9/19/2022

DESENVOLVIMENTO PUBERAL

I. EMBRIOLOGIA 
II. DESENVOLVIMENTO PUBERAL  

Relembrando: Embriologia do sistema genital

A formação de um novo ser através de ovo (zigoto) e um embrião sempre nos fascinou, até hoje constitui um grande mistério para a maioria da população sem um grande conhecimento sistemático sobre embriologia. 

Sempre houve grande interesse a respeito e grandes mentes da humanidade em diferentes momentos da história demonstraram curiosidade em saber de sua origem, tanto da nossa própria espécie, de outras espécies relacionadas, bem como do processo formador do indivíduo.

Desde os tempos remotos, o desenvolvimento dos seres vivos tem sido um importante foco da ciência e, através de toda a história humana, os indivíduos têm sido estimulados a procurar as causas desse acontecimento tão especial e, ao mesmo tempo, tão comum (Modif. Nazari e Müller, 2011). 

A maioria dos termos usados na ciência da embriologia origina-se do latim ou do grego. A compreensão da origem dos termos colabora, com frequência, para a sua memorização e consequentemente para a interpretação dos eventos do desenvolvimento. 
O termo embrioblasto é um bom exemplo disso, pois o prefixo embryo significa embrião, e o sufixo blasto, βλαστός significa célula jovem, broto. De embrion, ἔμβρυον, embryon,  jovem, a qual é o neutro de ἔμβρυος, embryos, literalmente: crescendo em, de ἐν,  en, in, em, dentro, mais βρύω, bryō, inchar, estar cheio.

Outro exemplo é a palavra zigoto, a qual deriva do grego antigo zygotós, ζυγωτός, zygōtós, que significa união, unido, atrelado, indicando que o espermatozoide e o ovócito secundário se uniram para formar uma nova célula, o zigoto ou ovo. 

O nome (substantivo) blastocisto vem do grego: βλαστός, blastós, um broto, e κύστις, kystis, bexiga, cápsula + cele, de: κοῖλος, koîlos,  oco. 
Nos animais não humanos, esta é uma estrutura que consiste em uma bola (esfera) indiferenciada de células com uma cavidade (blastocele) interna  e é chamada de blástula (Modif. Nazari e Müller, 2011).

Sempre existiu uma grande curiosidade sobre como se formam e como se desenvolvem os animais e consequentemente o homem. 

Com o advento do patriarcado, ainda na idade do bronze, o homem reivindicou o papel de criador e limitou à mulher as funções de carregar e nutrir a semente viva. 

O médico grego Hipócrates (cerca de 460-377 a.C.) reconheceu duas espécies de sêmens: um fraco ou feminino e outro forte, masculino.
 
O filósofo grego, Aristóteles de Estagira, nascido na cidade de Estagira na Archaia Kalcídica, (Αριστοτέλης Σταγείρων, c. 384-322 a.C.) imaginou que o feto era produzido pelo encontro do esperma com o sangue menstrual. A mulher fornecia apenas uma matéria passiva, enquanto o princípio masculino era força, atividade, movimento, vida. Todavia, ele foi além, até onde sabemos, foi o primeiro a se interessar por esse assunto e a refletir, buscando informações sobre essa matéria. Mas ele não apenas refletiu, ele anotou suas conclusões, e as ensinou a seus alunos e estes relatos, em livros chegaram até nós.

Assim, Aristóteles é reconhecidamente um dos “pais da Embriologia”, pois era um observador perspicaz dos seres vivos no seu meio e, quando não podia observá-los, interrogava os pescadores, caçadores, pastores, criadores de animais sobre o assunto e a partir disso fazia então seus relatos. Através de suas observações, foram reconhecidas pela primeira vez as mudanças que ocorrem diariamente nos ovos embrionados de galinha (Modif. Nazari e Müller, 2011).

Por meio da análise de embriões de galinha Aristóteles, percebeu que o animal adquiriu forma gradualmente e, assim, desenvolveu a Teoria da Epigênese. Essa teoria consistia na ideia de que o organismo não estava formado no ovo fertilizado, e sim crescia progressivamente a partir de modificações que aconteceram gradualmente durante o desenvolvimento do embrião. 
As ideias e hipóteses de Aristóteles sobre a geração e hereditariedade chegaram até nós nas obras, Historia Animalium, História dos Animais, De Partibus Animalium, Partes dos Animais e De Generatione et Corruptione, Da Geração e Corrupção (Singer, 1996, Costa e Magalhães, 2022).

Para Aristóteles, os primeiros sinais de desenvolvimento seriam perceptíveis ao terceiro dia, após a postura do ovo pela galinha, quando o coração se tornava visível “como um ponto palpitante de sangue”. Para Aristóteles, o coração seria a sede da inteligência, o primeiro órgão a aparecer e o último a morrer. (Singer, 1996). Ou seja, ele considerava que os órgãos mais importantes apareceriam antes de outros. Aristóteles acreditava também que todos os corpos eram compostos de matéria e forma, a primeira funcionando como princípio passivo, e que seria a substância de que alguma coisa é feita, e a segunda, como princípio ativo, ou seja, a essência. Tais considerações estendiam-se no que diz respeito à natureza da procriação. Neste caso, Aristóteles concluiu que a substância material do embrião era contribuição da fêmea, mas esta seria apenas um material passivo no qual cresce o embrião, moldável como uma argila. O macho contribuiria de forma essencial com o princípio da vida, dando a alma (psyché), sendo esta algo imaterial. A contribuição do macho seria a forma e o princípio vital, ou causa primeira, portanto, teoricamente não seria necessário passar algum material de geração para a fêmea. Mesmo que algo material acabasse passando, isto era apenas o que ele chamava de material acidental e não essencial (Aristóteles, sec. IV. a. C). A respeito da natureza da vida, Aristóteles acreditava que a diferença entre matéria viva e não viva não dependeria da constituição material, e sim da presença ou ausência da alma, psyché, como já citado acima, que daria a forma ou existência real a todos os seres vivos. Quanto ao princípio de organização da vida, ele distinguia três ordens ou tipos: a “vegetativa” ou “nutritiva”, pertencente a plantas, animais e aos humanos; a “reprodutiva” (animal ou sensitiva), associada aos animais, incluindo o ser humano; e a “alma racional ou intelectual”, exclusiva do homem. Vale ressaltar que Aristóteles era um vitalista, isto é, acreditava que os organismos vivos eram fundamentalmente diferentes dos objetos inanimados por conterem algum elemento metafísico ou por serem governados por diferentes princípios, ou seja, como a “força vital”, que possuiria natureza energética, não material (Costa e Magalhães, 2022).

Esquema das quatro qualidades e dos quatro elementos, com os quatro humores.
(Fonte: SINGER, Charles. Uma breve história da anatomia e fisiologia desde os gregos até Harvey. Campinas: Unicamp, 1996).


Ao longo de toda a Idade Média, o conhecimento científico pouco avançou, seja pela influência da religião na ciência ou mesmo pela dificuldade de observação das estruturas, considerando-se a limitação dos equipamentos de laboratório. 


Da Vinci fez o desenho em corte, mostrado acima, de um casal fazendo sexo, por volta de 1492. O desenho tem uma série de características peculiares. Ele desenhou dois canais distintos dentro do pênis, embora na verdade, hoje sabemos que existe apenas um. Na representação de da Vinci, o canal inferior transporta a urina enquanto o superior transporta o sêmen e se conecta com a coluna vertebral e o cérebro. (O papel dos testículos na reprodução não era muito claro.) A conexão espinhal refletia uma crença grega de que, nas palavras de um escritor antigo, “o esperma é uma gota de cérebro”. 
A mulher transparente de Da Vinci, nesta figura, tem suas próprias esquisitices de design. Para começar, ela não tem ovários, Leonardo optou por não representar os ovários (?). Como se para compensar esse descuido, Leonardo desenhou-a com um tubo misterioso que vai do mamilo ao útero. Esse caminho não existe, exceto na imaginação de da Vinci, mas a ideia era que o leite materno era feito de sangue menstrual refinado e transformado. Esta teoria, inventada pelos gregos, foi uma tentativa de explicar por que as mulheres grávidas e as novas mães não menstruam. Hoje sabemos que a ausência de menstruação é comandada pelos hormônios que regulam o ciclo menstrual.

Especialmente nos primeiros anos da anatomia, antes a invenção dos microscópios, os enigmas sexuais  estavam quase fora de alcance. O esperma e o óvulo, mesmo que você soubesse procurá-los, estavam escondidos e evasivos. O óvulo humano, embora seja a maior célula do corpo, tem apenas o tamanho do ponto final desta frase. Os espermatozóides, por outro lado, são os menores, muito pequenos para serem vistos a olho nu. Um óvulo humano supera o espermatozóide que o fertiliza em um milhão para um, a diferença estaria próximo a um peru de Ação de Graças quando comparado com uma mosca doméstica (Dolnik, 2017).

A invenção do microscópio, embora atribuída a Galileu, foi na verdade fruto do aperfeiçoamento realizado pelo naturalista e comerciante de tecidos holandês Antony van Leeuwenhoek, que o utilizou na observação de seres vivos. 

Dotado de apenas uma lente de vidro, o microscópio primitivo inventado pelo pesquisador permitia aumento de percepção visual de até 300 vezes e com razoável nitidez. E tudo aquilo que se encontrava invisível aos olhos tornou-se visível o suficiente para que fosse pesquisado. 

Este primitivo microscópio foi construído em 1674 e com ele conseguiu-se observar bactérias de 1 a 2 micra (medida equivalente a um milésimo de milímetro). Com este simples instrumento, o naturalista estudou os glóbulos vermelhos do sangue, constatou a existência dos espermatozóides humanos e de outros animais e desvendou também o mundo dos microrganismos que viviam em poças d'água e lagos. 

Anos mais tarde o microscópio primitivo de Leeuwenhoek foi aprimorado por Robert Hooke, ganhando mais uma lente e a possibilidade de ampliação de imagem ainda maior. As primeiras observações de Hooke e os estudos de Antony van Leeuwenhoek levaram à descoberta das células. 

Porém somente em 1839, com o botânico Matthias Jacob Schleiden (1804-1841) e o zoólogo e fisiologista Theodor Schwann (1810-1882), ambos da Alemanha, a célula foi reconhecida como unidade fundamental da vida, nascendo assim a Teoria celular (jbpml, 2009).

Antoni van Leeuwenhoek (24 Oct 1632 - 26 Aug 1723)

Microscópio

Com este microscópio simples, inventado em 1674, Antony van Leeuwenhoek estudou os glóbulos vermelhos do sangue e constatou a existência dos espermatozóides.

Uso do microscópio de Leeuwenhoek (rce, 2013)

Microscópio que possibilitou Leeuwenhoek ver os "animálculos"

Os microscópios realmente revelaram novos mundos, mas por mais de um século eles serviram apenas para enviar cientistas correndo por becos sem saída. 

O maior de todos os investigadores microscópicos foi um comerciante de tecidos holandês chamado Antony van Leeuwenhoek. A partir de 1674, ele observou pequenas criaturas vivas em gotas de água de lagoa, no sangue humano, em raspas de seus dentes. De fato, em todos os lugares que olhava havia vida. Ninguém jamais suspeitara de tais micromundos. A ideia não fazia sentido, pois implicava que Deus havia esbanjado cuidado infinito com criaturas destinadas a nunca serem vistas.

Em uma noite de outono em 1677, Leeuwenhoek e sua esposa fizeram amor. Ele saltou da cama “imediatamente após a ejaculação, antes que seis batidas do pulso tivessem intervindo” e correu para o microscópio com uma amostra de sêmen. Ali Leeuwenhoek viu “um número tão grande de animálculos vivos que às vezes mais de mil se moviam em uma quantidade de material do tamanho de um grão de areia”. Emocionado, ele escreveu uma carta para a Royal Society. Ele não disse se a Sra. Leeuwenhoek compartilhava de sua alegria (Dolnik, 2017).

https://youtu.be/98Ra2q1ZqUU

Leeuwenhoek, que estava tentando elucidar o segredo da vida, desconsiderou que essas criaturas tivessem algum papel na reprodução. Em vez disso jogou fora essa pista fumegante. Ele decidiu, depois de muito refletir, que havia cometido algum erro. Esses minúsculos nadadores pareciam estar correndo para algum destino importante, mas na verdade não tinham nada a ver com procriação. Em vez disso, Leeuwenhoek decidiu: ele havia encontrado micro-animais que por acaso viviam no sêmen. Afinal, hordas de criaturas microscópicas pareciam estar vivendo em todos os lugares que ele olhava, na água, na seiva das árvores, nos dentes, entre os dedos dos pés. Por que o sêmen não deveria ter criaturas próprias? (Dolnik, 2017).


