O QUE É CIÊNCIA?
O QUE É O MÉTODO CIENTÍFICO?
"Felix, qui potuit rerum cognoscere causas"
(Publius Virgílius Maro, 70 - 19 a.C)
Georgicom Libri ou Gerogicas é um poema composto entre os anos de 36 a 29 a.C. por Virgilio, seu título vem da palavra grega para Agricultor
γεωργός, georgos: geo + ergon, terra + trabalho aquele que trabalha a terra, agricultor.
“Afortunado aquele que soube conhecer as causas das coisas”.
Dryden traduziu como: "Feliz o homem que, estudando as leis da natureza,/através dos efeitos conhecidos, pode rastrear a causa secreta"
(As obras de Virgílio, 1697).
COMO O HOMEM ADQUIRE CONHECIMENTO?
Início da ciência, tentativa e erro.
CAL: Significa Cabeluda, Amarga e Leitosa. Se um vegetal ou uma fruta tiver uma ou mais dessas características (cabelos ou pelos, seiva leitosa, amargor), "fuja" o mais rápido possível, cuspa fora se mordeu o fruto ou colocou na boca a folha, pois é uma planta venenosa. Essa sigla foi criada para orientar o sobrevivente no que se refere à alimentação, pois no ambiente natural podemos comer muitas vegetais e animais. Porém existem muitas plantas tóxicas que podem causar alergia, diarreia, dor de barriga e até mesmo levar à morte. E atentando a essas características o homem ao longo do tempo desenvolveu uma regra, através da observação, para orientar o sobrevivente a identificação de plantas seguras e comestíveis. (Fonte: modificado do blog Rauber e cols. 2024).
A capacidade de sentir o gosto amargo é, de fato, uma forma de o organismo se defender das toxinas de plantas.
A habilidade de produção de compostos que conferem gosto amargo é uma característica das plantas para se defender de herbívoros. Esses compostos são chamados de compostos secundários e desempenham muitos papeis no metabolismo geral das plantas.
De acordo com um estudo da Current Biology de setembro 2006, as variantes de um receptor de gosto amargo, o hTAS2R38, pode detectar glucosinolatos, compostos com efeitos potencialmente danosos, em frutas e vegetais (phys).
No experimento coordenado por Paul Breslin, do Monell Chemical Senses Center, Estados Unidos, 35 adultos saudáveis, previamente classificados segundo as variantes genéticas que lhes conferiam maior ou menor sensibilidade ao gosto amargo, deram notas para o amargor de vários vegetais, alguns com glucosinolatos, como brócolis, couve e nabo, outros sem, como espinafre, chicória e berinjela. Os voluntários mais sensíveis ao amargo atribuíram valores até 60% mais altos aos vegetais com glucosinolatos, demonstrando que variações no gene TAS2R38 afetam a percepção do amargo em alimentos com toxinas desse grupo.
Entretanto, para se afirmar que uma planta é venenosa deve-se avaliar não só o gosto, mas este é um bom indicador de algo desagradável, além disso devemos observar se a planta produz latex, e se tem pelos. (revistapesquisa)
ESAON
ESAON significa Estacionar, Sobreviver, Alimentar, Orientar e Navegar. Ou seja, a pessoa que estiver perdida e desorientada deve primeiro estacionar (parar), e logo depois desenvolver atividades que maximizem a sua sobrevivência, i.e., Sobreviver (sentar, parar; construir um abrigo, encontrar água, cuidar dos ferimentos…) e em seguida Alimentar (repor proteínas e carboidratos) e uma vez parado, protegido e alimentado ele deverá se Orientar (identificar pontos de referência, pensar, definir os pontos cardeais, rios…) e por fim Navegar (uma vez estabelecida uma rota é só navegar pelo terreno até encontrar ajuda ou a civilização) (modif. de Santana, 2022).
Na visão empirista (empirismo), o conhecimento é algo "absorvido" pelo ser humano por meio de seus órgãos dos sentidos: visão, audição, tato, paladar e olfato.
Vem de fora da pessoa, entra e se instala independente da vontade dela. Em geral, essa forma de enxergar o conhecimento, muito comum, supõe o aprendizado como resultado de uma vivência.
Para o empirista, “o conhecimento entra e se instala no indivíduo, o que leva a conclusão de que o sujeito tem pouco ou nenhum mérito nesse processo, sendo, portanto, passivo” (cpt)
O Empirsimo é a doutrina segundo a qual todo conhecimento provém unicamente da experiência, limitando-se ao que pode ser captado do mundo externo, pelos sentidos, ou do mundo subjetivo, pela introspecção, sendo descartadas as verdades reveladas e transcendentes do misticismo, ou apriorísticas e inatas do racionalismo. É uma atitude de quem se atém a conhecimentos práticos.
Talvez no inicio da nossa evolução o empirismo tenha desempenhado um papel importante e mesmo assim necessitava que o conhecimento adquirido anteriormente fosse passado para as novas gerações através do ensino pratico.
CIÊNCIA
O filósofo Platão inferiu que não é possível compreender completamente o mundo, em função da complexidade deste e das limitações humanas. Platão definiu a forma como a ciência trabalha até hoje, a saber: como não é possível apreender a totalidade das coisas existentes no mundo, a ciência contenta-se com modelos, os quais representam uma visão simplificada do mundo (ALVES, 2007).
Assim, Platão 428-348 a.C. tentou compreender a verdadeira Ciência do conhecimento falso, fundamentado apenas na crença. Sua principal preocupação, foi a compreensão do fluxo da natureza, mudança constante ou impermanência da natureza, a questão da mudança permanente das coisas, e como poderíamos chegar na verdade ou produzir conhecimento certo e correto sobre o mundo.
Assim, o pensamento racional alcança seu lugar com Platão que diz que o homem deve, pois, buscar ascender do mundo sensível ao inteligível para ter um real conhecimento dos seres. Deve, antes de mais nada, abandonar suas pré-concepções (preconceitos), suas crenças, seus pré-juízos, seus pontos de vistas destorcidos pelas opiniões irrefletidas e, a partir disso, começar a escala rumo às ideias até chegar no conhecimento verdadeiro sobre o mundo.
Ideia, segundo Platão, é um principio inteligível, que não sofre geração nem corrupção, sendo, portanto, fundamento do conhecimento das coisas, chamamos hoje de conhecimento científico.
como vimos em nossas aulas, a ciência não é a única maneira de conhecermos o mundo. Religião, filosofia, mitologia, lendas folclóricas, também buscam responder as questões mais básicas que todo ser humano se faz em algum momento da vida, ou que homem se fez em diferentes momentos de sua evolução.
Nós não precisamos, por exemplo, de cálculos matemáticos para saber se uma música, um poema ou uma obra de arte tem algum significado: é comum pessoas diferentes amarem ou odiarem a mesma obra de arte.(educação).
Todavia, o homem somente consegue alcançar as ideias (sejam elas individuais ou universais) através de sua razão, pelo pensamento reflexivo que ao abstrair todas as particularidades físicas dos objetos (seres) estudados, consegue intuir a forma determinante de cada ser, conferindo-lhe estabilidade e permitindo ser conhecido.
Assim, desde antes de Platão buscamos conhecer o mundo, mas não temos como alcançar a verdade, até por que usamos nossos sentidos e próteses desses sentidos para chegarmos próximo da verdade.
A ciência é um corpo de conhecimentos sistematizados adquiridos coletiva e cooperativamente por meio de observação, identificação, questionamento, formulação de hipóteses, coleta de dados, realização de experimentos, aceitação/rejeição de hipóteses, que nos levam a resolver um problema intelectual ou prático. É uma explicação do mundo e do universo baseado em um método, e em evidência, que possibilita-nos a construir modelos baseado na lógica e na matemática.
