22.12.22

LIQUENS MARINHOS

LIQUENS MARINHOS 


O gênero Lichina C. Agardh, compreende os fungos liquenizados, o micobionte pertence a divisão Ascomycota, e constitui uma família conhecida por Lichinaceae. 

Esse importante gênero contém sete espécies, embora alguns autores considerem apenas duas.

Domínio: Eukaryota
Reino: Fungi
Divisão: Ascomycota
Classe: Lichynomicetes
Ordem: Lichinales
Família: Lichinaceae
Gênero: Lichina C.Agardh (1817)


As espécies de Lichinales geralmente aparecem ligadas a condições ambientais adversas, como desertos ou costas rochosas, ambos ambientes fisiologicamente estressantes para um organismo. Duas espécies do gênero Lichina C. Agardh, L. confinis (O.F. Müll.) C. Agardh e L. pygmaea (Lightf.) C. Agardh, geralmente co-ocorrem em costas rochosas de áreas temperadas a frias no Oceano Atlântico Norte, sendo especialmente abundante nas costas europeias (Ortiz-Álvarez, 2015).

Todos os fungos da classe Lichinomycetes são formadores de líquens e associam-se exclusivamente a cianobactérias.

Esses cianolíquenes incluem espécies marítimas como Lichina pygmaea ou L. confinis, nas quais o cianobionte associado foi atribuído ao gênero Rivularia sp. 

Além disso, foram detectadas evidências de uma alta especificidade de cada micobionte para linhagens de cianobiontes particulares em ambas as espécies.

As cianobactérias são componentes-chave dos ecossistemas em toda a Terra desde o grande evento de oxigenação (2,45–2,32 bilhões de anos atrás). Além de desempenharem um papel importante nos processos básicos do ecossistema, como a ciclagem de nutrientes e a fixação de nitrogênio, além disso contribuíram para o desenvolvimento e a diversificação da vida eucariótica. 
Não apenas como origem dos cloroplastos de todos os eucariotos fotossintetizantes, mas formando sistemas simbióticos mais abertos com outros organismos, desde plantas (gimnospermas, angiospermas, pteridófitas e briófitas), protistas (diatomáceas e dinoflagelados), animais (esponjas, corais e ascídias) até fungos (Ortiz-Álvarez, 2015, Adams, 2012).

A maioria das relações simbióticas estudadas entre fungos formadores de líquen e suas cianobactérias associadas são aquelas de espécies de Lecanoromycetes, o grupo mais diverso e abundante de fungos liquenizados. 

No entanto, sabe-se que três outros táxa superiores formam simbioses estáveis ​​com cianobactérias: 
as classes Lichinomycetes e Eurotiomycetes na divisão Ascomycota, e a ordem Agaricales na divisão Basidiomycota. 

Interessantemente, todas as espécies da classe Lichinomycetes formam simbioses com cianobactérias (Ortiz-Álvarez, 2015).


Espécies na família Lichinácea

Lichina antarctica Cromb. (1876)
Lichina confinis (O.F.Müll.) C.Agardh (1821)
Lichina intermedia (C.Bab.) M.Schultz (2017)
Lichina minutissima Henssen (1973)
Lichina pygmaea (Lightf.) C.Agardh (1817)
Lichina tasmanica Henssen (1969)
Lichina willeyi (Tuck.) Henssen (1969)

O corpo do líquen-preto-pigmeu consiste de um talo meio achatado e ramificado com pontas arredondadas, sendo mais gelatinoso que seus correspondentes terrestres. 

As pontas frequentemente possuem corpos de frutificação, os quais formam pequenas estruturas arredondadas.

Atingindo cerca de 1 cm de altura no máximo, o líquen-preto-pigmeu se parece de certa forma com uma pequena alga vermelha e é, de fato, frequentemente confundido com algumas algas vermelhas similares, como Catenella caespitosa, mas esta alga é roxo-escura em vez de preta.

O líquen-preto-pigmeu é um dos chamados cianolíquens, líquens que possuem cianobactérias como algas associadas em vez de algas verdes como a maioria dos líquens terrestres. 