Esquemas desenhados por Leeuwenhoek

No século XVII a ciência fez consideráveis progressos devido a um novo olhar dos sábios perante a investigação científica e ao aperfeiçoamento dos meios técnicos de investigação, como a invenção do microscópio. Porém, nesse período era ignorado o papel dos ovários e desconhecidos os espermatozoides e a fecundação. 

Acreditava-se na existência de uma semente-fêmea, que, misturada ao esperma no útero materno, originaria um composto de onde provinha o feto. Essa ideia ficou conhecida como a Teoria da Semente Dupla.

Na segunda metade do século XVII, surge a Teoria do Ovismo, ou do Sistema de Ovos, em que o ovo era o elemento reprodutor e a participação do macho ocorria através da emissão de um vapor do esperma, chamado de aura seminalis.

• William Harvey (1651): na obra "De generatione animalium" estudou o desenvolvimento do ovo de galinha e a formação inicial do feto dos mamíferos. Sacrificava fêmeas após o acasalamento e dissecava o aparelho reprodutor para a observação do feto. William Harvey publicou “Estudos da Geração Animal” (1651), que contém a famosa conclusão de que todo ser vivo provém de um ovo. A "omne vivum ex ovo", ou "Ex ovo omnia", foi confirmada dois séculos mais tarde, quando K. E. von Baer descobriu o ovo dos mamíferos, em 1827.

A Harvey também é creditado a primeira pesquisa científica que utilizou animais sistematicamente publicada em 1638, sob o título: Exercitatio anatomica de motu cordis et sanguinis in animalibus. Neste livro, o autor apresentou os resultados obtidos em estudos experimentais sobre a fisiologia da circulação sanguínea realizados em mais de 80 diferentes espécies animais (labnetwork, 2015).

William Harvey, De generatione Animalium, 1651.

William Harvey, De generatione Animalium, 1651 (detalhe).
Uma ilustração da página de título de Exercitationes de Generatione Animalium de William Harvey, 1651, mostrando o Zeus (Júpiter) abrindo ou soltando criaturas de um ovo com as palavras "Ex ovo omnia" ("tudo de um ovo" ou "De um ovo, tudo"). (Domínio público, Dolnik, 2017).

• Nocolas Stenon (1638-1686): demonstrou que os ovos dos mamíferos provinham do ovário, chamado de testículo-fêmea, e se desenvolviam no útero.

• De Graaf (1641-1673): descreveu os folículos ovarianos em mamíferos. Estabeleceu a relação entre ovário–útero com os primeiros estádios do desenvolvimento do embrião.

• No século XVIII, Caspar Fredriech Wolff (1734-1793) também realizou experiências com os embriões de galinha, bem mais aprofundadas que as realizadas no sec. III aC, reafirmando a teoria de Aristóteles de que o corpo de um organismo passa por diversos estágios de desenvolvimento. Apesar de não ter sido o primeiro a chegar a essa conclusão, Wolff foi considerado um dos “Pais da Embriologia”.

Apesar das descobertas acima citadas, somando-se à observação de espermatozoides em vários grupos de vertebrados e invertebrados realizada por Hamm em 1677, ainda prevalecia no meio científico, até o século XVII, a ideia de que existia uma miniatura de embrião no gameta masculino, que era a base da Teoria da Pré-formação. 

Admitia-se que a miniatura do feto aumentava após a penetração do espermatozoide no gameta feminino. 

Os autores atribuíam ao espermatozoide o papel determinante na formação do feto, ou seja, o feto estaria pré-formado dentro do espermatozoide. 

A concepção dessa ideia foi defendida principalmente por Leeuwenhoeck (1677) e Hartsoeker (1694) através da representação do Homunculus. 

Homunculus. A pequena pessoa pré-formada em uma célula do esperma. Uma representação imaginária de como um espermatozóide pode parecer, se puder ser visto claramente. Desenhado por Nicolaus Hartsoeker em Essai de diotropique, 1694.

Lazzaro Spallanzani (1729-1799) fez investigações a respeito do processo de fecundação em rãs e precisou que neste grupo ocorria a fecundação externa e que os ovos retirados do ovário não se desenvolviam espontaneamente. Seu experimento consistia em recolher, no momento do acasalamento das rãs, o que denominava de semente-macho, depositando-a sobre ovos virgens. Este pode ser considerado como um dos estudos primordiais de inseminação artificial (1777).

Em 1677 Leeuwenhoek e Luiz Hamm viram pela primeira vez um espermatozóide e pensaram que ele tinha uma miniatura de humano dentro (homúnculo) que se desenvolvia quando depositado nos órgãos sexuais femininos: o espermatozóide seria a semente, o óvulo (feminino) o terreno de plantação. O óvulo portanto apenas proveria alimentação e um lugar para o novo ser se desnvolver.

Na verdade Leeuwenhoek e Hamm devem ter avistado as organelas do espermatozóide, como o acromossomo (que está na região anterior do espermatozoide seria a cabeça e o corpo o núcleo que esta logo atrás, e realmente, se olharmos com um microscópio óptico, ainda hoje, parece uma miniatura de ser humano, embora não seja

Apesar destas descobertas acima citadas, somando-se à observação de espermatozoides em vários grupos de vertebrados e invertebrados realizada por Hamm em 1677, ainda prevalecia no meio científico, até o século XVII, a ideia de que existia uma miniatura de embrião no gameta masculino, que era a base da Teoria da Pré-formação

Admitia-se que a miniatura do feto aumentava após a penetração do espermatozoide no gameta feminino. Os autores atribuíam ao espermatozoide o papel determinante na formação do feto, ou seja, o feto estaria pré-formado dentro do espermatozoide. 

A concepção dessa ideia foi defendida principalmente por Leeuwenhoeck (1677) e Hartsoeker (1694) através da representação do Homunculus.

O pré-formacionismo ou teoria da pré-formação, é uma teoria antigamente popular de que os animais se desenvolveriam a partir de versões em miniatura de si mesmos. 

Acreditava-se que o esperma continha indivíduos pré-formados completos chamados "animalcules". O desenvolvimento era, portanto, uma questão de ampliar isso em um ser totalmente formado. O termo homúnculo foi usado mais tarde na discussão da concepção e nascimento.

Nicolas Hartsoeker postulou a existência de animálculos no sêmen de humanos e outros animais. Este foi o início da teoria dos espermatozóides, que sustentava que o esperma era de fato um "homenzinho" que era colocado dentro da mulher para crescer em uma criança, uma explicação clara para muitos dos mistérios da concepção. 

Mais tarde, foi apontado que, se o esperma fosse um homúnculo, idêntico em tudo, exceto no tamanho, a um adulto, então o homúnculo poderia ter seu próprio esperma. Isso levou a uma reductio ad absurdum com uma cadeia de homúnculos "até o inicio da criação" chegando até Adão e Eva. No entanto, isso não foi necessariamente considerado pelos espermistas uma objeção fatal, pois explicava nitidamente como foi que "em Adão" todos pecaram: toda a humanidade já estava contida em seus genitais.

A teoria dos espermistas também não conseguiu explicar por que as crianças tendem a se parecer tanto com suas mães quanto com seus pais, embora alguns espermistas acreditassem que o homúnculo em crescimento assimilava as características maternas do útero da mãe.

Foi Lazzaro Spallanzani (1729-1799) fez investigações a respeito do processo de fecundação em rãs e precisou que neste grupo ocorria a fecundação externa e que os ovos retirados do ovário não se desenvolviam espontaneamente. Seu experimento consistia em recolher, no momento do acasalamento das rãs, o que denominava de semente-macho, depositando-a sobre ovos virgens. Este pode ser considerado como um dos estudos primordiais de inseminação artificial (1777).

Os experimentos de Redi

Para começar, o senso comum tinha lá suas "evidências" empíricas, afinal um pedaço de carne deixado ao leu, quando apodrecesse, "geraria" larvas. Essa hipótese, matéria em putrefação gerando uma forma de vida, foi testada sistemática e experimentalmente primeiro por Francesco Redi (1626-1697), que apresentou seus resultados no "Experimentos sobre a geração de insetos", publicado em 1668. 

É um marco da história da ciência. Ele tomou seis jarros divididos em dois grupos de três. No primeiro jarro de cada grupo colocou um objeto qualquer, no segundo, um pedaço de peixe e, no terceiro, um pedaço de vitela. Os jarros do primeiro grupo ficaram descobertos e os do segundo foram cobertos com gaze. 

Após alguns dias, larvas apareceram sobre os conteúdos dos jarros descobertos, onde moscas poderiam pousar, mas não sobre aqueles cobertos por gaze. Em um segundo experimento, três jarros continham carne: um descoberto, o outro coberto com gaze e o outro selado. Após alguns dias, haviam larvas apenas sobre o pedaço de carne descoberto e sobre a gaze do segundo pote, mas essas não sobreviveram (pois não tinham acesso a nutrientes da carne). 

Aqui há evidência das moscas e seus ovos, de onde nascem as larvas, e não de geração espontânea. De fato, a metodologia de Redi era exemplar, introduziu, por exemplo, grupos de controle nos experimentos e os procedimentos inatacáveis. (Schulz, 2020).

Os principais microscopistas desse tempo, continuam lembrados pela História da Ciência: Marcello Malpighi (1628-1694) na Itália, Robert Hooke (1635-1703) na Inglaterra, Jan Swammerdam (1637-1680) e Anton van Leeuwenhoek (1632-1723) na Holanda. 

É o papel de Antoni Van Leeuwenhoek que se destaca nesse conflito em particular. Leeuwenhoek era um cientista amador, mas construiu mais de 500 microscópios durante sua vida, os melhores da época, e observou por primeira vez o que depois veio ser chamado de bactérias e ele chamava de "animálculos". 

Suas observações foram descritas em cerca de 200 cartas enviadas ao editor da Philophophcal Transactions of Royal Society, sendo que mais de 100 foram publicadas (depois de traduzidas do holandês pelo editor em pessoa, pois o mestre armarinho de Delft não sabia inglês, nem latim) (Schulz, 2020). 

Leeuwenhoek era um ferrenho opositor da geração espontânea, convicção dada pelas suas observações dos minúsculos seres, invisíveis a olho nu, mas que possuíam uma "perfeição" como a de animais e plantas superiores. E por isso, talvez, ele foi duramente criticado em um longo trabalho assinado por Turbervill Needham (1713-1781), publicado em 1748, 25 anos após a morte do holandês considerado o pai da microbiologia (Schulz, 2020).

Needham, cujo nome completo contempla era John Turbervill Needham, conduziu experimentos à maneira de Francesco Redi, mas em vez das larvas entram os microrganismos identificados por Leeuwenhoek, que, importante complementar, percebeu também que os animálculos morrem com o calor. 

Needham ferveu então caldo de carne em frascos, que depois de selados revelaram culturas de microrganismos. Conclusão: existiria uma "força vital" que geraria nova vida espontaneamente no caldo de carne esterilizado previamente. 

Mas os experimentos não convenceram a Lazzaro Spallanzani (1729-1799), que criticou Needham em sua obra intulada: Saggio di osservazioni Microscopiche sul Sistema della Generazione de' Signori di Needham e Buffon datada de 1665.

O objetivo dos experimentos de Spallanzani era derrubar as ideias de John Needham, que através de seus experimentos havia "comprovado" que a vida poderia surgir espontaneamente de um caldo nutritivo, colocado em um recipiente vedado e aquecido até sua fervura (Schulz, 2020). 

O problema do experimento de Needham eram os recipientes, que não foram bem vedados, permitindo a entrada de microrganismos e a contaminação do caldo nutritivo, e uma fervura branda, que possivelmente não chegava a matar todos os microrganismos que já estavam no caldo nutritivo. 

Spallanzani ferveu o caldo por mais tempo e assim esterilizou-o adequadamente, matando todos os micróbios lá dentro, e vedou os frascos de forma a impossibilitar a entrada de micróbios do ar (Schulz, 2020). 

Needham retrucou que tanta ferveção acabaria com a "força vital", impossibilitando a geração espontânea. E assim, a controvérsia seguia, um século após os experimentos de Francesco Redi. 


Em outubro de 1859, o médico e naturalista Félix Archimède Pouchet (1800-1872) publica o livro chamado: Heterogênese, no qual novamente defende a geração espontânea (Schulz, 2020).

Admitia que todos os seres vivos vêm de ovos, mas que alguns ovos apareceriam por geração espontânea. Seus experimentos eram uma variação de anteriores, mas os resultados estavam em contradição em relação a incríveis avanços científicos da primeira metade do século XIX (Schulz, 2020). 

Em janeiro de 1860 a Academia de Ciências da França anunciou um prêmio para experimentos "que jogassem nova luz sobre a questão da geração espontânea". 

