2/08/2023

CIÊNCIA

CIÊNCIA

A ciência é um corpo de conhecimentos sistematizados adquiridos coletiva e cooperativamente por meio de observação, identificação, questionamento, formulação de hipóteses, coleta de dados, realização de experimentos, aceitação/rejeição da hipótese, que nos levam a resolver um problema intelectual ou prático. É uma explicação do mundo e do universo baseado em um método, e em evidência. 
Ou
A ciência é um corpo de conhecimentos sistematizados adquiridos coletiva e cooperativamente por meio de observação, identificação, questionamento, formulação de hipóteses, coleta de dados, realização de experimentos, aceitação/rejeição da hipótese, verificação e conclusão. É uma explicação do mundo e do universo baseado na lógica e na busca de evidências. 

A ciência ou a pesquisa científica é essencial para o desenvolvimento tecnológico e para a solução de problemas contemporâneos existentes na sociedade, ou para problemas que a própria ciência critou (ex. diminuição da camada de ozônio, aquecimento global, .

A pesquisa científica tenta explicar fenômenos e fatos, a partir de questionamentos formulados metódica e racionalmente.

Assim, os pesquisadores em suas especialidades científicas se esforçam em coletar, e reunir evidências empíricas verificáveis. baseadas na observação sistemática e controlada, geralmente resultantes de experiências ou pesquisa de campo, e analisá-las com o uso da lógica. Para muitos autores, o método científico nada mais é do que a lógica aplicada à ciência.

A experimentação é um método poderoso de investigação da natureza. Esse método produz respostas que aumentam nossa adaptação ao mundo e diminui ou ameniza nosso sofrimento.

A ciência tem como fontes de evidência empírica a observação e a experimentação. 
Na experimentação usamos a manipulação ou intervenção: por exemplo, na experimentação os fenômenos são criados, em situações controladas, e então observados, em vez de serem observados passivamente na natureza onde ocorrem. 

A ciência é para todas e todos (modif. guia)


O que é Ciência?

A ciência é uma construção humana coletiva e cooperativa baseada em experimentos, na criatividade, na liberdade, na lógica, em evidências e em um método, o método científico

Mas a pergunta: “o que é ciencia?” apesar de parecer simples respondê-la não é muito fácil.

A ciência é uma maneira que a humanidade encontrou para entender o mundo natural. Nesse sentido é um modo de ver o mundo

Pôde-se dizer que é uma explicação do mundo e do universo, baseado na razão

O que diferencia a ciência, ou o que faz dela uma maneira diferente de ver o mundo é a aplicação de uma série de passos que chamamos de método científico, destinados a resolver um problema. 

O método científico é um conjunto de passos ou etapas, poderíamos dizer uma “receita de bolo, um manual, um passo-a-passo” que, se forem seguidos na ordem exata, levam a produção e ao aumento do conhecimento científico, ou da própria ciência. 

O método científico constitui-se de um conjunto de regras básicas para os procedimentos que produzem o conhecimento científico, quer um novo conhecimento, quer uma correção do conhecimento existente (o que leva à evolução daquela ciência) ou um aumento do conhecimento no conjunto de saberes do que já existia anteriormente.

Método

Método: palavra do grego antigo μέθοδος, méthodos, de μέθα, μετ᾽, metámet᾽, “relativo à busca”, para alcançar um fim +‎ ὁδός, hodós, “estrada, caminho”, literalmente “o caminho a seguir, para chegar a um fim, para se alcanlar um objetivo”.

Método, do latim methodus “maneira de ensinar ou ir”, do grego antigo μέθοδος, methodos “indagação científica, método de investigação, investigação”, originalmente: buscar, perseguir, que vem de meta: em busca ou perseguição a, de meta- + hodos "um método, sistema; um caminho ou maneira" (de fazer, dizer, etc.), também “uma viagem, jornada”, literalmente “um caminho, trilha, estrada”, que busca chegar a um fim ou objetivo. 

O método é basicamente um conjunto de procedimentos que direcionam uma investigação científica a fim de obter os resultados que melhor descrevem a natureza, ou realidade do mundo natural, que descrevem melhor um fenômeno.

Fenômeno

A palavra fenômeno é tudo que aparece, ou acontece, ou que pode ser medido ou verificado. É um fato, um evento, um fato, um acontecimento.

Fenômeno do grego antigo φαινόμενον, phainómenon, “coisa que aparece à vista” e do Latim Phaenomena, “o que é visto, o que surge aos olhos, que aparece”, do verbo grego φαίνω, φαίνομαι, Phaino, phainomai, phainestai, “aparente".
Forma masculina de φαίνων, phaínōn, “brilhando, mostrar, revelar-se, trazer à luz”, particípio ativo presente de φαίνω, phaínō, “vir à luz, brilhar, aparecer, aparecer à vista, surgir", todos oriundos da raiz: φῶς, phôs, “luz.”

Uma coisa que aparece, ou que é percebida ou observada, que existe; um determinado tipo de fato, ocorrência ou mudança percebido através dos sentidos ou conhecido intelectualmente. Um fato ou ocorrência cuja causa ou explicação está em questão.

O método científico busca o conhecimento da natureza e do universo. Natureza mais universo é o Cosmo, i.e., a totalidade do que existe. 

Cosmo ou cosmos, do grego antigo κόσμος, kósmos, significa: ordem, organização, beleza, harmonia, é um termo que designa o universo em seu conjunto. Toda a estrutura universal em sua totalidade, desde o microcosmo (humano) ao macrocosmo (universo). 
O cosmo é a totalidade de todas as coisas deste Universo ordenado, desde as estrelas, até os átomos e as partículas subatômicas.

O que é o mundo natural? É o mundo que pode ser observado de diversas maneiras, direta ou indiretamente (por meio de “próteses” que ampliam nossa percepção do mundo natural, seja uma lupa, um microscópio, uma luneta, telescópio, rádio telescópio, telescópio espacial James Webb etc.), tudo que pode ser visto a olho nu ou observado em um telescópio ou microscópio, com lupa, com luz, com raios X etc. 

Veremos que o que torna algo “Ciência” é a possibilidade de verificação de nossa compreensão, a verificação das leis que propomos a partir de nossas observações do mundo natural. 

Características da ciência 

1) Atividade eminentemente humana
Atividade humana que constitui-se numa prática racional, rigorosa, sustentada pela experimentação e pela evidência.

2) Baseada em evidências 
Evidência é a qualidade ou caráter do que é evidente, do que não dá margem à dúvida.
Na epistemologia, evidência é o que justifica a crença ou o que torna racional adotar uma atitude particular. Por exemplo, uma experiência perceptiva de uma árvore pode servir como evidência que justifica a crença de que há (existe) uma árvore.
Epistemologia do grego ἐπιστήμη, episteme: conhecimento certo, ciência; λόγος,  logos: discurso, estudo, em sentido estrito, refere-se ao ramo da filosofia que se ocupa do conhecimento científico; é o estudo crítico dos princípios, das hipóteses e dos resultados das diversas ciências, com a finalidade de determinar seus fundamentos lógicos, seu valor e sua importância objetiva. Em uma recepção mais restrita, a epistemologia pode ser identificada com a filosofia da ciência.

3) Baseada num método 
Do grego antigo μέθοδος, métodos, formado por μετά, μέt-, metá, met-, depois ou que segue + οδός, hodós, caminho : seguir um caminho, para chegar a um fim; literalmente; um caminho para se chegar a um fim, para alcançar um objetivo.

4) É um modo de conhecer o mundo, um modo de ver o mundo fundamentado em um método, na observação criteriosa, na experimentação em evidências, e na produção de teorias e leis, que regem os fenômenos.

5) É uma construção humana colaborativa e cooperativa que busca solucionar uma dúvida ou resolver um problema e assim prover uma visão de mundo e do universo baseado na lógica e na matemática. É um esforço coletivo e cooperativo a fim de descobrir como a natureza e o universo funcionam. 

