8.8.22

CURVA DO ESQUECIMENTO

 A CURVA DO ESQUECIMENTO DE EBBINGHAUS

O que é, e dicas para minimizar seu efeito


“A memória guardará o que valer a pena. A memória sabe de mim mais que eu; e ela não perde o que merece ser salvo.”
(Eduardo Galeano)

A única forma de chegar ao impossível é acreditando que é possível. Alice (Lewis Carrol; Alice no país das maravilhas)

A arte de ensinar é a arte de auxiliar a descoberta. (Mark Van Doren)

A educação é a arma mais poderosa que podemos usar para mudar o mundo.
(Nelson Mandela)

Para Platão, a memória é pensada a partir de dois tempos, o da inscrição do traço (vivência, texto, conteúdo, fato...) e o de sua reminiscência (recuperação desse traço), a relação que o traço mantém com a percepção é, desde então, problematizada.

A qualidade dos seus professores é o aspecto mais importante de uma escola. Sabe-se, pela investigação, que é a qualidade do professor que determina a qualidade das aprendizagens dos alunos. (Hanushek, 2012)



Introdução

A avaliação formativa desempenha um papel fundamental no processo de ensino e aprendizagem (Marzano, 2007). Segundo Black e William (1998), a prática regular da avaliação formativa melhora as aprendizagens e, quando é uma prática sistemática, tende a promover nos alunos melhores resultados. A avaliação formativa consiste na recolha, análise e interpretação sistemática de evidências para determinar o estado do aluno relativamente aos seus progressos, com o objetivo de identificar as suas dificuldades e lacunas e, através do feedback, orientá-lo para as ultrapassar rapidamente. Um feedback relevante e imediato promove a autonomia dos alunos e a autorregulação dos seus próprios processos de aprendizagem, permitindo ainda ao professor refletir e decidir sobre o processo de ensino (Earl, 2003) e promover a adaptação das estratégias e metodologias de acordo com as necessidades dos alunos. Para além de outros processos mentais, a memória desempenha um papel fundamental no processo de aprendizagem. Após a aquisição de novas informações estas são retidas na memória de longo prazo para posterior recuperação e utilização. Mas a maior parte da informação aprendida é rapidamente perdida e a restante é esquecida a um ritmo lento mas relativamente estável, tornando-se impossível a sua recuperação (Ebbinghaus, 1913). Por outro lado, a informação retida pode ser incorreta ou incompleta sendo mais tarde recuperada com erros ou enviesamentos. 

Quem foi Hermann Ebbinghaus?

Hermann Ebbinghaus (24/I/1850 - 26/II/1909), filósofo e psicólogo alemão pioneiro no estudo experimental da memória e é conhecido por sua descoberta da curva de esquecimento e do efeito de espaçamento. Ele também foi a primeira pessoa a descrever a curva de aprendizado.


Hermann Ebbinghaus (24/I/1850 - 26/II/1909)

Ebbinghaus nasceu em Barmen, na província do Reno do Reino da Prússia, como filho de um rico comerciante, Carl Ebbinghaus. Pouco se sabe sobre sua infância, exceto que ele foi criado na fé luterana e foi aluno do Ginásio da cidade. Aos 17 anos (1867), começou a frequentar a Universidade de Bonn, onde planejava estudar história e filologia. No entanto, durante seu tempo lá, desenvolveu um grande interesse pela filosofia.
Em 1870, seus estudos foram interrompidos quando serviu no Exército Prussiano durante a Guerra Franco-Prussiana. Após este curto período no exército, Ebbinghaus terminou sua dissertação sobre a Philosophie des Unbewussten de Eduard von Hartmann (filosofia do inconsciente) (Eduard von Hartmann's Philosophie des Unbewussten (philosophy of the unconscious)) e recebeu seu doutorado em 16 de agosto de 1873, aos 23 anos de idade. Durante os próximos três anos, ele passou um tempo em Halle e Berlim.

Depois de adquirir seu PhD, Ebbinghaus viveu na Inglaterra e na França, ensinando alunos para se sustentar. Na Inglaterra, ele ensinou em duas pequenas escolas no sul do país (Gorfein, 1885).

Em Londres, em uma livraria de usados, ele encontrou o livro de Gustav Fechner, Elemente der Psychophysik (Elementos de Psicofísica), que o estimulou a realizar seus famosos experimentos de memória.

Depois de iniciar seus estudos na Universidade de Berlim, fundou o terceiro laboratório de testes psicológicos na Alemanha (terceiro depois de Wilhelm Wundt e Georg Elias Müller).

Iniciou seus estudos sobre a memória em Berlin em 1879. Em 1885, mesmo ano em que publicou sua obra monumental, Über das Gedächtnis. Untersuchungen zur experimentellen Psychologie, mais tarde publicado em inglês sob o título: Memory: A Contribution to Experimental Psychology, tornou-se professor na Universidade de Berlim, provavelmente em reconhecimento a esta publicação.

Em 1890, junto com Arthur König, fundou a revista psicológica Zeitschrift für Physiologie und Psychologie der Sinnesorgane ("A Psicologia e a Fisiologia dos Órgãos dos Sentidos").

Em 1894, ele foi preterido para promoção a chefe do departamento de filosofia em Berlim, provavelmente devido à falta de publicações na área de filosofia. Em vez disso, Carl Stumpf recebeu a promoção. Como resultado desse evento, Ebbinghaus saiu de Berlim para ingressar na Universidade de Breslau (agora Wrocław, Polônia), em uma cadeira deixada aberta por Theodor Lipps (que assumiu a posição de Stumpf quando este se mudou para Berlim).

Em Breslau, ele trabalhou em uma comissão que estudou como a capacidade mental das crianças diminuiu durante o dia escolar. Embora os detalhes sobre como essas habilidades mentais foram medidas tenham sido perdidas, os sucessos alcançados pela comissão lançaram as bases para futuros testes de inteligência. 

Em Breslau, ele fundou novamente um laboratório de testes psicológicos.

Em 1902, Ebbinghaus publicou uma obra intitulada Die Grundzüge der Psychologie (Fundamentos da Psicologia). Foi um sucesso instantâneo e continuou a ser muito depois de sua morte. Em 1904, mudou-se para Halle, onde passou os últimos anos de sua vida. Seu último trabalho publicado, Abriss der Psychologie (Esboço da Psicologia) foi publicado seis anos depois, em 1908. Esta obra também continuou a ser um sucesso, sendo relançado em oito edições diferentes.  Pouco depois desta publicação, em 26 de fevereiro de 1909, Ebbinghaus morreu de pneumonia aos 59 anos.


CONTRIBUIÇÕES DE EBBINGHAUS

Em 1885, publicou seu inovador Über das Gedächtnis ("Sobre a Memória", mais tarde traduzido para o inglês como "On Memory. A Contribution to Experimental Psychology"; "Sobre a Memória. Uma Contribuição para a Psicologia Experimental", no qual descreveu experimentos que realizou em si mesmo para descrever os processos de aprendizado e esquecimento.

Ebbinghaus fez várias descobertas que ainda são relevantes, ensinadas e discutidas até hoje.

1) Primeiro, Ebbinghaus produziu um conjunto de 2.300 sílabas (sem significado) de três letras para medir associações mentais que o ajudaram a descobrir que a memória é ordenada.

2) Em segundo lugar, e sem dúvida sua descoberta mais famosa, foi a Curva do Esquecimento.

3) Em terceiro; a curva de esquecimento descreve a perda exponencial de informação que se aprendeu. O declínio mais acentuado ocorre nos primeiros vinte minutos e o declínio é significativo durante a primeira hora.

4) A curva se estabiliza após cerca de um dia.




Uma representação típica da curva de esquecimento (WP)


5) A Curva do Aprendizado
A curva de aprendizado descrita por Ebbinghaus refere-se à rapidez com que se aprende uma informação. O aumento mais acentuado ocorre após a primeira tentativa e, em seguida, gradualmente se equilibra, o que significa que cada vez menos novas informações são retidas após cada repetição.

A curva de aprendizado como a curva de esquecimento, é exponencial. Ebbinghaus também documentou o efeito de posição em série, que descreve como a posição de um item afeta sua recordação.

Os dois principais conceitos no efeito de posição serial são (recency and primacy) recência e primazia.