A comissão nomeada demandava experimentos precisos e rigorosos que levassem em conta todas as circunstâncias relevantes. Entre fevereiro de 1860 e janeiro de 1861, Louis Pasteur (1822-1895), então com 37 anos, apresentou cinco trabalhos curtos com seus resultados sobre o tema descrevendo seus próprios experimentos, que contradiziam os de Pouchet. Até aí seria apenas mais um capítulo de um debate científico. Os experimentos de Pouchet eram questionáveis, mas os de Pasteur, também, por serem uma variação dos experimentos de Spallanzani, embora com uma inovação engenhosa. Assim, os experimentos de Pasteur não seriam totalmente livres de objeções do ponto de vista dos "espontaneístas" (Schulz, 2020).

Pouchet questionou os membros da comissão, afirmando que estes já estariam predispostos contra a geração espontânea. Outra comissão acabou sendo criada para resolver os impasses, enquanto Pasteur e Pouchet anunciavam novos resultados, com acusações mútuas de que o oponente não estaria levando em conta as claras evidências dos experimentos. 

Em 1865 a segunda comissão anunciou que Pasteur estava correto. A controvérsia, no entanto, não parou, cruzou o Canal da Mancha na década seguinte, de um lado o biólogo Thomas Henry Huxley (1825-1895) junto ao físico John Tyndall (1820-1893) e do outro o médico Henry Charlton Bastian (1837-1915) um defensor da geração espontânea (Schulz, 2020). 

John Tyndall, nessa contenda, aprimorou os experimentos de Pasteur, confirmando seus resultados. Thomas Huxley dedica seu primeiro discurso de presidente eleito da Associação Britânica para o Progresso da Ciência ao tema, introduzindo primeiro o seu dever de proclamar "quais importantes fortalezas do grande inimigo de todos nós, a ignorância, foram capturadas recentemente...".


O experimento de Louis Pasteur (indagação).


John Tyndall, o frontispício do livro de Charlton Bastian defendendo a geração espontânea e Thomas Huxley (Schulz, 2020).

A ideia da geração espontânea foi refutada inúmeras vezes cientificamente e, por fim, derrotada politicamente, tanto pela "direita" em um país, quanto pela "esquerda em outro pais (Schulz, 2020).

Atualmente não se aceita que os seres vivos que conhecemos, nem os maiores, nem os menores, sejam produzidos espontaneamente. Acredita-se que todos os animais e plantas nascem a partir de outros seres vivos semelhantes. Mas... e os primeiros seres vivos, de onde surgiram? Aqueles que aceitam uma visão religiosa sobre a origem da vida acreditam que Deus criou os primeiros animais e plantas, ou seja, eles não foram produzidos por processos da natureza e sim de uma forma sobrenatural. No entanto, as ciências naturais procuram explicar aquilo que conhecemos por teorias e hipóteses não religiosas, assumindo apenas a existência dos processos naturais. Será que as forças da natureza, sem auxílio sobrenatural, poderiam produzir os primeiros animais e plantas? 

O padre italiano Lazzaro Spallanzani também provou em 1775 que eram necessários um espermatozóide e um óvulo para haver reprodução humana (na natureza) na qual o esperma era o fator fecundante, jogando por terra as teorias dos animalculistas.

O sistema genital de acordo com a origem embrionária pode ser dividido em 3 partes:

I. Órgãos sexuais primários

Ovários e Testículos
Derivam da crista genital


II. Sistema genital tubular

Tubas uterinas, útero, cérvix, vagina anterior nas fêmeas (derivados dos ductos
paramesonéfricos)

Ductos eferentes, deferentes e seminíferos nos machos (derivados dos ductos
mesonéfricos)


III. Genitália externa

Derivados do seio urogenital, pregas urogenitais e tubérculo genital, são eles
Vulva, vestíbulo, vagina posterior, glândulas vestibulares maiores (Bartholin) e clitóris nas fêmeas. 
Pênis e bolsa escrotal nos machos.

DIFERENCIAÇÃO DAS ESTRUTURAS TUBULARES

(Embriologia do sistema genital. Morais, I.A. s/d).

A di-hidrotestosterona (DHT), ou 5a-dihidrotestosterona (5a-DHT), também conhecida como androstanolona ou estanolona, é um esteroide sexual, androgênico e um hormônio endógeno. 
Androsterona
O DHT é biologicamente importante para a diferenciação sexual dos genitais masculinos durante a embriogênese, a maturação do pênis e o escroto na puberdade, o crescimento do cabelo facial, corporal e púbico, a produção de sebo e o desenvolvimento/manutenção da próstata. É produzido a partir da testosterona.

A enzima 5-alfarredutase catalisa a formação de DHT a partir da testosterona em certos tecidos, incluindo a glândula prostática, pele, folículos pilosos, fígado e cérebro. Esta enzima media a redução da ligação dupla C4-5 da testosterona. Em relação à testosterona, a DHT é consideravelmente mais potente como agonista do receptor androgênico (RA). Apresentou forte potência em relação à testosterona quanto ao desenvolvimento dos tecidos musculares e síntese de aminoácidos. DHT é sintetizado a partir de testosterona pela enzima 5-alfarredutase. Isso ocorre em vários tecidos, incluindo os órgãos genitais (pênis, escroto, clitóris, lábios majorais), glândula prostática, pele, folículos pilosos, fígado e cérebro. Cerca de 5 a 7% de testosterona sofre a conversão em DHT por causa da ação da enzima 5-alfarredutase, e aproximadamente 200 a 300 μg de DHT é sintetizado no corpo por dia. A maioria do DHT é produzida em tecidos periféricos como a pele e o fígado, enquanto a maioria dos DHTs circulantes se originou especificamente no fígado. Os testículos e próstata contribuem relativamente pouco para as concentrações de DHT em circulação. (WP)

As estruturas genitais masculinas e femininas são idênticas no início do desenvolvimento embrionário humano (até a 7ª semana), ou seja, são indiferenciadas. Tanto o embrião masculino como o feminino possuem uma genitália que lembra à feminina. Há uma espécie de clitóris e lábios vaginais embrionários. Nas mulheres eles se desenvolverão nos lábios vaginais e clitóris diferenciados. Mas no embrião masculino, a produção de um hormônio sexual masculino, a testosterona, induzirá uma diferenciação durante o desenvolvimento embrionário. 
A testosterona induzirá a diferenciação do clitóris embrionário em um pênis e a diferenciação dos lábios vaginais na bolsa escrotal. Portanto, o que foi dado de diferente para o homem foi à testosterona, que é responsável pelo desenvolvimento das características sexuais primárias diferentes nos sexos masculino e feminino.
Observe a correspondência da origem embrionária entre os lábios vaginais e a bolsa escrotal, bem como entre o clitóris e o pênis.


Genitais femininos e masculinos

Como você já deve saber, a adolescência é uma fase de constantes mudanças, tanto corporais quanto psicológicas. Isso porque, durante a infância, a criança ainda tem anos para se adaptar às mudanças corporais. Já na adolescência, essas mudanças ocorrem de modo brusco e, em pouco mais de 2 anos, os aspectos corporais já se encontram totalmente modificados. Assim, quando se fala nas mudanças biológicas que ocorrem nessa fase da vida, dá-se o nome de puberdade.

A puberdade, portanto, vai ser caracterizada pelo amadurecimento dos caracteres sexuais primários (genitais e gonadais), pelo surgimento e amadurecimento dos caracteres sexuais secundários (mamas, pelos pubianos e axilares) e pelo famoso estirão de crescimento. Sabendo disso, pode-se dizer, então, que o objetivo da puberdade é a obtenção da maturidade sexual.
Fisiologia da puberdade

Sabe-se que a puberdade tem início com a atividade do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal, que tem sua função iniciada logo durante a vida fetal, fica inativado na infância e é reativado com o início da puberdade. Assim, o hipotálamo produz o GnRH, que é o fator liberador de gonadotrofinas (Gonadotopin releasing hormone), e tem uma liberação pulsátil e contínua. Já a hipófise, estimulada pela secreção do GnRH, produz as gonadotrofinas FSH e LH, também de modo pulsátil, que, por sua vez, agem sobre os ovários, nas meninas, levando, consequentemente, à maturação do epitélio germinativo e à secreção dos esteroides sexuais enquanto nos meninos, agem nos testículos, onde o LH vai estimular a secreção de testosterona e o FSH vai estimular a espermatogênese, determinando, assim, o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários.


Vários fatores podem influenciar o início da puberdade, como a localização geográfica e a exposição à luz, visto que a puberdade tende a acontecer mais cedo em locais de baixa altitude e próximo à linha do Equador
Além disso, condições de saúde e condições nutricionais melhores parecem estar associados à queda na idade média da ocorrência da menarca. A relação da gordura corporal com o início da puberdade também é bastante considerada. Sabe-se, por exemplo, que meninas com obesidade menstruam mais precocemente do que aquelas que possuem anorexia ou que as atletas de baixo percentual de massa gordurosa. Isso pode estar ligado à ação da leptina, peptídeo secretado pelos adipócitos, que age sobre o sistema nervoso central (SNC), regulando o comportamento alimentar e o consumo de energia e sinalizando ao hipotálamo a quantidade de tecido adiposo disponível e o peso corporal. Assim, quanto mais elevados os níveis de leptina, mais precoce é o início da puberdade.
Apesar de todos esses fatores influenciarem o início da puberdade, sabe-se que o componente genético é o mais determinante.

Abaixo temos uma imagem da regulação por feedback do eixo hipotálamo-hipófise-gonadas nas meninas e nos meninos.




Alterações físicas na puberdade fisiológica

Didaticamente, considera-se que a puberdade é caracterizada pelos seguintes eventos:

Crescimento esquelético linear
Alteração da forma e composição corporal
Desenvolvimento de órgãos e sistemas
Desenvolvimento das gônadas e dos caracteres sexuais secundários

Crescimento esquelético: também conhecido como estirão puberal, o adolescente, nessa fase, apresenta grande aquisição pôndero-estatural, chegando a ganhar 20% de sua estatura final em um período de 24 a 36 meses e cerca de 50% do seu peso adulto. O crescimento dos membros inferiores tende a ocorrer primeiro, seguindo uma direção distal-proximal (ou seja, primeiro pés e mãos, seguido de pernas e membros superiores), o que confere um aspecto desproporcional ao corpo do adolescente, que volta a se mostrar proporcional com o crescimento do tronco, que é a região que mais cresce nessa fase.

Há uma alteração na fase de ocorrência desse estirão quando se trata do gênero, visto que, nos meninos, esse incremento estatural ocorre entre os 10 e 16 anos, com a velocidade máxima de crescimento acontecendo entre os 13 e 14 anos, podendo alcançar cerca de 10 cm por ano. Já nas meninas, o estirão tem início entre os 9 e 14 anos, com a velocidade máxima ocorrendo entre os 11 e 12 anos, podendo atingir cerca de 8 a 9 cm por ano. Após isso, há uma desaceleração do ganho estatural e a parada do crescimento, para os meninos ocorrendo entre os 17 e 18 anos, e, para as meninas, entre os 15 e 16 anos.

Você já deve ter observado que muitos adolescentes têm gestos ou caminhar um tanto desajeitado. Isso ocorre porque eles levam um tempo para ajustar-se às mudanças físicas, que ocorrem no sentido distal-proximal: inicialmente, aumentam os pés e as mãos; em seguida, os braços e pernas; e, por último, o tronco, segmentos que param de crescer na mesma ordem. O crescimento do tronco contribui com o maior contingente do ganho estatural.

O ganho ponderal (peso em quilogramas adicionados à massa corporal, geralmente como resultado da alimentação em excesso ou da falta de atividades físicas) deve-se ao aumento em gordura, em tecido muscular e ósseo. No sexo feminino, decorre principalmente da deposição de gordura por ação estrogênica, ocorrendo cerca de seis meses após o PVC (pico de velocidade de crescimento). Nos meninos, o maior ganho de peso resulta principalmente do aumento da massa muscular, por ação da testosterona, e geralmente coincide com o PVC, levando à falsa impressão de magreza.

(Fonte: Fernandes, 2015)

É importante pontuar que, pelo fato da estatura ser influenciada por fatores genéticos, há um cálculo para se avaliar a faixa de estatura final do adolescente, com base na herança genética dos pais. Assim, calcula-se o alvo genético com a seguinte fórmula:


Masculino (escudo e lança de Marte ou Ares) e feminino (espelho de Vênus ou Afrodite).
O espelho de Vênus (♀) e o escudo de Marte (♂) são símbolos criados pela alquimia e que fazem alusão aos deuses da Roma antiga. Na mitologia romana, Vênus era a deusa do amor (Afrodite para os gregos), associada com harmonia, beleza e empatia, enquanto Marte (Ares para os gregos) era o deus da guerra, associado com agressão, com força e impulsividade.
(Fonte: WP, WP)

Alteração da forma e composição corporal

Na puberdade ocorre o dimorfismo sexual, ou seja, são estabelecidas as diferentes formas corporais femininas e masculinas, que resulta do desenvolvimento esquelético, muscular, do tecido adiposo, entre outros. Nas meninas, por exemplo, o depósito de gordura ocorre mais na região das mamas e dos quadris, o que define a forma do corpo feminino, diferente dos meninos, que possuem um crescimento do diâmetro biacromial (ou seja, entre os ombros), associada ao desenvolvimento muscular na região da cintura escapular, caracterizando o corpo masculino.

