3.8.21

EXERCÍCIOS BIOCOMBUSTÍVEIS

 BIOCOMBUSTÍVEIS

Os conteúdos relacionados com os combustíveis no Enem são as reações de combustão dos combustíveis fósseis, seu impacto ambiental e os combustíveis renováveis.

1) Brasil precisa de investimento em energia limpa. O Brasil é líder mundial no consumo e produção de veículos flex, que tem a capacidade de ser reabastecido e funcionar com mais de um tipo de combustível. Possui uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo e é internacionalmente elogiado por isso. O etanol, por exemplo, pode ser considerado um tipo de fonte de energia limpa e realmente brasileira. Do ponto de vista político e socioambiental, entretanto, representa a continuidade do trabalho precário, do desmatamento, do latifúndio, da monocultura.  (Folha de São Paulo;16/II/2011).

A produção desse combustível está comprometida com alguns preceitos básicos da sustentabilidade, como a(o):

(A) melhoria das condições sociais da parcela da população que atua direta e indiretamente em todo o ciclo de produção.

(B) aumento da intensidade da cadeia econômica, com geração de empregos e distribuição de renda.

(C) produção dentro dos limites e do tempo de reposição dos ecossistemas.

(D) substituição/diminuição de combustíveis fósseis e energia nuclear por fontes não poluentes e renováveis.

(E) minimiza os impactos negativos sobre o ambiente natural e a destruição da biodiversidade.

Justifique sua resposta

Justificativa
Apesar das condições muitas vezes precárias para o trabalhador desse setor e do desmatamento que a cana-de-açúcar pode produzir para abrir espaço para as lavouras, o etanol é um biocombustível e funciona como alternativa às fontes de energia poluentes como o carvão e petróleo que ao serem queimados liberam grande quantidade de material particulado (cinzas), o CO2 e o SO2. O SO2 ocorre como impureza nos combustíveis fósseis, proveniente principalmente de atividades como queima de diesel nos veículos pesados, carvão e petróleo em usinas de energia ou de fundição de cobre. Acredita-se que cerca de 80% do dióxido de enxofre tenha como fonte a queima incompleta de combustíveis fósseis.

 

2) Os biocombustíveis de primeira geração são derivados da soja, milho e cana-de-açúcar e sua produção ocorre através da fermentação. Biocombustíveis derivados de material celulósico ou biocombustíveis de segunda geração — coloquialmente chamados de “gasolina de capim” — são aqueles produzidos a partir de resíduos de madeira (serragem, por exemplo), talos de milho, palha de trigo ou capim de crescimento rápido e se apresentam como uma alternativa para os problemas enfrentados pelos de primeira geração, já que as matérias-primas são baratas e abundantes. (DALE, B. E.; HUBER, G. W. Gasolina de capim e outros vegetais. Ago. 2009, nº 87. Modif.).
O texto mostra um dos pontos de vista a respeito do uso dos biocombustíveis na atualidade, os quais:

(A) são matrizes energéticas com menor carga de poluição para o ambiente e podem propiciar a geração de novos empregos, entretanto, para serem oferecidos com baixo custo, a tecnologia da degradação da celulose nos biocombustíveis de segunda geração deve ser extremamente eficiente.

(B) oferecem múltiplas dificuldades, pois a produção é de alto custo, sua implantação não gera empregos, e deve-se ter cuidado com o risco ambiental, pois eles oferecerem os mesmos riscos que o uso de combustíveis fósseis.

(C) sendo de segunda geração, são produzidos por uma tecnologia que acarreta problemas sociais, sobretudo decorrente do fato de a matéria-prima ser abundante e facilmente encontrada, o que impede a geração de novos empregos.

(D) sendo de primeira e segunda geração, são produzidos por tecnologias que devem passar por uma avaliação criteriosa quanto ao uso, pois uma enfrenta o problema da falta de espaço para plantio da matéria-prima e a outra impede a geração de novas fontes de emprego.

(E) podem acarretar sérios problemas econômicos e sociais, pois a substituição do uso de petróleo afeta negativamente toda uma cadeia produtiva na medida em que exclui diversas fontes de emprego nas refinarias, postos de gasolina e no transporte de petróleo e gasolina.