O efeito de recência descreve o aumento da recordação das informações mais recentes porque ainda estão na memória de curto prazo. O efeito de primazia causa melhor memória dos primeiros itens de uma lista devido ao aumento do ensaio e comprometimento com a memória de longo prazo. Outra descoberta importante é a da poupança "savings". Isso se refere à quantidade de informações retidas no subconsciente, mesmo depois que essas informações não podem ser mais acessadas conscientemente. Ebbinghaus memorizava uma lista de itens até a lembrança perfeita e depois não acessava a lista até que não conseguisse mais lembrar de nenhum de seus itens. Ele então reapreciaria a lista e compararia a nova curva de aprendizado com a curva de aprendizado de sua memorização anterior da lista. A segunda lista geralmente era memorizada mais rapidamente, e essa diferença entre as duas curvas de aprendizado é o que Ebbinghaus chamou de "poupança".

Desde o estudo de Ebbinghaus várias investigações confirmaram as suas conclusões de que a retenção de novas informações se degrada rapidamente a não ser que sejam reforçadas ou recuperadas de algum modo (Fig. 1) (universeofmemory).

Figura 1

Precisamos entender que após 10 horas de ter entendido um conteúdo nossa memória já perdeu mais de 50% das informações que recebemos naquele dia. Por isso coloquei uma sequência de datas para você revisar seus conteúdos:

A REVISÃO 
Quando devo fazer as minhas revisões do assunto aprendido hoje?

 revisão hoje
2ª revisão dentro de 1 dia
3ª revisão dentro de 3 dias
4ª revisão dentro de 1 semana
5ª revisão dentro de 1 mês
Curva de esquecimento e retenção do conteúdo (curva do aprendizado)


Curva do esquecimento 

Você pode pular essa parte e passar para a teoria do esquecimento. 

Cada aluno tem características e necessidades particulares, decorrentes de variados fatores e vivências, estando inserido num grupo de alunos e numa determinada escola. É necessário conhecer bem essa realidade para conseguir chegar a cada um dos alunos e a todos eles, garantindo que nenhum fica para trás. Todas as escolas, mesmo aquelas que não têm um número considerável das típicas populações de risco, como sejam a grande variedade étnica ou zonas com características socioeconómicas de maior pobreza, têm alunos desintegrados, isolados socialmente ou sem interesse pela aprendizagem (Brophy, 2004). Envolvimento não pode ser conceitualizado como um atributo do aluno, mas sim como uma forma de estar que é altamente influenciada por fatores contextuais como a família, a escola e os pares, e na capacidade de todos eles e de cada um de fornecer um apoio consistente ao aluno que constrói a sua aprendizagem (Wentzel, 1998). Principalmente num período de decréscimo do número de crianças que nascem e crescem em Portugal não podemos deixar que qualquer delas se perca durante a sua construção como adulto preparado para assumir responsabilidades individuais e coletivas da sociedade onde se insere. Temos que construir escolas que sejam espaços de aprendizagem mas também de liberdade, de democracia, de respeito, de autonomia e de felicidade, características indispensáveis à construção de uma aprendizagem verdadeira e com sentido. O ambiente da sala de aula deve proporcionar aos alunos condições onde possam construir sólidas aprendizagens e um dos aspetos fundamentais é a disciplina. A investigação diz-nos que numa sala de aula com problemas de disciplina os alunos não estão rotinados com um conjunto de procedimentos que lhes permita desenvolver o seu trabalho e, além disso, também revelam a falta de interiorização das regras de funcionamento em grupo, competências indispensáveis à sua preparação como adultos responsáveis e autónomos (Stronge, 2018). O envolvimento do aluno não acontece espontaneamente, muito pelo contrário, ele decorre de estratégias específicas e intencionais, implementadas pelo professor, para fomentar o comprometimento do aluno com a sua aprendizagem, que muitos investigadores (Burden, 2014; Lam, 2014; Marzano & Pickering, 2011) têm considerado como uma das características fundamentais das escolas bem-sucedidas.(Antunes Vieiram, 2019)

Sustentado numa abordagem sociológica, que associava o envolvimento dos alunos a características como a eficácia da escola e o seu investimento em melhorar foi, e muitas vezes ainda hoje é, colocado o foco em aspetos como os resultados alcançados pelos alunos em exames estandardizados ou as características organizacionais que poderão conduzir a melhores resultados individuais. A evolução do conceito de “contexto de aprendizagem”, onde se englobam as interações estabelecidas entre professores e alunos e entre estes e os seus pares, levou à reformulação do próprio conceito de envolvimento do aluno. A grande tarefa para os investigadores será, fundamentalmente, ouvir o que os alunos têm para dizer sobre o que se passa na sala de aula, e de que forma lá se trabalha, no sentido de promover o comprometimento com a construção das aprendizagens individuais, pois só dessa forma poderemos falar num verdadeiro envolvimento (Burden, 2014). A Canadian Education Association (Willms, Friesen, & Milton, 2009) desenvolveu um conceito de envolvimento do aluno, englobando três dimensões que, em conjunto, ajudam o aluno a ser bem-sucedido, tanto na escola como na vida pessoal, como a figura 2 reflete.(ANTUNES VIEIRA, 2019)

A dimensão intelectual, que decorre do investimento emocional e cognitivo na aprendizagem, engloba a construção do conhecimento individual e coletivo e permite estabelecer relações positivas com os professores e os pares e manter expetativas de sucesso elevadas. A dimensão académica engloba a participação ativa nos compromissos escolares, onde podemos englobar o ser assíduo, passar nos testes ou obter aprovação académica. A dimensão social decorre da participação na vida da escola e engloba muitas atividades que vão decorrendo na escola ao longo do ano letivo. Entre alguns dos participantes mais ativos, encontramos alunos com pouco sucesso académico. Temos como exemplo as atividades de complemento curricular do desporto escolar, os clubes de teatro ou de ambiente, que contribuem para manter na escola fortes candidatos ao absentismo e ao abandono escolar adiando ou evitando uma saída precoce da escola. Se estas três dimensões do envolvimento forem trabalhadas em simultâneo, na sala de aula, elas contribuirão para formar alunos comprometidos com a construção das suas aprendizagens, numa base de colaboração, para ultrapassar os problemas que vão surgindo até alcançar altas performances. É já defendido por muitos educadores e investigadores a implementação de práticas de ensino que desenvolvam um novo paradigma de aluno, abandonando por completo a ideia de aluno como uma “esponja” que absorve, de forma mais ou menos passiva, os conhecimentos que os seus professores detêm. Ensinar é muito mais do que falar para os alunos. Os alunos têm que estar envolvidos mentalmente para que ocorra aprendizagem mas muitos professores continuam a pretender alunos que se comportem como uma assistência quieta e calada. Hargreaves e Shirley (2009) apontaram a necessidade de políticos e líderes da educação reconhecerem os alunos como parceiros na mudança, em vez de alvos da mudança, o que só será possível se os alunos estiverem comprometidos com a construção das suas aprendizagens, através de uma participação ativa no processo de melhoria da qualidade do ensino. Este envolvimento dos alunos, a ponto de eles próprios serem parceiros na mudança, implica que:
Os alunos sejam vistos na sua plenitude;
Cada aluno seja conhecido nas várias dimensões e não apenas na académica;
Os alunos sejam incentivados a desempenhar um papel mais ativo na construção da sua aprendizagem;
A sua voz seja escutada no momento de elaboração do planeamento das oportunidades de aprendizagem.
O envolvimento dos alunos na escola, que tem sido apontado como um dos aspetos centrais do sucesso académico, depende tanto dos fatores pessoais (autoeficácia e autoconceito) como dos fatores contextuais (os pares, a escola e a família). Em contrapartida, a falta de envolvimento aparece muito associada aos fracos resultados académicos, a problemas de comportamento ou ao abandono escolar (Veiga, et al., 2013). “Os professores têm sucesso quando entendem que em qualquer grupo as características individuais podem variar devido ao ambiente familiar, ao talento, às experiências anteriores, ao relacionamento e apoio parental e a situações económicas particulares.” (Colwell & Hewitt, 2016, p.5). Numa investigação recente realizada na Austrália, Abbott-Chapman, et al., (2013) concluíram que o interesse e envolvimento das crianças na escola ainda influencia as suas perspetivas de sucesso escolar e profissional passados 20 anos, independentemente da sua realização académica e nível socioeconómico alcançado. Manter os alunos envolvidos em programas educativos vai para além de ter a sua participação nas aulas, implica que estejam comprometidos com a aprendizagem, permitindo-lhes influenciar o próprio processo de aprendizagem e ensino (Wehmeyer & Sands, 1998). Dweck (2000) constatou que os alunos mais motivados e resilientes não são os que consideram que têm uma enorme inteligência mas sim aqueles que acreditam que as suas habilidades podem ser desenvolvidas através do esforço e do comprometimento individual com a aprendizagem.