6) Objetiva
A ciência é um empreendimento que pressupõe objetividade, ou seja, busca ser imparcial, com a mínima influencia dos interesses pessoais, com uma linguagem clara, rigorosa e precisa tentando evitar ambiguidades.

7) Verificável
Todas as teorias científicas são postas a prova. E as teorias que não resistem a verificação são descartadas. Isto é, apenas faz parte do contexto de ciência aquilo que pode ser verificado ou testado.

8) Controlada
Todos os elementos das ciências devem ser controlados para possibilitar sua verificação e reprodução.

9) Lógica
A ciência é um conhecimento baseado na lógica, e não aceita contradição.

10) Reproduzível
Todo experimento científico deve ser reproduzido em qualquer lugar do planeta e gerar os mesmos resultados.

11) Sistemática
A ciência se utiliza da experimentação para verificar a veracidade ou a falsidade de um conhecimento ou proposição, i.e., é logicamente construída sob um sistema de ideias e procedimentos.

12) Racional
A ciência obtém seus resultados por meio da razão, livre do viés do pesquisador.

13) Empírica
Com base em experimentações, a ciência verifica a veracidade ou a falsidade de certo conhecimento. A ciência se utiliza da experimentação para verificar a veracidade ou a falsidade de um conhecimento ou uma proposição.


Assim, a ciência nos possibilita explicar os fenômenos que vemos como:

O nascer do Sol
Fases da Lua
Surgimento das espécies
Evolução dos seres vivos
Esfericidade da Terra
De onde veio a água da Terra
Como se formaram os planetas e as estrelas
Formação dos fósseis


CIÊNCIA E SENSO COMUM

O conhecimento científico e o senso comum são formas de lidar com a verdade. Entretanto esses dois tipos de conhecimento são bem diferentes.

Como você já sabe, a ciência é lógica, sistemática, verificável, controlada e objetiva. Portanto, visa a busca do conhecimento ou solução de um problema.

Por outro lado, o senso comum é o conjunto de crenças de uma determinada cultura, tidas como verdadeiras, apesar de não contestadas. Isso quer dizer que não se baseia em pesquisas como ocorre com o conhecimento científico, i.e., o senso comum não está baseado no método científico.

O conhecimento do senso comum, entretanto, não é tido como correto ou incorreto. Na verdade, ele é apenas limitado, já que não foi obtido através de métodos sistemáticos e eficientes, nem testado. Tem como base apenas as opiniões e as crenças de uma cultura.

Diferente da ciência, não possui rigor ou comprovação, é baseado apenas na crença. Basta que uma pessoa ou grupo acredite, esse tipo de conhecimento pode ser tratado como se fosse um conhecimento verdadeiro.

O senso comum é um saber subjetivo, varia de pessoa para pessoa e de grupo para grupo. (todamateriaconhecimentocientifico).

É baseado nas experiências cotidianas, por isso, também é chamado de saber empírico. Parte de uma observação superficial da realidade, buscando explicações que possam parecer razoáveis ou verossímeis. 



MÉTODO CIENTÍFICO

Como já tivemos a oportunidade de ver, a palavra método vem do grego méthodos, que significa caminho para chegar a um fim, ou objetivo

O método científico surgiu no século XII, com o trabalho de filósofos como Francis Bacon e René Descartes e de cientistas como Galileu Galilei, Robert Boyle e Antoine Laurent de Lavoisier. O período do Renascimento veio após a Idade Média. Na Idade média foi um período de tempo no qual a ciência teve um papel muito pequeno ou quase nulo na sociedade.

Francis Bacon, 1º Visconde St Alban (22/jan/1561 - 9/abril/1626)

Francis Bacon, 1º Visconde St Alban (22 de janeiro de 1561 - 9 de abril de 1626), conhecido como Lord Verulam entre 1618 e 1621, foi um filósofo e estadista inglês que serviu como procurador-geral e lorde Chanceler da Inglaterra sob o rei Jaime I. 

Bacon foi chamado de pai do empirismo. Ele defendeu a possibilidade de conhecimento científico baseado apenas no raciocínio indutivo e na observação cuidadosa (criteriosa) dos eventos da natureza. Ele acreditava que a ciência poderia ser alcançada através do uso de uma abordagem cética (Ceticismo, vindo do grego "sképsis", análise ou observação, é uma abordagem que enfatiza a dúvida e o questionamento) e metódica, pela qual os cientistas e pesquisadores visavam evitar o engano e o erro. Bacon liderou o avanço da filosofia natural e do método científico e seus trabalhos permaneceram influentes mesmo nos estágios finais da Revolução Científica.

René Descartes (31/mar./1596 – 11/fev./1650)

René Descartes (La Haye en Touraine, 31 de março de 1596 – Estocolmo, 11 de fevereiro de 1650) foi um filósofo, físico e matemático francês. 
Durante a Idade Moderna, também era conhecido por seu nome latino Renatus Cartesius. Tornou-se notável sobretudo por seu trabalho revolucionário na filosofia e na ciência. Também obteve reconhecimento matemático por sugerir a fusão da álgebra com a geometria - fato que gerou a geometria analítica e o sistema de coordenadas que hoje leva o seu nome. Por fim, foi também uma das figuras-chave na Revolução Científica.

Aos 33 anos, Descarte tinha concluído a escrita de seu Tratado sobre o mundo, livro sobre ciências da natureza que ele decidiu não publicar porque defendia a tese heliocêntrica ao mesmo tempo em que o físico Galileu Galilei enfrentava complicações com a Igreja Católica por defender a mesma coisa.  Em 1637 Descartes publicou a sua obra mais conhecida, Discurso do método, que assentava as bases da ciência moderna.




Galileu Galilei (15/fev./1564 - 8/jan./1642)

Galileu Galilei
Galileo di Vincenzo Bonaulti de Galilei, mais conhecido como Galileu Galilei (Pisa, 15 de fevereiro de 1564 - Florença, 8 de janeiro de 1642), foi astrônomo, matemático, físico e engenheiro florentino, às vezes descrito como polímata. Frequentemente é referenciado como "pai da astronomia observacional", "pai da física moderna", "pai do método científico" e "pai da ciência moderna".


Robert Boyle (1627-1691)

Robert Boyle nasceu no ano de 1627, em um castelo longínquo em Lismone Castle, no sudoeste da Irlanda. Ele foi o décimo quarto filho de um idoso conde, que era o homem mais rico da Irlanda, por isso sua educação foi bastante sofisticada e também proporcionou que ele viajasse por toda a Europa. Essas viagens fizeram com que Boyle se familiarizasse com os pensamentos dos cientistas da época, como os ensinamentos de Galileu Galilei.

Assim, ele foi para a Inglaterra, onde havia recebido algumas propriedades de seu pai. Mesmo com treze irmãos, o dinheiro que Boyle recebia de seu pai lhe permitia se dedicar tranquilamente aos estudos científicos."

"Francis Bacon havia proposto um novo método de pensar o mundo, que era baseado na experimentação, não somente na argumentação filosófica, como era feito antes.

Boyle era assim em seus estudos, ele foi inclusive diferenciado de seus antecessores porque se apegou firmemente ao método científico. Ele ficou conhecido como o primeiro cientista a manter anotações detalhadas dos resultados que obtia em seu laboratório. Ele se preocupava não só com o aspecto qualitativo, mas também quantitativo, sendo que anotava passo a passo os experimentos que realizava, comparava os resultados e tecia hipóteses."