Não votamos se um antibiótico funciona ou não, se as vacinas são eficazes ou não, mas testamos exaustivamente para saber o grau seu funcionamento, primeiro em um modelo, depois em animais e por ultimo em testes (trial) no organismo humano.
Devemos perceber que a ciência não é matéria de opinião, mas de um método robusto que mostra um resultado baseado em evidências, calcado em um método (método científico), na lógica, é empírica, racional, sistemática, e reproduzível.
A ciência ou a pesquisa científica é essencial para o desenvolvimento tecnológico e para a solução de problemas contemporâneos existentes na sociedade, inclusive problemas criados pela própria ciência e tecnologia ao longo de nossa história.
A pesquisa científica tenta explicar fenômenos e fatos, a partir de questionamentos formulados metódica e racionalmente.
Assim, os pesquisadores em suas especialidades científicas se esforçam em coletar, e reunir evidências empíricas verificáveis baseadas na observação sistemática e controlada, geralmente resultantes de experiências, experimentos ou pesquisa de campo, e analisá-las com o uso da lógica.
Para muitos autores, o método científico nada mais é do que a lógica aplicada à ciência.
A experimentação é um método poderoso de investigação da natureza. Esse método produz respostas que aumentam nossa adaptação ao mundo e diminui ou ameniza nosso sofrimento.
A ciência tem como fontes de evidência empírica a observação e a experimentação.
Na observação criteriosa do mundo natura, coletamos dados, enquanto na experimentação usamos a manipulação ou intervenção: por exemplo, na experimentação os fenômenos são criados, em situações controladas, e então observados, em vez de serem observados passivamente na natureza onde ocorrem.
A ciência é para todas e todos (modif. guia).
O que é Ciência?
A ciência é uma construção humana coletiva e cooperativa baseada em experimentos, na criatividade, na liberdade, na lógica, em evidências e em um método, o método científico.
Mas a pergunta: “o que é ciência?” apesar de parecer simples respondê-la não é muito fácil.
A ciência é uma maneira que a humanidade encontrou para entender o mundo natural. Nesse sentido é um modo de ver e explicar o mundo.
Pôde-se dizer que é uma explicação do mundo e do universo, baseado na razão, que usa a lógica e a matemática.
O que diferencia a ciência, ou o que faz dela uma maneira diferente de ver o mundo é a aplicação de uma série de passos que chamamos de método científico, destinados a resolver um problema.
O método científico é um conjunto de passos ou etapas, poderíamos dizer uma “receita de bolo, um manual, um passo-a-passo” que, se forem seguidos na ordem exata, etica e racionalmente, levam a produção e ao aumento do conhecimento científico, ou da própria ciência.
O método científico constitui-se de um conjunto de regras básicas para os procedimentos que produzem o conhecimento científico, quer um novo conhecimento, quer uma correção do conhecimento existente (o que leva à evolução daquela ciência) ou um aumento do conhecimento no conjunto de saberes do que já existia anteriormente.
Método
Método: palavra do grego antigo μέθοδος, méthodos, de μέθα, μετ᾽, metá, met᾽, “relativo à busca”, para alcançar um fim + ὁδός, hodós, “estrada, caminho”, literalmente “o caminho a seguir, para chegar a um fim, para se alcanlar um objetivo”.
Método, do latim methodus “maneira de ensinar ou ir”, do grego antigo μέθοδος, methodos “indagação científica, método de investigação, investigação”, originalmente: buscar, perseguir, que vem de meta: em busca ou perseguição a, de meta- + hodos "um método, sistema; um caminho ou maneira" (de fazer, dizer, etc.), também “uma viagem, jornada”, literalmente “um caminho, trilha, estrada”, que busca chegar a um fim ou objetivo.
O método é basicamente um conjunto de procedimentos que direcionam uma investigação científica a fim de obter os resultados que melhor descrevem a natureza, ou realidade do mundo natural, que descrevem melhor um fenômeno.
Fenômeno
A palavra fenômeno é tudo que aparece, ou acontece, ou que pode ser medido ou verificado. É um fato, um evento, um fato, um acontecimento.
Fenômeno do grego antigo φαινόμενον, phainómenon, “coisa que aparece à vista” e do Latim Phaenomena, “o que é visto, o que surge aos olhos, que aparece”, do verbo grego φαίνω, φαίνομαι, Phaino, phainomai, phainestai, “aparente".
Forma masculina de φαίνων, phaínōn, “brilhando, mostrar, revelar-se, trazer à luz”, particípio ativo presente de φαίνω, phaínō, “vir à luz, brilhar, aparecer, aparecer à vista, surgir", todos oriundos da raiz: φῶς, phôs, “luz.”
Uma coisa que aparece, ou que é percebida ou observada, que existe; um determinado tipo de fato, ocorrência ou mudança percebido através dos sentidos ou conhecido intelectualmente. Um fato ou ocorrência cuja causa ou explicação está em questão.
O método científico busca o conhecimento da natureza e do universo. Natureza mais universo é o Cosmo, i.e., a totalidade do que existe.
Cosmo ou cosmos, do grego antigo κόσμος, kósmos, significa: ordem, organização, beleza, harmonia, é um termo que designa o universo em seu conjunto. Toda a estrutura universal em sua totalidade, desde o microcosmo (humano) ao macrocosmo (universo).
O cosmo é a totalidade de todas as coisas deste Universo ordenado, desde as estrelas, até os átomos e as partículas subatômicas.
O que é o mundo natural? É o mundo que pode ser observado de diversas maneiras, direta ou indiretamente (por meio de “próteses” que ampliam nossa percepção do mundo natural, seja uma lupa, um microscópio, uma luneta, telescópio, rádio telescópio, telescópio espacial James Webb etc.), tudo que pode ser visto a olho nu ou observado em um telescópio ou microscópio, com lupa, com luz, com raios X etc.
Veremos que o que torna algo “Ciência” é a possibilidade de verificação de nossa compreensão, a verificação das leis que propomos a partir de nossas observações do mundo natural.
Características da ciência
Características do conhecimento científico
1) É uma atividade eminentemente humana
Atividade humana que constitui-se numa prática racional, rigorosa, sustentada pela experimentação e pela evidência.2) É Baseada em evidências
Evidência é a qualidade ou caráter do que é evidente, do que não dá margem à dúvida.
Na epistemologia, evidência é o que justifica a crença ou o que torna racional adotar uma atitude particular. Por exemplo, uma experiência perceptiva de uma árvore pode servir como evidência que justifica a crença de que há (existe) uma árvore.
Epistemologia do grego ἐπιστήμη, episteme: conhecimento certo, ciência; λόγος, logos: discurso, estudo, em sentido estrito, refere-se ao ramo da filosofia que se ocupa do conhecimento científico; é o estudo crítico dos princípios, das hipóteses e dos resultados das diversas ciências, com a finalidade de determinar seus fundamentos lógicos, seu valor e sua importância objetiva. Em uma recepção mais restrita, a epistemologia pode ser identificada com a filosofia da ciência.
3) É baseada num método
Do grego antigo μέθοδος, métodos, formado por μετά, μέt-, metá, met-, depois ou que segue + οδός, hodós, caminho : seguir um caminho, para chegar a um fim; literalmente; um caminho para se chegar a um fim, para alcançar um objetivo.
4) É um modo de conhecer o mundo
É um modo de conhecer o mundo, um modo de ver o mundo fundamentado em um método, na observação criteriosa, na experimentação em evidências, e na produção de teorias e leis, que regem os fenômenos. É um modo de explicar o mundo fundamentado no método científico, na lógica e na matemática.
5) É uma construção humana
É uma construção humana colaborativa e cooperativa que busca solucionar uma dúvida ou resolver um problema e assim prover uma visão de mundo e do universo baseado na lógica e na matemática. É um esforço coletivo e cooperativo a fim de descobrir como a natureza e o universo funcionam.