O envolvimento dos alunos na sala de aula, onde passam uma parte considerável do seu dia, é um processo relacional que reflete as capacidades cognitivas, emocionais, comportamentais e motivacionais dos alunos, mas as mesmas são condicionadas pelas relações interpessoais que se estabelecem, umas ativadoras e outras, pelo contrário, quebrando as ligações do aluno com a aprendizagem. “As relações entre professores e alunos refletem a capacidade de uma sala de aula para promover o desenvolvimento, e é precisamente por esta razão que os relacionamentos e interações são a chave para entender o envolvimento.” (Pianta, Hamre & Allen, 2012, p. 366) As investigações que realizou também levaram Dweck (2000) a concluir que o autoconceito dos alunos, enquanto aprendentes, é afetado e pode ser modificado pelo feedback de qualidade que eles recebem dos adultos que são importantes para si, nomeadamente os professores. Ter alunos ativamente envolvidos na compreensão e monitorização do seu crescimento enquanto aprendentes implica uma nova abordagem ao próprio conceito de avaliação, focado na promoção das aprendizagens e colocando o aluno no centro do processo (Cauley & McMillan, 2010). Stiggins, Arter, Chappuis e Chappuis (2004), apoiados em investigações realizadas em diferentes sistemas educativos (Black & William, 1998; Jerald, 2001; Meisels, Atkins-Burnett, Xue, & Bickel, 2003; Rodriguez, 2004), realçaram o papel das avaliações desenvolvidas pelos professores para que os seus alunos se comprometam com a aprendizagem.(ANTUNES VIEIRA, 2019)

Figura 2

Esta avaliação que se realiza dia a dia, tarefa a tarefa, capacita o aluno para dar resposta a três questões fundamentais:

1) Onde devo chegar e o que se espera de mim?
2) Onde estou neste momento?
3) Como posso chegar ao fim partindo de onde estou?

À medida que o aluno vai encontrando resposta para estas questões vai traçando o seu próprio caminho e vai, em simultâneo, reforçando o envolvimento na construção da sua própria aprendizagem (Stiggins & Chappuis, 2005).(ANTUNES VIEIRA, 2019)


A emoção guia a atenção e a atenção impulsiona a aprendizagem. 
(Daniel Sousa, 2017)

Segundo Peixoto e Oliveira (2012) Observamos que na origem das formulações freudianas (Freud, 1895/2007), a conceitualização da memória é apresentada como uma tarefa irrefutável àqueles que se destinam a um exame acerca da psique, ao passo que nos demais escritos, seu papel é aparentemente secundário. Mas nem por isso a ideia de memória deixa de estar presente em boa parte dos textos de Freud. Esta noção apresenta-se em artigos que examinam o trabalho do recalque, a noção de construção em análise, as especificidades da fantasia, assim como na própria formulação do conceito chave da psicanálise, o inconsciente.

A humanidade iniciou a questionar (i.e., a memória passou a ser um problema digno de estudo) já em Platão devido à imprescindível diferenciação, feita pelo autor, entre memória (mnèma) e reminiscência (anamnèsis).

A temática da memória encontra-se, à vista disso, dividida em dois tempos: o da preservação do traço e o de sua reevocação.

Há certa autonomia da memória a respeito da percepção. Destaca-se a relação de aproximação e afastamento, que a memória mantém com a percepção, isto desde Platão. É no intervalo entre o momento da conservação da percepção e o instante de recordação do traço mnêmico que se inscreve toda uma problemática sobre a noção de memória na tradição filosófica.

Em contrapartida, a memória freudiana introduz uma compreensão inovadora sobre o lugar da recordação, que suspende a ação do tempo presente.

A partir de um estudo mais aprofundado sobre os textos freudianos em que a memória é o tema subjacente, dois pontos principais se sobressaem:
1) a discussão sobre a memória, em Freud, reapresenta toda uma problemática, anterior à psicanálise, acerca deste conceito;
2) a memória freudiana caracteriza-se, essencialmente, por seu caráter de atualidade, marca que a diferencia da maneira como este conceito é forjado no berço da tradição filosófica.(Peixoto e Oliveira, 2012)

O estudo da memória em Platão orienta-se a partir de duas prerrogativas essenciais:

Primeiro, a memória diz respeito à manutenção de um traço na alma, de uma lembrança impressa (mnèma);

Segundo, a existência do traço concede à reminiscência (anamnèsis) sua condição de possibilidade, uma vez que a mesma se refere à reevocação da lembrança.


Em contrapartida, se a memória tem relação com a preservação do traço, a lembrança impressa não possui uma única procedência. Convém necessariamente distinguir entre duas espécies de traço: o traço de origem sensível, como o mostra o Filebo; e o traço de origem inteligível, como apresenta o Teeteto. Nesse sentido, a memória em Platão por vez se direciona ao reconhecimento das essências e do universal, por outra, reporta-se à realidade perceptível. No nosso entendimento, as críticas platônicas que se aplicam à memória relacionam-se, sobretudo, ao traço de origem sensível, cabendo à memória de raiz inteligível um destino mais sublime. Existiria, digamos, uma memória pura que resguarda a alma do caráter efêmero da percepção.

Nos diálogos da maturidade platônica, tais como o Teeteto e o Sofista, a discussão sobre a memória encontra-se entrelaçada às argumentações sobre a essência do conhecimento. Vamos reler o Teeteto desde 163d e o Sofista desde 235b. Estes diálogos não se debruçam, de forma direta, sobre a noção de memória, esta ideia apresenta-se, por assim dizer, de soslaio no âmbito de uma discussão mais ampla sobre a possibilidade ontológica do erro se inserir no processo do conhecimento. É devido a esta associação de ideias, entre memória e erro, que Paul Ricoeur (2007) ressalta que a memória traz o signo da suspeição, em decorrência do ambiente filosófico de sua investigação. De fato, a memória, nestes diálogos, encontra-se, por vezes, associada à ideia de imagem (eidolon), que na origem da tradição filosófica é compreendida como um segundo objeto, aquém do mesmo que lhe concedeu origem. Nesse sentido, a memória opera, segundo Ricoeur (2007): "(...) na esteira da imaginação" (p.25), que precisa ser entendida como uma arte de imitação, a qual produz apenas imagens e não realidades verdadeiras. Podemos observar, desse modo, a associação que há, no Platão do Sofista (2005), entre erro e imagem a partir da seguinte assertiva: "(...) se há engano, tudo se enche inevitavelmente de simulacros, de imagens e de ilusão" (236c). Do mesmo modo, uma referência semelhante é demonstrada quando Sócrates, no Teeteto (2003), fala sobre determinados discípulos que abandonam precipitadamente o exercício filosófico, "(...) preferindo o falso e o imaginário à verdade (...)" (163e).

A problemática sobre a memória encontra-se aprisionada numa aporia. Se a memória está enlaçada à imaginação, e se a imaginação produz apenas imagens, que não são entendidas como realidades verdadeiras, as lembranças só podem ser compreendidas como Þ cções, que, no melhor dos casos, retratam bem o objeto. Nesse sentido, a diferença, realizada pelo Platão do SoÞ sta, entre duas artes de produzir imagens, não dissipa a associação entre imagem e irrealidade, apenas gera uma diferença com relação ao grau de Þ dedignidade. Conforme Platão (2005): “Agora lembremos que a arte de fabricar imagens devia compreender dois gêneros, um que copia (eikon), outro que faz simulacros (phantasma)”. Mais adiante: “(...) ora, copia-se da maneira mais Þ el quando, para realizar a imitação, tomamos emprestadas do modelo suas relações exatas (...)” (235d-236c). Em conformidade a isto, Ricoeur (2007) aÞ rma: “Vemos até os três termos, eidolon, eikon e phantasia reunidos sob o vocabulário infamante do engano (...)” (p.31). Contudo, tal como havíamos destacado, a associação entre memória e imagem e, dessa forma, entre traço e erro, se apresenta nas ocasiões em que a discussão nos diálogos está centrada sobre o traço (mnèma) de origem sensível. Este fato pode ser corroborado a partir do momento, no Teeteto, em que Platão (2004) estabelece uma oposição entre conhecimento e percepção. A partir de então, o que observamos é que a memória se desloca da sua relação com a percepção e se dirige às essências universais.(Peixoto e Oliveira, 2012)