Antoine Laurent Lavoisier (26/ago/1743-8/maio/1794)

"Na natureza nada se cria e nada se perde, tudo se transforma."
Antoine-Laurent de Lavoisier (Paris, 26 de agosto de 1743 — Paris, 8 de maio de 1794) foi um nobre e químico francês fundamental para a revolução química no século XVIII, além de ter grande influência na história da química e na história da biologia. Ele é considerado na literatura popular como o "pai da química moderna". Foi eleito membro da Royal Society em 1788.

É amplamente aceito que a sua maior conquista na química foi mudar tal ciência de uma perspectiva qualitativa para uma quantitativa. Porém, Lavoisier é mais lembrado pela descoberta do papel do oxigênio na combustão refutando a teoria flogística e por ter enunciado o princípio da conservação da matéria (apesar de o russo Mikhail Lomonossov tê-lo feito 14 anos antes).

Além disso ele identificou e batizou o oxigênio (1778) e o hidrogênio (1783), ajudou na construção do sistema métrico, escreveu a primeira lista de elementos químicos e colaborou na reforma da nomenclatura química. Ele previu a existência do silício (1787) e também foi o primeiro a estabelecer o enxofre como um elemento (1777) ao invés de um composto. Por fim, ele descobriu que apesar da matéria mudar sua forma, a massa continuava a mesma, o que mais tarde ficará imortalizado pela frase popular:

Em uma reação química feita em recipiente fechado, a soma das massas dos reagentes é igual à soma das massas dos produtos.


ETAPAS DO MÉTODO CIENTÍFICO 

A ciência deve ser precisa. Para que ela seja precisa, as etapas que formam o chamado método hipotético-dedutivo devem ser seguidas rigorosamente; essas etapas são:

1) Observação
2) Questionamento
3) Hipótese
4) Experimento
5) Verificação
6) Previsão
7) Conclusão

Definir uma pergunta, um questionamento a respeito da natureza 
Reunir informações e recursos (observar) 
Formar uma hipótese explicativa para o fenômeno
Testar a hipótese realizando experimentos e coletando dados de maneira reproduzível 
Analisar os dados 
Interpretar os dados e tirar conclusões que sirvam de ponto de partida para uma nova hipótese 
Publicar resultados 
Retestar, frequentemente realizada por outros pesquisadores ou cientistas


Esboço contendo os principais passos do método científico. 
O método começa pela observação, que deve ser sistemática e controlada, a fim de que se obtenham os fatos científicos. O método é cíclico, girando em torno do que se denomina teoria científica, a união indissociável do conjunto de todos os fatos científicos conhecidos e de um conjunto de hipóteses testáveis e testadas capaz de explicá-los. 

Os fatos científicos, embora não necessariamente reprodutíveis, necessitam ser necessariamente verificáveis. As hipóteses têm que ser testáveis frente aos fatos, e por tal, falseáveis. As teorias nunca são provadas e sim corroboradas.

Cada etapa do método científico deve ser cumprida e caso o procedimento não seja bem sucedido, devemos retornar a etapa anterior e buscar fazer correções a fim de evitar possíveis falhas. 

Por exemplo, se a hipótese não explica o resultado do experimento, deve-se retornar a etapa da hipótese para criar uma nova explicação. Nesse sentido, dizemos que a Ciência é um processo gradativo e autocorretivo.

Observação 
Na primeira etapa, a observação acontece a partir da escolha de um fenômeno ou objeto de estudo que seja possível de investigação, e dependendo do caso com o auxílio de equipamentos específicos. Se o nosso objeto de estudo é uma célula, por exemplo devemos utilizar um microscópio; para observar um planeta ou estrela usamos um telescópio. Podemos considerar então que qualquer informação que chega até nós por meio dos sentidos é parte da observação. Quanto mais precisa e cuidadosa for a observação, mais o pesquisador irá conhecer sobre o que está investigando.

Após a observação, seguimos para a próxima etapa onde os questionamentos podem ser formulados mediante a caracterização do objeto de estudo. É a caracterização que permite ao pesquisador conhecer o comportamento do fenômeno e porquê ele ocorre, além de fazer as medidas necessárias e quantificar o fenômeno observável.

Os questionamentos devem ser então solucionados ou explicados pelas hipóteses. É neste momento que o cientista formula as respostas iniciais para os questionamentos utilizando-se unicamente das observações feitas na primeira etapa. Estas hipóteses, além do mais, devem ser possível de teste.

A experimentação é considerada a etapa mais importante do método científico e é possivelmente a etapa que diferencia a Ciência das demais atividades humanas. É nesta etapa que as hipóteses propostas anteriormente serão testadas e validadas. A experimentação foi introduzida com o intuito de “confirmar” a hipótese, pois a partir dela que é decidido se a explicação desenvolvida na etapa anterior era realmente confiável ou deveria ser descartada ou melhor elaborada.

A próxima etapa é a verificação. Nesta etapa o experimento que foi feito uma única vez deve ser refeito outras vezes e nas mesmas condições na qual o primeiro foi realizado a fim de obter o mesmo resultado (quanto maior o número de verificações, mais seguros estaremos de que que a explicação é válida. A funcao da verificação ).

Na última etapa, a previsão, as hipóteses testadas devem contemplar a característica atemporal, ou seja, qualquer outro cientista deverá ser capaz de realizar esse experimento a fim de testar se essas hipóteses podem explicar o fenômeno para qualquer época e em qualquer lugar.

Após terem sido concluídas todas as etapas, os conhecimentos obtidos deixam de ser apenas explicações provisórias ou hipóteses e se tornam o que chamamos de Teoria Científica. Em seguida, o resultado que foi obtido deve ser divulgado para a comunidade científica, seja por meio de revistas ou artigos científicos.

Porque escolhemos a Ciência como forma de pensamento e a forma de observar e estudar o mundo natural? Porquê ela permite a verificação de nossa compreensão, a possibilidade de correção das leis que propomos a partir de nossas observações.

A Ciência é um processo gradativo e autocorretivo. Fazer Ciência é evoluir o pensamento é chegar um novo lugar onde ninguém chegou. É mais que apenas conhecer o Universo, é saber como ele funciona.

O maior divulgador científico da história, Carl Sagan, dizia: 

“A ciência é muito mais que um corpo de conhecimentos. É uma maneira de pensar. A ciência convida a admitir os fatos, mesmo que não estejam de acordo com nossas idéias. Ela nos aconselha a incluir nos cálculos, hipóteses, alternativas e a considerar qual delas se acomoda melhor aos fatos [...]. É uma ferramenta essencial para uma democracia em época de mudanças”.


TIPOS DE DADOS

Dados quantitativos 

São todos os dados que podem ser contados ou medidos, referente a dados numéricos. 

Dados qualitativos 

São dados descritivos, e referem-se a tudo que pode ser observado, mas não medido, como cores, emoções ou estados.

As principais diferenças entre dados quantitativos e qualitativos estão no que eles nos dizem, como são coletados e como são analisados. 

Observe as principais diferenças entre esses dois tipos de dados:

1) Os dados quantitativos são contáveis ou mensuráveis, relacionados a números. 
2) Já os dados qualitativos são descritivos, relativos à linguagem.
3) Os dados quantitativos nos dizem quantos, quanto ou com que frequência (por exemplo, “20 pessoas se inscreveram em nosso boletim informativo por e-mail na semana passada”). 
4) Os dados qualitativos podem nos ajudar a entender o “porque” ou “como” por trás de certos comportamentos, ou podem simplesmente descrever um determinado atributo, por exemplo, “A caixa postal está vermelha” ou “Eu me inscrevi no boletim informativo por e-mail porque estou realmente interessado em ouvir sobre eventos locais”.
5) Os dados quantitativos são fixos e “universais”, 
6) Enquanto os dados qualitativos são subjetivos e dinâmicos. Por exemplo, se algo pesa 20 quilos, isso pode ser considerado um fato objetivo. No entanto, duas pessoas podem ter relatos qualitativos muito diferentes de como vivenciam um determinado evento.
7) Os dados quantitativos são coletados medindo e contando. 
8) Os dados qualitativos são coletados através de entrevistas e observação.
9) Os dados quantitativos são analisados através de análise estatística, (média, mediano, moda, variância e desvio padrão) 
10) Enquanto os dados qualitativos são analisados agrupando-os em categorias ou temas significativos.