3) (Enem/2012) Alguns países têm regulamentos que obrigam a misturar 5%, 10% ou 20% de etanol com a gasolina regular. Esta mistura recebe o nome de gasool. E20, por exemplo, é o gasool que contém a mistura de 20% de etanol com 80% de gasolina. Em agosto de 2011, o governo brasileiro decidiu reduzir a mistura de etanol na gasolina de 25% para 20%, isto é, nossos postos de gasolina, a partir daquele mês, não puderam mais vender o combustível do tipo E25.(Globo, adaptado). Uma distribuidora possuía 40 mil litros de combustível do tipo E25, disponíveis em um dos tanques de seu estoque antigo. Quantos litros de gasolina precisam ser adicionados de modo a obter uma mistura E20?

(A) 32 000

(B) 16 000

(C) 10 000

(D) 8 000

(E) 2 000

Resolução: Considerando a situação inicial (40.000L com 25% de etanol), pode-se determinar o volume de etanol na mistura.

40.000 L ———– 100%
x————————- 25% ⇒ x = 10.000L de etanol
Logo, o volume de gasolina na mistura é de 30.000 L.
Na nova situação, o percentual de etanol é de 20%.

A questão pede O VOLUME DE GASOLINA QUE DEVE SER ADICIONADO AOS 40.000L EXISTENTES no estoque, para atender às novas regras.

Assim, a quantidade (em litros) de etanol continuará sendo a mesma (10.000L –> que corresponderão ao 20% do volume final).
Então:
20% (etanol) ———————- 10.000L
80% (gasolina) ——————- y ⇒ y = 40.000L (volume de gasolina na nova mistura = E20).
Então: Volume de gasolina ADICIONADO = 40.000 – 30.000 = 10.000 L. Resp.: C



4) As mobilizações para promover um planeta melhor para as futuras gerações são cada vez frequentes. A maior parte dos meios de transporte de massa é atualmente movida pela queima de um combustível fóssil. A título de exemplificação do ônus causado por essa prática, basta saber que um carro produz, em média, cerca de 200g de dióxido de carbono por km percorrido.
(Revista Aquecimento Global. Ano 2, no 8. Publicação do Instituto Brasileiro de Cultura Ltda).
Um dos principais constituintes da gasolina é o octano (C8H18). Por meio da combustão do octano é possível a liberação de energia, permitindo que o carro entre em movimento. A equação que representa a reação química desse processo demonstra que

(A) no processo há liberação de oxigênio, sob a forma de O2

(B) o coeficiente estequiométrico para a água é de 8 para 1 do octano.

(C) no processo há consumo de água, para que haja liberação de energia.

(D) o coeficiente estequiométrico para o oxigênio é de 12,5 para 1 do octano.

(E) o coeficiente estequiométrico para o gás carbônico é de 9 para 1 do octano

Resolução: Alternativa correta é a letra “d”. Na combustão completa todos os átomos de carbono são oxidados formando dióxido de carbono e água. A equação da reação que representa a combustão completa, do octano é a seguinte, conforme já dito, a equação balanceada de combustão completa do octano é dada por: C8H18(g) + 25/2 O2 (g) → 8 CO2(g) + 9 H2O
A- Incorreta. Pela equação da combustão vemos que o oxigênio não é liberado como produto, mas ele é, na verdade, um dos reagentes.
B- Incorreta. O coeficiente estequiométrico para a água é de 9 para 1 de octano.
C- Incorreta. No processo não há consumo de água, mas sim liberação de água.
D- Correta. O coeficiente estequiométrico para o oxigênio é de 12,5 ou 25/2 para 1 do octano.
E- Incorreta. O coeficiente estequiométrico para o gás carbônico é de 8 para 1 do octano. 

Visto isso, temos que o coeficiente estequiométrico para o oxigênio é de 12,5 para 1 do octano.

Outro aspecto relacionado com isso é que o CO2 produzido na queima dos combustíveis fósseis em grandes quantidades pela sociedade, principalmente em automóveis e indústrias, tem aumentado a concentração desse gás na atmosfera. Visto que o CO2 é um gás do efeito estufa, ele tem intensificado esse efeito, levando ao problema do aquecimento global. Assim, você deve inteirar-se sobre o impacto ambiental que a queima de combustíveis fósseis tem causado e como isso se aplica à vida no planeta, ou seja, quais são as consequências.