Desenvolvimento de órgãos e sistemas 

Todos os órgãos e sistemas do corpo humano se desenvolvem durante a puberdade, excetuando o tecido linfóide, que apresenta involução progressiva a partir da adolescência, e o tecido nervoso, que já possui praticamente todo o seu crescimento estabelecido. 

Um ponto a ser analisado é o aumento da capacidade física, bastante observada nos meninos durante a puberdade, que resulta do desenvolvimento do sistema cardiorrespiratório, do aumento da eritropoiese e do aumento da massa muscular, da força e da resistência física.

Desenvolvimento das gônadas e dos caracteres sexuais secundários: essas modificações decorrem do mecanismo neuroendócrino e das influências de fatores ambientais e, principalmente, genéticos. Um marco de influência neuroendócrina importante é a adrenarca, que corresponde ao aumento da secreção dos andrógenos suprarrenais (androstenediona), desidroepiandrosterona (DHEA) e sulfato de desidroepiandrosterona (SDHEA), ocorrendo anos antes da puberdade e que atingem concentrações máximas no fim da mesma. 
Esses andrógenos são responsáveis pelo odor axilar, pelo aparecimento dos pelos pubianos e axilares e pelo aumento da atividade das glândulas sebáceas no rosto, o que pode provocar acne.

Além disso, é importante considerar que a sequência de eventos na puberdade segue um padrão. 

Enquanto, nas meninas, a telarca (aparecimento do broto mamário) é o primeiro sinal de puberdade, seguida da pubarca (aparecimento dos pelos pubianos) e, 2 anos depois, da menarca (primeira menstruação), nos meninos o aumento do volume testicular (ao atingir 4 ml) é o primeiro sinal da puberdade, seguida pela pubarca e pelo crescimento peniano.

Principais marcos puberais

Você já deve ter reparado que quando somos crianças, o corpo dos meninos tem bastante semelhança com o corpo das meninas, a diferença que percebemos está nos órgãos genitais (pênis e vagina) apenas. Porém, a medida que chega a adolescência o nosso corpo começa a se transformar, nossa voz vai mudando, os pelos aparecendo, crescemos rapidamente, nossos pensamentos, desejos e sentimentos já não são mais os mesmos e, é claro, estranhamos tudo isso. Mas o que será que está acontecendo? São normais todas essas mudanças? 

Com certeza você já deve ter ouvido falar que o nosso corpo produz substâncias chamadas hormônios. Os hormônios são “mensageiros químicos” que aagem sobre células de tecidos específicos. Os hormônios são substrancias químicas complexas muito importantes que influenciam na transformação do nosso corpo, por exemplo, a Somatotrofina, que é um hormônio responsável pelo crescimento, desenvolvimento de nossas células e que tem a missão de fornecer as proteínas que precisamos. Outro hormônio importante é a Testosterona, produzida nos testículos, responsável em desenvolver nossa massa muscular e o desejo sexual.

Existem muitos outros hormônios, como a prolactina e os andrógenos, presentes tanto no corpo masculino quanto no corpo feminino, em diferentes quantidades, que também são responsáveis pela transformação do corpo da criança, passando pela adolescência até chegar a ser um corpo de adulto.


Hipotálamo e hipófise

hipotálamo e a hipófise, que se localizam no cérebro, dão início à puberdade. O hipotálamo secreta o hormônio liberador de hormônio luteinizanteque estimula a glândula hipófise para secretar o hormônio luteinizante e o hormônio folículo-estimulante. O hormônio luteinizante faz com que os testículos produzam testosterona. (sanarmed)

hormônio folículo-estimulante (mais testosterona) fazem com que os testículos produzam o esperma. A testosterona é responsável pelo desenvolvimento das características sexuais secundárias que são características que não fazem parte do sistema reprodutor, como o crescimento do pelo facial, aumento da secreção das glândulas sebáceas, crescimento da laringe e a mudança na voz.

HIPOTÁLAMO E HIPÓFISE

Localização do hipotálamo e hipófise
O hipotálamo apresenta os sistemas integradores que, através dos sistemas efetores autônomo e endócrino, controlam o equilíbrio de líquidos e eletrólitos, a ingestão de alimentos e o equilíbrio de energia, a reprodução, a termorregulação, as respostas imunológicas e muitas respostas emocionais. A hipófise ou glândula pituitária é um pequeno órgão localizado na cavidade do osso esfenoide, a sela túrcica. Se liga ao hipotálamo, situado na base do cérebro, por um pedículo que representa a ligação entre a hipófise e o sistema nervoso central. A glândula hipófise é uma estrutura ovoide, de tonalidade vermelho-acizentada, contínua com o infundíbulo e que se encontra na fossa hipofisial, ou sela túrcica, do osso esfenoide. É coberta superiormente pelo diafragma da sela, derivado da meninge dura-máter, que apresenta um furo centralmente para a passagem do infundíbulo, além de separar a face superior da hipófise do quiasma óptico. 
Embriologicamente, a adenohipófise se desenvolve de uma evaginação do ectoderma oral (bolsa de Rathke) que reveste a cavidade oral primitiva. O teto da boca primitiva cresce em direção cranial, formando a bolsa de Rathke e uma constrição na base dessa bolsa acaba separando-a da cavidade bucal. Ao mesmo tempo, a parede anterior da bolsa se espessa, diminuindo a cavidade da bolsa a uma pequena fissura. Enquanto isso, a neurohipófise se desenvolve do neuroectoderma, como uma evaginação do diencéfalo. Quase toda a secreção hipofisária é controlada por sinais hormonais e nervosos vindos do hipotálamo. A secreção efetuada pela região posterior da hipófise é controlada por sinais neurais que têm origem no hipotálamo. Por outro lado, a secreção da adenohipófise é controlada por hormônios, chamados hormônios (ou fatores) estimuladores e hormônios (ou fatores) inibidores, secretados pelo hipotálamo e levados para a adenohipófise pelos vasos sanguíneos (sarmed).

Embriologia da hipófise

Em crianças menores de 12 anos, a hipófise atinge altura de até 6 mm e aumenta na puberdade, alcançando o limite máximo da altura de 10 mm, para o gênero feminino, e de 7 mm a 8 mm, para o gênero masculino. Na gestação, a glândula hipofisária também cresce progressivamente, chegando a 10 mm no terceiro trimestre, com superfície superior convexa, com relativo aumento de intensidade de sinal em T1. A altura máxima, de 12 mm, é atingida no pós-parto imediato. Após a primeira semana, a glândula hipofisária retorna de forma rápida ao seu tamanho normal, o que ocorre aparentemente de modo independente do aleitamento materno. Há um alargamento da haste da glândula nesse período, nunca ultrapassando 4 mm de diâmetro transverso (fleury,2020).

Hipotálamo hipófise
A glândula hipófise (glândula hipofisária ou pituitária) esta situada na base do cérebro, ligada ao hipotálamo. É dividida em duas partes. A parte anterior é a adenohipófise e a posterior é a neurohipófise (blogdoenem).





No sexo feminino, os fenômenos pubertários podem iniciar aos 8 anos, ou até mais tardiamente, aos 16 anos, com média entre 11 e 14 anos

Já no sexo masculino, o início pode ocorrer entre os 9 e os 17 anos, com média entre 1214 anos.

A maturação sexual é, portanto, tipificada pelo surgimento dos caracteres sexuais secundários e pode ser avaliada por meio do exame clínico, observando os seguintes itens, alguns já citados:

Telarca: corresponde ao desenvolvimento anatômico das mamas, em resposta aos estrógenos.

Pubarca: corresponde ao aparecimento de pelos na região pubiana, nos grandes lábios, nas meninas, e na bolsa escrotal, nos meninos, podendo atingir a face interna das coxas e o abdome. A pubarca ocorre em resposta aos estrógenos ovarianos e aos andrógenos das suprarrenais.

A telarca (início do desenvolvimento da mama feminina, corriqueiramente avaliado e chamado de “desenvolvimento do broto mamário” ) é seguida de perto pelo aparecimento dos pelos pubianos. Os pelos axilares ocorrem um pouco mais tardiamente, em torno dos 10,4 anos (adolesc).

Embora o aparecimento de pelos pubianos, a pubarca, ocorra junto com a puberdade, ele é devido à atividade adrenal, não relacionada à atividade gonadal. Assim, o aparecimento de pelos pubianos também pode ser chamado de adrenarca.

O desenvolvimento de pêlos nas áreas genital e axilar está sob influência do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA), sendo deidroepiandrosterona (DHEA) e sulfato de deidroepiandrosterona (S-DHEA) os hormônios responsáveis. Os eixos HHA e hipotálamo-hipófise-gonadal (HHG) são relativamente independentes um do outro.

Axilarca: corresponde ao aparecimento de pelos axilares, surgindo, geralmente, em torno de 1 a 2 anos após a pubarca. Nos meninos, coincide com o aparecimento dos pelos faciais.

Menarca: é a primeira menstruação, que ocorre em média aos 12 anos, podendo ocorrer entre os 9 e os 16 anos.

A menarca é fenômeno tardio dentro do desenvolvimento puberal, ocorrendo cerca de dois anos e meio após o aparecimento do broto mamário, em média aos 12,2 anos (há uma tendência secular de diminuição da ocorrência da idade da menarca). Algumas adolescentes apresentam, nos meses que antecedem a menarca, uma secreção vaginal clara (leucorréia fisiológica), mucóide, sem sinais inflamatórios. A primeira menstruação ocorre quando os ovários desenvolvem um número adequado de folículos maduros em resposta a níveis suficientes de gonadotrofina que estimulam os ovários a produzir estrogênio suficiente para proliferar o endométrio e progesterona suficiente para causar alterações secretoras endometriais (adolesc).

As primeiras menstruações costumam ser irregulares, durante os primeiros 12-24 meses. Ovulação pode ocorrer desde a primeira menstruação, porém habitualmente está presente um ano ou mais após a menarca (o intervalo usual entra a menarca e os ciclos ovulatórios é de 14 a 24 meses; menarca tardia está associada a intervalo mais longo até que a maioria dos ciclos sejam ovulatórios).

Útero, trompas e vagina apresentam desenvolvimento marcante na adolescência.

Voz: há uma modificação na voz pelo crescimento rápido da laringe, que modifica sua forma, e as cordas vocais ficam mais longas e mais espessas.

Polução: é a eliminação involuntária de esperma pelos meninos, que pode equivaler à menarca nas meninas. O crescimento do pênis a partir da metade da puberdade pode surgir a polução noturna, ou seja, a ejaculação involuntária durante o sono. As primeiras ejaculações são caracterizadas por pouco número e pouca agilidade dos espermatozoides, o que representa uma infertilidade relativa.


Ginecomastia: corresponde ao aumento mamário decorrente da sensibilidade dos receptores aos estrógenos que circulam no organismo dos meninos, podendo surgir na puberdade. Normalmente o aumento é discreto e involui em poucos meses, mas, em casos intensos, pode ocorrer um aumento acentuado das mamas, chegando a durar de 1 a 2 anos. Nesses casos, a avaliação clínica e multiprofissional é importante para afastar qualquer afecção hormonal e indicar um tratamento adequado, com o intuito de evitar possível dano psicológico.

Aumento do volume testicular: ocorre por ação do FSH e, como já dito, corresponde ao primeiro sinal clínico de puberdade nos meninos. Pode ser avaliado pelo orquidômetro de Prader, que mensura o tamanho testicular em milímetros.

Telarca, do grego θηλή, thelḗ, mamilo e ἀρχή, arkhé, começo, é o período que marca o início do desenvolvimento das mamas (i.e., surgimento do broto mamário) e ocorre geralmente entre 8 e 13 anos de idade (em média: 10,5 anos). É geralmente o primeiro sinal fenotípico da puberdade em meninas (60%) e ocorre em resposta ao aumento de estrogênios (estradiol) circulantes, desencadeado pela secreção de LH e FSH pela hipófise; ao mesmo tempo produz-se uma estrogenização da mucosa vaginal e o crescimento da vagina e do útero.