A refutação da tese de Protágoras: uma memória inteligível para além da percepção Consideremos o Teeteto (151d-191d), neste diálogo, examinamos a contestação, feita por Sócrates, da tese segundo a qual o conhecimento é percepção. O que seria então, pergunta Sócrates a Teeteto, o conhecer? Neste diálogo, podemos discernir uma equivalência entre percepção e sensação. Percepção é tanto a apreensão sensorial como também o prazer e a dor ou o desejo e o temor, entre outros que poderiam ser citados. A tese central, trabalhada na primeira parte do texto, diz respeito à contestação da tese relativista de Protágoras, também defendida pelo personagem Teeteto, segundo a qual o homem é medida de todas as coisas. O que seria esta tese senão a declaração de que a verdade se apresenta aos homens a partir de suas próprias sensações? Dessa forma, se todos os homens conhecem a partir de suas percepções, como elucidar a essência dos sábios? De acordo com Sócrates-Platão (2003): “Se cada um é medida de seu próprio conhecimento (...) como Protágoras é um sábio (...) que se crê justiÞ cado a ensinar os demais?” (234c). Platão utiliza, nesse momento, o argumento de que conhecimento é uma aptidão, que distingue sábios e ignorantes, para contrapor a tese protagoreana de que conhecimento é apenas uma percepção.(Peixoto e Oliveira, 2012)

Não obstante, para além dessa discussão, uma outra corrente de pensamento se oferece com o intuito de ampliar a investigação a respeito da relação entre conhecer e perceber. Assim, pondera Sócrates, se ver é tomar conhecimento de um objeto a partir da visão, o que acontece quando fechamos os olhos? Pergunta capciosa que visa por em cheque o tema de Protágoras levando em consideração a memória, a qual se apresenta a partir de uma ausência, sendo a memória uma “(...) representação presente de uma coisa ausente (...)” (Ricoeur, 2007, p.27). Dito de outra forma, a memória presentiÞ ca um objeto não a partir de sensações visuais, auditivas, dentre outras, que se tem do mesmo, e sim, a partir de um outro trabalho, o de reminiscência (anamnèsis).(Peixoto e Oliveira, 2012)

O Sócrates-Platão: “Suponhamos que viemos a saber alguma coisa; que, desse mesmo objeto, ainda tenhamos, ainda conservamos a lembrança: é possível que (...) quando nos recordamos dele, não saibamos aquilo mesmo que estamos recordando?”. Essa mesma questão é reapresentada no SoÞ sta (2005) da seguinte maneira: “(...) o que é capaz de se tornar presente em algum lugar, ou de estar ausente, admitirão que é certamente alguma coisa que existe?” (235b). O que se exprime, aqui, é o questionamento do valor veritativo da recordação. Dito em poucas palavras: a recordação é, ou não é, algo que existe? Contudo, a lembrança não mais pode ser compreendida apenas como uma irrealidade, pelo fato de se opor à percepção, a memória se direciona ao conhecimento das origens. Em contrapartida, as incoerências anunciadas por Sócrates a Þ m de contradizer a tese do homem-medida não se mostram, de todo, convincentes. O próprio Sócrates demonstra sua insatisfação ao indagar a Teeteto: “(...) que argumento nos forneceria Protágoras para defender sua tese?”. Inicia-se, assim, a chamada Apologia de Protágoras, momento do diálogo em que Sócrates retoma os principais argumentos que Protágoras eventualmente utilizaria em sua defesa. Dessa maneira, de acordo com Sócrates, Protágoras denunciaria: “(...) você pensa que alguém concordaria com a ideia de que a recordação, de uma impressão passada, permanece tal como foi no momento em que ocorreu (...)?”. O que Sócrates põe em relevo, a partir desta contra-argumentação, é a relação entre o relativismo protagoreano e a tese do devir universal de Heráclito. No entanto, se tudo é movimento e fluxo universal, o que baliza a tese de que conhecimento é percepção, não conseguiríamos formular nenhuma ideia segura a respeito do mundo e, consequentemente, o núcleo da linguagem estaria profundamente comprometido. Conforme Sócrates-Platão: “Os que sustentam esta doutrina deveriam estabelecer uma nova forma de falar (...)”. (242a). É, pois, chegado o momento em que Platão se questiona acerca do sentido perene das coisas mundanas. De acordo com o filósofo, deve necessariamente existir algo que conserva o ser, para que o conhecimento possa ter lugar. Em outras palavras, se a percepção do mundo é algo particular e contextual, como anunciava Protágoras, o que nos garante que o conhecimento seja um dado objetivo sobre as coisas? O conhecimento necessita manter-se, desse modo, afastado da sensação-percepção, precisa estar referido a um princípio fora do corpo. A Þ m de resolver este impasse o Platão do Teeteto (2003) propõe o modelo do bloco de cera. Em suas palavras:

Pois bem, concede-me propor (...) que nossas almas contêm em si um bloco maleável de cera (...) Pois então, digamos que se trata de um dom da mãe das Musas, Mnemosýne: exatamente como quando, à guisa de assinatura, imprimimos a marca de nossos anéis, quando pomos esse bloco de cera sob as sensações e os pensamentos, imprimimos nele aquilo que queremos recordar, quer se trate de coisa que vimos, ouvimos ou recebemos no espírito (191d). (Peixoto e Oliveira, 2012)

Nessa ocasião, vislumbramos a associação entre lembrança e impressão (tupos), relembramos, dessa forma, o que uma vez registramos em nossa alma. Desse modo, o traço inscreve a lembrança de uma presença que não mais existe. Segundo Platão no Teeteto: “Aquilo que foi impresso, nós o recordamos e o sabemos (...) ao passo que aquilo que é apagado, ou aquilo que não foi capaz de ser impresso, nós esquecemos, isto é, não o sabemos” (163d). A memória mantém com a impressão (tupos) uma relação consubstancial. Ora, Platão não se refere, neste lugar, a qualquer tipo de impressão, mas, sim, a um gênero particular que pode ser compreendido como uma inscrição interiorizada. A controvérsia levantada por esta impressão-afecção é dupla. Primeiro, como a lembrança é conservada? Segundo, que relação de signiÞ cância ela mantém com respeito ao acontecimento da realidade? Dito em poucas palavras: como a lembrança permanece, e qual é a sua relação com o acontecimento marcante? Conforme o exemplo do bloco de cera é a alma que recebe a impressão, isto é, o traço mnêmico inscreve-se na alma. É devido a esta relação inerente entre alma e lembrança-impressa que Platão (n.d.), no Fedro (2004), empreende uma crítica à escrita, uma vez que esta se refere a uma marca externa sobre as quais se estabelecem os discursos escritos. A alma como o princípio do vivente procede da memória, todo conhecimento é uma forma de lembrança. A discussão que trazemos não é tanto a relação que a memória mantém com a alma, e sim, a problemática com relação à origem do traço, que, em última instância, funda a distinção entre duas memórias: uma que se dirige à verdade e uma outra que se refere à falsidade e ao erro.(Peixoto e Oliveira, 2012)

A alma, quando em contato com a dimensão mundana, apresenta um esquecimento da verdade universal, uma vez que a memória resguarda apenas o traço de origem sensível, de maneira que esta anamnese do traço é necessariamente misturada ao falso. Conforme Platão (2004) no Fedro: “(...) toda a alma que segue a de um deus, contempla algumas das Verdades (...) Mas, quando não pode seguir os deuses, quando devido a um erro funesto ela se enche de alimento impuro, de vício e esquecimento, torna-se pesada e precipita-se sem asas ao solo”. (39a). Que a memória, no Teeteto, encontra-se associada a uma doutrina geral do conhecimento, signiÞ ca, dessa forma, compreendê-la numa esfera transcendental, de modo que memória, neste caso, não alude simplesmente às percepções de um determinado indivíduo. Para além de toda e qualquer afecção psicológica ou subjetiva, relembrar-se é, também e acima de tudo, se eximir de uma existência mundana. A memória platônica, referida a Mnemosýne, desloca-se de uma associação com a cronologia mundana para uma relação com o cosmos. Desse modo, vemos o Platão do Teeteto (2003) aÞ rmar: “O mal (...) está necessariamente ligado à natureza mortal e ao nosso mundo. Por isso, é preciso fugir dele o quanto antes (...) uma fuga que consiste em assemelhar-se a divindade (...) semelhança que se produz no conhecimento” (166b). A memória que trabalhamos a partir do Teeteto é uma memória que provém dos deuses e a eles se dirige. Esta memória, que excede o traço de origem sensível, preserva a alma da condição mortal da existência humana. Platão, em muitos de seus diálogos, ressalta não temer a morte e, ao mesmo tempo, acreditar na preservação da alma. Se a alma é eterna ela não pode estar sujeita à incerteza da condição mundana. Com relação a isso, Bernard Baas (2001) aÞ rma que Platão se “(...) esforça em apagar os traços de origem sensível para consagrar todo o élan de seu desejo para reavivar os únicos traços inteligíveis que balizam sua ascensão em direção à aparição do Bem” (p.8). Mais precisamente, a memória de origem inteligível resguarda o ser da morte, ou seja, Platão admite apenas uma morte, a do corpo.(Peixoto e Oliveira, 2012)