VARIÁVEIS 

Variável é a característica de interesse que é medida em cada elemento da amostra (indivíduo) ou população. Como o próprio nome diz, seus valores variam de elemento para elemento. As variáveis podem ter valores numéricos ou não numéricos.

Tipos de variáveis (doutormstematico)


Variáveis Quantitativas

Esse tipo de variável é geralmente representada por meio de números (valores numéricos) resultantes de uma contagem ou mensuração. Esse tipo de variável pode ser dois tipos: Discretas e Contínuas.

Variáveis discretas
Neste tido de variável, os valores representam um conjunto finito ou enumerável de números, e que resultam de uma contagem, por exemplo: Número de filhos (0,1,2,…n), número de bactérias por amostra, número de copos de cerveja tomados por dia, etc.

Variáveis contínuas
Nesse tipo de variável os valores pertencem a um intervalo de números reais e devem representar uma mensuração, ou seja, deve servir como “métrica” para algo (por exemplo, altura ou peso de uma pessoa). Nesse tipo de variável você também pode usar números fracionais.


Variáveis Qualitativas

Esse tipo de variável representa uma qualidade (ou atributo) de um indivíduo pesquisado. Essas variáveis são definidas por várias categorias e é importante mencionar que essas características não possuem valores quantitativos, i.e., valores que possam ser mensurados. Essas variáveis podem ser de dois tipos:

Variável nominal
Essa variável representa um tipo de variável empregada quando não existe nenhuma ordenação nas possíveis representações. Alguns exemplos são: sexo, cor dos olhos, cor do cabelo, fumante/não fumante.

Variável ordinal
Ainda é qualitativa, porém seus valores apresentam uma ordem nos seus resultados. Alguns exemplos são: séries da escola (1ª série, 2ª Serie, … ), Mês (janeiro, fevereiro, …, dezembro).

Como e o que coletar?
Muitas vezes não é possível analisar uma população toda, ou todo o universo de uma espécie. Assim, devemos obter uma amostra que descreva todas as variáveis de uma população oi do universo. 


População é o público alvo e constitui um conjunto de indivíduos que apresentam características próprias, por exemplo: os usuários de comida vegana, os alunos do sexto ano de uma escola, as borboletas de um bosque, os peixes de um lago, os associados de um sindicato. A população também pode ser relacionada a um conjunto de objetos ou informações. 

Amostra diz respeito a uma parte do universo. Em alguns casos seria impossível medir ou entrevistar todos os indivíduos de uma população, pois levaria muito tempo para concluir o trabalho ou seria financeiramente inviável, dessa forma, o número de indivíduos medidos ou entrevistados corresponde a uma quantidade determinada de elementos do conjunto total, i.e., uma amostra (modif. doutormatematico).


PRINCIPAIS TIPOS DE MÉTODOS CIENTÍFICOS

Apesar das etapas do método científico serem pré-estabelecidas, sua ordem de aplicação pode ser alterada. Assim, existem várias formas de aplicar o método e cada um dessas formas representa um tipo de método científico. 

método indutivo é aquele pelo qual se definem leis gerais ou afirmações científicas a partir da observação de fenômenos específicos. 
De acordo com este método, se um fenômeno se repete em diversas experimentações, ele ocorrerá novamente em observações futuras.

Já o método dedutivo segue uma ordem contrária àquela proposta pelo método indutivo. Aqui, utilizam-se leis universais para se chegar a conclusões específicas. Um clássico exemplo proposto por Sócrates é bastante elucidativo:

Todo homem é mortal (premissa maior)
Sócrates é um homem (premissa menor)
Logo, Sócrates é mortal (conclusão)

Existem ainda outros métodos menos usuais, empregados em diversos ramos das ciências, como os seguintes:

Método hipotético-dedutivo, 
Método dialético, 
Método estatístico, 
Método comparativo e o
Método experimental. 

Independente do tipo de método, é imprescindível que um método científico seja adotado durante a pesquisa. Com o uso de um método científico, o pesquisador adquire segurança na sua investigação e garantia de resultados confiáveis.


RESUMO

As variáveis podem ser classificadas em quantitativas ou qualitativas
Uma variável quantitativa possui como especificidade um valor numérico, enquanto uma variável qualitativa possui como especificidade uma característica não-numérica.

As variáveis podem assumir diferentes valores, que basicamente podem ser separados em:
Quantitativos ou numéricos 
Qualitativos, não numéricos, ou categóricos


Classificação de variáveis 


As variáveis quantitativas ou numéricas podem ser:

Discretas: assumem apenas valores inteiros. Ex.: número de irmãos, número de passageiros.

Contínuas: assumem qualquer valor no intervalo dos números reais.
Ex.: peso, altura, largura do quadril, produção de leite, quantidade de nitrogênio no solo, comprimento e largura das asas de um inseto, etc…


As variáveis qualitativas ou categóricas podem ser:

Nominais: quando as categorias não possuem uma ordem natural.
Ex.: nomes, cor da pele, cor do pelo, cor dos olhos, sexo, grupo sanguíneo, tipo de doença, causa da morte.

Ordinais: quando as categorias podem ser ordenadas. 
Ex.: tamanho (pequeno, médio, grande), classe social (baixa, média, alta), grau de instrução (básico, médio, graduação, pós-graduação).


As variáveis qualitativas não podem ser expressas numericamente, pois relacionam situações como a cor da pele, cor dos olhos, marca de refrigerante, marca de automóvel, preferência musical entre outras. Elas podem ser divididas em ordinais e nominais. 

a) Variáveis qualitativas ordinais, não são numéricas mas obedecem a uma relação de ordem, por exemplo: conceitos como ótimo, bom, regular e ruim, classe social, grau de instrução, etc.

b) Variáveis qualitativas nominais não estão relacionadas à ordem, elas são identificadas apenas por nomes, por exemplo, as cores: vermelho, amarelo, preto, azul, rosa, verde, etc. Também como exemplo de nominais temos as marcas de carros, nome de bebidas, local de nascimento entre outros.


Variáveis quantitativas para esse tipo de variável usamos a representação numérica. Elas podem ser classificadas em discretas e contínuas. 

a) Variáveis quantitativas discretas, são representadas por números inteiros, por exemplo: número de revistas vendidas, quantidade de consultas médicas, número de filhos de um casal, numero de ovos que um pássaro põe na primavera, numero de filhotes de javali que alcançam a idade adulta, número de filhos, número de células, número de ovos, número de ácaros ou insetos em uma planta, numero de sementes.

b) Variáveis quantitativas contínuas, esse tipo de variável são representadas por números reais, e são resultados, normalmente, de uma mensuração. Como exemplo podemos citar: o peso de um produto, peso de um fruto, altura dos alunos do sexto ano de uma escola, o comprimento das asas anteriores das abelhas, sao algumas delas.



IMPORTÂNCIA DO GRUPO CONTROLE
OU GRUPO CONTROLE

Quais são os elementos principais de um experimento controlado? Para ilustrar, vamos considerar um exemplo simples (mesmo sendo um bem bobo).

Suponha que eu decida plantar feijão na minha cozinha, perto da janela. Eu ponho sementes de feijão num vaso com terra, coloco o vaso junto à janela e espero as sementes germinarem. Porém, após algumas semanas, não há nenhum broto. 
Por que não germinaram? (khan)

Bem, .... acontece que eu esqueci de regar as sementes. 

Então eu formulo a hipótese de que elas não germinaram por falta de água.

Para testar essa minha hipótese eu faço um experimento controlado. 

