback, orientá-lo para as ultrapassar rapidamente. Um feedback relevante e imediato promove a autonomia dos alunos e a autorregulação dos seus próprios processos de aprendizagem, permitindo ainda ao professor refletir e decidir sobre o processo de ensino (Earl, 2003) e promover a adaptação das estratégias e metodologias de acordo com as necessidades dos alunos. Para além de outros processos mentais, a memória desempenha um papel fundamental no processo de aprendizagem. Após a aquisição de novas informações estas são retidas na memória de longo prazo para posterior recuperação e utilização. Mas a maior parte da informação aprendida é rapidamente perdida e a restante é esquecida a um ritmo lento mas relativamente estável, tornando-se impossível a sua recuperação (Ebbinghaus, 1913). Por outro lado, a informação retida pode ser incorreta ou incompleta sendo mais tarde recuperada com erros ou enviesamentos. 

Quem foi Hermann Ebbinghaus?

Hermann Ebbinghaus (24/I/1850 - 26/II/1909), filósofo e psicólogo alemão pioneiro no estudo experimental da memória e é conhecido por sua descoberta da curva de esquecimento e do efeito de espaçamento. Ele também foi a primeira pessoa a descrever a curva de aprendizado.


Hermann Ebbinghaus (24/I/1850 - 26/II/1909)

Ebbinghaus nasceu em Barmen, na província do Reno do Reino da Prússia, como filho de um rico comerciante, Carl Ebbinghaus. Pouco se sabe sobre sua infância, exceto que ele foi criado na fé luterana e foi aluno do Ginásio da cidade. Aos 17 anos (1867), começou a frequentar a Universidade de Bonn, onde planejava estudar história e filologia. No entanto, durante seu tempo lá, desenvolveu um grande interesse pela filosofia.
Em 1870, seus estudos foram interrompidos quando serviu no Exército Prussiano durante a Guerra Franco-Prussiana. Após este curto período no exército, Ebbinghaus terminou sua dissertação sobre a Philosophie des Unbewussten de Eduard von Hartmann (filosofia do inconsciente) (Eduard von Hartmann's Philosophie des Unbewussten (philosophy of the unconscious)) e recebeu seu doutorado em 16 de agosto de 1873, aos 23 anos de idade. Durante os próximos três anos, ele passou um tempo em Halle e Berlim.

Depois de adquirir seu PhD, Ebbinghaus viveu na Inglaterra e na França, ensinando alunos para se sustentar. Na Inglaterra, ele ensinou em duas pequenas escolas no sul do país (Gorfein, 1885).

Em Londres, em uma livraria de usados, ele encontrou o livro de Gustav Fechner, Elemente der Psychophysik (Elementos de Psicofísica), que o estimulou a realizar seus famosos experimentos de memória.

Depois de iniciar seus estudos na Universidade de Berlim, fundou o terceiro laboratório de testes psicológicos na Alemanha (terceiro depois de Wilhelm Wundt e Georg Elias Müller).

Iniciou seus estudos sobre a memória em Berlin em 1879. Em 1885, mesmo ano em que publicou sua obra monumental, Über das Gedächtnis. Untersuchungen zur experimentellen Psychologie, mais tarde publicado em inglês sob o título: Memory: A Contribution to Experimental Psychology, tornou-se professor na Universidade de Berlim, provavelmente em reconhecimento a esta publicação.

Em 1890, junto com Arthur König, fundou a revista psicológica Zeitschrift für Physiologie und Psychologie der Sinnesorgane ("A Psicologia e a Fisiologia dos Órgãos dos Sentidos").

Em 1894, ele foi preterido para promoção a chefe do departamento de filosofia em Berlim, provavelmente devido à falta de publicações na área de filosofia. Em vez disso, Carl Stumpf recebeu a promoção. Como resultado desse evento, Ebbinghaus saiu de Berlim para ingressar na Universidade de Breslau (agora Wrocław, Polônia), em uma cadeira deixada aberta por Theodor Lipps (que assumiu a posição de Stumpf quando este se mudou para Berlim).

Em Breslau, ele trabalhou em uma comissão que estudou como a capacidade mental das crianças diminuiu durante o dia escolar. Embora os detalhes sobre como essas habilidades mentais foram medidas tenham sido perdidas, os sucessos alcançados pela comissão lançaram as bases para futuros testes de inteligência. 

Em Breslau, ele fundou novamente um laboratório de testes psicológicos.

Em 1902, Ebbinghaus publicou uma obra intitulada Die Grundzüge der Psychologie (Fundamentos da Psicologia). Foi um sucesso instantâneo e continuou a ser muito depois de sua morte. Em 1904, mudou-se para Halle, onde passou os últimos anos de sua vida. Seu último trabalho publicado, Abriss der Psychologie (Esboço da Psicologia) foi publicado seis anos depois, em 1908. Esta obra também continuou a ser um sucesso, sendo relançado em oito edições diferentes.  Pouco depois desta publicação, em 26 de fevereiro de 1909, Ebbinghaus morreu de pneumonia aos 59 anos.


CONTRIBUIÇÕES DE EBBINGHAUS

Em 1885, publicou seu inovador Über das Gedächtnis ("Sobre a Memória", mais tarde traduzido para o inglês como "On Memory. A Contribution to Experimental Psychology"; "Sobre a Memória. Uma Contribuição para a Psicologia Experimental", no qual descreveu experimentos que realizou em si mesmo para descrever os processos de aprendizado e esquecimento.

Ebbinghaus fez várias descobertas que ainda são relevantes, ensinadas e discutidas até hoje.

1) Primeiro, Ebbinghaus produziu um conjunto de 2.300 sílabas (sem significado) de três letras para medir associações mentais que o ajudaram a descobrir que a memória é ordenada.

2) Em segundo lugar, e sem dúvida sua descoberta mais famosa, foi a Curva do Esquecimento.

3) Em terceiro; a curva de esquecimento descreve a perda exponencial de informação que se aprendeu. O declínio mais acentuado ocorre nos primeiros vinte minutos e o declínio é significativo durante a primeira hora.

4) A curva se estabiliza após cerca de um dia.




Uma representação típica da curva de esquecimento (WP)


5) A Curva do Aprendizado
A curva de aprendizado descrita por Ebbinghaus refere-se à rapidez com que se aprende uma informação. O aumento mais acentuado ocorre após a primeira tentativa e, em seguida, gradualmente se equilibra, o que significa que cada vez menos novas informações são retidas após cada repetição.

A curva de aprendizado como a curva de esquecimento, é exponencial. Ebbinghaus também documentou o efeito de posição em série, que descreve como a posição de um item afeta sua recordação.

Os dois principais conceitos no efeito de posição serial são (recency and primacy) recência e primazia.

O efeito de recência descreve o aumento da recordação das informações mais recentes porque ainda estão na memória de curto prazo. O efeito de primazia causa melhor memória dos primeiros itens de uma lista devido ao aumento do ensaio e comprometimento com a memória de longo prazo. Outra descoberta importante é a da poupança "savings". Isso se refere à quantidade de informações retidas no subconsciente, mesmo depois que essas informações não podem ser mais acessadas conscientemente. Ebbinghaus memorizava uma lista de itens até a lembrança perfeita e depois não acessava a lista até que não conseguisse mais lembrar de nenhum de seus itens. Ele então reapreciaria a lista e compararia a nova curva de aprendizado com a curva de aprendizado de sua memorização anterior da lista. A segunda lista geralmente era memorizada mais rapidamente, e essa diferença entre as duas curvas de aprendizado é o que Ebbinghaus chamou de "poupança".

Desde o estudo de Ebbinghaus várias investigações confirmaram as suas conclusões de que a retenção de novas informações se degrada rapidamente a não ser que sejam reforçadas ou recuperadas de algum modo (Fig. 1) (universeofmemory).

Figura 1

Precisamos entender que após 10 horas de ter entendido um conteúdo nossa memória já perdeu mais de 50% das informações que recebemos naquele dia. Por isso coloquei uma sequência de datas para você revisar seus conteúdos:

A REVISÃO 
Quando devo fazer as minhas revisões do assunto aprendido hoje?

 revisão hoje
2ª revisão dentro de 1 dia
3ª revisão dentro de 3 dias
4ª revisão dentro de 1 semana
5ª revisão dentro de 1 mês

Uma das maiores descobertas dos experimentos originais de Ebbinghaus foi que materiais de “aprendizado” (over learning), isto é, se reengajar com o material repetidamente (na forma de resumos), em intervalos espaçados, leva a uma redução dramática da curva de esquecimento.

Curva de esquecimento e retenção do conteúdo (curva do aprendizado)


Curva do esquecimento 


Teoria da Aprendizagem cognitiva
e Lei da memória

Teoria da aprendizagem do construtivismo cognitivo. A teoria da aprendizagem do construtivismo pensa que os alunos são os construtores ativos e não os recipientes passivos da aprendizagem. Os alunos são obrigados a se tornar o corpo principal do processamento de informações, em vez de doutrinação passiva do conhecimento e os professores precisam mudar de transmitir conhecimento para orientar e aconselhar os alunos, tornando-se o ajudante e o instrutor da aprendizagem construtiva.