O desenvolvimento das mamas continua ao longo da puberdade e adolescência, como descrito por Marshall e Tanner. Esses pediatras desenvolveram uma escala de maturação sexual, baseado na observação de características morfológicas e fisiológicas. A telarca é a fase M2 de Tanner. É comum que um mamilo se desenvolva antes do outro e se torne maior. (WP).

A adrenarca é um dos estádios pré-puberdade no qual se dá o aumento de produção de hormonas sexuais, fundamentalmente andrógenos e estrógenos (estradiol), pelas glândulas suprarrenais e que tem lugar nos humanos por volta dos 8 anos, fazendo parte do processo normal do desenvolvimento humano. 

Esta secreção hormonal aumenta de forma progressiva com a passagem do tempo e causa, cerca de dois anos depois, o surgimento do odor axilar, de pelos principalmente nas pernas, braços e zona genital (pubarca) e aumento de atividade das glândulas sebáceas do rosto, o que pode originar acne.

A adrenarca é resultante do desenvolvimento de uma nova zona do córtex adrenal, a zona reticularis e relaciona-se com a puberdade, mas a sua maturação e função são diferentes da maturação do hipotálamo, glândula hipófise (ou pituitária) e dos órgãos sexuais.

A adrenarca é um fenómeno anterior à gonadarca que consiste no aumento da produção de hormonas sexuais do testículo nos meninos e do ovário nas meninas, e que ocorre de forma natural posteriormente.


Resuminho


Transformações puberais femininas

1) Telarca, ou desenvolvimento do broto mamário (desenvolvimento das mamas, seios) (8 a 12 anos).
2) A cintura fica mais fina.
3) O quadril se desenvolve (deposição de gordura na região do quadril e coxas).
4) Começam aparecer pelos, principalmente embaixo das axilas e na região pubiana (da vagina).
5) Ocorre a primeira menstruação, chamada de "menarca", costuma acontecer entre os 10 a 12 anos de idade, lembrando pode ocorrer antes ou depois dessa idade.
6) A vagina fica com a parede mais espessa.
7) O útero aumenta de tamanho.
8) Aumenta a irrigação sanguínea do clitóris.
9) A voz também muda ficando um pouco mais fina.
10) O crescimento em altura acelera (adolescencia).



Transformações puberais masculinas 

1) Aumento do volume dos testículos (desenvolvimento dos testículos)
2) O pênis cresce em diâmetro e comprimento
3) Começam a crescer os pelos do rosto (barba), das axilas e de todo corpo
4) Mais ou menos entre os 13 e 14 anos ocorre a primeira ejaculação (semenarca ou erpermarca); (lembrando que cada adolescente tem o seu próprio tempo para que isto acontecer, podendo ser antes ou depois dessa idade)
5) Crescimento da laringe
6) A voz começa a engrossar
7) Entre 11 e 16 anos acontece um crescimento muito rápido em altura (chamado "estirão do crescimento") (adolescencia).

O desenvolvimento sexual ocorre de acordo com uma sequência definida:

Aumento do tamanho do escroto e do volume dos testículos.
Alongamento do pênis (ao redor dos 11½ a 13 anos de idade).
Aumento das vesículas seminais e da glândula da próstata
Crescimento de pelos pubianos (pubarca).
Crescimento de pelos na face e nas axilas (aproximadamente dois anos depois que o crescimento de pelos pubianos tem início).
A ejaculação torna-se possível (geralmente em meados da adolescência, entre os 12½ a 14 anos de idade).

A fertilidade não é alcançada até mais tarde na adolescência. O aumento das mamas (ginecomastia) de um ou ambos os lados pode ocorrer em meninos adolescentes jovens e geralmente desaparece depois de um ano. (msdmanuals)

Durante a puberdade, o desenvolvimento sexual ocorre em uma sequência definida determinada pela secreção dos hormônios hipofisários, dos testículos e ovarianos. Entretanto, quando (em que época) as mudanças começam e com que rapidez ocorrem varia de pessoa para pessoa. 

A puberdade nas meninas tem início entre os 8 e 13 anos de idade e dura aproximadamente quatro anos. O gráfico (acima) mostra uma sequência típica e uma escala normal do desenvolvimento para os marcos do desenvolvimento sexual de meninas e meninos (msdmanuals).

O primeiro sinal da puberdade da menina consiste no aparecimento do broto mamário, este momento é chamado de telarca (téle: mamilo + arché: início), podendo iniciar-se de modo unilateral, resultando numa assimetria mamária temporária. Geralmente seis meses após a telarca ocorre a pubarca ou adrenarca (surgimento dos pelos pubianos). 
A menarca (primeira menstruação), fato marcante da puberdade feminina, ocorre em média aos 12 anos e seis meses no Brasil, podendo variar de nove a 15 anos e 2 anos depois do surgimento do broto mamário). A puberdade feminina envolve toda uma transformação nos órgãos sexuais. O útero, por exemplo, também cresce, para acomodar o feto durante a futura gravidez. 
A composição dos tecidos também sofre profunda mudança, especialmente com a deposição de tecido adiposo nos quadris e no abdome. Alterações no esqueleto, como o alargamento da bacia, completam o quadro da formação do contorno feminino característico (Modif. Eisentein e Coelho s/d).

A puberdade nos meninos pode ter início aos nove anos (9a) e continuar até os 16 anos. Na puberdade, os testículos aumentam a produção de testosterona, em resposta à secreção de GnRH pela hipófise (hormônio de liberação de gonadotrophin). A testosterona faz com que os órgãos reprodutores amadureçam, os músculos e os ossos cresçam, apareçam pelos faciais e pubianos e a voz engrosse.

O hipotálamo e a hipófise, que se localizam no cérebro, dão início à puberdade (eixo hipotálamo-hipófise). 
O hipotálamo secreta o hormônio liberador de hormônio luteinizante (GnRH), que estimula a glândula hipófise a secretar o hormônio luteinizante e o hormônio folículo-estimulante (ambos são gonadotrofinas). 
O hormônio luteinizante faz com que os testículos produzam testosterona. 
O hormônio folículo-estimulante (mais testosterona) faz com que os testículos produzam espermatozoides. 
A testosterona é responsável pelo desenvolvimento das características sexuais secundárias, que estimulam o desenvolvimento masculino (incluindo características que não fazem parte do sistema reprodutor, como o crescimento do pelo facial e a mudança na voz).(msdmanuals).

A adolescência compreende a faixa etária situada entre os dez e vinte anos incompletos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), e se constitui como uma fase crítica do processo de crescimento e desenvolvimento humano, marcada por numerosas transformações relacionadas aos aspectos físicos, psíquicos e sociais do indivíduo. 

A puberdade é caracterizada pelas mudanças biológicas que se manifestam na adolescência, e representam, para o ser humano, o início da capacidade reprodutiva

A puberdade não é, portanto, sinônimo de adolescência, mas uma parte dela. Constitui-se por um período relativamente curto, de cerca de dois a quatro anos de duração, no qual ocorrem todas as modificações físicas desse momento de transição da infância para a idade adulta. 

Essas transformações somáticas que ocorrem na adolescência têm caráter universal, ou seja, representam um fenômeno comum a todos os indivíduos nessa fase da vida (LOURENÇO, B. QUEIRÓZ, 2010).

Embora ainda persistam dúvidas sobre a complexa dinâmica da ativação puberal, sabe-se que esse momento se inicia após a reativação de neurônios hipotalâmicos, que secretam, de uma maneira pulsátil bastante específica, o hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH). A secreção desse hormônio resulta na consequente liberação também pulsátil dos hormônios luteinizante (LH) e folículo-estimulante (FSH) pela glândula hipófise. Isso ocorre inicialmente durante o sono e, mais tarde, estabelece-se no ciclo circadiano.

Ritmo circadiano ou ciclo circadiano (latim circa cerca de + diem dia) é o nome dado à variação nas funções biológicas de diversos seres vivos, que se repete regularmente com período de aproximadamente 24 horas. São encontrados, por exemplo, nos padrões de atividade dos animais, em movimentos foliares de plantas, na organização das colônias de insetos sociais e na taxa de crescimento de fungos, processos esses que recorrem a cada 24 horas. Os ritmos circadianos são modificados e ajustados diariamente pelo ambiente, sendo influenciados principalmente pela variação diária nas condições de luz do sol, temperatura, marés e ventos (WP).

No sexo masculino, o início da puberdade evidencia-se pelo aumento do volume dos testículos, o que ocorre em média aos 10 anos e 9 meses (primeira manifestação clínica da puberdade), mas podendo variar de nove a 14 anos. 
Em seguida aparecem os pelos pubianos, em torno dos 11 anos e 9 meses e o aumento do pênis (em comprimento e diâmetro). 
Ao mesmo tempo, ou logo após o surgimento dos pelos, o pênis começa a aumentar em tamanho e em espessura, e a glande se desenvolve. 
O processo culmina na maturação sexual completa, isto é, na primeira ejaculação com sêmen (a semenarca ou espermarca), que ocorre por volta dos 14 a 15 anos de idade. 
Antes, por volta dos 13 a 14 anos, é comum a polução noturna, ou ejaculação durante o sono. 
O aparecimento dos pêlos axilares e faciais dá-se mais tarde, em média aos 12,9 e 14,5 anos, respectivamente. 
O volume testicular pode ser avaliado por palpação comparativa com o orquidômetro de Prader (conjunto-padrão de 12 elipsóides), considerando-se que se o volume encontrado for maior que 3 ml ou comprimento maior que 2,5 cm, indica que o indivíduo iniciou sua puberdade, enquanto volumes de 12 ml ou mais são considerados adultos (Figura 1). 
Volume testicular = comprimento + largura em cm (Modif. Eisentein e Coelho s/d).

Fases do crescimento puberal

Com o objetivo de sistematizar a sequência do desenvolvimento das características sexuais secundárias na adolescência, foi descrito, em 1962, o estadiamento segundo os critérios de Tanner.

A escala de Tanner (ou estágios de Tanner) é uma avaliação da maturação sexual através do desenvolvimento físico de crianças, adolescentes e adultos. A escala define as medidas físicas de desenvolvimento baseado nas características sexuais externas primárias e secundárias, tais como o tamanho das mamas, os órgãos genitais, o volume dos testículos e o desenvolvimento de pelos pubianos e axilares. Estes quadros são usados ​​universalmente e permitem uma avaliação objetiva da progressão do púbis. Esta escala foi inventada pelo pediatra britânico James Tanner.

Tanner descreveu, de acordo com a inspeção durante o exame físico, os estágios de maturação sexual, que variam de 1 (infantil) a 5 (adulto), considerando, para o sexo feminino, o desenvolvimento mamário, representado pela letra M, e o desenvolvimento dos pelos pubianos, representado pela letra P. Já para o sexo masculino, os critérios incluem o desenvolvimento da genitália externa, representado pelo G, e também o desenvolvimento da pilosidade pubiana.

Assim, a aplicação da classificação de Tanner faz parte da avaliação clínica de rotina do adolescente, visto que possibilita a identificação do estágio de maturação sexual no qual o adolescente se encontra e sua correlação com outros eventos desse período da puberdade.



Descrevendo um pouco mais os estágios pelos quais todos passamos na puberdade, segundo os critérios de Tanner, teremos os estádios para o desenvolvimento  mamário: M, desenvolvimento genital: G, e a pilosidade pubiana: P.

Desenvolvimento mamário

M1: Mama infantil, apenas com elevação da papila.

M2: Broto mamário, com formação de uma saliência pela elevação da aréola e da papila, i.e., broto mamário palpável sob a aréola (1º sinal puberal em mulheres). Há um desenvolvimento glandular subareolar, o diâmetro da aréola aumenta e há modificação na sua textura. 

M3: Maior aumento da mama e da aréola, sem separação dos seus contornos. O tecido mamário extrapola os limites da aréola.

M4: Maior crescimento da mama e da aréola, sendo que esta forma uma segunda saliência acima do contorno da mama (duplo contorno).

M5: Mama de aspecto adulto, em que o contorno areolar novamente é incorporado ao contorno da mama.

(Fonte: Fernandes, 2015)


Desenvolvimento genital

G1: Testículos, escroto e pênis de tamanho e proporções infantis. 
(Volume testicular < 4 ml ou eixo maior: < 2.5 cm).

G2: Aumento inicial do volume testicular (4-8 ml). Pele do escroto muda de textura e torna-se avermelhada e o aumento do pênis é pequeno ou ausente.
(4 ml-8 ml ou 2.5 a 3.3 cm tamanho), primeiro sinal puberal nos meninos.

G3: Crescimento do pênis em comprimento. Maior aumento dos testículos e do escroto. (9 ml-12 ml ou 3.4 a 4.0 cm comprimento).

G4: Aumento do pênis, principalmente em diâmetro e desenvolvimento da glande. Há um maior crescimento dos testículos e do escroto, cuja pele torna-se mais enrugada e pigmentada (escura). (15-20 ml ou 4.1 a 4.5 cm tamanho).