Filebo: prazer e memória sensível A passagem do Filebo (33c-40c) que trazemos para análise distingue-se do exame realizado no Teeteto, fundamentalmente, no que se refere à relação que a memória mantém com a percepção. Não dizemos aqui que Platão não empreende uma distinção entre memória sensível e inteligível, contudo, o Þ lósofo não se abstém de investigar o movimento que a alma realiza em direção aos prazeres corpóreos. Trata-se, neste diálogo, de investigar a essência do prazer e, devido ao exame em questão, a memória está radicalmente associada ao corpo, ou, mais precisamente, à incerteza e à inconstância da sensação. Conforme Platão (2009): “Supões que alguns dos estados emocionais corpóreos (...) penetrem tanto o corpo quanto a alma, provocando um abalo que tanto afeta os dois em comum quanto cada um individualmente”. A percepção, conforme Platão no Filebo, diz respeito à conexão da alma e do corpo, já a memória refere-se à preservação da percepção. Contudo, como podemos entender a ligação que a alma estabelece com o corpo a partir da percepção? A resposta a essa questão não poderia vir de outro lugar que não da investigação da memória. De acordo com Platão, a dimensão corpórea abrange apenas o que ocorre no momento presente, no corpo não permanece traço do que uma vez ocorreu. Tendo em vista essa linha de raciocínio, o Þ lósofo realiza a análise dos casos da fome e da sede, especialmente, da sede. Ora, se o corpo só considera o atual e o imediato, quando o mesmo experimenta a sensação de falta não pode recorrer a si mesmo para experenciar a sensação de estar saciado, não poderia sentir-se repleto na ausência. Dito de outra forma, o desejo, que aqui Platão assimila a fome e a sede, é sempre desejo de alguma coisa que não se apresenta no momento da falta. Na experiência da ausência o desejo se orienta para a sensação de plenitude. No entanto, se é o corpo que experimenta a sede é a alma que possui o registro da experiência satisfatória. Nesse sentido, é apenas a partir de sua vinculação com a alma que a sensação da sede pode ser contraposta ao desejo de estar saciado, uma vez que este desejo reconhece o objeto responsável pela sensação de repleção. A memória resguarda, na alma, o registro da plenitude do desejo encaminhando, dessa forma, o movimento da alma em direção ao objeto faltante. Nas palavras do Þ lósofo: “(...) mostrando que a memória é o que nos conduz para os objetos do desejo, provou que todo impulso, desejo e princípio que atuam em todo ser vivo são da alma”. O que Platão sustenta é que todo e qualquer desejo estão situados na alma, ou seja, fora do corpo. “Esse discurso determina que concluamos que não temos desejo corpóreo”. Como havíamos observado no Teeteto, o exame da memória se afasta da relação com a percepção. Neste diálogo, a memória encontra-se direcionada ao desvelamento das origens. A reminiscência (anamnèsis) está relacionada ao conhecimento, recordar é, pois, um exercício de busca de uma verdade universal. Tendo em vista a inspiração concedida por Mnemosýne, o ato de rememoração coincide com a ciência, de onde advém o princípio de que em Platão conhecer é lembrar. Em contrapartida, a análise do Filebo nos encaminha para um outro arrazoamento acerca da memória a partir da sua relação com a esfera do sensível. Por mais que memória e desejo estejam vinculados à alma, não deixam de fazer referência ao corpo e à percepção. É bastante difundida a passagem no Filebo onde Platão diz da alma que ela é um livro, no qual um escritor escreve tanto as coisas verdadeiras, quanto as falsas.(Peixoto e Oliveira, 2012)

Nas palavras do Þ lósofo: “A memória se liga às percepções, e somadas aos sentimentos que lhes estão associados parecem, por assim dizer, escrever palavras em nossas almas (...)”(2009). Nesse sentido, o Filebo é um diálogo essencial na investigação da memória devido à análise mais apurada realizada acerca do traço de origem sensível. A memória (mnèma) precede a reminiscência (anamnèsis), uma vez que a lembrança é a restauração do traço inscrito. No Teeteto, a anamnese se direciona ao conhecimento; já no Filebo, o traço reevocado é de origem sensível. Em contrapartida, em nenhuma das duas dimensões da memória o ato de reminiscência é algo passivo, pelo contrário, diz respeito à recuperação de um conhecimento (memória inteligível) ou de uma percepção (memória sensível) outrora experimentada: “Voltar a lembrar – escreveu a respeito Paolo Rossi (2010) – implica um esforço deliberado da mente; é uma espécie de escavação ou de busca voluntária entre os conteúdos da alma (...)” (Peixoto e Oliveira, 2012)




Teoria da Aprendizagem cognitiva
e Lei da memória

Teoria da aprendizagem do construtivismo cognitivo. A teoria da aprendizagem do construtivismo pensa que os alunos são os construtores ativos e não os recipientes passivos da aprendizagem. Os alunos são obrigados a se tornar o corpo principal do processamento de informações, em vez de doutrinação passiva do conhecimento e os professores precisam mudar de transmitir conhecimento para orientar e aconselhar os alunos, tornando-se o ajudante e o instrutor da aprendizagem construtiva.

Lei da memória de Ebbinghaus

Ebbinghaus é a primeira pessoa a descobrir a lei do esquecimento. O esquecimento é o que acontece normalmente com a nossa memória. Ele tomou-se ele próprio como objeto de teste e estudo e, selecionando sílabas irregulares e combinações aleatórias de letras, obteve um conjunto de dados através de sua própria memória dessas sílabas e letras. Através de repetidos testes e da conclusão da lei dos dados, Ebbinghaus retratou uma curva, que é a famosa curva que revelava a lei do esquecimento, como mostra a Figura 2:

Curva do esquecimento de Ebbinghaus (Ebbinghaus foguetting curve)

O processo de esquecimento da memória é desequilibrado. A quantidade de esquecimento é diferente a cada dia. A taxa de esquecimento é a mais rápida no primeiro dia, e depois diminui gradualmente e se torna memória de longo prazo. A curva de esquecimento mostra que o design do material didático de ensino de vocabulário de inglês deve ser equipado com o módulo de função de prática circulante. Através da revisão repetida oportuna, as palavras e frases podem alcançar o efeito de memória de longo prazo e não serão mais esquecidas.(Nan Yue, 2017)


Aprender é diferente de ensinar. Não é por o professor ensinar que o aluno aprende. (Sérgio Niza, 2015)

AGORA QUE VOCE JÁ LEU SOBRE
A CURVA DO ESQEUCIMENTO

Temos uma má notícia: ela afeta todo mundo, pois é assim que o nosso cérebro funciona. Ele guarda o que estudamos num local que não temos acesso. Por que ele faz isso? Porque ele só mantém ao alcance da memória, i.e., pronto para ser lembrado, algo que ele vai precisar constantemente. Ou seja, enquanto você está lendo este texto, está esquecendo de algum conteúdo que já estudou.

É isso mesmo. Mais cedo ou mais tarde, você vai esquecer a matéria que leu ou ouviu hoje, por exemplo.

Mas tenha calma. É absolutamente normal não lembrar de tudo. É como falamos, o fenômeno do esquecimento acontece com todo mundo.

O ESQUECIMENTO

Na mitologia grega, Mnemosine é a deusa grega da memória. É uma das titânides, da segunda geração dos deuses, filha de Gaia (a Terra) e Urano (o Céu). Os mortos que bebessem da água de sua fonte relembravam suas vidas. É a deusa que opera as engrenagens do esquecimento e da lembrança em nossa alma.

No contexto mítico, recordar significa resgatar um momento e torná-lo eterno em contraposição à nossa experiência com o tempo como algo que passa, que escoa e que se perde. A recordação, pois, ao resgatar o tempo, confere imortalidade à alma humana e assim escapamos da morte.

Da união, por nove noites consecutivas, de Mnemosine com Zeus, nasceram nove meninas, as nove musas, as cantoras divinas que inspiravam as artes e os conhecimentos ordenados.