6) É objetiva
A ciência é um empreendimento que pressupõe objetividade, ou seja, busca ser imparcial, com a mínima influencia dos interesses pessoais, com uma linguagem clara, rigorosa e precisa tentando evitar ambiguidades.
7) É verificável
Todas as teorias científicas são postas a prova. E as teorias que não resistem a verificação são descartadas. Isto é, apenas faz parte do contexto de ciência aquilo que pode ser verificado ou testado.
8) É controlada
Todos os elementos das ciências devem ser controlados para possibilitar sua verificação e reprodução.
9) É lógica
A ciência é um conhecimento baseado na lógica, e não aceita contradição.
10) É reproduzível
Todo experimento científico deve ser reproduzido em qualquer lugar do planeta e gerar os mesmos resultados.
11) É sistemática
A ciência se utiliza da experimentação para verificar a veracidade ou a falsidade de um conhecimento ou proposição, i.e., é logicamente construída sob um sistema de ideias e procedimentos.
12) É racional
A ciência obtém seus resultados por meio da razão, livre do viés do pesquisador.
Com base em experimentações, a ciência verifica a veracidade ou a falsidade de certo conhecimento. A ciência se utiliza da experimentação para verificar a veracidade ou a falsidade de um conhecimento ou uma proposição.
Assim, a ciência nos possibilita explicar os fenômenos que vemos como:
O nascer do Sol
A Terra através de seu movimento de rotação ao redor do seu eixo gira uma vez a chada 23h 56min.
Fases da Lua
Ao girar em torno da Terra, a Lua se desloca no sentido leste em relação ao sol. Isso modifica a incidência de raios solares que a superfície lunar recebe, alterando também a maneira como nós a enxergamos a partir dos hemisférios terrestres. Durante esse caminho de rotação, ela passa por quatro estágios diferentes, conhecidos como fases da Lua (nova, crescente, cheia e minguante) e cada fase da Lua tem duração de aproximadamente sete dias.
Surgimento das espécies
Todo organismo se adapta ao ambiente em que vive e se dispersa para procurar melhores condições ambientais, ao fazer isso as populações vão se adaptando e acumulando variações. Ao se adaptarem a ambientes diversificados acabam se distanciando morfologicamente do tipo ancestral gerando novas raças ou variedades e por fim espécies distintas.
Esfericidade da Terra
A Terra e a maioria dos dos corpos celestes e estrelas, planetas e luas apresentam uma forma um esferoidal por causa da aceleração da gravidade. Desta foroma, para manter um equilíbrio entre as diferentes hemisférios, os corpos celestes tendem a apresentar o formato esférico, uma vez que toda massa é atraída para o centro do desse corpo celeste.
De onde veio a água da Terra
Pesquisas recentes mostraram que a maior parte da água do nosso planeta veio dos asteróides, que contribuíram com mais de 50%. Uma pequena parcela veio da nebulosa solar, com 20% de participação, e os 30% restantes da água veio dos cometas.
Formação dos fósseis
Os fósseis são formados por restos de matéria orgânica, como vegetais e animais, que ficam conservados ao longo dos anos, especialmente nas chamadas rochas sedimentares. Ao serem soterrados logo após a morte, em lama e muita água a decomposição é suspensa, e cada átomo ou molécula orgânica é substituída por minerais preservando a forma do espécime.
(1)
CIÊNCIA E SENSO COMUM
O conhecimento científico e o senso comum são formas de lidar com explicações do mundo. Entretanto esses dois tipos de conhecimento são bem diferentes.
Como você já sabe, a ciência é lógica, sistemática, verificável, controlada e objetiva. Portanto, visa a busca do conhecimento ou solução de um problema.
Por outro lado, o senso comum é o conjunto de crenças de uma determinada cultura, tidas como verdadeiras, apesar de não testadas nem contestadas, não verificadas. Isso quer dizer que não se baseia em pesquisas como ocorre com o conhecimento científico, i.e., o senso comum não está baseado em um método.
O conhecimento do senso comum, entretanto, não é tido como correto ou incorreto. Na verdade, ele é apenas limitado, já que não foi obtido através de métodos sistemáticos e eficientes, nem testado. Tem como base apenas as opiniões e as crenças de uma cultura.
Diferente da ciência, o senso comum não possui rigor ou comprovação, e é baseado apenas na crença. Basta que uma pessoa ou grupo acredite, esse tipo de conhecimento pode ser tratado como se fosse um conhecimento verdadeiro, embora esteja muito distante da verdade.
O senso comum é um saber subjetivo, varia de pessoa para pessoa e de grupo para grupo. (todamateria, conhecimentocientifico).
É baseado nas experiências cotidianas, por isso, também é chamado de saber empírico. Parte de uma observação superficial da realidade, buscando explicações que possam parecer razoáveis ou verossímeis.
O senso comum são ideias ou concepções que se desenvolvem em uma sociedade e faz parte da herança cultural de cada povo.
O senso comum tem como característica a subjetividade que reflete sentimentos e opiniões construídos por um grupo de indivíduos. Por conseguinte, pode variar de pessoa para pessoa e de grupo para grupo.
Também expressam a avaliação qualitativa, pois considera os efeitos produzidos nos nossos sentidos e órgãos, bem como nos objetos.(todamateria)
Determina o agrupamento de coisas, grupos e fatos. Exemplo: atualmente, temos a tendência de considerar que toda pessoa muçulmana é terrorista, por conta dos atentados cometidos por alguns indivíduos dessa religião. Assim, o senso comum pode ser generalizador e ainda criar um estereótipo.
Deste modo, o senso comum tem a capacidade de projetar nas coisas ou no mundo sentimentos de angústia e medo, além de cristalizar pré-conceitos e prejudicar minorias e indivíduos. (todamateria)
É preciso entender que o senso comum é ligado ao instinto, à necessidade que o homem tem que se proteger de um ambiente hostil. Além disso, o conhecimento do senso comum é explicado pela manutenção de hábitos e crenças que na maioria das vezes deu certo.
Senso comum (todamateria)
Por sua parte, a ciência precisa de provas concretas e quantitativas para compreender o motivo dos fenômenos. Segundo Aristóteles, o conhecimento científico resulta das causas pelas causas. Ou seja, é um conhecimento em que é possível a demonstração e a repetição. As teorias que embasam o conhecimento científico devem descrever, explicar e prever da maneira mais completa possível um conjunto de fenômenos.
A ciência difere do senso comum porque seu conhecimento é baseado na observação, na pesquisa, na formulação de hipóteses e na comprovação destas através de um método científico (todamateria).
Assim, senso crítico é o principal fundamento da filosofia e da ciência e significa a capacidade de questionar e analisar de forma racional e objetiva, através de um método que evita ou minimiza o erro.
CONHECIMENTO FILOSÓFICO
Representa um meio-termo entre o conhecimento científico e o empírico, pois nasce a partir da relação do ser humano com o seu cotidiano, mas baseado nas reflexões e especulações que este faz sobre todas quaisquer questões.
Esse tipo de conhecimento foi construído devido à capacidade do ser humano de refletir lógica e racionalmente. Mesmo sendo de natureza racional, o conhecimento filosófico dispensa a comprovação científica, uma vez que não está submetido a um método específico.
É graças ao conhecimento filosófico que são construídas ideias, conceitos e ideias que buscam explicar, de modo racional, diversas questões sobre o mundo e a vida humana.
Alguns estudiosos também consideram o conhecimento filosófico um intermédio entre o conhecimento científico e o conhecimento teológico (religioso)
(Menezes s/d).
Características do conhecimento filosófico
Sistemático: acredita que a base para a resolução das questões seja a reflexão orientada pela lógica;
Elucidativo: tenta entender os pensamentos, os conceitos, os problemas e demais situações da vida que são impossíveis de seres desvendados cientificamente;
Crítico: todas as informações devem ser profundamente analisadas e refletidas antes de serem levadas em consideração;
Especulativo: as conclusões são baseadas em hipóteses e possibilidades, devido ao uso de um conhecimento teórico puro.