G5: Desenvolvimento completo da genitália, que assume características adultas. (20 ml ou > 4.5 cm comprimento).

(Fonte: Fernandes, 2015)


Pilosidade pubiana

P1: Ausência de pelos pubianos, podendo haver uma leve penugem, semelhante à observada na parede abdominal.

P2: Aparecimento de pelos longos e finos, levemente pigmentados, lisos ou pouco encaracolados, ao longo dos grandes lábios e na base do pênis.

P3: Maior quantidade de pelos, agora mais grossos, escuros e encaracolados, espalhando-se esparsamente na região pubiana.

P4: Pelos do tipo adulto, cobrindo mais densamente a região pubiana, mas sem atingir a face interna das coxas.

P5: Pilosidade pubiana igual à do adulto, em quantidade e distribuição, invadindo a face interna da coxa.

*P6: Extensão dos pelos pela linha alba, acima da região pubiana, em direção ao umbigo. (Obs. Alguns trabalhos apresentam a extensão dos pelos pela linha alba, acima da região pubiana, constituindo-se o estágio P6).

Linha alba (latim linha branca) é uma rafe fibrosa e tendinosa que desce verticalmente na linha média do abdome. A linha alba é uma aponeurose do músculo reto do abdômen com tendões finos procedentes dos oblíquos, e do transverso do abdômen, que atravessa, de forma medial, os dois retos anteriores abdominais. Estende-se entre o limite inferior do esterno e o púbis, separando os músculos retos abdominais. Em indivíduos mais magros e musculosos, um sulco raso e longitudinal pode ser visto na superfície externa do abdome sobre a linha alba. Mesmo que a linha alba não seja um músculo, ela é listada na Terminologia Anatômica dentro da categoria de músculos abdominais. isso provavelmente pelo fato desta linha ser formada pela aponeurose de três músculos abdominais verticais que se entrelaçam: os músculos oblíquo externo, oblíquo interno e transverso do abdome.(kenhub)

Escala de Tanner para o desenvolvimento masculino. 
Observe o estágio P6, onde alguns pesquisadores citam a linha de pelos acima do pubis.  


(Fonte: Fernandes, 2015)

(Fonte: Fernandes, 2015)

Em humanos, a linha alba vai do processo xifóide até a sínfise púbica, descendo a linha média do abdome. O nome significa linha branca, pois é composto principalmente de tecido conjuntivo de colágeno, que tem uma aparência branca. É formado pela fusão das aponeuroses dos músculos da parede abdominal anterior. Ele separa os músculos retos abdominais esquerdo e direito. Em indivíduos musculosos, sua presença pode ser vista na pele, formando a depressão entre as metades esquerda e direita de possibilitando a percepção da divisão dos músculos abdominais "six pack".


Pênis

O pênis é um órgão genital com três funções:

Função sexual
É o órgão do prazer durante a masturbação ou na relação sexual.

Função reprodutiva
É responsável pela fecundação.

Função urinária
É responsável pela saída da urina (xixi)

Essa é uma das diferenças importantes entre o homem e a mulher, pois a mulher tem órgãos diferentes para cada uma dessas funções.

O pênis é coberto por uma pele fina, formando uma prega na ponta, cobrindo assim o corpo e a glande do pênis  (chamado de prepúcio);

Glande  
A glande, também conhecida como cabeça do pênis, é a parte mais sensível do pênis, ela tem na sua ponta uma abertura por onde sai a urina ou o sêmen (ejaculação/gozo).

Bolsa Escrotal
A bolsa escrotal, também conhecida como saco escrotal, guardar dentro de si os testículos, os protegendo em uma temperatura ideal. A bolsa escrotal, também é coberta por pelos pelo lado de fora.

Testículos 
Os testículos ficam dentro do saco escrotal, um de cada lado, eles são responsáveis pela produção do hormônio masculino (testosterona) e pela produção dos espermatozoides.

Uretra
A uretra, ou orifício uretral, nos homens, é o canal por onde passa a urina e o sêmen.

Epidídimo
O epidídimo recebe e guarda os espermatozóides produzidos pelos testículos, até que sejam liberados espaços nos canais deferentes para que eles possam sair.

Canais Deferentes
Os canais deferentes estão ligados aos testículos através do epidídimo e ao canal da uretra, eles são responsáveis por levar os espermatozóides até a próstata, onde junto com o sêmen serão ejaculados, durante a estimulação do pênis.






Conclusão

A puberdade é uma fase da adolescência em que vai haver mudanças biológicas importantes nos meninos e meninas, sendo caracterizada pelo amadurecimento dos caracteres sexuais primários, pelo surgimento e amadurecimento dos caracteres sexuais secundários, pelo crescimento e desenvolvimento corporal e por mudanças psicológicas consideráveis decorrentes de todas essas modificações. Uma série de fatores podem influenciar o início da puberdade, mas a genética é o fator mais determinante.

Assim, visando sistematizar a sequência do desenvolvimento das características sexuais secundárias na adolescência, foram criados os critérios de Tanner, que avaliam, nas meninas, o desenvolvimento mamário e a distribuição de pelos pubianos e, nos meninos, avalia o desenvolvimento genital e, também, a distribuição da pilosidade pubiana.

É essencial o conhecimento das alterações fisiológicas da puberdade, assim como da aplicação dessas mudanças nos critérios de Tanner, para, assim, o médico poder identificar e diagnosticar possíveis condições patológicas no desenvolvimento puberal dos pacientes.










CICLO MENSTRUAL


O ciclo menstrual é o intervalo de tempo entre o primeiro dia da menstruação e o último dia antes da menstruação seguinte. Em média o ciclo dura 28 dias e é dividido em 3 fases, de acordo com as alterações hormonais que ocorrem no corpo da mulher. A menstruação representa os anos férteis da vida da mulher, que se inicia na adolescência e duram até à menopausa. (A menopausa corresponde ao último ciclo menstrual, ou seja, a última menstruação. Ocorre, geralmente, entre os 45 e 55 anos. Se ocorrer antes desse intervalo, por volta dos 40 anos, é chamada de menopausa prematura ou precoce)

É no ciclo menstrual, que ocorre a maturação do ovócito e a preparação do útero para receber um possível embrião. Durante o ciclo menstrual (de 28 dias) observamos os seguintes acontecimentos: 

• Durante a primeira metade do ciclo, ovócitos de um dos ovários iniciam o processo de amadurecimento e ocorre o espessamento do revestimento da parede do útero, que se prepara para receber e nutrir o embrião. 

• Por volta da metade do ciclo (14° dia, nesse caso) acontece a ovulação. Embora mais de um ovócito inicie o processo de amadurecimento, em geral, apenas um deles completa o processo e é liberado na ovulação. 

• O ovócito liberado por um dos ovários segue para a tuba uterina. Nos dias próximos à ovulação, a mulher se encontra no chamado período fértil. As chances de acontecer uma gravidez aumentam nesse período. 

• Durante os dias que se seguem, o ovócito continua avançando em direção ao útero. Se não é fecundado, ele degenera e o revestimento da parede uterina se desprende e é liberado pela vagina, caracterizando a menstruação. 

• A menstruação geralmente dura de 3 a 5 dias e a perda sanguínea por ciclo é de, em geral, 30 a 80ml. Só para termos uma noção, uma xícara cheia de café expresso tem cerca de 50 ml.
Xícara de café expresso 50,0 ml. 

• Uma das marcas da puberdade feminina é a ocorrência da primeira menstruação, chamada menarca. Ela se caracteriza pelo sangramento, por meio do canal vaginal, e acontece durante alguns dias por mês, aproximadamente. Costuma-se considerar o primeiro dia de menstruação como o primeiro dia do ciclo menstrual. 

• Em geral, a menstruação ocorre cerca de 14 dias após a ovulação e dura cerca de 3 a 5 dias. 

• O ciclo menstrual pode variar de mulher para mulher. A duração de 28 dias constitui apenas uma média.

Representação esquemática das etapas do ciclo menstrual, mostrando, nos detalhes, o sistema genital feminino em corte e as alterações no espessamento da parede do útero. Após a descamação do útero (menstruação), a parede se renova e se torna gradativamente mais espessa. Depois da ovulação, o espessamento do útero continua até o início do próximo ciclo menstrual.



Gametas

Espermatozoide e ovócito secundário em metáfase: grande quantidade de citoplasma , Membrana plasmática do ovócito (em laranja), Zona pelúcida (azul turquesa claro), Células da corona radiata (em azul claro). Viabilidade de um ovócito: até 12 hrs após serem expelidos. In vitro: duaram apenas 24 h.


Fecundação

A fecundação e o desenvolvimento do zigoto 

Processo pelo qual o gameta masculino (espermatozóide) se une ao gameta feminino (ovócito) para formar uma célula diplóide (zigoto ou célula-ovo).

A fecundação ou fertilização consiste na união do ovócito secundário com o espermatozoide. Durante o ato sexual, 100 milhões de espermatozoides são liberados pelo homem na vagina da mulher. Os gametas masculinos percorrem o útero e chegam às tubas uterinas. 

Nesse percurso, a maioria dos espermatozoides morre. Apenas alguns conseguem chegar até o ovócito e, em geral, somente um deles penetra no gameta feminino. Normalmente, o encontro e a união dos gametas masculino e feminino ocorrem nas tubas uterinas, todavia, pode ocorrer em outras regiões até mesmo fora do útero.

Imediatamente depois que um espermatozoide penetra na membrana do ovócito, a zona pelúcida altera as propriedades da membrana impedindo que outro ou outros espermatozoides penetrem simultaneamente com o primeiro espermatozoide.  
Depois desse evento o ovócito passa por alterações, tornando-se o óvulo, e produz compostos que impedem a entrada de outros espermatozoides. Um ovócito é liberado do ovário aproximadamente na metade do ciclo menstrual. Como os espermatozoides podem sobreviver de 3 a 4 dias dentro do corpo da mulher após a relação sexual, a fertilização pode ser decorrente de uma relação ocorrida quatro dias antes da liberação do ovócito. Por isso, costuma-se considerar que o período fértil abrange o intervalo de 4 dias antes e 4 dias depois da ovulação. A união do núcleo do óvulo com o núcleo do espermatozoide promove a formação do zigoto, que contém material genético das duas células que o formaram. No início, o zigoto é uma única célula. À medida que continua seu trajeto pelas tubas uterinas, em direção ao útero, o zigoto se divide por mitose. Primeiro, formam-se duas células, depois, quatro, e assim sucessivamente. Essas células originam o embrião. Por volta de 7 dias após a fecundação, o embrião chega ao útero e se implanta na parede uterina. O processo de implantação do embrião na parede uterina é chamado de nidação.
Os espermatozoides precisam ser capacitados para poder fecundar o ovócito. Os espermatozoides inseminados no canal vaginal irão se deslocar até a região da tuba uterina onde se encontra o ovócito secundário. Durante sua passagem pelo útero, os espermatozoides passam por um processo denominado capacitação. Esse processo consiste em uma série de eventos moleculares envolvidos na remoção de glicoproteínas e proteínas do plasma seminal que recobrem a membrana plasmática do espermatozoide, permitindo assim a sua interação com o ovócito e a subsequente reação acrossômica. Estima-se que a capacitação dure cerca de 7 horas e que grande parte desse evento ocorra na tuba uterina.


As características das etapas da fecundação são comuns para a grande maioria das espécies de animais. Resumidamente, as etapas da fecundação consistem em:
• Passagem dos espermatozoides pela corona radiata: aparentemente apenas os espermatozoides capacitados estão aptos a atravessar as células da corona radiata. Essa passagem parece ser mediada pela ação de enzimas do acrossoma, de espermatozoides que apresentem reação acrossômica já nessa região. Acredita-se ainda que o movimento da cauda dos espermatozoides também possa contribuir para essa passagem.
• Penetração na zona pelúcida: a zona pelúcida envolve o ovócito secundário, é acelular e constituída por glicoproteínas denominadas ZPs (ZP1, ZP2 e ZP3). Ao atingir a zona pelúcida, o espermatozoide intacto se liga à ZP3 e é induzido à reação acrossômica. A reação acrossômica consiste na fusão da membrana plasmática do espermatozoide com a membrana externa do acrossoma, liberando as enzimas necessárias à lise da membrana do ovócito, como já estudado na disciplina de Embriologia. (Nazari e Müller, 2011)


Na gástrula aparecem os três folhetos embrionários
Ectoderma, Mesoderma e Endoderma.

Folhetos embrionários
Ectoderma: originam a epiderme, o sistema nervoso central e células da crista neural.
Mesoderna: somitos, tecidos ósseos, sistema urogenital, revestimento das cavidades corpóreas
Endoderma: sistema digestório, glândulas anexas (pancreas, baço, fígado), sistema respiratório.