5) A atmosfera terrestre é composta pelos gases nitrogênio (N2) e oxigênio (O2), que somam cerca de 99%, e por gases traços, entre eles o gás carbônico (CO2), vapor de água (H2O), metano (CH4), ozônio (O3) e o óxido nitroso (N2O), que compõem o restante 1% do ar que respiramos. Os gases traços, por serem constituídos por pelo menos três átomos, conseguem absorver o calor irradiado pela Terra, aquecendo o planeta. Esse fenômeno, que acontece há bilhões de anos, é chamado de efeito estufa. A partir da Revolução Industrial (século XIX), a concentração de gases traços na atmosfera, em particular o CO2, tem aumentado significativamente, o que resultou no aumento da temperatura em escala global. Mais recentemente, outro fator tornou-se diretamente envolvido no aumento da concentração de CO2 na atmosfera: o desmatamento. (BROWN, I. F.; ALECHANDRE, A. S. Conceitos básicos sobre clima, carbono, florestas e comunidades. A.G. Moreira & S. Schwartzman. As mudanças climáticas globais e os ecossistemas brasileiros. Brasília: Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, 2000; adaptado).
Considerando o texto, uma alternativa viável para combater o efeito estufa é

(A) reduzir o calor irradiado pela Terra mediante a substituição da produção primária pela industrialização refrigerada.

(B) promover a queima da biomassa vegetal, responsável pelo aumento do efeito estufa devido à produção de CH4.

(C) reduzir o desmatamento, mantendo-se, assim, o potencial da vegetação em absorver o CO2 da atmosfera.

(D) aumentar a concentração atmosférica de H2O, molécula capaz de absorver grande quantidade de calor.

(E) remover moléculas orgânicas polares da atmosfera, diminuindo a capacidade delas de reter calor.

Resolução: A alternativa correta é a letra “C”.
O texto mostra que o aumento do efeito estufa está relacionado com o aumento de CO2 na atmosfera. A alternativa viável para a impedir esse aumento seria a redução do desmatamento, pois as plantas utilizam no processo de fotossíntese o CO2 atmosférico como fonte de carbono para a formação de açucares complexos, que servirão como fonte de reserva energética em momentos de necessidade. Exemplos de açucares complexos formados pelo CO2 atmosférico, podemos citar o caso do amido das batatas.

O texto no enunciado da questão mostrou que o desmatamento aumentou a concentração de CO2 na atmosfera (o responsável pelo efeito estufa). Assim, uma alternativa viável seria reduzir o desmatamento, que aumentaria o potencial das plantas de absorver o CO2 da atmosfera. Trata-se da fotossíntese, que faz parte do ciclo do carbono. Outro problema ambiental que está relacionado com os combustíveis fósseis é a chuva ácida, pois esses combustíveis (principalmente o óleo diesel) possuem resíduos de enxofre, que, quando queimados, formam gases (óxidos de enxofre) que reagem com a água e formam a chuva ácida.

Combustíveis renováveis: Os combustíveis fósseis, além de poluírem o meio ambiente, não são renováveis, ou seja, um dia irão se esgotar. Por isso, existe um grande interesse atual em estudos que levem a combustíveis renováveis e que também não gerem impactos ambientais. Entre os principais que você deve estudar estão o etanol e os biocombustíveis (principalmente o biodiesel e o biogás).

É importante também saber sobre as fontes de energia consideradas “limpas”, como a eólica, a energia solar, a geotérmica, a maremotriz, a hidráulica e a nuclear. Leia sobre isso no texto a seguir: Energia limpa. Você deve ter bem em mente que atualmente não existe ainda nenhum tipo de combustível que gere energia totalmente limpa, ou seja, que não cause nenhum impacto ao meio ambiente. Mas essas fontes renováveis mencionadas não emitem substâncias poluentes que irão interferir no ciclo do carbono, principalmente o CO2 e o metano (CH4).


6) Observe a figura a seguir e leia atentamente a questão.
Ziegler, M.F. Energia Sustentável. Revista IstoÉ. 28 abr. 2010.

A fonte de energia representada na figura, considerada uma das mais limpas e sustentáveis do mundo, é extraída do calor gerado

(A) pela circulação do magma no subsolo.
(B) pelas erupções constantes dos vulcões.
(C) pelo sol que aquece as águas com radiação ultravioleta.
(D) pela queima do carvão e combustível fósseis.
(E) pelos detritos e cinzas vulcânicas.