O museu, o templo das musas, era originalmente a sua morada e o lugar de ordenamento das artes, no qual o conhecimento anterior, ao ser lembrado, permitia o estabelecimento de um nexo com o conhecimento novo (modif. portal).

Na Grécia Antiga, Lete ou Léthê, em grego antigo λήθη, literalmente significa "esquecimento". Seu oposto é a palavra grega para "verdade", Aleteia. Na mitologia grega, Lete é um dos rios do Hades. Aqueles que bebessem de sua água ou, até mesmo, tocassem na sua água experimentariam o completo esquecimento. Lete é também uma das náiades, filha da deusa Eris, senhora da discórdia, irmã de Algea, Limos, Horcos e Ponos. Algumas religiões esotéricas ensinavam que havia um outro rio, o Mnemósine, e beber das suas águas faria recordar tudo e alcançar a omnisciência. Aos iniciados, ensinava-se que, se lhes fosse dado escolher de que rio beber após a morte, deveriam beber do Mnemósine em lugar do Lete.

O rio Lete (do grego Λήθη Lếthê, "esquecimento" ou "ocultação") é um rio do Hades, do submundo inferior, onde quem bebesse de suas águas esquecia-se das vidas passadas. Logo, o Lete passou a simbolizar o esquecimento, aquilo que se oculta.

A sua localização no Mundo Inferior (Domínios de Hades) é contraditória. Em algumas versões, o Lete está nos Campos Elísios, localização mais aceita, e seus habitantes ficariam no Paraíso por mil anos até apagar-se tudo que havia de terreno neles; depois, bebendo das águas do Lete, esqueciam toda a sua vida pregressa e reencarnavam ou realizavam metempsicose (reencarnação, em seres da mesma espécie ou de outras). Em outras tradições gregas, o Lete ficava no campo dos Asfódelos no Mundo Inferior, um local de melancolia, mas onde os mortos não sofriam tormentos, uma espécie de local de passagem.

No grego clássico, a palavra lethe (λήθη) significa literalmente "oblivio", "esquecimento" ou "ocultação". Está relacionado com a palavra grega para "verdade", aletheia (ἀλήθεια), que através do alfa privativo significa literalmente "não-esquecimento" ou "des-ocultação".

Lethe, o rio do esquecimento, é um dos cinco rios do submundo grego; os outros quatro são Acheron (o rio da tristeza), Cocytus (o rio da lamentação), Phlegethon (o rio do fogo) e Styx (o rio que separa a Terra e o submundo).

De acordo com Estácio, Lethe fazia fronteira com os Campos Elísios, o local de descanso final dos virtuosos. Ovídio escreveu que o rio corria pela caverna de Hipnos, deus do sono, onde seu murmúrio induzia à sonolência.

As sombras dos mortos eram obrigadas a beber as águas do Lete para esquecer sua vida terrena. Na Eneida (VI.703-751), Virgílio escreve que somente quando os mortos tiveram suas memórias apagadas pelo Lete é que podem reencarnar.

Dizia-se que o rio Letes estava localizado próximo ao palácio de Hades no submundo sob um cipreste. Orfeu daria a algumas sombras (o termo grego para fantasmas ou espíritos) uma senha para dizer aos servos de Hades que lhes permitiria beber do Mnemosyne (o reservatório da memória, da verdade e do não-esquecimento), localizado sob um álamo.

Uma inscrição órfica, supostamente datada entre os séculos II e III a.C. adverte os leitores a evitar o Lete e, em vez disso, procurar o rio Mnemosyne. Os bebedores da água do Letes não saciavam sua sede, muitas vezes levando-os a beber mais do que o necessário.

Embora algumas fontes tenham identificado erroneamente Letes como a filha de Oceanus, o pai de outras deusas do rio, a Teogonia de Hesíodo a identifica como filha partenogenética da deusa da discórida Eris, Ἔρις (Discórdia, Conflito), e Higino diz que teve como mão Eris e pai Erebos (as trevas), e irmã de Ponos, Πόνος (Esforço, trabalho pesado, dificuldades), Limos (Fome), Algea (Dores), Hysminai (Batalhas), Makhai (Guerras), Phonoi (Assassinatos), Androktasiai (homicio e homocidio culposo), Neikea (Discussões), Pseudea (Mentiras), Logoi (Histórias), Amphillogiai (Disputas), Dysnomia (Ilegalidade), Ate (Ruína) e Horkos (Juramento) (WP).

Although some sources have mistakenly identified Lethe as the daughter of Oceanus, the father of other river goddesses, Hesiod's Theogony identifies her as the daughter of Eris ("strife"), and the sister of Ponos ("Hardship"), Limos ("Starvation"), Algea ("Pains"), Hysminai ("Battles"), Makhai ("Wars"), Phonoi ("Murders"), Androktasiai ("Manslaughters"), Neikea ("Quarrels"), Pseudea ("Lies"), Logoi ("Stories"), Amphillogiai ("Disputes"), Dysnomia ("Lawlessness"), Ate ("Ruin"), and Horkos ("Oath").

Difícil começar o texto dizendo isso, mas nós temos a incrível capacidade natural de levar ao esquecimento +- 50% do que aprendemos durante um dia de estudo, se não for feita uma boa revisão do conteúdo logo no dia seguinte. 
É isso mesmo! E digo mais, se não feita a revisão nos dias seguintes, a tendência é uma perda ainda maior.

Como vimos o filósofo alemão Hermann Ebbinghaus foi o primeiro pesquisador da área de psicologia a desenvolver testes de inteligência. Foi também pioneiro no uso de técnicas experimentais em pesquisas sobre a aprendizagem e o primeiro a estudar a relação entre capacidade e tempo de memorização e a facilidade de recuperação das informações retidas.

Em 1885, Ebbinghaus apresentou ao mundo a sua teoria sobre a Curva do Esquecimento (Forgetting Curve), que demonstrava graficamente a quantidade de informações que nosso cérebro é capaz de reter ao longo de um dado período de tempo. Até hoje a sua teoria é amplamente empregada no campo do estudo da memória e da aprendizagem por profissionais de todo o mundo.

O que fica claro, sobretudo, em se tratando de re-acessar uma memória é a quantidade de vezes que revisamos (i;.e., tornando a matéria disponível novamente para a memória armazená-la é a necessidade de revisão

Para nós estudantes o que é essencial e necessário para o sucesso acadêmico em qualquer área? A reminiscência, a lembrança fiel e inteligível do assunto ou fato estudado.

Todavia devemos lembrar que o cérebro é finito embora possa guardar e rearranjar todas as nossas vivências ao longo da vida, ele hierarquiza os conteúdos, que passam a ser armazenados em algum lugar onde nem sempre podemos lançar mão desses fatos ou informações, vivências ou conteúdos.

Assim, dizemos que o cérebro esqueceu determinada porção do conteúdo ou fato ou que nossa memória esta fraca ou falhando. Desta forma, o esquecimento inicia desde o momento que eu inicio a estudar um assunto. O esquecimento atinge a todos sem exceção, é uma lei.

fato que você precisa assimilar é que todos nós somos dotados de boa memória; ela só precisa ser trabalhada de forma adequada. Do contrário, em condições normais, se, por exemplo, tivermos assistido a uma aula hoje pela manhã, no fim do dia lembraremos, em média, 75% do conteúdo nela ministrado. Cerca de 24 horas mais tarde, seremos capazes de recordar 50% do conteúdo; muitas vezes até menos, em torno de 35%, a depender da densidade das informações. Passados 30 dias, nós nos lembraremos de apenas 3% a 5% do que vimos. A grande maioria das pessoas relata essa limitação, que é absolutamente normal. É a tal curva do esquecimento, que foi objeto do estudo de Hermann ainda no século XIX.

O que devemos fazer, então, para quebrar a regra dessa fatídica curva do esquecimento e conseguir fixar pra valer as informações que estudamos? Devemos produzir resumos comprimidos ou eficientes (explicaremos do que se trata daqui a pouco)? Devemos revisar periodicamente e/ou explicar para alguém o conteúdo imediatamente após o termos estudado? Devemos resolver milhares de questões de provas anteriores?

Sabe-se que nosso cérebro perde muito rapidamente as informações nele retidas. Isso já é consenso na ciência. Para refrescar a memória, devemos revisar, revisar, revisar e praticar – no nosso caso, resolvendo milhares de questões de concursos anteriores ao longo do desenvolvimento do plano de estudo. Sim, estudar para concurso exige a elaboração de um bom plano de estudos, com objetivos e metas diários.
Saiba como a Curva do Esquecimento de Ebbinghaus pode afetar seus estudos e veja 3 dicas para lidar com isso e estudar de forma mais eficaz.