Desenvolvimento

Segmentação ou Clivagem (primeiro ao quarto dia) e nidação (5-8 dia)


Gêmeos univitelinos (1

Representação do ciclo reprodutivo humano. No ovário, o crescimento e a maturação dos folículos, a ovulação e a formação do corpo lúteo. No útero, o crescimento do endométrio que permitirá a implantação. O blastocisto implantado produzirá gonadotrofina coriônica que manterá o corpo lúteo funcional (Adaptado de: Sadler, 2010; Nazari e Müller, 2011).

Locais de implantação do blastocisto. A letra X indica o local mais frequente para a implantação. De A a F, implantações tubárias; G, implantação abdominal na parede dos intestinos; H, implantação na parede externa do ovário (Adaptado de: Moore; Persaud, 2008).


OVO REPTILIANO OU 
OVO AMNIÓTICO-ALANTOIDIANO

Adaptado de Developmental Biology. Gilbert, S.F. 8ª Ed. 2006. 

A gema ou vitelo é uma emulsão de gordura em água (52%) composta por um terço de proteínas (16%), dois terços de lipídios (34%), vitaminas solúveis em lipídios A, D, E e K, glicose, lecitina e sais minerais, envolta pela membrana vitelina. Os principais constituintes da gema são os lipídeos (32 a 35%) e as proteínas (16%), e em menores quantidades os carboidratos e os minerais. A composição dos ácidos graxos dos lipídeos da gema depende da presença dos mesmos na dieta. A gema é mais concentrada que a clara, contendo maior quantidade de proteínas e uma quantidade considerável de gorduras. A gema pode ser considerada como uma dispersão formada por uma solução protéica contendo partículas uniformemente distribuídas. Estas partículas podem ser classificadas como: esferas de gema, grânulos, lipoproteínas de baixa densidade e figuras de mielina. Os lipídeos presentes nos ovos incluem as gorduras simples, os fosfolipídios como lecitinas e os esteróis, numa emulsão óleo/água. As vitaminas lipossolúveis (A, D, E, e K), bem como as vitaminas hidrossolúveis (vitaminas do complexo B) também são partes constituintes da gema.  A coloração característica da gema é devido à presença de carotenóides, em especial o caroteno. 
 
A clara do ovo apresenta um teor de água na faixa de 87-89%, podendo variar em função fundamentalmente da estirpe e da idade das galinhas. A clara é constituída basicamente por água, cujo conteúdo decresce ligeiramente das camadas externas para as internas. A clara é considerada como um sistema protéico constituído por fibras de ovomucina inclusas numa solução aquosa contendo grande quantidade de proteínas globulares. As proteínas da clara são ricas em albumina que é representada pela ovoalbumina e conalbumina, as quais respondem por 70% da proteína total. A ovalbúmina, principal proteína da clara, é uma fosfoglicoproteína, ou seja, apresenta fosfato e carboidrato unidos a cadeia polipeptídica. Esta proteína sofre desnaturação rapidamente quando colocada em solução, em contato com novas superfícies sofre coagulação, porém resiste à desnaturação pelo calor. Também fazem parte da constituição da clara as proteínas conalbúmina (ovotransferrina), ovomucoide, lisozima, ovomucina, e avidina. A estrutura espessa da clara de ovo é devido à presença de carboidratos integrantes da proteína ovomucina (estrutura fibrosa), responsável por reter a albumina líquida no interior da estrutura. A riboflavina é responsável pela coloração amarelo-esverdeado da clara. A chalaza é uma estrutura fibrosa, opaca, que se estende através da clara até a extremidade do ovo, de forma contínua. Esta estrutura é responsável por manter a gema em sua posição no interior do ovo. A centralização da gema serve como parâmetro para observar se o ovo ainda está bom para ser consumido. (Castillo, 2017)

Constituintes do ovo inteiro, da clara e da gemas expressos em porcentagem.

Dos constituintes minerais presentes na casca do ovo podemos listar o cálcio (98,2%), o fósforo (0,9%), presente na forma de fosfato e o magnésio (0,9%), responsável pela maior dureza da casca quanto maior for sua concentração. Numerosos poros (7.000-17.000/ovo) em forma de ductos que estão distribuídos perpendicularmente à casca, formando condutos entre as membranas da casca e a cutícula. Estes poros apresentam-se preenchidos por fibras proteicas que evitam a penetração de microrganismos. A cutícula, constituída por uma proteína insolúvel em água, forma uma capa protetora sobre toda a superfície do ovo. Nos ovos de cor, os pigmentos denominados “ooforinas” são depositados na parte externa da casca, sendo a cor e a intensidade dos pigmentos determinadas geneticamente. É importante ressaltar que embora exista uma variada gama de cores, somente os ovos de casca branca e vermelha são comercializados. Biologicamente, a principal função da casca do ovo é a formação de uma câmara para o desenvolvimento embrionário. Do ponto de vista de produção comercial de ovos, a casca pode ser vista como uma embalagem que envolve o conteúdo nobre – gema e albúmen – contra perdas e agressões do meio. Mas, a sua formação de modo algum pode ser vista como um processo simples, tipo industrial. A deposição da casca é um processo biológico dinâmico, concluído cerca de 20 horas após o ovo atingir o útero da ave. A deposição diária de cálcio (Ca) na casca do ovo corresponde a 10% do total de cálcio estocado no organismo da ave, o que torna evidente a importância desse mineral na alimentação das poedeiras. Para que a casca se forme adequadamente a ave tem que consumir aproximadamente 4,1 g de cálcio por dia, valor que corresponde à necessidade desse mineral para formar a casca, depositar na gema, repor as perdas teciduais e manter a homeostasia iônica, a qual é regulada pela concentração plasmática da forma ionizada do cálcio. O requerimento de fósforo (P) disponível para as poedeiras é de 375 mg por dia. Durante o período em que não há formação da casca, uma parte do fósforo é depositado na gema do ovo e outra parte se combina com o cálcio para ser depositado no osso. No período de calcificação, o cálcio a ser depositado na casca tem duas origens: a dietética e a do osso. A liberação de cálcio do osso é acompanhada pelo fósforo, aumentando significativamente o nível deste mineral na corrente sangüínea, o qual é mais do que suficiente para suprir as necessidades da ave, tanto as metabólicas como para a deposição na gema do ovo. Porém, esse excesso de fósforo prejudica a liberação de cálcio do osso e a adequada mineralização da casca. Assim, do ponto de vista fisiológico, durante o período de calcificação do osso a dieta deve apresentar baixos níveis de fósforo para não prejudicar a produção de ovos e a qualidade da casca.


Durante o período compreendido entre a metade da 3a semana e a 8a semana, ocorrem os eventos do período embrionário. Os dobramentos do corpo do embrião nos sentidos céfalo-caudal e lateral marcam o início desse período. Como consequência dos dobramentos, o embrião assume o aspecto cilíndrico e passa a ser totalmente envolvido pela vesícula amniótica. Ocorre também a internalização do teto da vesícula vitelínica para formar o intestino primitivo. O embrião vai assumindo gradativamente o aspecto humano (morfogênese), influenciado pelo desenvolvimento de órgãos (organogênese) como coração, fígado e encéfalo. Ao final da 8a semana, o embrião apresenta cerca de 3 cm de comprimento, possui aspecto humano e tem formado o esboço de todos os sistemas orgânicos.

Representação esquemática em cortes sagitais de embriões durante o dobramento céfalocaudal. (A, B) início do dobramento; (C) dobramento em andamento, note a reorientação espacial do coração e das membranas bucofaríngea e cloacal; (D) final do dobramento, note que a vesícula amniótica envolve todo o corpo do embrião (Adaptado de: Sadler, 2010).

Representação esquemática em cortes transversais de embriões durante o dobramento lateral (Adaptado de: Sadler, 2010)(Nazari e Müller, 2011).












Ilustração esquemática dos principais eventos do desenvolvimento no período pré-natal.


Nota: As faixas escuras representam períodos altamente sensíveis; as faixas claras indicam estados menos sensíveis a teratógenos. 
(Fonte: Moore (1977) apud Needlman, 2002).

A nutrição, oxigenação e a passagem de substâncias neuroquímicas ao bebê se dão por meio do cordão umbilical e placenta. O líquido amniótico protege o bebê, permite a liberdade de movimentos, transmite os sons e contribui para hidratá-lo.



TIPOS DE PARTO

Parto normal


Parto por fórceps e vácuo extrator

Parto por vácuo extrator

Parto cirúrgico 


Cesariana ou parto cesárea é uma forma de nascimento de bebês por via cirúrgica, normalmente indicada quando há risco para realização de um parto normal. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a cesariana é uma intervenção efetiva para salvar a vida de mães e bebês quando indicada por motivos médicos.(theia)

Cesariana ou parto cesárea é uma forma de nascimento de bebês por via cirúrgica, normalmente indicada quando há risco para realização de um parto normal.(theia)

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a cesariana é uma intervenção efetiva para salvar a vida de mães e bebês quando indicada por motivos médicos.A OMS considera normal uma taxa de nascimento por cesariana entre 10% e 15%.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) cesariana é recomendada ao invés de parto normal nas seguintes situações, por diminuir a morbi-mortalidade materna e fetal:

1) Desproporção céfalo-pélvica intraparto (desproporção observada intraparto entre tamanho da cabeça fetal e da pelve materna)
2) Duas ou mais cesáreas anteriores
3) Posição fetal não usual (não cefálico, “cabeça para baixo”): sentado ou atravessado.
4) Placenta prévia: placenta se encontra na frente do bebê e ela não pode nascer antes dele.
5) Prolapso de cordão umbilical ( situação rara, ocorre em < 1% das gestações, onde após o rompimento da bolsa, o cordão umbilical é expelido para fora do colo do útero, antes do nascimento do bebê)
6) Herpes genital com lesão ativa.
7) Vasa prévia, uma anomalia rara de inserção do funículo umbilical na placenta, na qual há vasos fetais cruzando ou atravessando em proximidade com o orifício do colo uterino. Estes vasos possuem riscos de ruptura quando suas membranas de suporte rompem, causam hemorragia materno-fetal e uma cesárea de emergência é realizada (theia).

Como é feita uma cesariana?

Parto cesárea pode ser feito com agendamento prévio ou sem agendamento prévio, esperando a mãe entrar em trabalho de parto. Se não houver qualquer contraindicação médica, pode ser interessante esperar entrar em trabalho de parto para realizar a cesariana, podendo assim colher benefícios do trabalho de parto como uma descida de leite mais rápida para a amamentação por exemplo.


A anestesia para cesariana geralmente é a raquidiana, aplicada na lombar entre as vértebras e, normalmente, com a mãe já dentro do centro cirúrgico. Apesar de um pouco de incômodo, tende a ser um procedimento rápido. A raquianestesia bloqueia a sensibilidade dolorosa e motora, assim, a paciente não sente dor durante o procedimento e também não consegue se movimentar da cintura para baixo. Assim, após a anestesia, é colocada uma sonda vesical na uretra, para evitar a retenção de urina.(theia)

Depois, uma limpeza da barriga é realizada e são colocados campos cirúrgicos em volta do local onde será feita a abertura da pele, para manter o procedimento estéril. A incisão de uma cesariana normalmente tem cerca de 12cm e o médico cortará a pele e as camadas de tecido abaixo dela (são 5) até o acesso ao útero, onde é realizada a incisão pela qual o bebê será retirado. Após a saída do bebê é retirada a placenta e feita uma sutura em cada camada aberta na cirurgia.(theia)

Normalmente o parto cesárea é rápido e todas essas etapas acontecem em cerca de 60 minutos.(theia)

Fazendo cesariana a mãe pode receber seeu bebê assim que ele nascer?
O ideal é que, se mãe e bebê estiverem bem, o bebê seja entregue à mãe para primeiro contato e amamentação imediatamente, mesmo em um parto cesariana.



Quais são os riscos de uma cesariana?