Lei da memória de Ebbinghaus

Ebbinghaus é a primeira pessoa a descobrir a lei do esquecimento. O esquecimento é o que acontece normalmente com a nossa memória. Ele tomou-se ele próprio como objeto de teste e estudo e, selecionando sílabas irregulares e combinações aleatórias de letras, obteve um conjunto de dados através de sua própria memória dessas sílabas e letras. Através de repetidos testes e da conclusão da lei dos dados, Ebbinghaus retratou uma curva, que é a famosa curva que revelava a lei do esquecimento, como mostra a Figura 2:

Curva do esquecimento de Ebbinghaus (Ebbinghaus foguetting curve)

O processo de esquecimento da memória é desequilibrado. A quantidade de esquecimento é diferente a cada dia. A taxa de esquecimento é a mais rápida no primeiro dia, e depois diminui gradualmente e se torna memória de longo prazo. A curva de esquecimento mostra que o design do material didático de ensino de vocabulário de inglês deve ser equipado com o módulo de função de prática circulante. Através da revisão repetida oportuna, as palavras e frases podem alcançar o efeito de memória de longo prazo e não serão mais esquecidas.(Nan Yue, 2017)


Aprender é diferente de ensinar. Não é por o professor ensinar que o aluno aprende. (Sérgio Niza, 2015)

AGORA QUE VOCE JÁ LEU SOBRE
A CURVA DO ESQEUCIMENTO

Temos uma má notícia: ela afeta todo mundo, pois é assim que o nosso cérebro funciona. Ele guarda o que estudamos num local que não temos acesso. Por que ele faz isso? Porque ele só mantém ao alcance da memória, i.e., pronto para ser lembrado, algo que ele vai precisar constantemente. Ou seja, enquanto você está lendo este texto, está esquecendo de algum conteúdo que já estudou.

É isso mesmo. Mais cedo ou mais tarde, você vai esquecer a matéria que leu ou ouviu hoje, por exemplo.

Mas tenha calma. É absolutamente normal não lembrar de tudo. É como falamos, o fenômeno do esquecimento acontece com todo mundo.

O ESQUECIMENTO

Na mitologia grega, Mnemosine é a deusa grega da memória. É uma das titânides, da segunda geração dos deuses, filha de Gaia (a Terra) e Urano (o Céu). Os mortos que bebessem da água de sua fonte relembravam suas vidas. É a deusa que opera as engrenagens do esquecimento e da lembrança em nossa alma.

No contexto mítico, recordar significa resgatar um momento e torná-lo eterno em contraposição à nossa experiência com o tempo como algo que passa, que escoa e que se perde. A recordação, pois, ao resgatar o tempo, confere imortalidade à alma humana e assim escapamos da morte.

Da união, por nove noites consecutivas, de Mnemosine com Zeus, nasceram nove meninas, as nove musas, as cantoras divinas que inspiravam as artes e os conhecimentos ordenados.

O museu, o templo das musas, era originalmente a sua morada e o lugar de ordenamento das artes, no qual o conhecimento anterior, ao ser lembrado, permitia o estabelecimento de um nexo com o conhecimento novo (modif. portal).

Na Grécia Antiga, Lete ou Léthê, em grego antigo λήθη, literalmente significa "esquecimento". Seu oposto é a palavra grega para "verdade", Aleteia. Na mitologia grega, Lete é um dos rios do Hades. Aqueles que bebessem de sua água ou, até mesmo, tocassem na sua água experimentariam o completo esquecimento. Lete é também uma das náiades, filha da deusa Eris, senhora da discórdia, irmã de Algea, Limos, Horcos e Ponos. Algumas religiões esotéricas ensinavam que havia um outro rio, o Mnemósine, e beber das suas águas faria recordar tudo e alcançar a omnisciência. Aos iniciados, ensinava-se que, se lhes fosse dado escolher de que rio beber após a morte, deveriam beber do Mnemósine em lugar do Lete.

O rio Lete (do grego Λήθη Lếthê, "esquecimento" ou "ocultação") é um rio do Hades, do submundo inferior, onde quem bebesse de suas águas esquecia-se das vidas passadas. Logo, o Lete passou a simbolizar o esquecimento, aquilo que se oculta.

A sua localização no Mundo Inferior (Domínios de Hades) é contraditória. Em algumas versões, o Lete está nos Campos Elísios, localização mais aceita, e seus habitantes ficariam no Paraíso por mil anos até apagar-se tudo que havia de terreno neles; depois, bebendo das águas do Lete, esqueciam toda a sua vida pregressa e reencarnavam ou realizavam metempsicose (reencarnação, em seres da mesma espécie ou de outras). Em outras tradições gregas, o Lete ficava no campo dos Asfódelos no Mundo Inferior, um local de melancolia, mas onde os mortos não sofriam tormentos, uma espécie de local de passagem.

No grego clássico, a palavra lethe (λήθη) significa literalmente "oblivio", "esquecimento" ou "ocultação". Está relacionado com a palavra grega para "verdade", aletheia (ἀλήθεια), que através do alfa privativo significa literalmente "não-esquecimento" ou "des-ocultação".

Lethe, o rio do esquecimento, é um dos cinco rios do submundo grego; os outros quatro são Acheron (o rio da tristeza), Cocytus (o rio da lamentação), Phlegethon (o rio do fogo) e Styx (o rio que separa a Terra e o submundo).

De acordo com Estácio, Lethe fazia fronteira com os Campos Elísios, o local de descanso final dos virtuosos. Ovídio escreveu que o rio corria pela caverna de Hipnos, deus do sono, onde seu murmúrio induzia à sonolência.

As sombras dos mortos eram obrigadas a beber as águas do Lete para esquecer sua vida terrena. Na Eneida (VI.703-751), Virgílio escreve que somente quando os mortos tiveram suas memórias apagadas pelo Lete é que podem reencarnar.

Dizia-se que o rio Letes estava localizado próximo ao palácio de Hades no submundo sob um cipreste. Orfeu daria a algumas sombras (o termo grego para fantasmas ou espíritos) uma senha para dizer aos servos de Hades que lhes permitiria beber do Mnemosyne (o reservatório da memória, da verdade e do não-esquecimento), localizado sob um álamo.

Uma inscrição órfica, supostamente datada entre os séculos II e III a.C. adverte os leitores a evitar o Lete e, em vez disso, procurar o rio Mnemosyne. Os bebedores da água do Letes não saciavam sua sede, muitas vezes levando-os a beber mais do que o necessário.

Embora algumas fontes tenham identificado erroneamente Letes como a filha de Oceanus, o pai de outras deusas do rio, a Teogonia de Hesíodo a identifica como filha partenogenética da deusa da discórida Eris, Ἔρις (Discórdia, Conflito), e Higino diz que teve como mão Eris e pai Erebos (as trevas), e irmã de Ponos, Πόνος (Esforço, trabalho pesado, dificuldades), Limos (Fome), Algea (Dores), Hysminai (Batalhas), Makhai (Guerras), Phonoi (Assassinatos), Androktasiai (homicio e homocidio culposo), Neikea (Discussões), Pseudea (Mentiras), Logoi (Histórias), Amphillogiai (Disputas), Dysnomia (Ilegalidade), Ate (Ruína) e Horkos (Juramento) (WP).

Although some sources have mistakenly identified Lethe as the daughter of Oceanus, the father of other river goddesses, Hesiod's Theogony identifies her as the daughter of Eris ("strife"), and the sister of Ponos ("Hardship"), Limos ("Starvation"), Algea ("Pains"), Hysminai ("Battles"), Makhai ("Wars"), Phonoi ("Murders"), Androktasiai ("Manslaughters"), Neikea ("Quarrels"), Pseudea ("Lies"), Logoi ("Stories"), Amphillogiai ("Disputes"), Dysnomia ("Lawlessness"), Ate ("Ruin"), and Horkos ("Oath").

Difícil começar o texto dizendo isso, mas nós temos a incrível capacidade natural de levar ao esquecimento +- 50% do que aprendemos durante um dia de estudo, se não for feita uma boa revisão do conteúdo logo no dia seguinte. 
É isso mesmo! E digo mais, se não feita a revisão nos dias seguintes, a tendência é uma perda ainda maior.

Como vimos o filósofo alemão Hermann Ebbinghaus foi o primeiro pesquisador da área de psicologia a desenvolver testes de inteligência. Foi também pioneiro no uso de técnicas experimentais em pesquisas sobre a aprendizagem e o primeiro a estudar a relação entre capacidade e tempo de memorização e a facilidade de recuperação das informações retidas.

Em 1885, Ebbinghaus apresentou ao mundo a sua teoria sobre a Curva do Esquecimento (Forgetting Curve), que demonstrava graficamente a quantidade de informações que nosso cérebro é capaz de reter ao longo de um dado período de tempo. Até hoje a sua teoria é amplamente empregada no campo do estudo da memória e da aprendizagem por profissionais de todo o mundo.

O que fica claro, sobretudo, em se tratando de re-acessar uma memória é a quantidade de vezes que revisamos (i;.e., tornando a matéria disponível novamente para a memória armazená-la é a necessidade de revisão

Para nós estudantes o que é essencial e necessário para o sucesso acadêmico em qualquer área? A reminiscência, a lembrança fiel e inteligível do assunto ou fato estudado.