Resolução: O calor necessário para o aquecimento da água para irá gerar o vapor necessário para movimentar as turbinas das estações de energia elétrica é oriundo do magma presente no subsolo da terra. Esse quando se aproxima de um bolsão de água o aquece até sua temperatura de ebulição gerando o vapor. Resposta: Letra A.



7) Em relação à charge apresentada, marque a única resposta INCORRETA com relação à temática do BIODIESEL.

(A) A produção das matérias-primas (etanol e óleo de soja) importantes para a geração de biodiesel é uma tradição na economia brasileira. Tal fato expõe, internacionalmente, o país e o coloca como carro-chefe na discussão geopolítica em torno dos caminhos a serem tomados pelos investidores mundiais, a partir da possível substituição dos combustíveis fósseis pelos que geram “energias limpas”.

(B) Devido à extensão territorial do Brasil e à existência de áreas de fronteiras agrícolas, ainda há possibilidades de incorporação de novos espaços produtivos, em larga escala, para o cultivo de matérias-primas voltadas para a geração de biodiesel, o que gera forte interesse internacional.

(C) A geopolítica energética do mundo mudou, no século XXI, com a adoção, pelas potências centrais e emergentes, do discurso ambiental nos seus projetos de gestão. Segundo elas, o cultivo agrícola voltado para a geração de biodiesel é uma necessidade para as agendas de proteção ambiental no mundo, que precisa de “combustíveis limpos”, o que torna o Brasil um importante país para a produção e exportação de biodiesel

(D) O Brasil, com muita tradição na produção e uso de biodiesel em escala industrial, faz com que “os olhos do mundo” se voltem para si devido à possibilidade de substituição, com intuito de modernização rural, dos cultivos voltados para a alimentação básica por outros destinados à geração de biocombustíveis.

(E) A importância geopolítica do Brasil foi revigorada, desde o início deste século, devido à redescoberta do potencial do país em fornecer, na atualidade, aos mercados internacionais, matérias-primas geradoras do biodiesel (óleos e gorduras), que são mais baratas do que o preço do barril de petróleo e seus derivados.


8) (UFSC 2014) Produção de biodiesel gerou mais de R$ 2 bi para agricultura familiar (28/03/2013 11:25 – Portal Brasil)

A venda de matéria-prima para produção de biocombustíveis movimentou mais de R$ 2 bilhões para a agricultura familiar brasileira na safra 2011/2012, de acordo com os dados informados pela indústria do biodiesel. O número equivale às transações realizadas por meio do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), executado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que atende aproximadamente 105 mil famílias de agricultores em todo o País. [...] O incentivo às empresas produtoras de biodiesel para comprar matéria-prima do agricultor familiar amplia sua área de atuação.
Segundo o último levantamento feito pela coordenação nacional do programa, quase dois milhões de toneladas de matérias-primas foram adquiridas da agricultura familiar para a produção de biodiesel. A soja é a oleaginosa mais comercializada, representando 96% das transações, seguida por mamona e dendê. (Infoescola, Visitado em agosto de 2021)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre origem e uso de combustíveis e biocombustíveis, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S).

(1) No Brasil, a utilização de biodiesel ainda é considerada experimental e sua comercialização, pura ou em misturas, é proibida.

(2) O biodiesel consiste em uma mistura de ésteres produzidos a partir de ácidos graxos.

(4) A combustão de biocombustíveis em veículos automotores reduz a quantidade de gases com capacidade de originar a chuva ácida, como SO2 e NO2.

(8) O etanol pode ser obtido a partir da esterificação de óleos vegetais, como o óleo de soja ou o óleo de dendê.

(16) Biocombustíveis, como biodiesel, podem ser produzidos a partir de matéria-prima vegetal, como a soja.

(32) A queima de combustíveis fósseis, como os derivados de petróleo e o carvão mineral, não produz quantidades significativas de gases associados ao efeito estufa, contrastando com o processo de queima de biocombustíveis como o biodiesel e o etanol.