Por ser uma cirurgia, a cesariana apresenta alguns riscos para a mãe como embolia pulmonar, hemorragias, infecções, trombose, aderência de alças intestinais e bexiga no útero, lesões na bexiga durante o procedimento também podem ocorrer.(theia)

Para o bebê os principais riscos de uma cesariana se apresentam quando a cirurgia é feita antes de completar o termo (37 semanas) e normalmente fora de trabalho de parto, o que pode aumentar problemas respiratórios e disfunções do aparelho digestório, entre outros possíveis problemas.(theia)

A mãe deve sempre ter o poder de escolha. O mais importante é estar munida de informações atualizadas e de qualidade, dadas por profissionais de confiança, entendendo os riscos e benefícios de cada caminho, para fazer a escolha que mais faz sentido para você.(theia)

O Conselho Federal de Medicina tem uma resolução que diz que se a mulher optar por um parto cesárea deve assinar um termo de consentimento livre e esclarecido registrando a opção, e que cesáreas eletivas por desejo materno aconteçam só a partir da 39ª semana de gestação, para evitar problemas de não-maturidade do bebê.(theia)


MÉTODOS CONTRACEPTIVOS

A contracepção é o conjunto de ações, dispositivos ou medicamentos empregados com o intuito de prevenir a gravidez. De acordo com o seu princípio de ação, os métodos contraceptivos são classificados em cinco grupos: 

(1) Métodos hormonais
Pílula 
Pílula do dia seguinte 
Adesivo transdérmicos
Implante hormonal 
(2) Métodos comportamentais
Coito interrompido 
Abstinência 
(3) Métodos de barreira
Caminha (condom) masculina e feminina
Diafragma 
(4) Dispositivo intrauterino
DIU
(5) Métodos cirúrgicos
Laqueadura
Vasectomia


Métodos hormonais 

Existe uma ampla variedade de métodos de contracepção hormonal que interferem no ciclo ovariano, impedindo a ovulação pela ação de hormônios sintéticos administrados por via oral, injetável, epidérmica ou dérmica. Para tal, são utilizadas combinações dos hormônios sexuais femininos estrógeno e progesterona. (Nazari e Müller, 2011).

Atuam também na regularização dos ciclos reprodutivos, na diminuição da tensão pré-menstrual (TPM), na redução da intensidade das cólicas menstruais (dismenorreia) e na diminuição do fluxo menstrual. Apresentam alta eficácia, de 98 a 99%.(Nazari e Müller, 2011). 
Os principais métodos hormonais são:


a) Contraceptivos orais

Devem ser administrados diariamente, preferencialmente no mesmo horário do dia, garantindo assim a manutenção dos níveis hormonais. O uso das pílulas deve seguir rigorosamente as indicações contidas no verso das cartelas, pois cada pílula contém quantidades específicas de estrógeno e progesterona, de acordo com o período do ciclo reprodutivo. (Nazari e Müller, 2011).

Existem também as chamadas minipílulas, que contêm apenas progesterona, e são utilizadas principalmente por mulheres que estão amamentando ou que apresentam contraindicações ao uso de estrógeno.(Nazari e Müller, 2011).


b) Contraceptivos injetáveis

Podem ser utilizados mensal ou trimestralmente. São de fácil uso, pois a mulher não precisa lembrar todos os dias de tomar a pílula. O uso prolongado de hormônios injetáveis pode provocar menstruação irregular, contudo, sob supervisão médica, pode ser utilizado para impedir a ocorrência da menstruação. 


c) Implantes

Cápsulas ou bastões contendo hormônios, implantados pelo médico sob a pele, sendo mantidos funcionais por até 3 anos. (Nazari e Müller, 2011).


d) Adesivos 

São aplicados sobre a pele e devem ser trocados semanalmente durante 3 semanas. Faz-se uma pausa de uma semana, quando ocorrerá a menstruação, e reinicia-se o seu uso.(Nazari e Müller, 2011).


Métodos comportamentais

São baseados no conhecimento de que é necessário impedir o encontro dos gametas e, assim, evitar a gravidez. Não utilizam dispositivos ou medicamentos.
Diferentes comportamentos são adotados principalmente pelas mulheres na tentativa de identificar o período ovulatório através de características, como o ligeiro aumento da temperatura basal e as mudanças na fluidez do muco cervical, resultantes principalmente da ação dos hormônios durante o ciclo reprodutivo. Esses métodos, para ter alguma eficácia, requerem a alteração do comportamento sexual do casal. É importante salientar que o uso frequente desse método exige que o ciclos reprodutivos sejam muito regulares, para que se possa identificar com segurança o período ovulatório, conhecido popularmente como período fértil. Em resumo, esses métodos apresentam baixa eficácia, alteram o comportamento do casal, dependem de motivação e do aprendizado e não protegem contra doenças sexualmente transmissíveis. (Nazari e Müller, 2011).

Os principais métodos comportamentais são os da tabelinha (ou método do ritmo/calendário), da temperatura basal, do muco cervical e o da ejaculação extravaginal (coito interrompido) (Nazari e Müller, 2011).

 

Métodos de barreira

São os métodos mais amplamente usados de toda a história e baseiam-se na utilização de barreiras físicas que impedem que os espermatozoides cheguem à tuba uterina, onde se encontra o ovócito secundário (Nazari e Müller, 2011). 

Os principais métodos de barreira são as camisinhas masculina e feminina e o diafragma. A camisinha, em especial, além de método contraceptivo, também é eficaz na proteção contra as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).


Dispositivo Intrauterino (DIU)

É um dispositivo, geralmente em forma de haste, que pode apresentar fio de cobre ou reservatório de progesterona. O DIU é colocado no interior da cavidade uterina sob supervisão médica. Esse dispositivo pode levar a modificações da parede interna do útero e da tuba uterina, alteração do muco cervical e ter ação espermicida. O DIU apresenta durabilidade de cerca de 7 anos. Possui alta eficácia, de 99% (Nazari e Müller, 2011).


Contracepção cirúrgica

Único método de contracepção definitiva, tendo, porém, indicação bastante específica, e pode ou não ser reversível. A esterilização feminina consiste na ligadura tubária, ou laqueadura, e a masculina consiste na vasectomia, como veremos a seguir: 


a) Laqueadura, ou ligadura tubária

As tubas uterinas são obstruídas ou cortadas, evitando com que o ovócito II e os espermatozoides se encontrem. É um método definitivo, de modo que poucas técnicas cirúrgicas apresentam possibilidade de reversão. Indicado para mulheres com idade superior a 25 anos que já tenham pelo menos dois filhos (Nazari e Müller, 2011).


b) Vasectomia

O canal deferente é seccionado, impedindo que os espermatozoides sejam exteriorizados com o ejaculado. Não provoca impotência. Requisitos: idade mínima de 25 anos ou dois filhos. Há técnicas reversíveis. 

Além desses métodos, existe ainda a possibilidade de se utilizar a contracepção de emergência (pílula do dia seguinte), a qual é indicada após uma relação sexual desprotegida ou falha de outros métodos contraceptivos, como camisinha, por exemplo. Possui altas doses de hormônios que impedem a implantação do blastocisto. Devido às suas características, não deve ser utilizado como um método contraceptivo de uso rotineiro (Nazari e Müller, 2011).

Na escolha de um método contraceptivo, deve-se levar em conta a sua eficácia, que corresponde ao número de gravidezes não planejadas que ocorrem durante o período de uso do método contraceptivo. Quanto maior a eficácia, menor o número de gravidezes não desejadas. A eficácia depende ainda de alguns fatores, como a facilidade de utilização e do uso correto do método e da baixa incidência de efeitos adversos decorrentes do seu uso (Nazari e Müller, 2011).






SISTEMAS GENITAIS HUMANOS


SISTEMA GEGINAL MASCULINO

Os testículos são duas glândulas sexuais de forma oval protegidas externamente por uma bolsa de pele, o escroto. Cada testículo apresenta numerosos tubos, os túbulos seminíferos, que passam a produzir espermatozoides a partir da puberdade. 


Espermatozoide

Cada espermatozoide possui uma cauda que garante sua mobilidade. Além dos espermatozoides, nos testículos também é produzido o hormônio sexual masculino, a testosterona. Os ductos genitais são tubos cuja função é conduzir os espermatozoides até o exterior do sistema genital masculino. São ductos genitais os epidídimos, os ductos ou canais deferentes e a uretra. O epidídimo localiza-se sobre cada testículo. É nele que os espermatozoides ficam armazenados e completam seu desenvolvimento. Os ductos deferentes (ou canais deferentes) são tubos com parede muscular que conduzem os espermatozoides do epidídimo até a uretra. A uretra conduz os espermatozoides até o meio externo. Ela tem início na bexiga urinária, liga-se aos ductos deferentes, percorre todo o pênis e se abre para o meio externo. É um tubo comum a dois sistemas: o sistema genital masculino e o sistema urinário. No entanto, a expulsão dos espermatozoides e a da urina nunca ocorrem simultaneamente. As glândulas seminais e a próstata constituem as chamadas glândulas sexuais acessórias. As glândulas seminais (ou vesículas seminais) produzem um líquido viscoso, chamado de líquido seminal, que nutre os espermatozoides e facilita sua mobilidade. A próstata produz um líquido leitoso, o líquido prostático, que tem a função de neutralizar resíduos de urina acumulada na uretra e das secreções vaginais, protegendo os espermatozoides. O líquido seminal e o líquido prostático fazem parte do esperma. O pênis é um órgão de forma cilíndrica com uma dilatação na extremidade. Essa região é chamada de glande e é recoberta por uma pele, o prepúcio. Durante a excitação sexual, o pênis recebe grande quantidade de sangue e aumenta de tamanho, tornando-se rígido e ereto. A ereção possibilita que o pênis penetre na vagina. Durante o ato sexual ou com o aumento de estímulos no pênis, o esperma é expelido do corpo. Esse processo recebe o nome de ejaculação. Em cada ejaculação são expelidos cerca de 3 ml de esperma.


GRAVIDEZ











Fonte

ARISTÓTELES. sec. IV a. C. Da geração e da corrupção. Trad. Renata Maria Pereira Cordeiro. São Paulo: Landy Editora, 2001.


Ciclo menstrual 




Gametogênese

Embriologia


https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/175144/TCC%20Elena%20de%20Almeida%20Afonso.pdf?sequence=1&isAllowed=y

http://faqbio.blogspot.com/2011/10/comentario-recebi-esta-piadinha-infame.html

J. Bras. Patol. Med. Lab., Volume 45. (2). Abril 2009 (jbpml)




https://www.unicamp.br/unicamp/ju/artigos/peter-schulz/dois-seculos-de-uma-controversia-nada-espontanea#:~:text=Spallanzani%20ferveu%20o%20caldo%20por,os%20experimentos%20de%20Francesco%20Redi.

https://uab.ufsc.br/biologia/files/2020/08/Embriologia-Humana.pdf

Pasteur e a geração espontânea: uma história equivocada, Filosofia e História da Biologia, vol. 4, p. 65-100, 2009. Acessado em: http://www.abfhib.org/FHB/FHB-04/FHB-v04-03-Lilian-Martins.pdf


https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/9260/1/livro_saude_do_adolescente_e_jovem.pdf


https://anatomiaonline.com/desenvolvimento-sexual

https://pt.wikipedia.org/wiki/Di-hidrotestosterona#:~:text=A%20maioria%20do%20DHT%20%C3%A9,concentra%C3%A7%C3%B5es%20de%20DHT%20em%20circula%C3%A7%C3%A3o.


http://fisiovet.uff.br/wp-content/uploads/sites/397/delightful-downloads/2018/07/EMBRIOLOGIA-DO-SISTEMA-GENITAL.pdf

https://www.labnetwork.com.br/especiais/a-revolucao-de-um-metodo-de-pesquisa-alternativo-ao-uso-de-animais/

https://blogdoenem.com.br/sistema-endocrino-biologia-enem/


https://www2.bauru.sp.gov.br/arquivos/arquivos_site/sec_educacao/atividades_pedagogica_distancia/2;Fundamental/12;EMEF%20Nacilda%20de%20Campos/19;8%C2%BA%20ANO%20%20-%20B/2%C2%BA%20BIMESTRE-BLOCO%203%20-10-05-2021a02-06-2021-8%C2%BA%20ANO%20B.pdf












SINGER, Charles. Uma breve história da anatomia e fisiologia desde os gregos até Harvey. Campinas: Unicamp, 1996.















Sobre o ovo anmiótico-alantoidiano


AGUIRRE, J. M.; TRAVAGLINI, D. A; SILVEIRA, E. T. F. Desidratação de ovos. Boletim do ITAL, v. 16, p. 227-260, 1970.

BERTECHINI, A. G. Mitos e Verdades sobre o Ovo de Consumo. In: Conferência APINCO,19. 2003.

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FENNEMA, R. O. Química de los alimentos. Ed. Acribia, S.A. 1995.


LOURENÇO, B. QUEIRÓZ, L.B. Crescimento e desenvolvimento puberal na adolescência. Rev. Med. (São Paulo). 2010 abr.-jun.;89(2):70-5.


Tanner JN. Growth at adolescence with a general consideration of the effects of hereditary and environmental factors upon growth and maturation from birth to maturity. 2nd ed. Oxford: Blackwell Scientific Publications; 1962.

Tanner JN. Age of menarche in a history of the study of human growth. Cambridge: University Press; 1981.

2 comentários:

Anônimo disse...

https://www.todamateria.com.br/ciclo-menstrual/

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