Todavia devemos lembrar que o cérebro é finito embora possa guardar e rearranjar todas as nossas vivências ao longo da vida, ele hierarquiza os conteúdos, que passam a ser armazenados em algum lugar onde nem sempre podemos lançar mão desses fatos ou informações, vivências ou conteúdos.

Assim, dizemos que o cérebro esqueceu determinada porção do conteúdo ou fato ou que nossa memória esta fraca ou falhando. Desta forma, o esquecimento inicia desde o momento que eu inicio a estudar um assunto. O esquecimento atinge a todos sem exceção, é uma lei.

fato que você precisa assimilar é que todos nós somos dotados de boa memória; ela só precisa ser trabalhada de forma adequada. Do contrário, em condições normais, se, por exemplo, tivermos assistido a uma aula hoje pela manhã, no fim do dia lembraremos, em média, 75% do conteúdo nela ministrado. Cerca de 24 horas mais tarde, seremos capazes de recordar 50% do conteúdo; muitas vezes até menos, em torno de 35%, a depender da densidade das informações. Passados 30 dias, nós nos lembraremos de apenas 3% a 5% do que vimos. A grande maioria das pessoas relata essa limitação, que é absolutamente normal. É a tal curva do esquecimento, que foi objeto do estudo de Hermann ainda no século XIX.

O que devemos fazer, então, para quebrar a regra dessa fatídica curva do esquecimento e conseguir fixar pra valer as informações que estudamos? Devemos produzir resumos comprimidos ou eficientes (explicaremos do que se trata daqui a pouco)? Devemos revisar periodicamente e/ou explicar para alguém o conteúdo imediatamente após o termos estudado? Devemos resolver milhares de questões de provas anteriores?

Sabe-se que nosso cérebro perde muito rapidamente as informações nele retidas. Isso já é consenso na ciência. Para refrescar a memória, devemos revisar, revisar, revisar e praticar – no nosso caso, resolvendo milhares de questões de concursos anteriores ao longo do desenvolvimento do plano de estudo. Sim, estudar para concurso exige a elaboração de um bom plano de estudos, com objetivos e metas diários.
Saiba como a Curva do Esquecimento de Ebbinghaus pode afetar seus estudos e veja 3 dicas para lidar com isso e estudar de forma mais eficaz.

“…todos nós somos dotados de boa memória; ela só precisa ser trabalhada de forma adequada.”


O conceito de curva do esquecimento é antigo. Foi criado pelo psicólogo alemão Hermann Ebbinghaus (1850 – 1909).

Pioneiro em estudos da memória, Ebbinghaus foi um psicólogo alemão conhecido por sua descoberta da curva do esquecimento e do efeito de espaçamento, além de ter sido o primeiro a descrever a curva de aprendizado .

Criado em 1885, o conceito de curva do esquecimento aponta que quanto mais o tempo passa, mais esquecemos o que foi visto ou lido por nós. Para ilustrar a teoria, o filósofo montou um gráfico em curva.

Logo, ela demonstra que no momento em que acabamos de estudar, lembramos de praticamente tudo, e, à medida em que o tempo vai passando, a curva vai aumentando, até esquecermos quase tudo.
Mas por que a curva do esquecimento acontece?

A curva do esquecimento ocorre porque o cérebro entende que não é preciso registrar informações que não são usadas.

Ou seja, quanto menos aquele conteúdo for visto, menos relevante ele se torna para o nosso cérebro. Logo, é essencial estimular a memória ao longo do tempo para não descartar a informação estudada.

No entanto, como reter essa informação para chegar ao dia da prova bem preparado? O que fazer para não esquecer a matéria estudada? Existe uma cura para esse esquecimento?

A gente sabe que para quem tem um grande volume de matérias para estudar, esse parece ser um problema insolúvel. Mas com bastante preparo e cuidado, temos como lidar com isso.

EXISTE REMÉDIO PARA LEMBRAR DA MATÉRIA

No livro “Supermemória, Você também pode ter uma”, de Alberto Dell’Isola, o autor conta que o esquecimento é algo normal do cérebro. Ou seja, não é nenhum problema de saúde ou algo do tipo. Todos nós temos. 


Até onde sabemos, pesquisadores mostraram que, “as memórias” são armazenadas em neurônios chamados de células de engrama. 

A lembrança ocorre quando essas células são ativadas e consequentemente, o esquecimento decorre da sua não ativação.

Como já vimos a pesquisa conduzida psicólogo Hermann Ebbinghaus indica que esquecimento envolve o tempo. O seu estudo resultou no desenvolvimento do conceito da “curva de esquecimento de Ebbinghaus”. 

A curva de esquecimento de Ebbinghaus indica que, inicialmente, as informações são perdidas rapidamente depois de serem aprendidas. 

O como elas são aprendidas e a maneira como são armazenadas em nosso cérebro também influencia o esquecimento. Informações armazenadas na memória de longo prazo são comumente mais estáveis e difíceis de esquecer. 

Além disso, a curva mostra que o nível de esquecimento só é reduzido quando toda a informação não pode ser mais acessada, (ficando desta forma perdida).

Uma teoria explica que esquecemos as coisas por causa da interferência de outras memórias, memórias novas que também estão sendo armazenadas. Informações menos relevantes, como um jantar específico em um dia da semana em particular, começam a se embaralhar com outras refeições em outras semanas. 
 
É difícil combater fatores como a interferência de outras memórias. Para lembrar de informações menos importantes, por exemplo, podemos estudá-las, i.e., repetí-las  para que fiquem armazenadas na memória de longo prazo. Como uma habilidade, por exemplo, natação ou musculação, na qual se treina sempre para que o caminho neuromuscular se torne automático; com um conteúdo devemos proceder da mesma forma. 

Outro fator importante para a lembrança é o sono. Especialistas acreditam que dormir logo após aprender alguma coisa é a melhor maneira de fazer com que memórias novas se tornem duradouras. 

Um estudo publicado no jornal Nature Reviews Neurosciences indica que esquecer é um modo de aprendizado. De acordo com os pesquisadores que publicaram esse estudo, a teoria é de que o esquecimento acontece por conta de uma remodelação de circuito do cérebro que faz com que as células de engrama fiquem inacessíveis. 

Os pesquisadores acreditam que o esquecimento acontece por conta de fatores externos, como o ambiente. Desse modo, esquecer nos permite interagir dinamicamente com o ambiente. Se as memórias que formamos não são relevantes para o ambiente atual, i.e., não são essenciais para a sobrevivência imediata, então sua lembrança não é necessária. Esquecer, portanto, resulta em uma maior flexibilização no entendimento e no aprendizado de outros padrões de pensamento e comportamentos. (Assef, s/d)


O esquecimento é a perda de uma informação que era armazenada na memória de longo ou curto prazo. O processo de esquecer, normalmente, é natural e ocorre com o tempo (em função do tempo), porém também em alguns casos raros pode ser o sinal de uma condição mais séria, quando então passa a ser uma patogenia.

Porém, quem está estudando para provas de concursos, por exemplo, quer uma “cura” para o esquecimento. Afinal, quem não gostaria de uma solução fácil não só para o esquecimento como para as dúvidas que temos sobre o conteúdo?

Com mais de 15 anos de experiência na área de concursos, a professora Taís Flores apontou uma resposta, durante o evento Oficina de Métodos de Revisão, em agosto de 2019.

“Esquecer é normal, revisar é necessário”, destacou, sobre a importância da revisão nos estudos. Por isso, é fundamental incluir revisões programadas na rotina de estudos.

Dicas práticas e rápidas para 
o dia a dia de estudos

Para enfrentar o problema do esquecimento nos estudos para concursos, especialistas são unânimes: revisar é essencial. Mas como revisar?

Pensando nisso, vamos passar três dicas simples e rápidas para você já começar a aplicar no seu dia a dia de estudos.
01. Inclua revisões no seu plano de estudos

Nós já falamos aqui no Blog sobre a importância de um bom planejamento na preparação para concursos.

(Alguns sites apresentam maneiras de preparar um plano de estudos, procure um que mais se adapte ao seu modo de estudar) 

Então o primeiro passo é incluir no seu planejamento as revisões tendo bastante cuidado. Ou seja, ao longo do tempo.

Experimente incluir uma revisão de 10 minutos para cada uma hora de estudos. Releia suas anotações, seu resumo ou fichas-resumo, por exemplo. O tempo pode variar dependendo da pessoa. Mas já é um começo.

Após uma semana, reative em seu cérebro os conteúdos estudados. Ou seja, reveja tópicos da matéria. Por que isso é importante?

Porque assim o cérebro não descartará essa informação que pode ser bastante importante e decisiva na hora da prova.

Não é à toa que alguns cursos possuem aulas de revisão a cada quatro aulas teóricas sobre o conteúdo estudado.

Dessa forma, os alunos saem muito mais preparados para não ter problemas com esquecimento.

A gente sabe que não somente parece clichê; é clichê. Entretanto esta é uma verdade. Revisar é tão importante quanto refazer problemas e questões nos estudos para concursos.

Após 30 dias, uma revisão extra sobre os tópicos estudos vai ajudar na manutenção do conhecimento. Logo, as revisões vão impedindo que o cérebro descarte essas informações.