CONHECIMENTO EMPÍRICO
É o chamado "conhecimento vulgar" ou senso comum. Esse tipo de conhecimento surge a partir da interação e observação do ser humano com ambiente que o rodeia. Por ser baseado nas experiências, o conhecimento empírico não costuma apresentar a legitimidade da comprovação científica.
Ao contrário do conhecimento científico, não há uma preocupação em refletir criticamente sobre o objeto de observação, limitando-se apenas a dedução de uma ação.
Justamente por ser adquirido unicamente por observação e com base em deduções simples, o conhecimento empírico é um conhecimento superficial e, muitas vezes, suscetível a erros.
Conhecimento empírico é uma expressão cujo significado reporta ao conhecimento adquirido através da observação. É uma forma de conhecimento resultante do senso comum, por vezes baseado na experiência, sem necessidade de comprovação científica.
Com base no conhecimento empírico pode-se saber que uma determinada ação provoca uma reação, sem que, contudo, se saiba qual o mecanismo que leva da ação à reação. Exemplo disso foi, durante séculos, o conhecimento de que largado um objeto, ele entra em queda livre até que encontre algo que o sustenha, mesmo antes de ser conhecida a teoria da gravitação.
Sendo o conhecimento empírico adquirido de forma ingênua, através da mera observação e com base em deduções simples, é por vezes passível de erro. Por exemplo, durante muito séculos, aceitou-se como fruto do conhecimento empírico que o Sol girava em torno da Terra, tendo a ciência mais tarde vindo a demostrar que, contrariamente ao que possa indicar a nossa percepção é, na realidade, a Terra que gira em torno do Sol.(significado)
CONHECIMENTO RELIGIOSO
Conhecimento religioso (também chamado de conhecimento teológico) é todo conhecimento baseado em doutrinas sagradas ou divinas.
O conhecimento religioso é sustentado pela fé religiosa, ou seja, a crença de que todos os fenômenos acontecem pela vontade de entidades ou energias sobrenaturais. Por esse motivo, o conhecimento religioso apresenta explicações dogmáticas que não podem ser refutadas.
Ao redor do mundo, o conhecimento religioso é organizado em diferentes religiões que possuem seus próprios conjuntos de crenças, rituais e códigos morais, a exemplo do islamismo, hinduísmo, judaísmo, zoroastrismo, cristianismo, masdeismo, mitraismo etc.
Características do conhecimento religioso
Valorativo: o conhecimento religioso baseia-se em julgamentos subjetivos e não em fatos e acontecimentos comprovados.
Inverificável: por lidar com questões espirituais, metafísicas, divinas e sobrenaturais, o conhecimento religioso não é submetido à verificação científica.
Infalível: o conhecimento religioso explica os fenômenos e mistérios da vida através de proposições dogmáticas (verdades absolutas) que não podem ser refutadas.
Sistemático: independente da religião, o conhecimento religioso é organizado em um conjunto de regras que se complementam.
Inspiracional: o conhecimento religioso é baseado em doutrinas e ensinamentos revelados de forma sobrenatural.
CONHECIMENTO TÁCITO
Assim como o conhecimento empírico, o conhecimento tácito se baseia nas experiências vivenciadas individualmente por cada pessoa ao longo da vida.
Este é um conhecimento particular do indivíduo, um saber para si mesmo, sendo a sua explicação ou transmissão para outras pessoas através de métodos didáticos convencionais, difícil ou impossível.
Conhecimento tácito é um modelo subjetivo e individual de conhecimento, adquirido ao longo das experiências e vivências particulares de cada pessoa.
A palavra tácito se originou no latim tacitus, que significa "silencioso" ou "não expresso em palavras".
O conhecimento tácito é, portanto, difícil ou impossível de explicar e ensinar para outras pessoas por métodos didáticos tradicionais.
Por se tratar de uma qualidade ou habilidade individual, o conhecimento tácito só consegue ser retransmitido através do convívio cotidiano e experimental, ignorando qualquer tipo de explicação formalizada.
Um exemplo de conhecimento tácito é andar de bicicleta, pois se trata de algo que é aprendido apenas a partir da experiência e tentativa, sendo desnecessário o uso de instruções escritas ou orais.
O conhecimento tácito pode ser subdividido em cognitivo e técnico. Como técnico, entende-se todas as habilidades informais do chamado know-how de cada indivíduo.
O conhecimento tácito cognitivo é basicamente a percepção de mundo criada por cada pessoa ao longo dos anos, suas crenças, filosofias, etc.
O QUE É CIÊNCIA?
POR QUE PODEMOS CONFIAR NA CIÊNCIA?
MOVIMENTO ANTIVACINA
Movimento antivax, baseado na fraude e na mentira
MÉTODO CIENTÍFICO
Como já tivemos a oportunidade de ver, a palavra método vem do grego méthodos, que significa caminho para chegar a um fim, ou objetivo.
Assim, o método científico é um conjunto de normativas necessárias e universais para o desenvolvimento ou aprimoramento de um conhecimento confiável, válido e verdadeiro.
O método científico apresenta um caminho a ser seguido pelos pesquisadores, orientando e auxiliando na busca de uma resposta para um problema posto e ajudando na tomada de decisão frente ao resultado do experimento. Não há como fazer ciência sem o método científico.
O método científico surgiu no século XII, com o trabalho de filósofos como Roger Bacon (1214 - 1294), e René Descartes (1596 - 1650) e de cientistas como Galileu Galilei (1564 - 1642), Robert Boyle (1627 - 1691) e Antoine Laurent de Lavoisier (1743 - 1794).
ROGER BACON
Roger Bacon (1214 - 1294)
Roger Bacon, Rogerus Baconus, Baconis OFM, nasceu em Ilchester, em 1214 - e morreu em Oxford, 1294,. Bacon ficou conhecido como Doctor Mirabilis, Doutor Admirável, foi uma das mais famosas personalidades de seu tempo. Ele foi um Padre e filósofo inglês que grande ênfase ao empirismo (o empirismo é uma teoria filosófica que argumenta que todo o conhecimento humano deve ser adquirido através de experiências sensoriais) e ao uso da matemática no estudo da natureza. Estudou nas universidades de Oxford e Paris. Contribuiu em áreas importantes como a Mecânica, a Filosofia, a Geografia e principalmente a Óptica.
Ele é por vezes creditado (principalmente desde o século XIX) como um dos primeiros defensores europeus do método científico moderno, juntamente com o seu professor Robert Grosseteste. Bacon aplicou o método empírico de Ibn al-Haytham (Alhazen) às observações em textos atribuídos a Aristóteles. Bacon descobriu a importância dos testes empíricos quando os resultados obtidos eram diferentes daqueles que teriam sido previstos por Aristóteles.
Roger Bacon era um filósofo franciscano inglês e reformador educacional que foi um grande defensor medieval da ciência experimental (empirismo). Bacon estudou matemática, astronomia, óptica, alquimia e línguas. Ele foi o primeiro europeu a descrever em detalhes o processo de fabricação da pólvora e propôs máquinas voadoras, navios e carruagens motorizadas.
Bacon (como ele mesmo observou complacentemente) apresentava uma energia e um zelo prodigiosos na busca pela ciência experimental; na verdade, seus estudos foram comentados em todos os lugares e eventualmente lhe renderam um lugar na literatura popular como uma espécie de fazedor de milagres (wonder worker). Bacon representa, portanto, uma expressão historicamente precoce do espírito empírico baseado na ciência experimental.