Neste experimento eu monto dois potes iguais. Ambos com o mesmo tipo de terra e com 10 sementes de feijão da mesma espécie  plantadas no mesmo tipo de terra ao mesmo momento e ambos colocados na mesma janela. 

De fato, só há uma coisa diferente que faço a esses dois potes:

Um pote de sementes é regado todas as manhãs.
O outro pote de sementes nunca recebe água.

Após uma semana, 9 das 10 sementes no pote regado germinaram, enquanto que nenhuma semente no pote seco germinou. 

Parece que a hipótese de que as "sementes precisam de água" é provavelmente correta.

Vamos ver como este simples exemplo ilustra as partes de um experimento controlado.

Importância de se delinear o grupo controle (khan)


Variáveis Independentes e Dependentes

O fator que é diferente entre os grupos de controle e experimental (neste caso a quantidade de água) é conhecido como a variável independente. Esta variável é independente porque ela não depende do que acontece no experimento. Ao invés disso, ela é algo que o pesquisador aplica ou escolhe ele mesmo. 

Em contraposição, a variável dependente num experimento é a resposta que é medida para ver se o tratamento tem um efeito. Neste caso, a fração de sementes de feijão que germinou é a variável dependente(khan)

A variável dependente (fração de sementes germinando) depende da variável independente (a quantidade de água), e não vice-versa.

Dados experimentais são as observações feitas durante o experimento. Neste caso, os dados coletados foram o número de brotos de feijão em cada vaso depois de uma semana.


Variabilidade e Repetição

Das dez sementes de feijão regadas, apenas nove germinaram. O que aconteceu com a décima semente? Essa semente pode estar morta, doente ou apenas ser lenta para germinar (khan).
Especialmente em biologia (que estuda entidades complexas, vivas), muitas vezes há variação no material usado para um experimento, aqui, as sementes de feijão, que o pesquisador não pode ver.
Devido a esse potencial de variação, experimentos biológicos precisam ter uma amostra de tamanho grande e, de preferência, ser repetidos várias vezes. O tamanho da amostra refere-se ao número de itens individuais testados num experimento, neste caso, 10 sementes de feijão por grupo. Com mais amostras e repetindo-se o experimento mais vezes, diminui-se a probabilidade de chegarmos a uma conclusão errada, devida à variação aleatória (khan).

As variáveis ​​recebem um nome especial que se aplica apenas a investigações experimentais. Uma é chamada de variável dependente e a outra de variável independente.

Uma variável que pensamos ser uma causa é conhecida como variável independente (porque seu valor não depende de nenhuma outra variável). Uma variável que pensamos ser um efeito é chamada de variável dependente porque o valor dessa variável depende da causa (variável independente).

Por exemplo, alocar os participantes para condições de droga ou placebo (variável independente) para medir quaisquer mudanças na intensidade de sua ansiedade (variável dependente).

Em alguns contextos não faz sentido falarmos de variáveis ​​dependentes e independentes, o mais conveniente ou adequado é usar os termos variável preditora e variável de resultado no lugar de variável dependente e independente. Isso não é um capricho pessoal: no trabalho experimental a causa (variável independente) é um preditor, e o efeito (variável dependente) é um resultado. 

Para facilitar, vale um resumão:

Variável independente: Uma variável que se acredita ser a causa de algum efeito. Este termo é geralmente usado em pesquisa experimental para denotar uma variável que o experimentador manipulou.

Variável dependente: Uma variável que se acredita ser afetada por mudanças em uma variável independente. Você pode pensar nessa variável como um resultado.

Variável preditora: Uma variável pensada para prever uma variável de resultado. Este é basicamente outro termo para variável independente

Variável de resultado: Uma variável que se pensa mudar em função de mudanças em uma variável preditora. Este termo pode ser sinônimo de “variável dependente” em prol de uma vida fácil (Damásio, 2023).




EXERCÍCIOS

I


1. Qual a finalidade do método científico? 

2. Quem é o cientista creditado como criador do método científico? 

3. Cite as etapas básicas do método científico. 

4. Qual a diferença entre os dados qualitativos e os dados quantitativos? 

5. Quando as conclusões não corroboram com as hipóteses desenvolvidas o que deve ser feito? 

6. Quando procuramos respostas científicas para um determinado fenômeno que ainda não foi estudado, qual o primeiro passo que devemos tomar de acordo com o método científico? 

7. (UERJ) O tempo de oscilação de um pêndulo não depende do peso do corpo suspenso na extremidade do fio. Com base neste conhecimento, Galileu, antes mesmo de realizar seu famoso experimento da torre de Pisa, afirmou que uma pedra leve e outra pesada, quando abandonadas livremente de uma mesma altura, deveriam levar o mesmo tempo para chegar ao solo. Tal afirmação é um exemplo de: 

a) lei
b) teoria
c) modelo
d) hipótese

8. O tema “Teoria da Evolução” tem provocado debates em certos locais dos Estados Unidos da América, com algumas entidades contestando seu ensino nas escolas. Nos últimos tempos, a polêmica está centrada no termo teoria, que, no entanto, tem significado bem definido para os cientistas. Sob o ponto de vista da ciência, teoria é: 

a) sinônimo de lei científica, que descreve regularidade de fenômenos naturais, mas não permite fazer previsões sobre eles; 

b) sinônimo de hipótese, ou seja, uma suposição ainda sem comprovação experimental;

9. Pretende-se fazer um estudo sobre a altura dos alunos do sexto ano e o número de irmãos desses alunos de uma Escola de Porto Alegre. Para isso, efetuou-se um inquérito ao qual responderam 60 alunos. Indique:

a) As população em estudo 
b) As amostra escolhida; 
c) As variável em estudo e classifique-as.




II

Método Científico

1. (UGF-RJ) Ao criar uma hipótese científica, o cientista procura
a) levantar uma questão ou problema.
b) explicar um fato e prever outros.
c) testar variantes.
d) comprovar teorias estabelecidas.
e) confirmar observações.

2. (UFRGS-RS) Numa experiência controlada o grupo controle tem por objeto
a) testar outras variantes do resultado previsto.
b) confirmar as conclusões obtidas com o grupo experimental.
c) desmentir as conclusões obtidas com o grupo experimental.
d) servir de referência padrão em face dos resultados fornecidos pelo grupo experimental.
e) testar a eficiência dos equipamentos usados na experiência.

3. (UFMG) Observa-se que as bananeiras inibem o crescimento de outras espécies de vegetais plantadas próximo a elas. Para verificar se essa inibição é provocada por uma substância produzida pelas bananeiras, o melhor procedimento será:
a) comparar o crescimento das outras espécies cultivadas com extrato de bananeira em ambientes com a mesma intensidade luminosa.
b) comparar o crescimento das outras espécies em cultivo com e sem aplicação de extrato de bananeiras.
c) comparar o crescimento das outras espécies cultivadas com extrato de bananeiras em diferentes temperaturas.
d) analisar quimicamente extratos das bananeiras e de outras espécies.

4. (UERJ) Até o século XVII, o papel dos espermatozoides na fertilização do óvulo não era reconhecido. O cientista italiano Lazaro Spallanzani, em 1785, questionou se seria o próprio sêmen, ou simplesmente o vapor dele derivado, a causa do desenvolvimento do óvulo.
Do relatório que escreveu a partir de seus estudos sobre fertilização, foi retirado o seguinte trecho:
“... para decidir a questão, é importante empregar um meio conveniente que permita separar o vapor da parte figurada do sêmen e fazê-lo de tal modo, que os embriões sejam mais ou menos envolvidos pelo vapor.”
Dentre as etapas que constituem o método cientifico, esse trecho do relatório é um exemplo de
a) análise de dados.
b) coleta de material.
c) elaboração da hipótese.
d) planejamento experimento.