Um bom aliado pode ser o resumo ou outra técnica de revisão que combine com o seu jeito de estudar.

Fazendo um resumo simples

1) Leia o texto com atenção. O primeiro passo é ler todo o texto atentamente.
Primeiramente, é preciso entender que não dá para fazer um bom resumo a partir de uma leitura superficial do texto. Desse modo, o melhor é reler o texto antes de iniciar a síntese. A segunda leitura facilita a identificação do que é mais importante no texto. Para assegurar a qualidade e a eficácia do seu resumo, garanta que você realmente compreendeu o assunto por completo.

2) Anote as palavras-chave e as ideias principais. Após ter lido o texto é hora de identificar as palavras-chave do texto. Destaque e esquematize as ideias principais.
Agora que voce já leu atentamente, o próximo passo após a releitura é destacar e esquematizar as ideias principais do texto. Ao compreender o texto em sua totalidade, você saberá determinar qual é o seu objetivo. Então, a partir do objetivo, busque as palavras e frases chave do texto e as sublinhe ou realce como você preferir. Além de destacar as palavras chave, você pode realçar definições, citações e o que mais for de essencial valor para a compreensão do assunto.

3) Organize o resumo com as suas palavras.
Por fim, já tendo compreendido e destacado os pontos principais do texto, você deve sintetizá-los. A ideia não é copiar os trechos em destaque tal qual como no texto, pois a sua síntese seria apenas um fichamento, ou seja, se trata de outro método de estudo. Então, após organizar as principais ideias do texto, você deve escrever com suas próprias palavras o que compreendeu sobre cada uma das ideias de maneira organizada. Para isso, é possível começar pelo tópico mais amplo do texto e ir progressivamente tratando dos assuntos mais específicos. (Araújo, 2020)


Existem diversas técnicas de revisão, desde fichas-resumo, flashcards, resumos, mapas mentais, esquemas, enfim, você pode abusar de todas elas para revisar.

Recado extra para lidar com a curva do esquecimento de Ebbinghaus

Algo importante que não podemos esquecer: todos nós temos uma boa memória, só precisamos estimular ela de forma correta.

Ou seja, não foque no problema, foque na solução para esse problema. Lembrando que esquecer é algo comum para todo mundo.

Mas, caso haja necessidade, um bom curso pode fazer a diferença nos seus estudos. Além disso, não esqueça de aproveitar os últimos dias antes da prova para fazer uma revisão focada.


Gostou das dicas? Deixe seu recado nos comentários. Vamos adorar saber o que está achando. Se puder, compartilhe com um amigo que esteja precisando delas.

A curva de esquecimento descreve a perda exponencial de informação que se aprendeu. O declínio mais acentuado ocorre nos primeiros vinte minutos e o declínio é significativo durante a primeira hora. A curva se estabiliza após cerca de um dia.

Uma representação típica da curva de esquecimento ao longo do tempo

A curva de aprendizado descrita por Ebbinghaus refere-se à rapidez com que se aprende a informação. O aumento mais acentuado ocorre após a primeira tentativa e, em seguida, gradualmente se equilibra, o que significa que cada vez menos novas informações são retidas após cada repetição. Como a curva de esquecimento, a curva de aprendizado é exponencial. Ebbinghaus também documentou o efeito de posição em série, que descreve como a posição de um item afeta a recordação. Os dois principais conceitos no efeito de posição serial são recência e primazia. O efeito de recência descreve o aumento da recordação das informações mais recentes porque ainda estão na memória de curto prazo. O efeito de primazia causa melhor memória dos primeiros itens de uma lista devido ao aumento do ensaio e comprometimento com a memória de longo prazo.


Resumo: A avaliação formativa desempenha um papel fundamental no processo de ensino e de aprendizagem; informa sobre o estado dos alunos, os problemas que apresentam, como estão a progredir. Um feedback relevante e imediato promove a autonomia dos alunos e a autorregulação dos seus próprios processos de aprendizagem, e permite ao professor decidir sobre o processo de ensino, promovendo a adaptação de estratégias de acordo com as necessidades dos alunos. Para ser realmente eficaz o feedback formativo deve ser cuidadosamente desenvolvido e individualizado, tarefa que lamentavelmente exige aos professores um dispêndio de tempo que lhes escasseia. Através da utilização de sistemas de provas digitais online, o feedback pode tornar-se mais rápido e eficaz, sendo entregue instantaneamente e ao ritmo de cada aluno. O presente estudo pretende assim analisar os efeitos de tais sistemas pela perspetiva de professores e alunos. No mesmo assume-se abordagem multimetodológica de recolha e análise de dados. O estudo envolverá os alunos de duas turmas e o respetivo professor. Numa fase preliminar do estudo foi aplicado um questionário para conhecer as práticas e conceções dos professores em relação à avaliação formativa e às potencialidades das provas digitais online. Apresentam-se os respetivos resultados e conclusões.






A primeira técnica de memorização é a técnica que ainda se aprende no tempo da escola e depois na faculdade e que sempre rende excelentes resultados nas provas. (Granjeiro, 2017).



Esta técnica consiste em assistir à aula ou ler o capítulo do livro, da apostila, do e-book, do pdf etc. e, ao mesmo tempo, ir preparando o tal resumo ou assinalando – com rigor, concentração e critério – as passagens mais relevantes do texto. Tudo isso, claro, sem deixar de registrar anotações no rodapé e nas bordas do material de estudo. Isto é muito importante! Eu sempre soube que material de estudo deve ser riscado e rabiscado. Acredite: não se deve ler com os olhos, mas com a ponta da caneta, de preferência de várias cores.


O que retemos na lembrança em relação ao tempo

Mas o pulo do gato vem agora: revise o conteúdo várias vezes. Em resumo, nossa sugestão é a seguinte: faça uma revisão logo após ter estudado o assunto, outra 24 horas mais tarde, mais uma depois de 7 dias, uma após 30 dias e por fim revisões de manutenção a cada 45 dias. E não se esqueça de que, em seu plano de estudo, precisam ser reservadas duas semanas antes da prova apenas para a revisão geral de todos os tópicos do edital. Essa técnica é útil para quem precisa memorizar grande volume de informações, o que é o seu caso, concurseiro e futuro servidor público.

Quando se faz a revisão do conteúdo no mesmo dia em que ele foi estudado, a retenção sobe de 75% para 100%. Rever o assunto um dia mais tarde é necessário porque o nível de lembrança, a essa altura, já caiu para 50% ou menos. Tanto essa revisão das 24 horas como as subsequentes devem ser feitas por meio da leitura do resumo que você elaborou cuidadosamente durante as anotações iniciais.

De início, reserve até 10 minutos para lê-lo, mas vá aumentando a velocidade da leitura para reduzir o tempo para 9, 8, 7… até chegar a apenas 1 minuto por resumo. Essa técnica faz a mente manter a assimilação das informações no nível ideal, de 100%.

Revisão programada não é, como alguns pensam e espalham por aí, perda de tempo. Perda de tempo é estudar sem fazer resumos e sem revisar o conteúdo de modo eficaz como o que sugerimos. Quem age assim fica obrigado a, depois, ler tudo de novo, e de novo, e de novo… Isso, sim, é perda de tempo e estudo inútil e pronto para ser esquecido. É inevitável: quem estuda sem revisar vai esquecer o que estudou; quem não revisa o conteúdo estudado terá de estudar tudo de novo, e do zero! Obviamente, para esse candidato, faltará tempo para vencer todo o programa do edital.

A revisão serve para, primeiro, reativar a memória; segundo, assimilar as informações importantes; terceiro, aumentar a retenção de 75% (inicial) para 90% e até 100%. Esse método já foi exaustivamente testado e aprovado. Minha sugestão é: teste-o apenas uma vez. Garanto que você vai obter excelentes resultados e não vai mais querer saber de outro.

Estudo sério pressupõe o máximo de concentração e nada de distração. Naturalmente, também demanda um mínimo de compreensão de cada assunto do edital, aliada à memorização dos temas que não têm muita lógica ou sentido prático. Para isso, quanto mais revisões, melhor, pois o esquecimento será menor. O esquema ideal é leitura seguida de resumo, de revisões e, por fim, de exercícios.

Não há regras rígidas para aplicação desse método. Você deve levar em conta as suas características individuais, a quantidade de matérias previstas no edital do seu concurso, a sua disponibilidade de tempo para o estudo, a planilha de metas que você elaborou e a densidade do material de estudo que você adotou. São esses e outros fatores que, com base na experiência e no bom senso, definirão quantas revisões serão necessárias até o dia da prova.

O maior desafio do concurseiro, portanto, não é tanto a quantidade de conteúdo e de disciplinas a serem vencidas, mas a capacidade de chegar ao fim do plano de estudos com tudo estudado, lido, relido, treinado e na ponta da língua. Em termos técnicos, com tudo devidamente armazenado na memória de longo prazo para ser recuperado durante a prova.

Esse tema é tão amplo, que pode render outro artigo. Voltaremos a conversar mais sobre estudo, memorização e esquecimento. Memorizem os ensinamentos que vimos hoje e não se esqueçam do nosso próximo encontro.

Aos meus alunos deixo essas compilações que recolhi na internet e as chequei com a literatura. Espero que ajude a todos que tentam memorizar um conteúdo para a prova e para a vida.