Sua originalidade residia em sua insistência em linhas frutíferas de pesquisa e métodos de estudo experimental. Quanto aos experimentos reais realizados, ele cedeu a um certo Mestre Peter de Maricourt, o único que, escreveu ele, entendia o método do experimento e a quem chamou de dominus experimentorum “mestre dos experimentos”. Bacon, possuía um laboratório para experimentos alquímicos e realizou algumas observações sistemáticas com lentes e espelhos. Seus estudos sobre a natureza da luz e do arco-íris são especialmente dignos de nota, e ele parece ter planejado e interpretado esses experimentos com muito cuidado.
RENÈ DESCARTES
René Descartes (31/mar./1596 – 11/fev./1650)
René Descartes nasceu em La Haye en Touraine, 31 de março de 1596 – e morreu em Estocolmo, 11 de fevereiro de 1650. Foi um filósofo, físico e matemático francês.
Durante a Idade Moderna, também era conhecido por seu nome latino Renatus Cartesius. Tornou-se notável sobretudo por seu trabalho revolucionário na filosofia e na ciência. Também obteve reconhecimento matemático por sugerir a fusão da álgebra com a geometria - fato que gerou a geometria analítica e o sistema de coordenadas que hoje leva o seu nome. Por fim, foi também uma das figuras-chave na Revolução Científica.
Aos 33 anos, Descarte tinha concluído a escrita de seu Tratado sobre o mundo, livro sobre ciências da natureza que ele decidiu não publicar porque defendia a tese heliocêntrica ao mesmo tempo em que o físico Galileu Galilei enfrentava complicações com a Igreja Católica por defender a mesma coisa. Em 1637 Descartes publicou a sua obra mais conhecida, O Discurso do método, que assentava as bases da ciência moderna.
GALILEU GALILEI
Galileu Galilei (15/fev./1564 - 8/jan./1642)
Galileu Galilei
Galileo di Vincenzo Bonaulti de Galilei, mais conhecido como Galileu Galilei nasceu em Pisa, 15 de fevereiro de 1564 e morreu em Florença, 8 de janeiro de 1642. Foi astrônomo, matemático, físico e engenheiro florentino, às vezes descrito como polímata.
Frequentemente é referenciado como "pai da astronomia observacional", "pai da física moderna", "pai do método científico" e "pai da ciência moderna".
Muitos acreditam que Galileu Galilei foi o responsável por inventar o telescópio. Contudo, a primeira patente de um telescópio da história da humanidade foi registrada pelo alemão-holandês Hans Lippershey, no ano de 1608. Lippershey era um fabricante de lentes para óculos e reivindicou a invenção de um novo dispositivo que focalizava e ampliava imagens distantes em até três vezes. Para isso, ele usou uma lente ocular côncava alinhada com uma lente objetiva convexa. Entretanto, Galileu aperfeiçoou o instrumento, colocando um tubo e possibilitando a focalização através de um ajuste da distância entre as duas lentes. Com esse instrumento melhorado, foi possível a descoberta e estudo do relevo da Lua, a composição estelar da Via Láctea, os Satélites de Júpiter e suas órbitas, as manchas do Sol, as fases de Vênus entre outros.
Além de suas grandes descobertas, ideias e invenções, a elaboração de um método científico está entre suas maiores contribuições.
Galileu instaurou o modelo mecanicista, experimentalista e matemático que marcaria o nascimento da Ciência Moderna, com influência em todas as ciências.
ROBERT BOYLE
Robert Boyle (1627-1691)
Robert Boyle nasceu no ano de 1627, em um castelo longínquo em Lismone Castle, no sudoeste da Irlanda. Ele foi o décimo quarto filho de um idoso conde, que era o homem mais rico da Irlanda, por isso sua educação foi bastante sofisticada e também proporcionou que ele viajasse por toda a Europa. Essas viagens fizeram com que Boyle se familiarizasse com os pensamentos dos cientistas da época, como os ensinamentos de Galileu Galilei.
Assim, ele foi para a Inglaterra, onde havia recebido algumas propriedades de seu pai. Mesmo com treze irmãos, o dinheiro que Boyle recebia de seu pai lhe permitia se dedicar tranquilamente aos estudos científicos."
"Francis Bacon havia proposto um novo método de pensar o mundo, que era baseado na experimentação, não somente na argumentação filosófica, como era feito antes.
Boyle era assim em seus estudos, ele foi inclusive diferenciado de seus antecessores porque se apegou firmemente ao método científico. Ele ficou conhecido como o primeiro cientista a manter anotações detalhadas dos resultados obtidos em seu laboratório. Ele se preocupava não só com o aspecto qualitativo, mas também quantitativo, sendo que anotava passo a passo os experimentos que realizava, comparava os resultados e produzia hipóteses a respeito.
ANTOINE LAURENT LAVOISIER
Antoine Laurent Lavoisier (26/ago/1743-8/maio/1794)
Antoine Laurent de Lavoisier, nasceu em 26 de agosto de 1743 em Paris e guilhotinado em 8 de maio de 1794 em Paris. Foi um químico, filósofo e economista francês. A partir das bases e noções que estabeleceu e uma nova exigência de precisão oferecida pelos instrumentos que ele próprio desenvolveu inaugurou o método científico, tanto experimental como matemático, no campo da química. Por todo trabalho que desenvolveu ele é considerado o "pai da química moderna", tendo sido eleito membro da Royal Society em 1788.
É amplamente aceito que a sua maior conquista na química foi mudar tal ciência de uma perspectiva qualitativa para uma quantitativa, onde tudo devia ser medido e pesado. Porém, Lavoisier é mais lembrado pela descoberta do papel do oxigênio na combustão refutando a teoria flogística e por ter enunciado o princípio da conservação da matéria (apesar de o russo Mikhail Lomonossov tê-lo feito 14 anos antes).
Além disso ele identificou e batizou o oxigênio (1778) e o hidrogênio (1783), ajudou na construção do sistema métrico, escreveu a primeira lista de elementos químicos e colaborou na reforma da nomenclatura química. Ele previu a existência do silício (1787) e também foi o primeiro a estabelecer o enxofre como um elemento (1777) ao invés de um composto. Por fim, ele descobriu que apesar da matéria mudar sua forma, a massa continuava a mesma, o que mais tarde ficará imortalizado pela frase popular:
“Em uma reação química feita em recipiente fechado, a soma das massas dos reagentes é igual à soma das massas dos produtos.”
“Na natureza nada se cria e nada se perde, tudo se transforma.”
ETAPAS DO MÉTODO CIENTÍFICO
Método científico é o conjunto de procedimentos adotados pelos pesquisadores para investigar, compreender e detalhar os fenômenos naturais, sejam eles físicos, químicos ou biológicos. Não existe um único método científico, mas há etapas gerais – como as descritas acima – que constituem a base da metodologia de trabalho dos cientistas. O diagrama a seguir ilustra essas etapas básicas.
O ponto de partida de uma investigação científica é a observação de um fato. O fato corresponde a um fenômeno natural e, dele, surgem questionamentos resultantes da curiosidade científica. Os biólogos, por exemplo, diante do fato representado pela existência dos genes, perguntam qual é a composição química e como funcionam essas unidades genéticas.
Em seguida à observação de um fato e dos questionamentos resultantes, são propostas hipóteses. As hipóteses são possíveis explicações para o fenômeno observado.
Não é qualquer explicação proposta que se qualifica como hipótese. As hipóteses exibem duas características distintivas: primeiro, permitem fazer previsões sobre o fenômeno observado e, segundo, elas (e as previsões delas derivadas) podem ser testadas por meio de experimentos. É possível, então, planejar experimentos para verificar se as previsões derivadas da hipótese realmente ocorrem ou, ainda, ir a campo para observar se essas previsões se concretizam.
O ponto de partida de uma investigação científica é a observação de um fato. O fato corresponde a um fenômeno natural e, dele, surgem questionamentos resultantes da curiosidade científica. Os biólogos, por exemplo, diante do fato representado pela existência dos genes, perguntam qual é a composição química e como funcionam essas unidades genéticas.