Fontes














Etanol










Moenda 

Para Burgi (1995) o principal objetivo da cana-de-açúcar ser submetida à moagem, às sucessivas prensagens e a opulentes lavagens, é obter o máximo grau de ruptura das células para extração máxima do caldo. Procknor (2004) afirma que o índice de preparo da cana (desfibramento) tanto leve quanto pesado não interfere expressivamente na extração em moendas de seis ternos. Nogueira & Venturini-Filho (2005), ainda, asseguram viável o processo de empregar a embebição do bagaço de cana-de-açúcar, que consiste na adição de água + caldo diluído sobre o bagaço a fim de diluir a sacarose resultante da primeira moagem, com o objetivo de aumentar a extração nos ternos de moenda. No entanto, a eficiência de extração do caldo nem sempre é maximizada, podendo evidenciar um déficit significativo na receita da usina. Assim, Cardoso (2001) e Nogueira & Venturini-Filho (2005) apontam em seus estudos que a baixa 132 extração da moenda é resultante da maneira errônea de regulagem, preparo e alimentação da cana-de-açúcar. Isto ocorre porque, um segundo objetivo da moagem é a produção de fibra oriunda do bagaço final com um menor teor de umidade e de acordo com Pereira (2006) o bagaço final do processo de moagem convencional proporciona uma queima rápida e eficiente, adequando-se perfeitamente à linha de produção existente. Atualmente para a otimização do processo de cogeração de energia, muitas usinas têm aperfeiçoado o sistema de moagem, onde há a substituição das turbinas a vapor (que recebem o vapor da caldeira e alimentam um gerador produzindo energia elétrica em média tensão) por motores elétricos, com o intuito de aumentar tal índice (QUEIROZ & PASCHOARELI-JUNIOR, 2008). Contudo, Aguiar (2006) declara que as vendas das moendas continuam em larga escala nas modernas usinas e que somente uma antepôs ao difusor. 

Difusor 

A difusão pode ser explicada como o fenômeno pelo qual duas soluções de diferentes concentrações separadas por uma membrana semipermeável ou porosa, que após um intervalo de tempo se misturam até atingir o equilíbrio. As células de cana imersas na água atuam como membranas semipermeáveis e a sacarose é extraída pelo escoamento do fluído, por meio de um leito poroso da cana desfibrada (INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS - IPT, 1990). Segundo Cavalcanti (2005) o princípio do trabalho do difusor, leva consigo uma característica inalterável – pois, é dependente da ação da gravidade para realizar a embebição, que atravessa o colchão de cana desfibrada, podendo ocasionar restrições quanto à sua altura; os “padrões” de velocidade e rendimento. Anselmi (2003) aponta para o uso preferencial do difusor, em razão de o mesmo ostentar a redução do processo pelo embuchamento, pela sequência das operações serem ordenadas por um sistema automatizado, favorecendo a extração completa do caldo. 

Moenda X Difusor 

Canas cultivadas em vinhaça, com baixo teor de fibra quando processadas no difusor têm eficiência inferior na obtenção de açúcar e fibra para a cogeração, em relação à moenda (CAVALCANTI, 2005). Em um estudo comparativo, Biagi (2005) afirma que em termos de balanço energético, o difusor se sobressai à moenda, conferindo o Pol% do bagaço oriundo do difusor entre 0,7% a 1% contra 1,6% a 2,3% das práticas convencionais existentes. Apresenta ainda, uma economia inicial de sua completa instalação em torno de 10% a 15% e auxilia na qualidade do açúcar, pois, o colchão de bagaço, onde o caldo percorre, funciona como um “filtro” das impurezas presentes no caldo. Attuch (2007) também afirma que, a extração e o rendimento dos difusores são mais oportunos, uma vez que, com o emprego destes obtém-se um aumento de 3% a 4% no rendimento, comparado ao método tradicional de moagem, e ainda, requer menos manutenção. No campo energético os difusores também apresentam vantagens em cotejo à moenda, pois, eles geram 60 MW. A empresa Uni-Systems, Sertãozinho - SP, desenvolveu um projeto de engenharia para 18 difusores comercializados no Brasil e 2 no exterior, onde o equipamento recebeu algumas modificações responsáveis pela redução em 15% de seu preço final, já que houve uma substituição do eixo pesado e de material fundido que aciona o difusor, por um eixo com chapa (com custo 50% inferior), possibilitando a diminuição do valor do produto. Isto proporcionou diretamente uma redução do valor em 10% comparado à moenda de seis ternos (ANSELMI, 2007). O difusor utiliza cerca de 3% da energia mecânica total necessária em um tandem convencional de moendas de seis ternos acionados por turbinas de simples estágio. Partindo de uma espécie de cana com 12,5% de fibra, essa economia representa um ganho de aproximadamente 10 MW por cada 1.000 ton. de cana processada pelo difusor. Neste contexto, o difusor pode apresentar uma 134 redução em aproximadamente 70% os custos com as linhas de vapor vivo e condensados necessárias em um tandem de moendas; demanda 40% menos de capacidade instalada para aquecimento, clarificação de caldo e filtragem de lodo; na manutenção, necessita entre 35 e 40% o valor de uma moenda de mesma capacidade (SERMATEC, 2011). Diante do exposto, este trabalho focou no levantamento de pesquisas e trabalhos científicos que abordaram a aplicação dos equipamentos atualmente utilizados na indústria sucroalcooleira para extração de caldo. Foi realizada uma abordagem crítica comparando as tecnologias apresentadas, confrontando os estudos já realizados. 