Assim que terminamos de estudar e assimilamos algum assunto, retemos 100% das informações em nossa memória. Contudo, ele não é capaz de manter todas as informações retidas na memória, pois ficaria sobrecarregado. Para evitar isto, o cérebro se desfaz de informações de forma gradual ao longo do tempo.

O nosso cérebro funciona como um grande computador e aqueles arquivos que não estão sendo mais “visitados” acabam na lixeira, sendo descartados permanentemente um tempo depois.

Isso significa que quanto menos um conteúdo for visto, menos relevante ele será para o cérebro. Para driblar estes efeitos é necessário estimular a memória ao longo do tempo para que as informações não sejam descartadas.

Atitudes práticas para minimizar 
os efeitos da curva do esquecimento

Para que um treinamento corporativo tenha sucesso, é necessário que ele entregue resultados. Não adianta de nada investir em treinamentos se os colaboradores não conseguirem reter as informações para aplicá-las quando necessário.

Para entender melhor, o processo de aprendizagem deve ocorrer de duas maneiras:

Recorrência: os conteúdos devem ser vistos mais de uma vez.
Intensidade: as experiências com os conteúdos devem ser marcantes.

É justamente por isso que a aprendizagem não deve ser um evento único, é necessário que o conteúdo seja relembrado e reforçado na mente dos colaboradores.

Contudo, é necessário destacar que este processo deve ser inovador, sendo importante criar maneiras diferentes de abordagem para o mesmo assunto.

As metodologias de aprendizagem podem ser divididas em metodologias ativas e passivas.

Para que o aprendizado ocorra de forma eficaz, é importante abordar ambas as metodologias, fazer intervalos de tempo e utilizar de recursos que prendam a atenção do colaborador.

Por exemplo, iniciar o processo com o e-learning, realizar uma palestra sobre o assunto, simular uma experiência real e finalizar com um quiz, seguindo os intervalos de tempo abordados anteriormente nas revisões.

Agora você já sabe o que é curva de esquecimento e como minimizar os efeitos desse fenômeno. Mãos a obra.

A imagem indica que a medida que o tempo passa o conteúdo memorizado se "perde"... No inicio se perde muito, depois a perda fica cada vez mais devagar até estabilizar.

Esquecemos muito rapidamente durante a primeira hora após o aprendizado de um conteúdo novo, e a curva de esquecimento se suaviza com o passar do tempo. Assim, após nove horas de aprendizado teremos esquecido aproximadamente 60% da informação até que, finalmente, após 24 horas, chegaremos a dois terços de “esquecimento”. No entanto, também temos que levar em conta que poderemos reaprender esses dados (que estudamos e agora esquecemos) muito mais rápido e mais facilmente se precisarmos novamente deles no futuro.

O cérebro humano registra tudo, mas a medida que esse conhecimento registrado não é usado imediatamente vai se "perdendo". Isso vale para qualquer área. Claro, as ciências mais aplicadas tendem a durar mais em nossa memória. Funciona como exercício físico e o músculo, por exemplo. Se voce para de requisitar o músculo ele volta ao tamanho normal. Funciona também com nossas habilidades, se paramos de praticar o exercício de piano por exemplo dizemos que ficamos "enferrujado" pois "esquecemos" aquela rota neuromuscular.

Analisando a fórmula que esta no quadro: r= e elevado na -s/t. A função exponencial tem o efeito de curva. Para ser decrescente é necessário ter o expoente negativo, pois isso gera uma base fracionária. Quanto maior a fração, menor é o número resultante. Sobre o r/s não está claro o que significam. Presumo que r = memoria (resultante), s = constante e t tempo. O sinal de "menos" (no s/t) transforma o e em fração, o que diminui o r.



Fonte






















ESTAÇÃO METEOROLÓGICA

A METEOROLOGIA E A ESTAÇÃO METEOROLÓGICA 

(Artigo modificado dos blogs: 1, 2)


Anemômetro (Jan Barani, 2012).

Meteorologia

A meteorologia é uma das ciências que estudam a atmosfera terrestre, que tem como foco o estudo dos processos atmosféricos e a previsão do tempo. Estuda os fenômenos que ocorrem na atmosfera e as interações entre seus estados dinâmicos, físico e químico, com a superfície terrestre.

A meteorologia é uma ciência aplicada que estuda as leis da natureza que governam o comportamento da atmosfera e suas interações com a superfície terrestre. A meteorologia emprega este conhecimento na análise e previsão de fenômenos atmosféricos que ocorrem em diferentes escalas de tempo e clima.


A Meteorologia estuda a atmosfera da Terra, as causas das variações climáticas e os fenômenos naturais. O profissional de Meteorologia precisa analisar uma grande quantidade de dados para realizar as previsões e, para isso, utiliza conceitos que englobam a Física e a Matemática, além de muitos recursos tecnológicos.

A Meteorologia pode ser aplicada em difetentes áreas como auxiliar na defesa civil, na agricultura, na geologia, em estudos sobre o impacto ambiental e no turismo.



A ATMOSFERA 


Composição do ar

A atmosfera é o conjunto de gases, vapor d'água e partículas, constituindo o que se chama ar, que envolve a superfície da Terra. Não existe um limite superior para a atmosfera, no sentido físico, verificando-se apenas uma progressiva rarefação do ar com a altitude. No âmbito da Meteorologia, geralmente se considera que a atmosfera terrestre possui cerca de 80 a 100 km de espessura. Deve-se ter em mente que essa camada, predominantemente gasosa, é muito delgada quando comparada com o raio médio do planeta. De fato, representa apenas cerca de 1,6% desse raio. A porção mais importante da atmosfera, sob o ponto de vista meteo-rológico, porém, não atinge 20 km de altitude, o que representa apenas 0,3% do raio do pla-neta. Justifica-se, portanto, a crescente preocupação em preservá-la. 

Sob o ponto de vista termodinâmico, a atmosfera é um sistema aberto (há intercâmbio de massa com a superfície terrestre e com o espaço), multicomponente e plurifásico. A fase dispersante é o ar propriamente dito: uma mistura homogênea de nitrogênio (Nz), oxigênio (02), argônio (Ar), dióxido de carbono (CO2) e outros gases que figuram em pequenas proporções, chamados constituintes menores (Tabela III.1), juntamente com o vapor d'água. As fases dispersas, líquida e sólida, estão representadas por partículas de natureza hídrica ou não, em suspensão ou em queda livre. O estudo das fases dispersas é, por comodidade, feito separadamente. 
Na análise da composição do ar é conveniente suprimir o vapor d'água, exatamente porque sua concentração varia bastante no espaço e também no tempo, alterando as proporções dos demais constituintes. Quando se desumidifica o ar, obtém-se o chamado "ar seco". A composição média do ar seco é praticamente constante até cerca de 25 km de altitude (Tabela III 1). O ar seco pode ser considerado como um único gás especial cuja massa molecular aparente (Ma) equivale à média ponderada das massas moleculares de seus componentes. A soma dos produtos da fração molar pela massa molecular de cada gás (Tabela III.1), fornece: 

Ma = 28,964 g mol'

Eventuais desvios da composição média do ar seco são devidas, principalmente, às 
variações observadas na concentração do dióxido de carbono (junto à superfície) e do ozônio (em níveis elevados). Como se trata de constituintes encontrados em pequenas proporções, porém, é evidente que essas flutuações não são suficientes para alterar de modo expressivo a composição do ar seco e, por conseguinte, também não introduzem modificações significativas no valor de Ma. Segundo Murgatroyd et al. (1965), a massa molecular aparente do ar seco pode ser considerada constante até 90 km de altitude. Quando se estuda o ar propriamente dito (contendo vapor d'água), o problema da composição torna-se bastante complicado, exatamente devido às flutuações espaciais e temporais observadas na concentração de vapor d'água. Essa questão, todavia, é facilmente contornada, tratando-se o ar como sendo uma mistura de apenas dois componentes, o ar seco e o vapor d'água (Varejão-Silva, 2006).

Composição do ar seco. (Varejão-Silva, 2006).

Vapor d'água. A concentração de vapor d'água na atmosfera embora relativamente pequena, pois dificilmente ultrapassa 4% em volume (Miller, 1971), é bastante variável e, em geral, diminui com a altitude. Em regiões tropicais quentes e úmidas, por exemplo, o vapor d'água pode ser en-contrado, próximo à superfície, em uma proporção tão alta quanto 40 g por quilograma de ar seco; nas zonas polares frias e secas, essa cifra pode cair para cerca de 0,5 g. kg-1.

Apesar de sua baixa concentração, o vapor d'água é um constituinte atmostérico importantíssimo por interferir na distribuição da temperatura: em primeiro lugar, porque participa ativamente dos processos de absorção e emissão de calor sensível pela atmosfera; em segundo, atua como veículo de energia ao transferir calor latente de evaporação, de uma região para outra, o qual é liberado como calor sensível, quando o vapor se condensa

Além disso, deve-se ressaltar que o vapor d'água é o único constituinte da atmosfera que muda de estado em condições naturais e, em consequência disto, é o responsável pela origem das nuvens e por uma extensa série de fenômenos atmosféricos importantes (chuva, neve, orvalho etc.). Sua proporção na atmosfera determina o nível de conforto ambiental (Varejão-Silva, 2006).