Em seguida à observação de um fato e dos questionamentos resultantes, são propostas hipóteses. As hipóteses são possíveis explicações para o fenômeno observado.
Não é qualquer explicação proposta que se qualifica como hipótese. As hipóteses exibem duas características distintivas: primeiro, permitem fazer previsões sobre o fenômeno observado e, segundo, elas (e as previsões delas derivadas) podem ser testadas por meio de experimentos. É possível, então, planejar experimentos para verificar se as previsões derivadas da hipótese realmente ocorrem ou, ainda, ir a campo para observar se essas previsões se concretizam.
Portanto, uma hipótese é uma afirmação sobre determinado fenômeno natural que pode ser testada por experimento ou por novas observações.
O teste de uma hipótese comumente envolve um experimento que analisa as variáveis, ou seja, os fatores que podem se modificar ao longo do processo. Temperatura, luz, umidade são alguns exemplos de variáveis consideradas em muitos experimentos.
Sempre que possível, uma hipótese deve ser testada por um experimento no qual apenas uma variável é alterada. Todas as outras variáveis devem ser mantidas inalteradas ou controladas. Manter as variáveis sob controle é necessário, pois, se mais de uma for alterada ao longo do experimento, não será possível identificar facilmente qual delas determinou os resultados observados. Por sua vez, quando apenas uma variável é modificada, é possível avaliar se os resultados do experimento foram determinados por ela. Um experimento no qual apenas uma variável é alterada é classificado como controlado.
Um experimento controlado envolve dois grupos: o controle e experimental (ou teste). O grupo controle é aquele cujas variáveis não são alteradas. Já o grupo experimental se caracteriza pelo fato de que uma das variáveis (aquela cuja influência se deseja avaliar) é modificada. (aprendendobio)
A ciência deve ser precisa. Para que ela seja precisa, as etapas que formam o chamado método hipotético-dedutivo devem ser seguidas rigorosamente; essas etapas são:
1) Observação
2) Questionamento
3) Hipótese
4) Experimento
5) Verificação
6) Previsão
7) Conclusão
Definir uma pergunta, um questionamento a respeito da natureza
Reunir informações e recursos (observar)
Formar uma hipótese explicativa para o fenômeno
Testar a hipótese realizando experimentos e coletando dados de maneira reproduzível,
Analisar os dados,
Interpretar os dados e tirar conclusões que sirvam de ponto de partida para uma nova hipótese,
Publicar resultados ,
Testar novamente, frequentemente realizada por outros pesquisadores ou cientistas
Esboço contendo os principais passos do método científico.
O método começa pela observação, que deve ser sistemática e controlada, a fim de que se obtenham os fatos científicos. O método é cíclico, girando em torno do que se denomina teoria científica, a união indissociável do conjunto de todos os fatos científicos conhecidos e de um conjunto de hipóteses testáveis e testadas capaz de explicá-los.
Etapas do método científico
(Fonte: querobolsa)
Método científico:
O que você observa?
Faça uma pergunta.
Compartilhe sua hipótese.
Teste sua hipótese.
e Qual é o resultado?
Compartilhe os resultados.
Fluxograma mostrando as etapas do método científico.
Etapas do método científico (aprendendobio)
Os fatos científicos, embora não necessariamente reprodutíveis, necessitam ser necessariamente verificáveis. As hipóteses têm que ser testáveis frente aos fatos, e por tal, falseáveis. As teorias nunca são provadas e sim corroboradas.
Cada etapa do método científico deve ser cumprida e caso o procedimento não seja bem sucedido, devemos retornar a etapa anterior e buscar fazer correções a fim de evitar possíveis falhas.
Por exemplo, se a hipótese não explica o resultado do experimento, deve-se retornar a etapa da hipótese para criar uma nova explicação. Nesse sentido, dizemos que a Ciência é um processo gradativo e autocorretivo.
OBSERVAÇÃO
Na primeira etapa, a observação acontece a partir da escolha de um fenômeno ou objeto de estudo que seja possível de investigação, e dependendo do caso com o auxílio de equipamentos específicos. Se o nosso objeto de estudo é uma célula, por exemplo devemos utilizar um microscópio; para observar um planeta ou estrela usamos um telescópio. Podemos considerar então que qualquer informação que chega até nós por meio dos sentidos é parte da observação. Quanto mais precisa e cuidadosa for a observação, mais o pesquisador irá conhecer sobre o que está investigando.
QUESTIONAMENTO
Após a observação, seguimos para a próxima etapa onde os questionamentos podem ser formulados mediante a caracterização do objeto de estudo. É a caracterização que permite ao pesquisador conhecer o comportamento do fenômeno e porquê ele ocorre, além de fazer as medidas necessárias e quantificar o fenômeno observável.
HIPÓTESE
A constituição de hipóteses é fundamental para a elaboração do conhecimento científico, e isto inclui o caso de todas as ciências: das ciências humanas como a Sociologia, Antropologia, História, Geografia, Psicologia, Educação, Letras, e das ciências exatas como a Física, Matemática, Química, Engenharia, ciências naturais, como a Geologia, Biologia, Astronomia, Astrofísica, entre outras.
Os questionamentos devem ser então solucionados ou explicados pelas hipóteses. É neste momento que o pesquisador formula as respostas iniciais para os questionamentos utilizando-se unicamente das observações feitas na primeira etapa. Estas hipóteses, além do mais, devem ser possível de teste.
É um conjunto estruturado de argumentos e explicações que possivelmente justificam dados e informações, mas, que ainda não foram confirmados por observação ou experimentação.
É a afirmação positiva, negativa ou condicional (ainda não testada) sobre determinado problema ou fenômeno.
• Hipóteses são afirmações provisórias, enunciadas de forma curta e objetiva, que orientam a coleta de dados buscando nexo causal entre fenômenos.
• Uma hipótese é uma suposição que será verificada para ser ou não demonstrada.
• “São nossas representações confrontadas com a realidade” (Blumer, apud H. Becker).
• Hipóteses são afirmações simples, de uma única oração; são assertivas, ainda que expressas por uma negação (Herculano, 2014).
Para planejar e realizar um experimento usando o método científico, você precisa ter certeza de que sua hipótese é testável. Para ser considerado testável, alguns critérios essenciais devem ser atendidos:
1) Deve existir a possibilidade de provar que a hipótese é verdadeira.
2) Deve existir a possibilidade de provar que a hipótese é falsa.
3) Os resultados da hipótese devem ser reproduzíveis e verificáveis.
As hipóteses possuem características como:
1) Ter enunciado, ser uma sentença declarativa;
Ex.:
A água pura ao nível do mar ferve a 100 ºC;
Todo corpo material produz sombra;
Todas as fêmeas de borboletas são menores do que os machos da mesma espécie;
Todo número impar deixa resto 1 na divisão por dois;
A soma dos 3 primeiros números ímpares é igual a 3 ao quadrado
2) Possuir uma relação entre duas ou mais variáveis (parâmetros);
3) Ser testável, passível de (comprovação), por processos de
observação e/ou experimentação.
Sem esses critérios, a hipótese e os resultados serão ambíguos. Como resultado, o experimento não provará ou refutará nada significativo.
EXPERIMENTO
A experimentação é considerada a etapa mais importante do método científico e é possivelmente a etapa que diferencia a Ciência das demais atividades humanas. É nesta etapa que as hipóteses propostas anteriormente serão testadas e validadas. A experimentação foi introduzida com o intuito de “confirmar” a hipótese, pois a partir dela que é decidido se a explicação desenvolvida na etapa anterior era realmente confiável ou deveria ser descartada ou melhor elaborada.
VERIFICAÇÃO
A próxima etapa é a verificação. Nesta etapa o experimento que foi feito uma única vez deve ser refeito outras vezes e nas mesmas condições na qual o primeiro foi realizado a fim de obter o mesmo resultado (quanto maior o número de verificações, mais seguros estaremos de que que a explicação é válida. A função da verificação).