5. (Fuvest-SP) No texto a seguir, reproduzido do livro Descobertas acidentais em ciências, de Royston M. Roberts (Campinas, Papirus, 1993), algumas frases referentes a etapas importantes na construção do conhecimento cientifico foram grifadas e identificadas por um numeral romano:
“Em 1889, em Estrasburgo, então Alemanha, enquanto estudavam a função do pâncreas na digestão, Joseph Von Mering e Oscar Minkowski, removeram o pâncreas de um cão. No dia seguinte, um assistente de laboratório chamou-lhes atenção sobre o grande número de moscas voando ao redor da urina daquele cão. (I) Curiosos sobre por que as moscas foram atraídas à urina, analisaram-na e observaram que esta apresentava excesso de açúcar. (II) Açúcar na urina é um sinal comum de diabetes. Von Mering e Minkowski perceberam que estavam vendo pela primeira vez a evidência da produção experimental de diabetes em um animal. (III) O fato de tal animal não ter pâncreas sugeriu a relação entre esse órgão e o diabetes. [...] Muitas tentativas de isolar a secreção foram feitas, mas sem sucesso até 1921. Dois pesquisadores, Frederick G. Bating, um jovem médico canadense, e Charles H. Best, um estudante de medicina, trabalhavam no assunto no laboratório do professor John J. R. MacLeod, n Universidade de Toronto. Eles extraíam a secreção do pâncreas de cães. (IV) Quando injetaram os extratos (secreção do pâncreas) nos cães tornados diabéticos pela remoção de seu pâncreas, o nível de açúcar no sangue desses cães voltou ao normal, e a urina não apresentava mais açúcar”.
A alternativa que identifica corretamente cada uma das frases grifadas com cada uma das etapas de construção do conhecimento cientifico é:



6. (Fuvest-SP) Observando plantas de milho, com folhas amareladas, um estudante de agronomia considerou que essa aparência poderia ser devida à deficiência mineral do solo. Sabendo que a clorofila contém magnésio, ele formulou a seguinte hipótese: “Quando há deficiência de sais de magnésio no solo, folhas amareladas aparecem”. Qual das alternativas descreve um experimento correto para testar tal hipótese?
a) Fornecimento de sais de magnésio ao solo em que as plantas estão crescendo e observação dos resultados dias depois.
b) Fornecimento de uma mistura de diversos sais minerais, inclusive sais de magnésio, ao solo em que as plantas estão crescendo e observação dos resultados dias depois.
c) Cultivo de um novo lote de plantas, em solo suplementado com uma mistura completa de sais minerais, incluindo sais de magnésio.
d) Cultivo de novos lotes de plantas, fornecendo à metade deles mistura completa de sais minerais, inclusive sais de magnésio, e, à outra metade, apenas sais de magnésio.
e) Cultivo de novos lotes de plantas, fornecendo à metade deles mistura completa de sais minerais, inclusive sais de magnésio, e, à outra metade, uma mistura com os mesmo sais, menos os de magnésio.

7. (UFMG) Um estudante decidiu testar os resultados da falta de determinada vitamina na alimentação de um grupo de ratos. Colocou, então, cinco ratos em uma gaiola e retirou de sua dieta os alimentos ricos na vitamina em questão. Após alguns dias, os pelos dos ratos começaram a cair. Concluiu, então, que essa vitamina desempenha algum papel no crescimento e manutenção dos pelos. Sobre essa experiência podemos afirmar:
a) A experiência obedeceu aos princípios do método científico, mas a conclusão do estudante pode não ser verdadeira.
b) A experiência foi correta e a conclusão também. O estudante seguiu as normas do método científico adequadamente.
c) A experiência não foi realizada corretamente porque o estudante não usou um grupo de controle.
d) O estudante não fez a experiência de forma correta, pois não utilizou instrumentos especializados.
e) A experiência não foi correta porque a hipótese do estudante não era uma hipótese passível de ser testada experimentalmente.

8. (Acafe-SC) “O projeto de pesquisa, que exisde 2001, ainda está longe do fim, explica a pesquisadora. É um processo demorado mesmo. Porém, com mais um ante deso, já teremos novos resultados, quem sabe, ainda mais positivos.”
“A expectativa do grupo é saber se a ação contra o causador da malária vai ser realmente confirmada. Vamos ver a viabilidade disso nos modelos experimentais [animais].”
“O estudo feito pela UnB, em parte, também contou com a participação da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). O processo de isolamento e síntese dos peptídeos já está patenteado.”
Sobre a atividade científica, podemos inferir:
a) O conhecimento científico é o único tipo de conhecimento válido, já que é produzido por meio de métodos experimentais precisos e seguros.
b) A veracidade dos conhecimentos produzidos pela ciência é efêmera. Isto significa que aquilo que a ciência, hoje, intitula como válido, pode não ser verdade amanhã.
c) A ciência é um empreendimento autônomo que não depende de esforços políticos nem econômicos. Ela se automantém.
d) A visão de mundo de cada época não interfere na produção do conhecimento científico.
e) A atividade científica deve ser desenvolvida sem levar em consideração suas implicações sociais, já que o objetivo dos cientistas é descobrir a verdade dos fenômenos naturais.

9. (Fuvest-SP) O tema “teoria da evolução” tem provocado debates em certos locais dos Estados Unidos da América, com algumas entidades contestando seu ensino nas escolas. Nos últimos tempos, a polêmica está centrada no termo TEORIA, que, no entanto, tem significado bem definido para os cientistas.
Sob o ponto de vista da ciência, teoria é:
a) sinônimo de lei científica, que descreve regularidade de fenômenos naturais, mas não permite fazer previsões sobre eles.
b) sinônimo de hipótese, ou seja, uma suposição ainda sem comprovação experimental.
c) uma ideia sem base em observação e experimentação, que usa o senso comum para explicar fatos do cotidiano.
d) uma ideia, apoiada pelo conhecimento científico, que tenta explicar fenômenos naturais relacionados, permitindo fazer previsões sobre eles.
e) uma ideia, apoiada pelo conhecimento científico, que, de tão comprovada pelos cientistas, já é considerada uma verdade incontestável.


10) No texto a seguir, reproduzido do livro Descobertas acidentais em ciências, de Royston M. Roberts (Campinas, Papirus, 1993), algumas frases referentes a etapas importantes na construção do conhecimento científico foram grifadas e identificadas por um numeral romano:

“Em 1889, em Estrasburgo, então Alemanha, enquanto estudavam a função do pâncreas na digestão, Joseph Von Mering e Oscar Minkowski, removeram o pâncreas de um cão. No dia seguinte, um assistente de laboratório chamou-lhes atenção sobre o grande número de moscas voando ao redor da urina daquele cão. (I) Curiosos sobre por que as moscas foram atraídas à urina, analisaram-na e observaram que esta apresentava excesso de açúcar. (II) Açúcar na urina é um sinal comum de diabetes. Von Mering e Minkowski perceberam que estavam vendo pela primeira vez a evidência da produção experimental de diabetes em um animal. (III) O fato de tal animal não ter pâncreas sugeriu a relação entre esse órgão e o diabetes. [...] Muitas tentativas de isolar a secreção foram feitas, mas sem sucesso até 1921. Dois pesquisadores, Frederick G. Bating, um jovem médico canadense, e Charles H. Best, um estudante de medicina, trabalhavam no assunto no laboratório do professor John J. R. MacLeod, na Universidade de Toronto. Eles extraíam a secreção do pâncreas de cães. (IV) Quando injetaram os extratos (secreção do pâncreas) nos cães tornados diabéticos pela remoção de seu pâncreas, o nível de açúcar no sangue desses cães voltou ao normal, e a urina não apresentava mais açúcar”.