Estrutura vertical média da atmosfera, segundo o critério térmico (acima) e alguns processos físicos e fenômenos importantes (abaixo) (Varejão-Silva, 2006).





INSTRUMENTOS DE UMA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA  

Barômetro 
Anemômetro 
Termômetro 
Termômetro de máximas e 
Termômetro de mínimas 
Higrômetro 
Psicrômetro 
Pluviômetro 
Evaporímetro
Heliógrafo
Actinógrafo

O monitoramento das variáveis meteorológicas é fundamental para descrever o clima de um lugar e também observar suas tendências a curto e longo prazos, assim como comparar com os valores de outras regiões e como elas interagem entre si. Por exemplo, valores de pressão diminuindo com o tempo indicam tempo instável, com provável chuva, enquanto que pressão aumentando indica tempo aberto (sem nuvens). Outro exemplo envolve a questão das mudanças climáticas: o clima de uma região deve ter uma série de pelo menos 10 anos de dados para poder ser caracterizado.
Abrigo meteorológico localizado no Parque Cientec com alguns instrumentos (veja mais detalhes no vídeo abaixo).
Abrigo meteorológico localizado no Parque Cientec com alguns instrumentos (veja mais detalhes no vídeo abaixo).
Uma Estação Meteorológica é constituída de instrumentos que medem as variáveis da atmosfera. Pode ser convencional, que utiliza equipamentos mecânicos e depende de um observador capacitado, ou automática, com equipamentos eletrônicos. Além dos instrumentos, a estação convencional é responsável por observação visual de nebulosidade (tipo e quantidade de nuvens, por quadrante do céu), visibilidade (estimada por objetos com distância conhecida) e fenômenos diversos (como raios e granizo). Com todas essas observações realizadas ao longo de muitos e muitos anos chega-se a conhecer o clima local ou de uma determinada região.  

A organização do serviço meteorológico de uma região conta com uma rede de estações meteorológicas de diversos tipos (de superfície, radiossondas, em aeronaves, boias, navios etc). Juntamente com os dados obtidos através dos radares e satélites meteorológicos, estes são enviados para centros regionais de coleta de dados, de onde seguem para centros de previsão de tempo e outras áreas que necessitarem dos dados. 

Os instrumentos meteorológicos localizam-se no abrigo, no cercado, no terraço ou em uma sala. O cercado deve ser gramado, pois o albedo da grama é praticamente o mesmo em qualquer lugar do mundo, eliminando mais um fator responsável por gerar um microclima na estação. O abrigo é constituído de uma caixa de madeira, ventilada através de persianas, pintada de branco. A porta do abrigo deve ficar voltada para o Sul, no caso do hemisfério Sul, para que em nenhum momento recebam luz solar direta. Sua base deve estar a uma altura de 1,20m a 1,50 m de altura do solo, proporcionando melhor conveniência de leitura e para não pegar respingos de chuva e calor do  solo.

Os instrumentos podem ser de leitura direta (nome termina com ‘metro’, que significa medida) ou registrador (nome termina com ‘grafo’, que significa registro/gravação). 
Nesse caso, os valores da variável são registrados através de uma pluma com tinta em um papel gráfico apoiado cobre um tambor cilíndrico que gira ao longo do dia/semana movido por um mecanismo de relógio. 

Veja um pouco mais sobre cada um dos principais instrumentos meteorológicos de uma Estação meteorológica.

Barômetro 
Anemômetro
Biruta ou anemoscópio 
Termômetro
Termômetro de máximas
Termômetro de mínimas 
Higrômetro 
Psicrômetro 
Pluviômetro 
Evaporímetro
Heliógrafo
Actinógrafo

Barômetro

Utilizado para medir a pressão atmosférica. Através da pressão atmosférica, podemos saber diversas informações, entre elas, a tendência do tempo, ou seja, uma pequena previsão do tempo informando se teremos chuva, ou sol, dentro de um curto espaço de tempo. Altas pressões resultam na descida do ar frio, e baixas pressões podem produzir chuva, neve ou tempestade. Sabemos também que as nuvens se formam quando a pressão atmosférica diminui. Assim, se o barômetro mostrar uma queda brusca na pressão, as estações meteorológicas da região tem bom índice de soarem um alerta de tempestade e inundação. 
Atualmente temos diversas opções de Barômetros no mercado, sendo geralmente o modelo digital mais utilizado, por conta da sua precisão, baixo custo, e facilidade de leitura, tendo alguns modelos inclusive ícones animados, indicando chuva, ou sol através dos mesmos.

Barômetros 

O barômetro foi inventado por Evangelista Torricelli em 1643. Para compreender o seu funcionamento é bom recordar que pressão atmosférica é a força que a camada de ar que envolve a Terra exerce sobre a superfície da terra. Embora muito leve, o ar tem massa, ou seja, ar pesa. Por isso a pressão ao nível do mar é maior do que no topo de uma alta montanha.

O experimento de Torricelli, que deu origem ao barômetro de mercúrio, é bastante simples. Ele pegou um tubo de vidro bem estreito (chamado capilar) com 1000 milímetros de comprimento (um metro), fechado numa das extremidades. Colocou mercúrio (Hg) no tubo e o emborcou dentro de uma cuba que também continha mercúrio. Resultado, o mercúrio contido no tubo escorreu para a cuba e parou na marca de 760 mm.

O barômetro de mercúrio continua em uso, pois embora não seja prático é muito preciso. Já o barômetro aneroide funciona mediante a pressão exercida numa câmara metálica. É menos preciso, mas é portátil e, por isso, é usado nos aviões para medir a altitude (nesse caso é chamado de altímetro).

Utiliza-se o barômetro para estudar o clima, inclusive previsão do tempo climático. Sim, a gente sabe que a previsão do tempo não inspira muita confiança. O barômetro é essencial na previsão do tempo, pois quando a pressão atmosférica cai, existe uma boa chance de chover, nevar ou cair uma tempestade. Na verdade, prever o tempo é uma coisa muito complicada, não basta conhecer a pressão atmosférica. São necessários muitos outros parâmetros, como temperatura, nebulosidade, velocidade e direção dos ventos etc. A vida dos nossos quase homônimos, os meteorologistas, não é nada fácil.

Em um dos modelos, funciona segundo o princípio de Torricelli: conforme a pressão do ar aumenta, essa força empurra o mercúrio e sua marcação sobe na escala de leitura. Também existe o modelo cuja deformação provocada pela variação de pressão produz em um grupo de cápsulas metálica aneroides (com vácuo interior). Sua unidade no sistema internacional é o hPa (hectopascal).
Barógrafo e barômetro da EM do Parque Cientec. Fotos: ViniRoger

Outros aparelhos que medem pressão (e que não é a pressão da atmosfera sobre a superfície terrestre):Esfigmomanômetro é o aparelho que mede a pressão arterial (aquele que vai no braço da pessoa examinada), o significado dessa palavra vem do grego, σφυγμός, sphygmos, pulso, pulsação, bater do coração, mais o termo científico manômetro (do Francês manomètre), i.e. medidor de pressão, também do grego, μανός, manós, fino, esparso, e  μέτρον, métron medida. 
Manômetro é um instrumento utilizado para medir a pressão de fluidos (líquidos ou gases) contidos em recipientes fechados, do grego manós, que significa pouco/ligeiramente denso; e Piezômetro do grego, πιέζειν, piezen, comprimir mais μέτρον, métron, é um equipamento para medir pressões estáticas ou a compressibilidade dos líquido. Usam-se em furos que servem para monitoração de níveis da água nos aquíferos.


Anemômetro

Aparelho que mede a velocidade do vento. Sua intensidade é obtida pelo giro de conchas e seu sentido (de onde vem) é dado por um objeto giratório que se alinhe com o vento. Através da análise de sua variação com o tempo, é possível inferir as rajadas de ventos.

Anemômetro de Robinson (WP)


Anemógrafo (partes interna e externa) da EM do Parque Cientec. Fotos: ViniRoger
A parte do instrumental atingida diretamente pelo vento deve ficar no alto da estação, a uma altura em geral de 10 metros. Sua unidade no sistema internacional é o m/s (metros por segundo). Aeroportos usam indicadores de direção e intensidade do vento, conhecidos como birutas.

Anemógrafo universal (Varejão-Silva, 2006)

Biruta, Anemoscópio, Catavento ou Cone de vento

Anemoscópio, cata-vento ou biruta é uma massa pivotada sobre um eixo vertical dotada de um leme que indica a direção do vento. Sobre o o anemoscópio é colocada uma rosa-dos-ventos para facilitar a leitura. Existem normas de dimensionamento para a sua construção. Lembre-se que a direção do vento é a direção de onde vem o vento. Costuma-se usar o anemoscópio como suporte para o anemômetro mais simples, de deflexão. O modelo mais simples e acessível para amadores, o anemômetro de deflexão, que também é conhecido como anemômetro de Da Vinci, uma vez que foi criado pelo artista italiano.


Anemômetro de deflexão (entrandonoclima)

Ele tem uma chapinha metálica que é deslocada pelo vento sobre uma escala que está mais ou menos ajustada. Normalmente ele é montado sob um cata-vento, que prove o alinhamento correto.