PREVISÃO
Na última etapa, a previsão, as hipóteses testadas devem contemplar a característica atemporal, ou seja, qualquer outro cientista deverá ser capaz de realizar esse experimento a fim de testar se essas hipóteses podem explicar o fenômeno para qualquer época e em qualquer lugar.
CONCLUSÃO
Após terem sido concluídas todas as etapas, os conhecimentos obtidos deixam de ser apenas explicações provisórias ou hipóteses e se tornam o que chamamos de Teoria Científica. Em seguida, o resultado que foi obtido deve ser divulgado para a comunidade científica, seja por meio de revistas ou artigos científicos.
Porque escolhemos a Ciência como forma de pensamento e a forma de observar e estudar o mundo natural? Porquê ela permite a verificação de nossa compreensão, a possibilidade de correção das leis que propomos a partir de nossas observações.
A Ciência é um processo gradativo e autocorretivo. Fazer Ciência é evoluir o pensamento é chegar um novo lugar onde ninguém chegou. É mais que apenas conhecer o Universo, é saber como ele funciona.
O maior divulgador científico da história, Carl Sagan, dizia:
“A ciência é muito mais que um corpo de conhecimentos. É uma maneira de pensar. A ciência convida a admitir os fatos, mesmo que não estejam de acordo com nossas ideias. Ela nos aconselha a incluir nos cálculos, hipóteses, alternativas e a considerar qual delas se acomoda melhor aos fatos [...]. É uma ferramenta essencial para uma democracia em época de mudanças”.
EXERCÍCIOS
I
1. Qual a finalidade do método científico?
2. Quem é o cientista creditado como criador do método científico?
3. Cite as etapas básicas do método científico.
4. Qual a diferença entre os dados qualitativos e os dados quantitativos?
5. Quando as conclusões não corroboram com as hipóteses desenvolvidas o que deve ser feito?
6. Quando procuramos respostas científicas para um determinado fenômeno que ainda não foi estudado, qual o primeiro passo que devemos tomar de acordo com o método científico?
7. (UERJ) O tempo de oscilação de um pêndulo não depende do peso do corpo suspenso na extremidade do fio. Com base neste conhecimento, Galileu, antes mesmo de realizar seu famoso experimento da torre de Pisa, afirmou que uma pedra leve e outra pesada, quando abandonadas livremente de uma mesma altura, deveriam levar o mesmo tempo para chegar ao solo. Tal afirmação é um exemplo de:
a) lei
b) teoria
c) modelo
d) hipótese
8. O tema “Teoria da Evolução” tem provocado debates em certos locais dos Estados Unidos da América, com algumas entidades contestando seu ensino nas escolas. Nos últimos tempos, a polêmica está centrada no termo teoria, que, no entanto, tem significado bem definido para os cientistas. Sob o ponto de vista da ciência, teoria é:
(A) Sinônimo de lei científica, que descreve regularidades de fenômenos naturais, mas não permite fazer previsões sobre eles.
(B) Sinônimo de hipótese, ou seja, uma suposição ainda sem comprovação experimental.
(C) Uma ideia sem base em observação e experimentação, que usa o senso comum para explicar fatos do cotidiano.
(D) Uma ideia, apoiada no conhecimento científico, que tenta explicar fenômenos naturais relacionados, permitindo fazer previsões sobre eles.
(E) Uma ideia, apoiada pelo conhecimento científico, que, de tão comprovada pelos cientistas, já é considerada uma verdade incontestável.
II
Método Científico
1. Ao criar uma hipótese científica, o cientista procura
a) levantar uma questão ou problema.
b) explicar um fato e prever outros.
c) testar variantes.
d) comprovar teorias estabelecidas.
e) confirmar observações.
(UGF-RJ)
2. Numa experiência controlada o grupo controle tem por objeto
a) testar outras variantes do resultado previsto.
b) confirmar as conclusões obtidas com o grupo experimental.
c) desmentir as conclusões obtidas com o grupo experimental.
d) servir de referência padrão em face dos resultados fornecidos pelo grupo experimental.
e) testar a eficiência dos equipamentos usados na experiência.
(UFRGS-RS)
3. Observa-se que as bananeiras inibem o crescimento de outras espécies de vegetais plantadas próximo a elas. Para verificar se essa inibição é provocada por uma substância produzida pelas bananeiras, o melhor procedimento será:
a) comparar o crescimento das outras espécies cultivadas com extrato de bananeira em ambientes com a mesma intensidade luminosa.
b) comparar o crescimento das outras espécies em cultivo com e sem aplicação de extrato de bananeiras.
c) comparar o crescimento das outras espécies cultivadas com extrato de bananeiras em diferentes temperaturas.
d) analisar quimicamente extratos das bananeiras e de outras espécies.
(UFMG)
4. Até o século XVII, o papel dos espermatozoides na fertilização do óvulo não era reconhecido. O cientista italiano Lazaro Spallanzani, em 1785, questionou se seria o próprio sêmen, ou simplesmente o vapor dele derivado, a causa do desenvolvimento do óvulo.
Do relatório que escreveu a partir de seus estudos sobre fertilização, foi retirado o seguinte trecho:
“... para decidir a questão, é importante empregar um meio conveniente que permita separar o vapor da parte figurada do sêmen e fazê-lo de tal modo, que os embriões sejam mais ou menos envolvidos pelo vapor.”
Dentre as etapas que constituem o método cientifico, esse trecho do relatório é um exemplo de
a) análise de dados.
b) coleta de material.
c) elaboração da hipótese.
d) planejamento experimento.
(UERJ)
5. No texto a seguir, reproduzido do livro Descobertas acidentais em ciências, de Royston M. Roberts (Campinas, Papirus, 1993), algumas frases referentes a etapas importantes na construção do conhecimento cientifico foram grifadas e identificadas por um numeral romano:
“Em 1889, em Estrasburgo, então Alemanha, enquanto estudavam a função do pâncreas na digestão, Joseph Von Mering e Oscar Minkowski, removeram o pâncreas de um cão. No dia seguinte, um assistente de laboratório chamou-lhes atenção sobre o grande número de moscas voando ao redor da urina daquele cão. (I) Curiosos sobre por que as moscas foram atraídas à urina, analisaram-na e observaram que esta apresentava excesso de açúcar. (II) Açúcar na urina é um sinal comum de diabetes. Von Mering e Minkowski perceberam que estavam vendo pela primeira vez a evidência da produção experimental de diabetes em um animal. (III) O fato de tal animal não ter pâncreas sugeriu a relação entre esse órgão e o diabetes. [...] Muitas tentativas de isolar a secreção foram feitas, mas sem sucesso até 1921. Dois pesquisadores, Frederick G. Bating, um jovem médico canadense, e Charles H. Best, um estudante de medicina, trabalhavam no assunto no laboratório do professor John J. R. MacLeod, n Universidade de Toronto. Eles extraíam a secreção do pâncreas de cães. (IV) Quando injetaram os extratos (secreção do pâncreas) nos cães tornados diabéticos pela remoção de seu pâncreas, o nível de açúcar no sangue desses cães voltou ao normal, e a urina não apresentava mais açúcar”.