 

I

II

III

IV

A)

Hipótese

Teste de hipótese

Fato

Observação

B)

Fato

Teoria

Observação

Teste de hipótese

C)

Observação

Hipótese

Fato

Teste de hipótese

D)

Observação

Fato

Teoria

Hipótese

E)

Observação

Fato

Hipótese

Teste de hipótese













A alternativa que identifica corretamente cada uma das frases grifadas com cada uma das etapas de construção do conhecimento cientifico é: R.: letra e




Gabarito

1. B
2. D
3. B
4. D
5. E
6. E
7. C
8. B
9. D
10. E



Fonte















ESCÓLIOS/COMENTÁRIOS

Escólio (do grego, σχόλιον, scholion; “commentário”, “interpretação”), são comentários gramaticais, críticos ou explicativos, sejam originais, sejam extraídos de comentários pré-existentes, que são inseridos na margem do manuscrito de um autor antigo, como glosas. Aquele que escreve escólios é um escoliasta.


I

Dados são as informações (numéricas ou não) obtidas de uma unidade experimental. Na afirmação "Fulano tem 25 anos e é fumante", os dados são: "25 anos" e "fumante".

Por outro lado, quando se comenta que no dia tal ocorreu um acidente de trânsito com morte de uma pessoa, a unidade experimental (na verdade, é uma unidade observacional) é o acidente de trânsito e o dado é a modalidade de acidente (com morte).

Variável é toda a característica que, observada em uma unidade experimental, pode variar de indivíduo a indivíduo.

O sexo de um roedor coletado na natureza, a estatura em jogadores de basquete, a cor de sementes de uma espiga de milho, a quantidade de ácido acetil-salicílico em comprimidos com o nome comercial NC, o nível de hemoglobina no sangue são exemplos de variáveis.

É importante identificar que tipo de variável está sendo estudado, uma vez que procedimentos estatísticos diferentes são recomendados em cada situação.


A principal divisão ocorre entre variáveis quantitativas e qualitativas.

Variáveis quantitativas são aquelas em que os dados são valores numéricos que expressam quantidades, como a estatura das pessoas (h), o nível sérico de cálcio em roedores ou o número de sementes íntegras em uma vagem de ervilha.


As variáveis podem ainda ser classificadas em variáveis quantitativas discretas: são as que geram dados que somente podem apresentar determinados valores, em geral números inteiro.


Por exemplo: número de filhos nascidos vivos, número de obras catalogadas, número de baixas hospitalares por paciente, número de células aneuplóides por antera.


Variáveis quantitativas contínuas: são aquelas cujos dados podem apresentar qualquer valor dentro de um intervalo de variação possível.


Por exemplo: a quantidade de ácido acetil-salicílico em certo comprimido pode ser qualquer valor entre 499 mg e 501 mg. O valor 499,5 mg é possível, assim com o valor 499,53 mg.


Note que se fala aqui de “possível” no sentido teórico: muitas vezes, um valor representa uma impossibilidade prática, como é o caso de uma estatura igual a 167,26 cm para um estudante universitário. Mesmo que o antropômetro possua divisões para o centímetro, um resultado com esta do precisão é pouco confiável quando se trata da estatura.


A distinção entre uma variável contínua e uma variável discreta é a de que na variável discreta não existe a possibilidade, mesmo teórica, de se observar um valor fracionário: uma mulher não pode ter tido 1,3 abortos nem um aluno ter 2,5 irmãos.


Variáveis qualitativas (variáveis categóricas ou atributos) são aquelas que fornecem dados de natureza não numérica, como a cor de uma flor, a raça de um animal ou o sexo de um paciente.


Mesmo que os dados possam ser codificados numericamente (masculino = 1, feminino = 2), os números aqui são apenas símbolos sem valor quantitativo.


Neste tipo de variável, as diferentes categorias que a compõem podem ter sido obtidas segundo dois níveis de mensuração:


(a) Nível nominal: Como o nome implica, neste nível diferencia-se uma categoria da outra somente através da denominação da categoria. Assim, pode-se classificar um coelho como sendo do sexo masculino ou do sexo feminino e um paciente psiquiátrico como psicótico ou neurótico.


As variáveis nominais podem ainda ser divididas em binominais ou dicotômicas, quando são compostas por duas categorias (como é o caso de pessoas Rh+ e Rh-) e polinominais ou politômicas, quando apresentam mais de duas categorias possíveis (como os grupos A, B, AB e O do sistema sanguíneo ABO).


(b) Nível ordinal: Neste nível, não só é possível identificar diferentes categorias mas podem ser reconhecidos graus de intensidade entre elas. Isto possibilita um processo de ordenação das várias categorias, desde que a intensidade seja inerente à variável e não imposta por conveniência do pesquisador.


Quando avaliados quanto a uma variável ordinal, os indivíduos podem ser classificados desde “o pior” até “o melhor”.


Exemplos de variáveis ordinais são a sensação dolorosa, que poderia apresentar dez gradações desde “nenhuma dor” até “dor insuportável”, o comportamento de um animal, que poderia ser submisso, neutro ou agressivo, a cor de determinada flor, desde o branco até o vermelho, passando por diversas tonalidades do rosa.


População ou universo

O termo "população" é usado em Estatística com um sentido bem mais amplo do que na linguagem coloquial. E entendido aqui como todo o conjunto de unidades experimentais (ou observacionais) que apresentam uma ou mais características em comum.

A abrangência de uma população é determinada pelas caracteristicas em comum, que são escolhidas conforme o interesse do estudo a ser realizado e definem claramente as unidades que pertencem à população.

São exemplos: a população de colegiais de 8 anos de Porto Alegre (que tem em comum a idade e o local onde vivem), a população de pinheiros-brasileiros do município de Canela, a população de comprimidos do lote 53/2023 de um determinado medicamento, a população de acidentes de trânsito ocorridos no Rio Grande do Sul em 2022.

O objeto dos estudos são sempre as populações, pois somente assim as conclusões dos trabalhos científicos não se restringem apenas às unidades neles estudadas.

No entanto, como as populações são constituídas de um número muito grande de elementos, elas são estudadas através de alguns destes elementos, que irão constituir o que se denomina uma amostra.

Amostra é qualquer fração de uma população. Como a finalidade da amostra é

representar a população, deseja-se que a amostra escolhida apresente as mesmas características da população de origem, isto é, que seja uma amostra "representativa" ou "não-tendenciosa".

Uma amostra de colegiais de 8 anos do Colégio Farroupilha não é uma amostra

representativa dos colegiais de 8 anos de Porto Alegre, pois foi obtida em um colégio apenas.

80 comprimidos do lote 53/2023 constituem uma amostra representativa deste lote, desde que tenham sido escolhidos por um processo casual.

Tanto o número de indivíduos selecionados para a amostra como a técnica de seleção são extremamente importantes para que os resultados obtidos no estudo possam ser generalizados para a população.

Parâmetro é um valor que resume, na população, a informação relativa a uma variável. Por exemplo, 45% dos alunos matriculados na disciplina D, em 2023, eram do sexo masculino. Todos os alunos matriculados neste ano foram estudados, portanto a informação é referente à população toda.

Neste caso, 45% é um parâmetro. Da mesma forma, se a estatura média de todos estes alunos foi 168 cm, esta média é um parâmetro.


II

Pesquisa Correlacional X Pesquisa Experimental

A maioria das pesquisas empíricas pertencem claramente a uma dessas duas categorias gerais: em uma pesquisa correlacional (Levantamento) o pesquisador não influencia (ou tenta não influenciar) nenhuma variável, mas apenas as mede e procura por relações (correlações) entre elas, como pressão sangüínea e nível de colesterol. 