Wind direction indicator (WDI), também denominado windsock, indicador de direção do vento, indicador visual de condições de vento, biruta ou manga de vento (Portugal) é um mecanismo capaz de sinalizar o sentido de deslocamento do vento.

O mecanismo é simples e é constituído por um cone de tecido que contém duas aberturas opostas, das quais a de maior diâmetro fica acoplada a um aro de metal. 
É muito usado em aeródromos para orientar os pilotos durante as decolagens e aterrissagens das aeronaves, pois a execução dessas manobras é facilitada quando realizada em sentido contrário ao do deslocamento do vento. 

O mecanismo também é útil para outros profissionais da atividade aeronáutica, tais como meteorologistas, que necessitam saber a direção do vento, rádio-operadores de telecomunicações aeronáuticas e controladores de tráfego aéreo.

Além de indicar o sentido de deslocamento do vento, os anemoscópios ou birutas também fornecem uma informação subjetiva da velocidade do vento: se o cone estiver horizontalmente ereto, o vento está “forte”; se o cone estiver inclinado, o vento está “fraco”; se o cone estiver caído (posição vertical), não há vento.






A biruta fornece a direção do vento e uma estimativa da velocidade do vento. Cada divisão colorida indica uma velocidade aproximadamente de 5,5 km/h e cada divisão branca indica uma velocidade aproximada de 5,5 km/h.


Escala de Beaufort para inferir a velocidade do vento 

Escala de Beaufort (aquaseg)

Escala de Beaufort, aspectos na água e em terra.


Termômetro

Responsável por medir a temperatura do ar. Um elemento sensível (anéis de metal ou mercúrio, um metal líquido) muda de tamanho (dilata) conforme varia a temperatura, o que pode ser observado por uma escala. Sua unidade no sistema internacional é o °C (graus Celsius).
Termógrafo da EM do Parque Cientec. Foto: ViniRoger
O termômetro de máxima é semelhante ao comum, porém apresenta um estrangulamento no tubo capilar, próximo ao reservatório, que serve para estreitar o calibre do tubo. Ao aumentar a temperatura, o mercúrio do termômetro dilata-se, e com tal força que consegue transpor o estrangulamento. Ao diminuir a temperatura, o estrangulamento não permite que o mercúrio retorne ao reservatório e o termômetro permanece indicando a maior temperatura ocorrida no período. Fica em posição quase horizontal no suporte termométrico acima do de mínima.
Termômetros de máxima e de mínima da EM do Parque Cientec. Foto: ViniRoger
Quanto ao termômetro de mínima, o tipo mais comum é o termômetro de álcool, com um indicador de vidro escuro em forma de halteres, com cerca de 2 cm imerso na coluna de álcool. Quando o álcool se contrai por abaixamento de temperatura, a tensão superficial na extremidade da coluna de álcool, por ser maior que o peso do índice, arrasta-o consigo enquanto a temperatura estiver baixando. Se houver aumento de temperatura, o álcool se dilata novamente e escoa-se ao redor do índice, mas deixando-o na posição correspondente à temperatura mínima ocorrida.

Importantes para a agrometeorologia, existem também os termômetros de solo (geotermômetros), que servem para medir a temperatura do solo em diferentes níveis de profundidade. Geotermômetros ou termômetros de solo são termômetros comuns, que servem para a observação da temperatura no interior do solo e, por essa razão, referidos na literatura especializada como geo-termômetros (Fig. a). 
Esquema de um termômetro de solo (a) e de um termômetro de imersão (b). 

Os termômetros de solo para as profundidades de 2, 5, 10, 20, 30 e 50 cm têm a haste longa e flexionada, permitindo que a porção enterrada fique na vertical, enquanto a parte emergente forma com a superfície do solo um ângulo de 60°, o que facilita a realização das leituras. O geotermômetro para 100 cm tem a haste reta, inserida em um suporte cilíndrico, que se desloca dentro de um tubo-guia, mantido no solo. Esse termômetro é retirado do solo por ocasião da leitura. Para evitar alteração da coluna, enquanto permanece fora do solo, o bulbo desse geotermômetro está inserido em um bloco de material apropriado, que retarda as trocas de calor. 

Termômetro de imersão. É um termômetro comum, destinado à observação da temperatura da superficie da água. Para isso, o bulbo situa-se em um reservatório cilíndrico metálico, dotado de orifícios laterais (Fig. II.3), ficando a haste envolta por um tubo, também metálico e de menor diâmetro, tendo uma abertura que permite olhar a escala. Para efetuar a determinação da temperatura, o recipiente é parcialmente imerso, de modo que somente a água superficial, penetrando pelos orifícios laterais, encha o recipiente e entre em contacto com o bulbo. O resto do instrumento não deve ser imerso, sendo sustentado pelo operador. Após alguns minutos (tempo necessário para que o bulbo entre em equilíbrio térmico com a água) o termômetro é levantado, ainda com o recipiente cheio, para a leitura. Depois da leitura é esvaziado.

Os termógrafos mecânicos são classificados em três tipos (Fig. acima), de acordo com o elemento sensível de que se utilizam: termógrafos  bimetálicos, termógrafo de tubo de Bourdon e termógrafos de mercúrio-em-aço. Destes é discutido apenas o termógrafo bimetálico.

Termógrafos bimetálicos. O elemento sensível dos termógrafos bimetálicos (Fig. acima) é uma lâmina, em forma de “C”, constituída pela união de duas placas de mesmo tamanho, porém confeccionadas com metais de diferentes coeficientes de dilatação: o bronze e o invar (liga de cobre e constantan). A composição do Constantan é variável: de 53~57 % de Cobre, 43~45 % de Níquel, 0,5~1,2 % de Manganês e menos de 0,5 % de Ferro (uma forma comercial ordinária pode apresentar 55% em Cobre, 44% em Níquel, 1% em Manganês e resíduos de Ferro). Sua principal e desejada característica é exibir uma resistividade elétrica sensivelmente constante (0,49~0,51Ω.mm2/m, média aritmética 0,50Ω.mm2/m) em um amplo intervalo de temperatura (20~600 °C). Efetivamente, Constantan apresenta curva característica resistividade elétrica versus temperatura de operação tão proximamente linear que pode ser assumida como linear. Essa propriedade, pois, justifica sua utilização com sucesso em aplicações técnicas eletrotérmicas, termoelétricas e outras até o limiar de 500 °C (WP). No termógrafo bimetálico, ma das extremidades da lâmina bimetálica é solidária ao chassis do instrumento e a outra fica presa ao sistema de alavancas. Qualquer variação na temperatura altera a curvatura da lâmina e aciona o sistema. (Varejão-Silva, 2006).


Higrômetro

Os modelos mais comuns de higrômetros ou higrógrafos utilizam como elemento sensível um feixe de cabelos, especialmente tratado para este fim.
Higrógrafo da EM do Parque Cientec (feixe de fios de cabelo no detalhe) (Fotos: ViniRoger)
Fios de cabelo são higroscópicos (i.e., retiram umidade do ar e alteram sua dimensão) e possuem 0,05 a 0,12 mm, de espessura conforme etnia e idade. Ao nascer, o ser humano tem cabelo com fios muito finos, engrossam até certa idade e depois perdem diâmetro conforme passam os anos. No clima úmido, o cabelo absorve mais umidade e fica menos liso.

Uma ideia para feira de Ciências: um fio de cabelo, ao ser atingido por um feixe de luz (por ex. um laser), dá origem a regiões luminosas e escuras sobre uma folha de papel, sobre a qual a luz incida. Através do tamanho de suas sombras projetadas, é possível saber o diâmetro do objeto. Assim, mede-se sua variação de diâmetro conforme muda a umidade. Desse modo, elabora-se uma tabela com os valores de diâmetro dos fios para obter a umidade do ar. Com um feixe de fios, diminui-se a incerteza da medida.  Algumas vezes os higrógrafos têm montagem conjugada com os termógrafos, registrando as informações num mesmo diagrama (termohigrógafo). São muito observados em ambientes que necessitem de um controle constante de temperatura e umidade, como em museus.


Psicrômetro

Aparelho que tem como objetivo medir a umidade do ar. Para isso, compõe-se de dois termômetros idênticos, porém um deles com o bulbo envolvido em cadarço de algodão, mantido constantemente molhado.
Dois psicrômetros em um abrigo meteorológico. 
(Foto: ViniRoger)
O primeiro termômetro é denominado bulbo seco e, o segundo termômetro bulbo úmido. Eles são montados verticalmente, lado a lado, em um suporte localizado no abrigo meteorológico. O de bulbo úmido deve receber ventilação para perder temperatura por evaporação – da mesma forma que, ao sair da piscina, você sente frio devido ao calor roubado do seu corpo durante o processo de passagem da água do estado líquido para o gasoso. Quanto mais seco o ar, mas fácil a água evapora e mais a temperatura de bulbo úmido cai. Através da diferença entre as duas temperaturas, consulta-se a tabela psicrométrica para saber o valor de umidade.