De fato ele não é proximamente relacionado aos líquens mais familiares e conhecidos, pertencendo a uma linhagem diferente de fungos que liquenizou independentemente. 

Sua fisiologia, no entanto, é surpreendentemente similar a dos líquens terrestres, o que é provavelmente causado por ele passar metade de sua vida fora d’água durante a maré baixa, ficando exposto a condições adversas como a maioria das espécie sésseis que vive entre-marés.

Estudos em laboratório isolaram compostos importantes do líquen-preto-pigmeu, incluindo pigmanilina, um antioxidante, e pigmeína, um agente antitumor, o que pode levar ao desenvolvimento de novas drogas anticâncer.


Lichina руgamea (Lightf.) C. Agardh, 1817

Lichina руgamea (Lightf.) C. Agardh, 1817

Lichina руgamea (Lightf.) C. Agardh, 1817

Lichina руgamea (Lightf.) C. Agardh, 1817

Lichina руgamea (Lightf.) C. Agardh, 1817



Fonte

SOLSTÍCIO DE DEZEMBRO

SOLSTÍCIO DE VERÃO 
NO HEMISFÉRIO SUL
SOLSTÍCIO DE DEZEMBRO
21/XII/2022

Antes de existir o Natal cristão, provavelmente no paleolítico, c. 800.000 ou 6000.000 anos atrás,  havia um outro evento, que era comemorado da mesma maneira, com comida, uma árvore, muito provavelmente um Pinheiro (uma das poucas espécies que permaneciam verdes no inverno nevado), e luzes, (tochas), que iluminavam a noite mais escura do ano no hemisfério norte. Esse evento sempre ocorria por volta do dia 21 de dezembro, era o Sol estático ou solstício. 

O homem notou através de observações sistemáticas do céu, do sol, da lua e de certas estrelas errantes, os planetas, que estes astros se deslocavam entre as estrelas fixas.  
Havia um dia especial em que Sol saindo do trópico de Câncer (21/junho, solstício de verão) se deslocava para o sul e parava sua viajem sobre o trópico de Capricórnio no dia 21 de dezembro (solstício de inverno). A partir desse dia o Sol iniciava sua longa volta para o hemisfério norte, onde parava um dia sobre o trópico de Câncer em 21 de junho o solstício de verão no hemisfério norte. 

O festival que marca o solstício de inverno é o tempo em que a Criança do Sol renasce, que os dias voltam a se tornar mais longos e que a parte mais tenebrosa do inverno ficaria para trás. A partir desse dia contava-se 120 dias e seria primavera, quando ocorria outro evento notável, o Equinócio, marcando o início da primavera no hemisfério norte. 
Acredita-se que o Yule seja a festa sazonal mais antiga da Europa desde a Era do Bronze.
Yule significa “roda” em norueguês e a data também é conhecida como festival das luzes, por causa do costume de acender várias fogueiras, tochas e velas nesta noite, para comemorar a lenta volta do Sol para o hemisfério norte. (darside)

Observaram surpresos, que o Sol a lua e os planetas, andavam sempre em uma mesma faixa do céu. Esses astros faziam um caminho circular que durava um ano e voltavam ao mesmo ponto. Esse círculo no qual astros se deslocavam na esfera celeste era especial e muito tempo depois do paleolítico e do neolítico, já na Era do Ferro, os gregos chamaram de Eclíptica. 

A medida que o tempo foi passando, mais e mais observações do firmamento foram sendo coligidas. Provavelmente por volta de 3.600 a 1.600 anos atrás, um observador e um ferreiro construíram o Disco de Nebra, a mais antiga representação concreta do firmamento.