A alternativa que identifica corretamente cada uma das frases grifadas com cada uma das etapas de construção do conhecimento cientifico é:
(Fuves-SP)
6. Observando plantas de milho, com folhas amareladas, um estudante de agronomia considerou que essa aparência poderia ser devida à deficiência mineral do solo. Sabendo que a clorofila contém magnésio, ele formulou a seguinte hipótese: “Quando há deficiência de sais de magnésio no solo, folhas amareladas aparecem”. Qual das alternativas descreve um experimento correto para testar tal hipótese?
a) Fornecimento de sais de magnésio ao solo em que as plantas estão crescendo e observação dos resultados dias depois.
b) Fornecimento de uma mistura de diversos sais minerais, inclusive sais de magnésio, ao solo em que as plantas estão crescendo e observação dos resultados dias depois.
c) Cultivo de um novo lote de plantas, em solo suplementado com uma mistura completa de sais minerais, incluindo sais de magnésio.
d) Cultivo de novos lotes de plantas, fornecendo à metade deles, mistura completa de sais minerais, inclusive sais de magnésio, e, à outra metade, apenas sais de magnésio.
e) Cultivo de novos lotes de plantas, fornecendo à metade deles mistura completa de sais minerais, inclusive sais de magnésio, e, à outra metade, uma mistura com os mesmo sais, menos os de magnésio.
(Fuvest-SP)
7. Um estudante decidiu testar os resultados da falta de determinada vitamina na alimentação de um grupo de ratos. Colocou, então, cinco ratos em uma gaiola e retirou de sua dieta os alimentos ricos na vitamina em questão. Após alguns dias, os pelos dos ratos começaram a cair. Concluiu, então, que essa vitamina desempenha algum papel no crescimento e manutenção dos pelos. Sobre essa experiência podemos afirmar:
a) A experiência obedeceu aos princípios do método científico, mas a conclusão do estudante pode não ser verdadeira.
b) A experiência foi correta e a conclusão também. O estudante seguiu as normas do método científico adequadamente.
c) A experiência não foi realizada corretamente porque o estudante não usou um grupo de controle.
d) O estudante não fez a experiência de forma correta, pois não utilizou instrumentos especializados.
e) A experiência não foi correta porque a hipótese do estudante não era uma hipótese passível de ser testada experimentalmente.
(UFMG)
8. “O projeto de pesquisa, que existe 2001, ainda está longe do fim, explica a pesquisadora. É um processo demorado mesmo. Porém, com mais um ante disso, já teremos novos resultados, quem sabe, ainda mais positivos.”
“A expectativa do grupo é saber se a ação contra o causador da malária vai ser realmente confirmada. Vamos ver a viabilidade disso nos modelos experimentais [animais].”
“O estudo feito pela UnB, em parte, também contou com a participação da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). O processo de isolamento e síntese dos peptídeos já está patenteado.”
Sobre a atividade científica, podemos inferir:
a) O conhecimento científico é o único tipo de conhecimento válido, já que é produzido por meio de métodos experimentais precisos e seguros.
b) A veracidade dos conhecimentos produzidos pela ciência é efêmera. Isto significa que aquilo que a ciência, hoje, intitula como válido, pode não ser verdade amanhã.
c) A ciência é um empreendimento autônomo que não depende de esforços políticos nem econômicos. Ela se auto-mantém.
d) A visão de mundo de cada época não interfere na produção do conhecimento científico.
e) A atividade científica deve ser desenvolvida sem levar em consideração suas implicações sociais, já que o objetivo dos cientistas é descobrir a verdade dos fenômenos naturais.
(Acafe-SC)
9. O tema “teoria da evolução” tem provocado debates em certos locais dos Estados Unidos da América, com algumas entidades contestando seu ensino nas escolas. Nos últimos tempos, a polêmica está centrada no termo TEORIA, que, no entanto, tem significado bem definido para os cientistas.
Sob o ponto de vista da ciência, teoria é:
a) sinônimo de lei científica, que descreve regularidade de fenômenos naturais, mas não permite fazer previsões sobre eles.
b) sinônimo de hipótese, ou seja, uma suposição ainda sem comprovação experimental.
c) uma ideia sem base em observação e experimentação, que usa o senso comum para explicar fatos do cotidiano.
d) uma ideia, apoiada pelo conhecimento científico, que tenta explicar fenômenos naturais relacionados, permitindo fazer previsões sobre eles.
e) uma ideia, apoiada pelo conhecimento científico, que, de tão comprovada pelos cientistas, já é considerada uma verdade incontestável.
(Fuvest-SP)
10) No texto a seguir, reproduzido do livro Descobertas acidentais em ciências, de Royston M. Roberts (Campinas, Papirus, 1993), algumas frases referentes a etapas importantes na construção do conhecimento científico foram grifadas e identificadas por um numeral romano:
“Em 1889, em Estrasburgo, então Alemanha, enquanto estudavam a função do pâncreas na digestão, Joseph Von Mering e Oscar Minkowski, removeram o pâncreas de um cão. No dia seguinte, um assistente de laboratório chamou-lhes atenção sobre o grande número de moscas voando ao redor da urina daquele cão. (I) Curiosos sobre por que as moscas foram atraídas à urina, analisaram-na e observaram que esta apresentava excesso de açúcar. (II) Açúcar na urina é um sinal comum de diabetes. Von Mering e Minkowski perceberam que estavam vendo pela primeira vez a evidência da produção experimental de diabetes em um animal. (III) O fato de tal animal não ter pâncreas sugeriu a relação entre esse órgão e o diabetes. [...] Muitas tentativas de isolar a secreção foram feitas, mas sem sucesso até 1921. Dois pesquisadores, Frederick G. Bating, um jovem médico canadense, e Charles H. Best, um estudante de medicina, trabalhavam no assunto no laboratório do professor John J. R. MacLeod, na Universidade de Toronto. Eles extraíam a secreção do pâncreas de cães. (IV) Quando injetaram os extratos (secreção do pâncreas) nos cães tornados diabéticos pela remoção de seu pâncreas, o nível de açúcar no sangue desses cães voltou ao normal, e a urina não apresentava mais açúcar”.
| I | II | III | IV |
A) | Hipótese | Teste de hipótese | Fato | Observação |
B) | Fato | Teoria | Observação | Teste de hipótese |
C) | Observação | Hipótese | Fato | Teste de hipótese |
D) | Observação | Fato | Teoria | Hipótese |
E) | Observação | Fato | Hipótese | Teste de hipótese |
A alternativa que identifica corretamente cada uma das frases grifadas com cada uma das etapas de construção do conhecimento cientifico é: R.: letra e
Fonte
Escólios
Não confunda Roger Bacon com Francis Bacon, 1º Visconde St Alban (22/jan/1561 - 9/abril/1626).;
Roger Bacon, Rogerus Baconus, Baconis OFM, (Ilchester, Somerset, 1214 - Oxford, 1294), também conhecido como Doctor Mirabilis, Doutor Admirável, foi um dos mais famosos frades de seu tempo. Ele foi um Padre e filósofo inglês que deu bastante ênfase ao empirismo e ao uso da matemática no estudo da natureza. Estudou nas universidades de Oxford e Paris. Contribuiu em áreas importantes como a Mecânica, a Filosofia, a Geografia e principalmente a Óptica.
Ele é por vezes creditado (principalmente desde o século XIX) como um dos primeiros defensores europeus do método científico moderno, juntamente com o seu professor Robert Grosseteste. Bacon aplicou o método empírico de Ibn al-Haytham (Alhazen) às observações em textos atribuídos a Aristóteles. Bacon descobriu a importância dos testes empíricos quando os resultados obtidos eram diferentes daqueles que teriam sido previstos por Aristóteles.
Abordagem cética e metódica
Ele acreditava que a ciência poderia ser alcançada através do uso de uma abordagem cética, ceticismo palavra do grego antigo σκέπτομαι, skeptomai, pesquisar, pensar ou procurar, dai "sképsis", busca, pesquisa, análise; trata-se de uma abordagem que enfatiza a dúvida e o questionamento) e metódica, pela qual os cientistas e pesquisadores visavam evitar o engano e o erro. Bacon liderou o avanço da filosofia natural e do método científico e seus trabalhos permaneceram influentes mesmo nos estágios finais da Revolução Científica.
Gabarito
1. B
2. D
3. B
4. D
5. E
6. E
7. C
8. B
9. D
10. E
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