“…todos nós somos dotados de boa memória; ela só precisa ser trabalhada de forma adequada.”


O conceito de curva do esquecimento é antigo. Foi criado pelo psicólogo alemão Hermann Ebbinghaus (1850 – 1909).

Pioneiro em estudos da memória, Ebbinghaus foi um psicólogo alemão conhecido por sua descoberta da curva do esquecimento e do efeito de espaçamento, além de ter sido o primeiro a descrever a curva de aprendizado .

Criado em 1885, o conceito de curva do esquecimento aponta que quanto mais o tempo passa, mais esquecemos o que foi visto ou lido por nós. Para ilustrar a teoria, o filósofo montou um gráfico em curva.

Logo, ela demonstra que no momento em que acabamos de estudar, lembramos de praticamente tudo, e, à medida em que o tempo vai passando, a curva vai aumentando, até esquecermos quase tudo.
Mas por que a curva do esquecimento acontece?

A curva do esquecimento ocorre porque o cérebro entende que não é preciso registrar informações que não são usadas.

Ou seja, quanto menos aquele conteúdo for visto, menos relevante ele se torna para o nosso cérebro. Logo, é essencial estimular a memória ao longo do tempo para não descartar a informação estudada.

No entanto, como reter essa informação para chegar ao dia da prova bem preparado? O que fazer para não esquecer a matéria estudada? Existe uma cura para esse esquecimento?

A gente sabe que para quem tem um grande volume de matérias para estudar, esse parece ser um problema insolúvel. Mas com bastante preparo e cuidado, temos como lidar com isso.

EXISTE REMÉDIO PARA LEMBRAR DA MATÉRIA

No livro “Supermemória – Você também pode ter uma”, Alberto Dell’Isola conta que esse esquecimento é algo normal do cérebro. Ou seja, não é nenhum problema de saúde ou algo do tipo.

Porém, quem está estudando para provas de concursos, por exemplo, quer uma cura. Afinal, quem não gostaria de uma solução fácil não só para o esquecimento como para as dúvidas?

Com mais de 15 anos de experiência na área de concursos, a professora Taís Flores apontou uma resposta, durante o evento Oficina de Métodos de Revisão, em agosto de 2019.

“Esquecer é normal, revisar é necessário”, destacou, sobre a importância da revisão nos estudos. Por isso, é fundamental incluir revisões programadas na rotina de estudos.

Dicas práticas e rápidas para 
o dia a dia de estudos

Para enfrentar o problema do esquecimento nos estudos para concursos, especialistas são unânimes: revisar é essencial. Mas como revisar?

Pensando nisso, vamos passar três dicas simples e rápidas para você já começar a aplicar no seu dia a dia de estudos.
01. Inclua revisões no seu plano de estudos

Nós já falamos aqui no Blog sobre a importância de um bom planejamento na preparação para concursos.

(Alguns sites apresentam maneiras de preparar um plano de estudos, procure um que mais se adapte ao seu modo de estudar) 

Então o primeiro passo é incluir no seu planejamento as revisões tendo bastante cuidado. Ou seja, ao longo do tempo.

Experimente incluir uma revisão de 10 minutos para cada uma hora de estudos. Releia suas anotações, seu resumo ou fichas-resumo, por exemplo. O tempo pode variar dependendo da pessoa. Mas já é um começo.

Após uma semana, reative em seu cérebro os conteúdos estudados. Ou seja, reveja tópicos da matéria. Por que isso é importante?

Porque assim o cérebro não descartará essa informação que pode ser bastante importante e decisiva na hora da prova.

Não é à toa que alguns cursos possuem aulas de revisão a cada quatro aulas teóricas sobre o conteúdo estudado.

Dessa forma, os alunos saem muito mais preparados para não ter problemas com esquecimento.

A gente sabe que não somente parece clichê; é clichê. Entretanto esta é uma verdade. Revisar é tão importante quanto refazer problemas e questões nos estudos para concursos.

Após 30 dias, uma revisão extra sobre os tópicos estudos vai ajudar na manutenção do conhecimento. Logo, as revisões vão impedindo que o cérebro descarte essas informações.

Um bom aliado pode ser o resumo ou outra técnica de revisão que combine com o seu jeito de estudar.

Fazendo um resumo simples

1) Leia o texto com atenção. O primeiro passo é ler todo o texto atentamente.
Primeiramente, é preciso entender que não dá para fazer um bom resumo a partir de uma leitura superficial do texto. Desse modo, o melhor é reler o texto antes de iniciar a síntese. A segunda leitura facilita a identificação do que é mais importante no texto. Para assegurar a qualidade e a eficácia do seu resumo, garanta que você realmente compreendeu o assunto por completo.

2) Anote as palavras-chave e as ideias principais. Após ter lido o texto é hora de identificar as palavras-chave do texto. Destaque e esquematize as ideias principais.
Agora que voce já leu atentamente, o próximo passo após a releitura é destacar e esquematizar as ideias principais do texto. Ao compreender o texto em sua totalidade, você saberá determinar qual é o seu objetivo. Então, a partir do objetivo, busque as palavras e frases chave do texto e as sublinhe ou realce como você preferir. Além de destacar as palavras chave, você pode realçar definições, citações e o que mais for de essencial valor para a compreensão do assunto.

3) Organize o resumo com as suas palavras.
Por fim, já tendo compreendido e destacado os pontos principais do texto, você deve sintetizá-los. A ideia não é copiar os trechos em destaque tal qual como no texto, pois a sua síntese seria apenas um fichamento, ou seja, se trata de outro método de estudo. Então, após organizar as principais ideias do texto, você deve escrever com suas próprias palavras o que compreendeu sobre cada uma das ideias de maneira organizada. Para isso, é possível começar pelo tópico mais amplo do texto e ir progressivamente tratando dos assuntos mais específicos. (Araújo, 2020)


Existem diversas técnicas de revisão, desde fichas-resumo, flashcards, resumos, mapas mentais, esquemas, enfim, você pode abusar de todas elas para revisar.

Recado extra para lidar com a curva do esquecimento de Ebbinghaus

Algo importante que não podemos esquecer: todos nós temos uma boa memória, só precisamos estimular ela de forma correta.

Ou seja, não foque no problema, foque na solução para esse problema. Lembrando que esquecer é algo comum para todo mundo.

Mas, caso haja necessidade, um bom curso pode fazer a diferença nos seus estudos. Além disso, não esqueça de aproveitar os últimos dias antes da prova para fazer uma revisão focada.


Gostou das dicas? Deixe seu recado nos comentários. Vamos adorar saber o que está achando. Se puder, compartilhe com um amigo que esteja precisando delas.

A curva de esquecimento descreve a perda exponencial de informação que se aprendeu. O declínio mais acentuado ocorre nos primeiros vinte minutos e o declínio é significativo durante a primeira hora. A curva se estabiliza após cerca de um dia.

Uma representação típica da curva de esquecimento ao longo do tempo

A curva de aprendizado descrita por Ebbinghaus refere-se à rapidez com que se aprende a informação. O aumento mais acentuado ocorre após a primeira tentativa e, em seguida, gradualmente se equilibra, o que significa que cada vez menos novas informações são retidas após cada repetição. Como a curva de esquecimento, a curva de aprendizado é exponencial. Ebbinghaus também documentou o efeito de posição em série, que descreve como a posição de um item afeta a recordação. Os dois principais conceitos no efeito de posição serial são recência e primazia. O efeito de recência descreve o aumento da recordação das informações mais recentes porque ainda estão na memória de curto prazo. O efeito de primazia causa melhor memória dos primeiros itens de uma lista devido ao aumento do ensaio e comprometimento com a memória de longo prazo.


Resumo: A avaliação formativa desempenha um papel fundamental no processo de ensino e de aprendizagem; informa sobre o estado dos alunos, os problemas que apresentam, como estão a progredir. Um feedback relevante e imediato promove a autonomia dos alunos e a autorregulação dos seus próprios processos de aprendizagem, e permite ao professor decidir sobre o processo de ensino, promovendo a adaptação de estratégias de acordo com as necessidades dos alunos. Para ser realmente eficaz o feedback formativo deve ser cuidadosamente desenvolvido e individualizado, tarefa que lamentavelmente exige aos professores um dispêndio de tempo que lhes escasseia. Através da utilização de sistemas de provas digitais online, o feedback pode tornar-se mais rápido e eficaz, sendo entregue instantaneamente e ao ritmo de cada aluno. O presente estudo pretende assim analisar os efeitos de tais sistemas pela perspetiva de professores e alunos. No mesmo assume-se abordagem multimetodológica de recolha e análise de dados. O estudo envolverá os alunos de duas turmas e o respetivo professor. Numa fase preliminar do estudo foi aplicado um questionário para conhecer as práticas e conceções dos professores em relação à avaliação formativa e às potencialidades das provas digitais online. Apresentam-se os respetivos resultados e conclusões.