Disco e de Nebra

O disco de Nebra foi encontrado por dois “caçadores de tesouros” Henry Westphal e Mario Renner enquanto procuravam por tesouros, com um detector de metal, num antigo assentamento da Era do Bronze. “Caçadores de tesouros” é um eufemismo para antigos ladrões de túmulos da antiguidade, que escavavam ilegalmente um sítio arqueológico na cidade de Nebra, em 1999, em Mittelberg, nas proximidades da cidade de Nebra em Sachsen-Anhalt, (Estado da Saxônia-Anhalt, Alemanha), a 270 quilômetros de Berlim

O disco de Nebra é feito de bronze, possui  uma massa de 2,2 kg (dois quilos e 200 gramas) e mede cerca de 32 centímetros de diâmetro, sendo quase perfeitamente circular. (1,2)

Nele estão representados incrustações em ouro que representariam um barco, o Sol, a Lua e estrelas. Através de dois arcos nas bordas da peça, provavelmente acrescentamos em eras posteriores, pode-se determinar os solstícios de inverno e verão. 

Saber determinar com precisão o início das estações do ano era uma tarefa importante para identificar os períodos de semeadura e colheita e da caça para a sociedade da era do bronze que dependia da agricultura e do que a natureza concedia sazonalmente, numa época em que ainda não existiam calendários. 

No disco sete pontos de ouro provavelmente representariam as Plêiades (na mitologia grega, as sete filhas de Atlas) na constelação do Touro (Taurus na mitologia grega), como eram vistas entre 3.600 e 1.800 anos atrás (1,2).

Representação gráfica do Disco de Nebra 
(2)

No hemisfério sul, hoje dia 21 de dezembro o Sol chega no trópico de Capricórnio, e marca o dia mais longo do ano e a noite mais curta. Amanhã ele estará indo embora em sua interminável viajem entre os trópicos. Os dias começarão a ficar mais curtos e as noites mais longas até o dia 20 de março quando o Sol cruza o equador celeste. Nesse dia teremos o equinócio onde a noite e o dia são iguais. O Sol continuará seu trajeto pela eclíptica até chegar no trópico de Câncer em 21 de junho quando teremos a noite mais longa e o dia mais curto. E daí ele inicia sua lenta volta para o hemisfério sul. 
Note que a descrição é como se o mundo fosse Ptolemaico: o Sol viaja, o Sol chega etc. mas na realidade é a Terra que se move ao redor do Sol, e como nossa estreia é um ponto de meio graus no céu parece daqui que é ele que está se movendo.

Pôde-se ver, que o homem desde que se tornou uma espécie bípede, em um passado longínquo,  tem seus olhos voltados para o céu. 
Da regularidade, harmonia e estabilidade aparente do firmamento, o Cosmos, ele regula sua vida e sua cultura. 
Vamos festejar esse dia como os antigos festejavam na simplicidade e na alegria de nossa passagem efêmera por essas paragens onde nos encontramos atualmente. 
Que seja um recomeço de um novo ciclo cheio de luz e esperança.
















Fonte 









EQUINÓCIO DE OUTONO - HEMISFÉRIO SUL
OU EQUINÓCIO DE MARÇO DE 2023

A palavra equinócio tem origem na união de  dois vocábulos latinos aequus: igual e nox, noite. No dia do equinócio, o dia e a noite, i.e., o número de horas de luz o número de horas noturnas  têm igual duração, exatamente 12 horas. 





Equinócios e solstícios 

Ao medir a duração do dia, considera-se que o nascer do sol é o instante em que metade do círculo ou disco solar está acima do horizonte, e o pôr do sol (crepúsculo ou ocaso) o instante em que o círculo solar está metade abaixo do horizonte. 
A partir desta definição, o dia e a noite durante os equinócios têm igualmente 12 horas de duração.

Devido à órbita da Terra, as datas em que ocorrem os equinócios não dividem o ano em um número igual de dias. Isto ocorre porque quando a Terra está mais próxima do Sol (periélio) viaja mais depressa do que quando está mais longe (afélio) (WP).

A região do planeta Terra que recebe mais luz solar hoje é a região do equador. E a partir de hoje a região que receberá mais luz será o hemisfério norte. O Sol cruza hoje as 18h 35 min deslocando-se para o hemisfério norte. 