Em uma pesquisa experimental (Experimento) o pesquisador manipula algumas variáveis e então mede os efeitos desta manipulação em outras variáveis; por exemplo, aumentar artificialmente a pressão sangüínea e registrar o nível de colesterol. A análise dos dados em uma pesquisa experimental também calcula "correlações" entre variáveis, especificamente entre aquelas manipuladas e as que foram afetadas pela manipulação. Entretanto, os dados experimentais podem demonstrar conclusivamente relações causais (causa e efeito) entre variáveis. Por exemplo, se o pesquisador descobrir que sempre que muda a variável A então a variável B também muda, então ele poderá concluir que A "influencia" B. Dados de uma pesquisa correlacional podem ser apenas "interpretados" em termos causais com base em outras teorias (não estatísticas) que o pesquisador conheça, mas não podem ser conclusivamente provar causalidade.


Variáveis dependentes e variáveis independentes.

Variáveis independentes são aquelas que são manipuladas enquanto que variáveis dependentes são apenas medidas ou registradas. Esta distinção confunde muitas pessoas que dizem que "todas variáveis dependem de alguma coisa". Entretanto, uma vez que se esteja acostumado a esta distinção ela se torna indispensável. Os termos variável dependente e independente aplicam-se principalmente à pesquisa experimental, onde algumas variáveis são manipuladas, e, neste sentido, são "independentes" dos padrões de reação inicial, intenções e características dos sujeitos da pesquisa (unidades experimentais).Espera-se que outras variáveis sejam "dependentes" da manipulação ou das condições experimentais. Ou seja, elas dependem "do que os sujeitos farão" em resposta. Contrariando um pouco a natureza da distinção, esses termos também são usados em estudos em que não se manipulam variáveis independentes, literalmente falando, mas apenas se designam sujeitos a "grupos experimentais" baseados em propriedades pré-existentes dos próprios sujeitos. Por exemplo, se em uma pesquisa compara-se a contagem de células brancas (White Cell Count em inglês, WCC) de homens e mulheres, sexo pode ser chamada de variável independente e WCC de variável dependente.(inf).


Por que relações entre variáveis são importantes?

Geralmente o objetivo principal de toda pesquisa ou análise científica é encontrar relações entre variáveis. A filosofia da ciência ensina que não há outro meio de representar “significado” exceto em termos de relações entre quantidades ou qualidades, e ambos os casos envolvem relações entre variáveis. Assim, o avanço da ciência sempre tem que envolver a descoberta de novas relações entre variáveis. Em pesquisas correlacionais a medida destas relações é feita de forma bastante direta, bem como nas pesquisas experimentais. Por exemplo, o experimento já mencionado de comparar WCC em homens e mulheres pode ser descrito como procura de uma correlação entre 2 variáveis: sexo e WCC (White Cell Count em inglês, WCC). A Estatística nada mais faz do que auxiliar na avaliação de relações entre variáveis. (inf)



Crítica a ciência Baconiana, Cartesiana, Galileana.


Fiz uma análise crítica, com uma visão um pouco epistemológica, do seu texto sobre Ciências, como uma avaliação para a disciplina “Métodos da Ciência” da minha universidade.
Percebi que seu texto fez questão de delimitar como chegamos a afirmações científicas, estritamente pelo Método Científico. Você não está errado, mas senti falta de comentários sobre como funciona o acúmulo de dados (científicos ou não), sem a utilização do Método, como na visão de anarquismo científico de Paul Feyerabend. Também senti falta de uma abordagem sobre a história da ciência, e as diferentes visões sobre a construção do conhecimento científico. Percebi também que em nenhum momento do texto foi comentado a construção de conhecimentos dos povos indígenas e originários, e quão importante é esse fenômeno para a história da ciência.
Algo que eu gostei do texto foi sua definição bem aberta de ciência, você não afirmou categoricamente o que é, e sim deixou um horizonte de possibilidades sobre o que pode ser, que na minha visão é o correto. Também achei lúcido responder que “O que é ciência” não é uma tarefa fácil. Achei interessante a desmistificação do Método Científico, que possui etapas bem complexas e elaboradas, mas que pode ser encaixado em diferentes situações na ciência, uma visão que não adquirimos no ensino básico.
Também foi de extrema importância ter citado a questão da falseabilidade na ciência, em que observações adquiridas em experimentos não devem ser usadas para fazer afirmações científicas, e sim falseá-las. Entretanto, Karl Poppers poderia ter sido citado nessa parte, já que ele foi um estudioso importante na área da Epistemologia, e suas observações se encaixam bem na área da Biologia. Ademais, foi interessante afirmar que a ciência seja um processo gradativo e autocorretivo, pois isso se assemelha à visão das Revoluções Científicas, de Thomas Khun.
Apesar da observação ser importante, e talvez fundamental, para se construir o conhecimento científico, também é importante citar que as observações podem ser falhas, e dependentes do ponto de vista do observador.
O texto é muito interessante e foi bem construído para o contexto do site, que é um blog educacional e de divulgação científica. Percebi que os conhecimentos abordados no seu Blog são bem variados, então lendo o texto desse conhecimento específico, nota-se a sua dedicação em educar dentro do possível. Isso ficou mais perceptível ainda ao ver os resumos que você preparou sobre o assunto, e os escólios no final do site. Obrigado pela atenção. (Santiago Sathler)

Li todos os autores citados na crítica mas para alguns anos mais jovens eu apresentei a ciência histórica ocidental. Embora em sala de aula tenhamos discutido essas outras possibilidades de fazer ciência.

Resposta:
Muito obrigado pelo comentário. Vou procurar ler mais esses autores que mencionastes. Volte sempre! (A.Paim)
































1 comentários:

Santiago Sathler disse...

Fiz uma análise crítica, com uma visão um pouco epistemológica, do seu texto sobre Ciências, como uma avaliação para a disciplina “Métodos da Ciência” da minha universidade.
Percebi que seu texto fez questão de delimitar como chegamos a afirmações científicas, estritamente pelo Método Científico. Você não está errado, mas senti falta de comentários sobre como funciona o acúmulo de dados (científicos ou não), sem a utilização do Método, como na visão de anarquismo científico de Paul Feyerabend. Também senti falta de uma abordagem sobre a história da ciência, e as diferentes visões sobre a construção do conhecimento científico. Percebi também que em nenhum momento do texto foi comentado a construção de conhecimentos dos povos indígenas e originários, e quão importante é esse fenômeno para a história da ciência.
Algo que eu gostei do texto foi sua definição bem aberta de ciência, você não afirmou categoricamente o que é, e sim deixou um horizonte de possibilidades sobre o que pode ser, que na minha visão é o correto. Também achei lúcido responder que “O que é ciência” não é uma tarefa fácil. Achei interessante a desmistificação do Método Científico, que possui etapas bem complexas e elaboradas, mas que pode ser encaixado em diferentes situações na ciência, uma visão que não adquirimos no ensino básico.
Também foi de extrema importância ter citado a questão da falseabilidade na ciência, em que observações adquiridas em experimentos não devem ser usadas para fazer afirmações científicas, e sim falseá-las. Entretanto, Karl Poppers poderia ter sido citado nessa parte, já que ele foi um estudioso importante na área da Epistemologia, e suas observações se encaixam bem na área da Biologia. Ademais, foi interessante afirmar que a ciência seja um processo gradativo e autocorretivo, pois isso se assemelha à visão das Revoluções Científicas, de Thomas Khun.
Apesar da observação ser importante, e talvez fundamental, para se construir o conhecimento científico, também é importante citar que as observações podem ser falhas, e dependentes do ponto de vista do observador.
O texto é muito interessante e foi bem construído para o contexto do site, que é um blog educacional e de divulgação científica. Percebi que os conhecimentos abordados no seu Blog são bem variados, então lendo o texto desse conhecimento específico, nota-se a sua dedicação em educar dentro do possível. Isso ficou mais perceptível ainda ao ver os resumos que você preparou sobre o assunto, e os escólios no final do site.
Obrigado pela atenção. Santiago Sathler.

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