A primeira técnica de memorização é a técnica que ainda se aprende no tempo da escola e depois na faculdade e que sempre rende excelentes resultados nas provas. (Granjeiro, 2017).



Esta técnica consiste em assistir à aula ou ler o capítulo do livro, da apostila, do e-book, do pdf etc. e, ao mesmo tempo, ir preparando o tal resumo ou assinalando – com rigor, concentração e critério – as passagens mais relevantes do texto. Tudo isso, claro, sem deixar de registrar anotações no rodapé e nas bordas do material de estudo. Isto é muito importante! Eu sempre soube que material de estudo deve ser riscado e rabiscado. Acredite: não se deve ler com os olhos, mas com a ponta da caneta, de preferência de várias cores.


O que retemos na lembrança em relação ao tempo

Mas o pulo do gato vem agora: revise o conteúdo várias vezes. Em resumo, nossa sugestão é a seguinte: faça uma revisão logo após ter estudado o assunto, outra 24 horas mais tarde, mais uma depois de 7 dias, uma após 30 dias e por fim revisões de manutenção a cada 45 dias. E não se esqueça de que, em seu plano de estudo, precisam ser reservadas duas semanas antes da prova apenas para a revisão geral de todos os tópicos do edital. Essa técnica é útil para quem precisa memorizar grande volume de informações, o que é o seu caso, concurseiro e futuro servidor público.

Quando se faz a revisão do conteúdo no mesmo dia em que ele foi estudado, a retenção sobe de 75% para 100%. Rever o assunto um dia mais tarde é necessário porque o nível de lembrança, a essa altura, já caiu para 50% ou menos. Tanto essa revisão das 24 horas como as subsequentes devem ser feitas por meio da leitura do resumo que você elaborou cuidadosamente durante as anotações iniciais.

De início, reserve até 10 minutos para lê-lo, mas vá aumentando a velocidade da leitura para reduzir o tempo para 9, 8, 7… até chegar a apenas 1 minuto por resumo. Essa técnica faz a mente manter a assimilação das informações no nível ideal, de 100%.

Revisão programada não é, como alguns pensam e espalham por aí, perda de tempo. Perda de tempo é estudar sem fazer resumos e sem revisar o conteúdo de modo eficaz como o que sugerimos. Quem age assim fica obrigado a, depois, ler tudo de novo, e de novo, e de novo… Isso, sim, é perda de tempo e estudo inútil e pronto para ser esquecido. É inevitável: quem estuda sem revisar vai esquecer o que estudou; quem não revisa o conteúdo estudado terá de estudar tudo de novo, e do zero! Obviamente, para esse candidato, faltará tempo para vencer todo o programa do edital.

A revisão serve para, primeiro, reativar a memória; segundo, assimilar as informações importantes; terceiro, aumentar a retenção de 75% (inicial) para 90% e até 100%. Esse método já foi exaustivamente testado e aprovado. Minha sugestão é: teste-o apenas uma vez. Garanto que você vai obter excelentes resultados e não vai mais querer saber de outro.

Estudo sério pressupõe o máximo de concentração e nada de distração. Naturalmente, também demanda um mínimo de compreensão de cada assunto do edital, aliada à memorização dos temas que não têm muita lógica ou sentido prático. Para isso, quanto mais revisões, melhor, pois o esquecimento será menor. O esquema ideal é leitura seguida de resumo, de revisões e, por fim, de exercícios.

Não há regras rígidas para aplicação desse método. Você deve levar em conta as suas características individuais, a quantidade de matérias previstas no edital do seu concurso, a sua disponibilidade de tempo para o estudo, a planilha de metas que você elaborou e a densidade do material de estudo que você adotou. São esses e outros fatores que, com base na experiência e no bom senso, definirão quantas revisões serão necessárias até o dia da prova.

O maior desafio do concurseiro, portanto, não é tanto a quantidade de conteúdo e de disciplinas a serem vencidas, mas a capacidade de chegar ao fim do plano de estudos com tudo estudado, lido, relido, treinado e na ponta da língua. Em termos técnicos, com tudo devidamente armazenado na memória de longo prazo para ser recuperado durante a prova.

Esse tema é tão amplo, que pode render outro artigo. Voltaremos a conversar mais sobre estudo, memorização e esquecimento. Memorizem os ensinamentos que vimos hoje e não se esqueçam do nosso próximo encontro.

Aos meus alunos deixo essas compilações que recolhi na internet e as chequei com a literatura. Espero que ajude a todos que tentam memorizar um conteúdo para a prova e para a vida.

Assim que terminamos de estudar e assimilamos algum assunto, retemos 100% das informações em nossa memória. Contudo, ele não é capaz de manter todas as informações retidas na memória, pois ficaria sobrecarregado. Para evitar isto, o cérebro se desfaz de informações de forma gradual ao longo do tempo.

O nosso cérebro funciona como um grande computador e aqueles arquivos que não estão sendo mais “visitados” acabam na lixeira, sendo descartados permanentemente um tempo depois.

Isso significa que quanto menos um conteúdo for visto, menos relevante ele será para o cérebro. Para driblar estes efeitos é necessário estimular a memória ao longo do tempo para que as informações não sejam descartadas.

Atitudes práticas para minimizar 
os efeitos da curva do esquecimento

Para que um treinamento corporativo tenha sucesso, é necessário que ele entregue resultados. Não adianta de nada investir em treinamentos se os colaboradores não conseguirem reter as informações para aplicá-las quando necessário.

Para entender melhor, o processo de aprendizagem deve ocorrer de duas maneiras:

Recorrência: os conteúdos devem ser vistos mais de uma vez.
Intensidade: as experiências com os conteúdos devem ser marcantes.

É justamente por isso que a aprendizagem não deve ser um evento único, é necessário que o conteúdo seja relembrado e reforçado na mente dos colaboradores.

Contudo, é necessário destacar que este processo deve ser inovador, sendo importante criar maneiras diferentes de abordagem para o mesmo assunto.

As metodologias de aprendizagem podem ser divididas em metodologias ativas e passivas.

Para que o aprendizado ocorra de forma eficaz, é importante abordar ambas as metodologias, fazer intervalos de tempo e utilizar de recursos que prendam a atenção do colaborador.

Por exemplo, iniciar o processo com o e-learning, realizar uma palestra sobre o assunto, simular uma experiência real e finalizar com um quiz, seguindo os intervalos de tempo abordados anteriormente nas revisões.

Agora você já sabe o que é curva de esquecimento e como minimizar os efeitos desse fenômeno. Mãos a obra.

A imagem indica que a medida que o tempo passa o conteúdo memorizado se "perde"... No inicio se perde muito, depois a perda fica cada vez mais devagar até estabilizar.

Esquecemos muito rapidamente durante a primeira hora após o aprendizado de um conteúdo novo, e a curva de esquecimento se suaviza com o passar do tempo. Assim, após nove horas de aprendizado teremos esquecido aproximadamente 60% da informação até que, finalmente, após 24 horas, chegaremos a dois terços de “esquecimento”. No entanto, também temos que levar em conta que poderemos reaprender esses dados (que estudamos e agora esquecemos) muito mais rápido e mais facilmente se precisarmos novamente deles no futuro.

O cérebro humano registra tudo, mas a medida que esse conhecimento registrado não é usado imediatamente vai se "perdendo". Isso vale para qualquer área. Claro, as ciências mais aplicadas tendem a durar mais em nossa memória. Funciona como exercício físico e o músculo, por exemplo. Se voce para de requisitar o músculo ele volta ao tamanho normal. Funciona também com nossas habilidades, se paramos de praticar o exercício de piano por exemplo dizemos que ficamos "enferrujado" pois "esquecemos" aquela rota neuromuscular.

Analisando a fórmula que esta no quadro: r= e elevado na -s/t. A função exponencial tem o efeito de curva. Para ser decrescente é necessário ter o expoente negativo, pois isso gera uma base fracionária. Quanto maior a fração, menor é o número resultante. Sobre o r/s não está claro o que significam. Presumo que r = memoria (resultante), s = constante e t tempo. O sinal de "menos" (no s/t) transforma o e em fração, o que diminui o r.



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