Isso ocorre devido ao eixo do planeta estar inclinado 23,5° com relação à eclíptica e a posição do planeta em sua órbita, a essa inclinação damos o nome de obliquidade da eclíptica. 

Equinócio significa o momento exato que marca o início da Primavera para o hemisfério norte e do Outono para o hemisfério sul. Esse momento é determinado pela passagem do sol exatamente sobre a linha do equador, rumando para o norte. 
Assim, nesse dia o sol incide com maior intensidade sobre as regiões que estão localizadas próximo à linha do Equador, entre os dois trópicos.

Nos dias do equinócio a nossa estrela nasce exatamente sobre a linha Leste oeste, isto é, nasce exatamente no ponto cardeal Leste. No momento do equinócio a luz solar incide de igual maneira sobre o Hemisfério Norte e sobre o Hemisfério Sul. Dessa forma, as pessoas que moram sobre a linha do equador não possuem sombra, a altura dos objetos divididos pelo comprimento de sua sombra equivale a  raiz de três.
No caso de nossa latitude, 30. O que significa isso? Que o eixo terrestre passa pelo local de observação fazendo 30° com o chão (solo) apontando para o Polo Sul Celeste.
Como equador e eixo terrestre são perpendiculares, o ângulo formado entre o equador e eixo terrestre é 90°. Logo, o ângulo entre o equador e o chão é de 60°.
Então, se ficarmos de costas para o sul veremos ao longo do ano que o sol se desloca, ao meio dia, aproximadamente 23 graus acima do equador (nosso verão) e 23 graus abaixo do equador (nosso inverno), ao longo de um ano. 

Ano
A translação é o movimento elíptico que a Terra executa ao redor do sol, com uma duração de 365 dias, 5 horas e 48 minutos em uma velocidade de 107.000 km/h. Quando a Terra termina uma volta completa em relação ao sol, dizemos que se passou um ano. A principal consequência desse movimento são as estações do ano, que ocorrem pelo fato de o eixo do planeta apresentar uma inclinação de 23º27', ocasionando a sucessão dos solstícios e dos equinócios (Pena, s/d). 

Com isto, em dois momentos o Sol passará pelo equador: no equinócio de março, ou equinócio de outono e no equinócio de setembro ou equinócio de primavera, para o hemisfério sul. Exatamente nesses dias ele se encontra a 60° (graus) de altura, para quem mora em Porto Alegre. O resto é trigonometria.

O dia do equinócio de Primavera e de Outono pode variar de ano para ano, devido ao ano solar (trópico) ter 365 dias e mais algumas horas (365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos). Graças ao fenômeno da precessão dos equinócios, estes não têm uma posição fixa e se deslocam um pouco todos os anos.

Portanto, o equinócio de Outono (ou Ponto Libra) acontece no hemisfério que transita do Verão para o Outono e o equinócio de Primavera (ou Ponto Vernal) acontece no hemisfério que passa do Inverno para a Primavera.

Equinócio de Primavera

O equinócio de Primavera, também conhecido como Ponto Vernal, consiste no momento em que o sol atravessa o Equador de Sul para Norte.

No Hemisfério Sul, onde se encontra o Brasil, o equinócio de Primavera ocorre nos dias 22 ou 23 de setembro. Por outro lado, no Hemisfério Norte (Portugal, por exemplo), acontece a situação inversa e o equinócio de Primavera acontece nos dias 20 ou 21 de março.

Equinócio de Outono

Já o equinócio de Outono (para o hemisfério norte), ou Ponto Libra, é o momento exato que marca o início do Outono, onde o sol atravessa o Equador do Norte em direção ao Sul.

No Brasil, que está localizado no Hemisfério Sul, o equinócio de Outono ocorre nos dias 20 ou 21 de março. Neste ano de 2023, acontece no dia 20/III/2023, às 18h35min. 

Nos países localizados ao norte da linha do Equador (hemisfério norte) o equinócio de setembro ou equinócio de Outono acontece nos dias 22 ou 23 de setembro.






(EQUINÓCIO DE MARÇO PUBLICADO EM 20/III/2023)