Pluviômetro

Instrumento utilizado para armazenar água da chuva para sua medição. Possuem diferentes modelos, mas todos apresentam uma área limitada por um aro que serve como uma área de captação, em forma de funil, que se adapta à parte superior do reservatório. A distância mínima de obstáculos até o bocal do pluviômetro é dada por L=2.h, onde h é a altura do obstáculo. Assim, pretende-se evitar problemas com a coleta da água de chuvas inclinadas.
Pluviógrafo e pluviômetro modelo Ville de Paris, com sua proveta, da EM do Parque Cientec. (Fotos: ViniRoger).
Há o pluviógrafo do Tipo “Helmann” (Sifão) que é um cilindro com uma boia que se eleva a proporção que ocorre a precipitação, sifonando quando atinge o limite superior (10 mm) do diagrama, voltando a boia ao zero do diagrama.

Acompanham uma proveta para leitura da altura da água recolhida em intervalos fixos de tempo, graduada em milímetros. Cada milímetro de chuva representa 1 litro de água de chuva por metro quadrado de superfície, conforme demonstrado abaixo:
 

Para transformar o volume da água coletada em milímetros de chuva (caso não se tenha a graduação), deve-se primeiramente calcular a área da base da proveta (Ab) e convertida para metros quadrados. O volume de água deverá estar em litros (V). A pluviosidade, em milímetros, é obtida através de regra de três (1 mm de chuva está para 1 litro/m²; assim como P está para V/A litros/m²) e será expressa por:
Para fazer seu próprio pluviômetro: pegue uma garrafa PET e corte seu topo coloque umas pedras no fundo da garrafa para ele não cair com o vento cole o topo da garrafa virado de cabeça para baixo nessa abertura que você acabou de fazer meça o diâmetro (D) da boca do pluviômetro e calcule sua área usando a fórmula
 
A = π x (D/2)2

coloque o pluviômetro em um local aberto, sem nada por cima, para receber a chuva quando vier depois da chuva, despeje a água coletada em um copo medidor (faça um furinho na lateral superior para tirar a água) converta o volume medido (V, em litros) para milímetros de chuva (P, em mm) através da fórmula 

P = V/A


Evaporímetro e Tanque de evaporação

Utilizado para medir a evaporação do ar. O Evaporímetro de Piche consiste em um pequeno tubo de vidro fechado em uma extremidade, e graduado em milímetro e décimos de milímetro. Próximo à extremidade aberta, ajusta-se uma peça metálica movediça, simples dispositivo para fixar um disco de papel poroso, cuja utilidade é a de vedar a saída quando o aparelho é invertido, sem nisto lhe impedir a livre evaporação.
Tanque de evaporação da ESALQ/USP e evaporímetro da EM do Parque Cientec. (Fotos: ViniRoger)

Com o mesmo objetivo, um Tanque de Evaporação Classe A consiste em um tanque em forma circular, de aço inoxidável ou galvanizado. Complementando o aparelho, existe um conjunto de termômetro de máxima e mínima, um sistema de medição de água evaporada e um anemômetro.

Heliógrafo

O aparelho é utilizado para medir a duração (em horas) de brilho solar. Compõe-se de uma perfeita esfera de vidro, suspensa em um sólido suporte semicircular, tendo por baixo uma armação metálica em forma de concha, em cuja face interna existem vãos formados por seis ranhuras independentes e concêntricas com a esfera.
Heliógrafo da EM do Parque Cientec. Foto: ViniRoger

Heliógrafo (Varejão-Silva, 2006)

Os raios solares são focalizados através do vidro sobre uma tira de cartolina colocada, conforme a época do ano, em um dos vãos da concha, de modo que o intenso colar do sol vai queimando progressivamente a cartolina, desde que não haja nuvens capazes de interceptar os raios do Sol. A posição do eixo da esfera pode ser alterada adaptando o aparelho a qualquer latitude entre 0° e 70°. Pode ser colocado sobre um pilar de concreto e/ou no telhado da estação.


Actinógrafo

Instrumento que mede a radiação solar. Consiste de um elemento sensível, que é uma placa de metal montada horizontalmente, constituída de outras três placas, uma negra no centro e duas brancas laterais, que absorvem radiação solar em quantidades diferentes, resultando em dilatação diferente de cada metal. É conjugado a um sistema de alavancas que, por sua vez, movimenta a pena do aparelho sobre o tambor de relojoaria que marca o passar do tempo.

Actinógrafo da EM do Parque Cientec. Foto: ViniRoger

O gráfico resultante do funcionamento do actinógrafo deve ter o valor da energia emitida pelo Sol recebida pela placa, obtido através do cálculo da área com o uso de um planímetro e de uma fórmula matemática.


Outros instrumentos utilizados para medir radiação solar

Pireliômetro: Radiação solar direta em incidência normal.

Piranômetro: Irradiância (razão entre o fluxo de radiação pela área do elemento de superfície, dada em W/m²) solar global proveniente de todo um hemisfério.

Radiômetro solar: radiância espectral solar direta em incidência normal (fotômetro solar). Radiância é a razão entre a intensidade de radiação de um certo elemento de superfície, em uma determinada direção, e a área da projeção ortogonal deste elemento em um plano perpendicular a essa direção (sua unidade é Wm-2sr-1).

Pirgeômetro: Irradiância de onda longa proveniente de todo um hemisfério.

Pirradiômetro: Medidas do saldo de radiação total (onda curta mais onda longa) em um hemisfério.

Multifilter Rotating Shadowband Radiometer (MFRSR): medidas em determinados intervalos espectrais (centrados em 415, 500, 615, 673, 870 e 940 nm) de irradiância global e difusa.

Uma estação de monitoramento solar completa é formada de (no mínimo) um pireliômetro (irradiância direta normal), um piranômetro (irradiância horizontal global) e um piranômetro sombreado (irradiância horizontal difusa).

A Estação Meteorológica do IAG/USP está localizada no pavimento superior do prédio da Administração do Parque Cientec/USP, com instrumentos e documentação coletada desde 1933. Também possui um Cercado Meteorológico, com instrumentos ao ar livre, para coleta de dados. É a primeira estação meteorológica que foi implantada no Estado de São Paulo. Inicialmente funcionou em uma torre que existiu no Parque da Luz (em 1888), tendo sido transferida para a Escola Normal Caetano de Campos (na Praça da República, de 1902 a 1912) e em seguida para a Avenida Paulista. Na década de trinta começou a funcionar no Parque do Estado, atual Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, até o presente.

Estação Meteorológica do Antigo Observatório de São Paulo na Avenida Paulista, onde hoje fica o MASP (fonte: IAG-USP) e Estação automática do Parque Cientec (foto: ViniRoger)
Estação Meteorológica do Antigo Observatório de São Paulo na Avenida Paulista, onde hoje fica o MASP (Fonte: IAG-USP) e Estação automática localizada no Parque Cientec (Foto: ViniRoger)




Tempo e clima são conceitos distintos. Tempo refere-se a um estado momentâneo das condições atmosféricas. Já clima é duradouro, tratando-se de uma sucessão habitual de tempos. "É comum ver o uso dos termos “tempo” e “clima” para designar um mesmo estado atmosférico. Tempo e clima são elementos que se complementam na descrição do ambiente atmosférico. Esses conceitos, porém, referem-se a condições diferentes do ambiente, e usá-los como sinônimos é um equívoco. (brasilescola)


Tempo é o estado momentâneo das condições atmosféricas ou meteorológicas de um dado lugar, em um determinado momento e está sujeito a variações. Quando alguém pergunta: “Como está o tempo hoje?”, pretende saber se está frio ou quente, seco ou úmido, chuvoso ou ensolarado. O tempo é, portanto, a condição atual da atmosfera, que pode mudar de um instante ao outro. As variações de temperatura, umidade relativa do ar, pluviosidade são responsáveis pelo dinamismo das condições meteorológicas, portanto, do tempo. Essas variações podem ou não ser acentuadas, de acordo com a época do ano. Há meses em que as chuvas são mais constantes, outros em que não há chuvas. Há meses em que as temperaturas estão mais elevadas, e outros em que elas caem. (brasilescola)

Principais elementos do tempo

Temperatura
Umidade do ar
Vento;l
Chuva
Vento

Clima é uma condição duradoura do ambiente atmosférico e equivale ao conjunto dos tipos de tempos mais comuns em um determinado lugar ao longo de um período de aproximadamente 30 anos. Representa, portanto, um padrão geral das condições meteorológicas (variações anuais de temperatura, umidade, pressão do atmosférica, ventos), que se alteram de acordo com as estações do ano. Quando alguém diz que Tocantins é um estado muito quente e seco, refere-se ao clima desse estado, que é tropical seco. Contudo, ao longo dos dias, Tocantins pode apresentar uma variedade de tempos. (brasilescola)

Principais fatores do clima

Latitude
Altitude
Maritimidade e continentalidade
Massas de ar
Correntes marítimas
Localização geográfica

Principais elementos do clima

Radiação
Temperatura
Pressão atmosférica
Umidade do ar



EXERCÍCIOS 

Copie essas questões no caderno e responda-as

1) Leia o texto, veja os vídeos e bserve o desenho esquemático. Dê o nome e a função dos sete aparelhos meteorológicos esquematizados na figura.





Fontes 

SOUSA, Rafaela. "Diferença entre tempo e clima"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/diferenca-entre-tempo-clima.htm. Acesso em 22 de outubro de 2022.