Discussão 

Moagem e difusão são dois processos de extração do caldo, sendo apenas distinto o modo de como este processo é realizado. Na moagem, o caldo é extraído por pressão e lavagens constantes (embebição), ao passo que na difusão a extração é por osmose, como detalhado por BURGI (1995) e IPT (1990). Além do objetivo comum, o preparo da cana é semelhante em ambos, variando somente a massa dos martelos utilizados para desfibrar a gramínea. No entanto, os dois processos apresentam vantagens e desvantagens. Os difusores possuem maior capacidade de extração e o caldo extraído é parcialmente limpo, reduzindo maiores investimentos no processo. Todavia, o bagaço obtido não se torna muito interessante para a geração de energia por meio da queima em caldeiras, devido aos altos graus de impurezas e umidade. Já o bagaço proveniente dos ternos de moenda permite combustão rápida, favorecendo-na (PEREIRA, 2006). 

Porém, quando se trata de acúmulo de Pol% em bagaço, a moagem é menos favorecida, pois, este bagaço retém teores de Pol muito superiores comparados ao oriundo do difusor, em torno de 2% contra < 1% do difusor, como aponta BIAGI (2005). Portanto, verifica-se que o caldo do difusor é mais rico em sacarose. 135 Tratando-se do balanço energético, o difusor é beneficiado, uma vez que ele produz mais energia do que consome, enquanto a moenda consome o que produz. Alguns fatores podem impossibilitar a eficiência total do difusor, como a matéria-prima. A cana processada deve possuir alto teor fibroso e o índice de preparo tem de ser muito alto para que as células tenham o maior índice possível de ruptura. Ou seja, se a matéria-prima for de baixa qualidade todo o processo de extração por difusão estará comprometido, logo, a moagem não é prejudicada por tais condições, corrobora PROCKNOR (2004). Outro fator é a aceleração gravitacional. Isso requer um maior cuidado no planejamento de ações, já que é necessário manter-se uma velocidade fixa para que a altura do colchão seja única e a embebição, adequada, como demonstrou CAVALCANTI (2005). 

No quesito financeiro, o difusor apresenta vantagens nos custos de aquisição e de manutenção; embora isso não signifique que a moenda não tenha perspectivas interessantes. Ao almejar uma eficiência maximizada, pode-se adicionar mais ternos de moenda, de acordo com a necessidade do processo, aonde, normalmente as moendas de 4 ternos chegam até 6 ternos, como sugerido por CAVALCANTI (2005). Para que os níveis de extração da moenda permaneçam próximos ao do difusor é preciso apenas regulagem, preparo de cana e alimentação adequadas, o que nem sempre acontece. 

As moendas atualmente são mais utilizadas para extração, mas essa realidade tende a mudar com a adesão do difusor por novas usinas e usinas que estão se reestruturando. Hoje as usinas estão diminuindo os investimentos em manutenção, em razão de serem construídas cada vez mais distantes dos grandes centros, elas estão optando por difusores, como ilustra ANSELMI (2010). Na Tabela 1 são apresentadas as características de cada processo de acordo com as categorias analisadas.



Fonte









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